Capítulo 14 — Última visita

1133 Words
Soley — Então, como você conheceu ele? — Antes que ela pudesse responder eu refiz a minha pergunta. — Aliás, há quanto tempo estavam juntos? Estávamos uma de frente para outra. Charles me procurou para dizer que sentia muito por eu ter sido enganada por todo esse tempo. O menino estava brincando com meu cachorro e quando nós duas conversávamos. Amélia estava trabalhando ainda e eu havia acabado de chegar em casa, ela estava me esperando na porta do prédio. — Eu não fazia ideia de que ele era noivo, ele sempre me disse que não era comprometido e eu acreditava, porque ele passava muito tempo comigo. Se eu soubesse que ao menos ele era comprometido, jamais teria me envolvido com ele. Joeli, eu e ele sempre saíamos juntos. E… — Eu sei, não precisa me dizer mais nada por favor. Eu não te culpo por isso, jamais vou ter raiva de você ou coisa parecida. Além disso, o garoto é bem parecido com ele. Ele vai gostar de ser pai, mas graças a Deus eu não tenho vocação para ser mãe. — Na verdade eu sempre carreguei comigo o medo da gravidez na adolescência, e temo por isso até hoje. — Eu entendo! Eu vim aqui te dizer que além de tudo, Marcelus passou tudo para o meu nome enquanto estávamos juntos. — Se ela acha que vai me ver na desgraça, está mais que enganada. — Tá louca? Esse apartamento foi eu quem comprei, aquele vagabundo deve ter te deixado no mínimo uma moto e olhe lá… — Disse levantando e indo até a cozinha. — Na verdade ele tinha! Ele tem uma fazenda, antes disso acontecer ele disse que iríamos morar juntos nela. Foi quando eu descobri que estava grávida e ele ficou bem feliz, havia poucos dias que havia comprado a fazenda. Joeli também me disse que você não sabia. — O que você veio fazer aqui, afinal? — Perguntei colocando a mão na cintura e encarei ela, porque vim até a minha casa querer me fazer de otária, ela está muito enganada. — Você vem até a minha casa e ainda quer me insultar? Ou quer ser minha amiga? — Eu não quero nada. Só vim saber se você ainda vai querer casar com ele? Porque se não for, a gente vai continuar nossa história de onde paramos. — Você é louca! Pode aproveitar todo aquele i****a, ele é todo seu, só cuidado pra ele não ter outra família além de você. Agora, por favor… — Abrir a porta e estendi a mão para que ela saísse. — Você é uma pessoa bacana, merece algo bom na vida. — Ela disse antes de sair e eu agradeci. — Seu filho tem a cara dele. — Disse e fechei a porta, caindo no sofá e me perguntando o que eu fiz para merecer isso! Antes de viajar, precisava conversar com Marcelus e perguntar na cara dele o porquê dele ter me traído. Por isso me vesti, chamei um táxi porque não estava em condições de dirigir e fui até o hospital. Antes de entrar eu tomei dois goles de gim, coloquei um chiclete na boca e subi. — Sua velha filha da p**a, sai da sala, quero falar com o teu filho a sós. — Segurei o braço de Joeli e a puxei para fora. — Se você fizer escândalo eu juro que eu grito e vou ferrar com a sua vida. Marcelus estava tomando banho com a ajuda de um enfermeiro e então eu fiquei no quarto sozinha. O clima estava tenso, por alguns segundos fiquei pensando no que fazer, no que falar ou até mesmo como agir. Eu ainda não tinha falado com ele, estava nervosa com isso ou qualquer coisa que viesse a acontecer, mas estava aliviada por ele ter acordado e então posso seguir minha vida em paz, sem peso algum para me limitar. E sim, eu iria fazer isso de qualquer forma, pois não estava mais aguentando tanta pressão. Marcelus Eu estava ouvindo a voz de Soley, mesmo que de longe sabia que ela estava ali. Eu não conseguia andar, estava tendo que precisar de ajuda para fazer absolutamente tudo. Estava incapacitado e para minha surpresa minha mãe estava muito atenciosa. — Soley… — Disse ao vê-la andando de um lado para o outro, enquanto o enfermeiro estava me colocando na cama. — Eu estava mesmo esperando por você. Por que sumiu de repente? Eu senti a sua falta. Estava esperando um abraço, mas ela sentou e revirou os olhos. Pediu para o enfermeiro sair e então ficamos a sós. — Eu na verdade não queria estar aqui, mas precisava ouvir de boca, já que acordou tão bem. Há quanto tempo estava envolvido com Charles e qual é o lance da fazenda? — Não era pra você saber disso agora. — Por sorte ele não levantava, mas já estava me deixando sem paciência. — Eu sinto muito por isso, Soley. Me deixa explicar, por favor. Vem aqui, me dá um abraço, olha só como eu estou bem. — Eu sei, e graças a mim está vivo também. Mas agora você vai seguir sua vida sozinho, não temos mais o que conversar ou algo do tipo. Mas, quero que saiba que eu estou feliz por sua recuperação, espero que fique bem e assuma suas responsabilidades. — Não pode me abandonar desse jeito, Soley. Você é tudo que eu tenho, Soley. Por favor… eu preciso de você. Eu era emotiva demais, qualquer coisinha me fazia chorar e ouvir essas palavras do homem que eu já amei algum dia, estava acabando comigo, mas eu já não o amava mais. Queria voltar a viver novamente, nos últimos 7 anos da minha vida eu fui enganada e nunca soube da verdade. Mas agora as coisas mudaram, amanhã eu tenho uma viagem para fazer e não quero ficar com pendências, por isso, tenho que dizer tudo que eu quero hoje, antes que seja tarde. — Você não precisa de mim, você tem uma família que já está completa, esqueceu? Além disso, pode vender anel que me deu e comprar alguma coisa pra ela. Se precisar de alguma coisa, peça a Charles para vender a fazenda, eu já não tenho mais nada por culpa sua. — Eu não quero ficar mais ali dentro, mas ainda queria ouvir o que ele tinha a dizer, se é que tinha alguma coisa. — Eu… posso explicar! Estávamos por momentos muito difíceis, eu não sei o que deu na minha cabeça pra eu fazer aquilo e… — E eu acho que eu preciso ir, Marcelus. A hora da minha visita acabou. Eu espero de coração que seja feliz com a escolha que você fez, e saiba que sua mãe continua a mesma v***a de antes.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD