Continuação da história da Elisa.
Depois de horas de tortur4, eles me deixaram jogada no chão e se reuniram em outro lugar da casa, talvez porque estavam planejando algo antes me mat4r, por um descuido de um ajudante deles, eu consegui me arrastar e por mais que pareça um pouco engraçado, eu tive que me esconder em uma casinha de cachorro que tinha ali.
Chorei baixinho sentindo uma d0r absurda, orei tanto pedindo a Deus que me desse uma nova chance para escapar dali e tenho certeza que nesse dia ele ouviu as minhas preces.
Depois de um tempo em silêncio ainda na casinha do cachorro, eu escutei um barulho de carro, eles finalmente estavam indo embora dali porque provavelmente acharam que eu tinha escapado. Suspirei aliviada e agradeci a Deus.
Saí da casinha de cachorro e andei com bastante dificuldade até a beira de um rio, minha respiração estava bem ofegante e minha perna estava doend0 muito, m4l conseguia andar.
Mesmo com a escuridão da noite, eu reconheci o rio (cujo o nome não será divulgado por pedido da Elisa), ele percorre a cidade inteira e leva até o centro da cidade, que é onde eu moro. Por eu morar na beira do rio, eu meio que conhecia os caminhos pela água.
Então entrei dentro do rio e comecei a nadar, demorei muito até chegar atrás da minha casa. Respirei cansada e senti uma sensação de alívio quando vi que já estava em casa.
Bati na porta e rapidamente meu pai abriu a porta com a arm4 engatilhada para mim, quando ele viu que era eu, abaixou a arm4 e me pegou no colo, chorei sem parar no colo dele.
Elisa: Me leva pro hospital pelo amor de Deus, eu não tô aguentando de tanta d0r.
Rodrigo: Calma Elisa, eu vou te levar - Falou desesperado - Mathias, vem aqui - Chamou meu irmão.
Meu irmão vem nervoso até a gente e fomos até o carro, eu estava morrendo de d0r, o meu irmão dirigia o carro feito um louco.
Rodrigo: Depois avisa pros meninos que ela já tá com a gente, manda eles virem com os carros e pararem de procurar em câmeras e nas ruas.
Mathias: Tá bom - Falou parando em frente ao hospital.
Meu irmão me pegou no colo e me levou para dentro do hospital, já que meu pai não podia se expor assim nesses lugares. O médico retirou a bala da minha perna, me falou que eu fraturei a costela e mais, estava grávida de dois meses, e mesmo depois de tanto sofriment0, o bebê ainda estava vivo, era um verdadeiro guerreiro.
Quando saímos do hospital, meu pai organizou tudo e se mudamos no dia seguinte, aquela casa no centro já estava muito visada para a gente. Só assim nós conseguimos passar um tempo mais tranquilo e meu pai deu um tempo para as guerras.
Hoje em dia eu fico pensando como eu fui louca ao ponto de arriscar minha vida por coisas que não valem a pena, o desgraçad0 do BK continuou com a mulher dele e nem se interessou pela paternidade.
Depois de algum tempinho, eu decidi fazer uma festa em casa em comemoração a descoberta do meu bebê, que era um menino. No final da festa, o meu pai saiu de casa para resolver alguns assuntos e recebemos a notícia de que a polícia levou o meu pai, meu coroa foi condenado a 12 anos de prisão.
Aquilo foi mesmo que quebrar as minhas pernas, e por sorte o meu irmão não estava com ele, porque se não, iria junto.
Depois da prisão do meu pai, os policiais descobriram a casa e ficaram invadindo minha casa com frequência na esperança de pegar o meu irmão, e toda vez que eles vinham, eu rezava para que não tivessem descoberto nada sobre mim, porque aí eu rodaria junto.
Eu e minha madrasta já não estávamos mais aguentando, então ela resolveu fugir para outra cidade e eu mudei de bairro, fui para um lugar bem distante dali.
Estava vivendo tranquila, meu bebê estava bem, até o bolso começar a apertar, eu já não tinha mais dinheiro para sobreviver, passei algumas noites sem ter o que comer, meu pai estava preso sem poder me ajudar, o BK estava cagando para mim e o meu irmão sumiu do mapa desde que prenderam meu pai, então eu tive que dar os meus pulos.
Ainda tinha contato com uns meninos do movimento, e em consideração ao meu pai, resolveram me ajudar, me deram uma proposta de atravessar o estado com drog4, eu aceitei porque iria ganhar muito dinheiro com essa fita.
Me organizei toda, e foi mais uma vez pensando no dinheiro que eu me f0di. No meio da estrada, a polícia rodoviária parou a van, talvez por alguma denúncia e eu fui presa, me encaminharam para o presídio, onde eu fiquei é um dos pi0res, lá me tratavam como um lixo, me bati4m muito e fizeram um procedimento em mim.
O procedimento acontecia toda madrugada, eu ficava só de calcinha e as agentes ficavam me molhando com uma água super gelada. Mas não durou muito tempo… Pelo o fato de eu estar grávida, eu consegui me safar daquele infern0, com uma tornozeleira eletrônica na perna, mas pelo menos saí.
Uma das primeiras coisas que eu fiz quando saí de lá, foi ir ao médico para fazer o pré natal, o médico me falou que não tinha bebê nenhum na minha barriga. Desesperada eu fiz uma ultrassom, tinha o feto, mas infelizmente estava mort0, não aguentou tanto sofriment0.
Tive que fazer uma curetagem e tirei meu bebê, voltei para casa sem chão, não me sobrou nada, nem se quer o meu filho... Com poucos dias em casa, eu recebi a notícia de que o meu irmão havia sido preso. Definitivamente eu não tinha ninguém, dali por diante seria eu e por eu, e até hoje é. Meu coração se aperta ao lembrar de tudo isso, foi trist3, doloros0 e marcante vivenciar e contar toda a minha história.
Notas da Elisa: Essa foi a minha história, e o conselho que eu dou para vocês é que não se iludam com dinheiro, o dinheiro atrai falsid4de e armação, pode até trazer uma alegria sim, mas garanto que é uma alegria passageira, não se iludam meninas, o cr1me não é o creme. Depois de todas as minhas experiências, eu não quero mais saber de nada disso, sofri muito e quase perdi minha vida três vezes, não desejo isso a ninguém, muito menos a vocês que com certeza têm um futuro brilhante pela frente.
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Publicado dia 03 de Dezembro de 2021, ás 21:00.
Espero que tenham gostado da história da Elisa, próximo capítulo teremos uma nova história.