Amélia
Acordei com o celular tocando e com uma dor de cabeça terrível, mas ainda bem que eu estava em casa e não havia feito nenhuma besteira. Soley ainda estava dormindo agarradinha com Yan, e na mensagem era Edgar perguntando se estava tudo bem. Já se passavam das oito da manhã, mas não acordei nenhum deles e então fui preparar um bom café da manhã para nós três.
— Então, dormiu bem? — Soley surgiu sorrindo e sentando na bancada, onde estavam os pães. — Eu ouvi quando chegaram, mas não quis atrapalhar vocês.
— A gente se divertiu bastante, mas não foi nada anormal. — Respondi deixando um sorriso i****a escapar.
— Anormal não deveria ser mesmo, até porque vocês são tão fofinhos juntos. Mas, me conta, qual foi a de ontem? Ele foi gentil? Carinhoso e tals…
— A gente não transou se é isso que quer saber, eu até pensei que por ele ser um cara tão… é… tão moderno iria querer fazer isso logo na primeira noite e confesso, foi aí que eu me senti mais atraída por ele.
— Não é todo mundo que é i****a, Mel, e Edgar é uma dessas pessoas que sabem se colocar em seu lugar. Mas, o que me importa mesmo é se você está feliz?
— Feliz, Soley? Eu estou num nível hard de felicidade, eu nunca me vi saindo depois que tive o Yan, após tudo que aconteceu eu meio que já havia perdido as esperanças, sabe? Mas, eu agora não consigo parar de pensar quando vai ser a próxima vez que nós vamos nos ver novamente.
— Por que não toma a iniciativa? Geralmente as pessoas acham que a gente não curtiu tanto assim, mas se você gostou, poderia chamar ele pra jantar na quarta, que aí eu não vou trabalhar a noite e você vai mais tranquila.
John foi meu primeiro namorado e o primeiro homem da minha vida, com ele eu casei e tive o Yan, desde então Edgar é a segunda pessoa com quem eu estou saindo e tudo isso pra mim é novo. Eu não tinha o costume de sair com ninguém antes, sempre priorizei meu filho antes, mas acho que agora está na hora de me permitir ser feliz como eu mereço. John me começou a me trair quando soube que eu estava grávida, o medo do abandono paterno me fez ficar com ele e suportar tudo ao seu lado porque eu ainda tinha esperanças de que algum dia ele pudesse mudar, mas após o nascimento do Yan tudo só piorou, só não estou em uma depressão profunda hoje graças a Soley, que sempre esteve ao meu e nunca largou a minha mão, mesmo tendo seus problemas maiores que os meus.
Ela não parava de falar o quanto estava feliz com isso, e o quanto eu cozinhava bem.
Leonardo
Milley estava com a sua tia resolvendo algumas coisas dentro do escritório quando eu cheguei na empresa, ela me cumprimentou e sussurrou em meu ouvido que queria conversar comigo a sós após a reunião.
— Se for alguma coisa relacionado ao trabalho, não será preciso ficarmos a sós para isso. — Disse em um tom em que somente ela podia ouvir.
— Eu quero pedir desculpas por ontem, eu não sabia o que dizer e estava nervosa.
— Se era apenas isso, sinta-se desculpada, eu não fiquei chateado por causa disso se pensou assim.
— Eu sei que ficou, eu ficaria se alguém marcasse alguma coisa comigo e na última hora ligasse dizendo que tinha um outro encontro para ir, eu ficaria arrasada por dias aliás. — Ela era insistente e eu impaciente.
— Ainda bem que temos personalidades diferentes, eu pouco me importo com isso, tenho a rejeição como uma velha amiga se é isso que quer saber.
Quase todos estavam em horário de almoço, isso permitia que o prédio ficasse vazio e silencioso.
— Criou essa armadura contra amor por causa da sua namorada que deixou para trás quando aceitou fazer essa viagem?
— Srta. Milley, além de ser inconveniente é horrível pessoas intrometidas. Acredito que sua tia lhe disse algumas coisas sobre mim, mas eu não lhe devo nenhuma satisfação. — Sem mais nada a dizer, entrei em minha sala e fui responder os e-mails dos meus clientes que estavam querendo uma resposta sobre os pedidos de amostras para algumas inaugurações que estavam prestes a acontecer.
Rolando a tela eu me deparei com uma mensagem de Joeli, onde a mesma me dizia "Agora você poderá aproveitar a v***a como quiser, ela é toda sua, só foi i****a o suficiente para manter o meu filho em boas condições até os dias atuais. Daqui pra frente eu posso cuidar dele, aliás, obrigada por ser tão i****a".