Eles aguardavam do lado de fora com paciência, as mãos de Aurelio coçavam para acender um cigarro, mas apenas uma olhada em Síria o fez mudar de ideia. Aquilo era proteção, era a forma dela de o fazer saber que ela se importava com ele, e por isso ele se alegrou.
Minutos depois a porta se abre e eles entram na pequena igreja, Aurelio encarava Eloy sem nenhuma expressão em seu rosto, ele não desejava a simpatia do homem, a única coisa que ele precisava era do seu respeito, e isso ele conquistaria depois que trouxesse as crianças da vila de volta para suas casas.
_ O que decidiram? - pergunta ele sem rodeios.
_ Aceitamos a sua proposta, mas queremos sua palavra que nossas famílias serão respeitadas. - diz ele encarando Aurélio.
Aurelio tira uma pequena adaga da cintura, o homem dá um passo atrás quando vê a lâmina brilhando na pequena luz que entrava por uma janela quebrada.
Aurelio passa a adaga em sua palma fazendo um pequeno corte e estende a mão para Eloy, um tanto temeroso ele aceita seu cumprimento.
_ Juro por minha vida que nada acontecerá a vocês enquanto trabalharem para mim. - diz ele calmamente.
Os moradores da vila observavam aquilo com espanto, eles podiam sentir a verdade em cada palavra que saia da boca de Aurelio, sabiam que não estavam depositando sua confiança nele em vão.
_ Então somos seus funcionários agora senhor. - diz Eloy soltando a mão dele.
_ Ótimo, basta me dizer onde as crianças estão que em duas horas elas estarão aqui com vocês. - diz ele tranquilamente.
_ Desculpe senhor, mas eles são sanguinários e estão em maior número, pensei que chamariam reforços. - diz ele surpreso com as palavras de Aurélio.
_ Não vai ser necessário, só preciso que alguém nos mostre o caminho. - responde.
_ Senhor, as crianças...
_ Escute, se vamos trabalhar juntos, precisam confiar em mim, - diz Aurélio se virando para as pessoas, a sua volta, ele podia ver seus olhos preocupados. - Somos bons no que fazemos e quanto menos pessoas tiver, melhor vai ser.
_ Eu levo vocês. - diz o rapaz de mais sedo.
_ Qual o seu nome rapaz? - pergunta Klaus.
_ É Guilherme senhor. - responde ele.
_ Tudo bem, você pode nos acompanhar guilherme, quem sabe aprende algo de útil. - diz Aurélio rindo da cara chateada do rapaz.
_ Nos levem até o local, assim que analisarmos tudo atacamos. - diz Yuri.
_ Pelo que vejo, hoje é dia de diversão. - diz Nico sorrindo.
_ Toma juízo. - diz Síria dando um tapa em sua cabeça.
_ Ei!
_ Você é um homem casado e com filhos, precisa se comportar melhor. - diz Síria com a sobrancelha arqueada.
_ Sabe que seu um anjo irmã. - diz ele piscando para ela.
As pessoas tentavam entender aquela conversa entre eles, mas nada do que eles falavam faziam sentido para eles, então apenas ignoram o que tinham dito.
Com todos prontos, Guilherme conduz Aurélio e os outros pela mata que circulava a vila, seria uma caminhada um pouco longa e eles estavam atentos a cada detalhe que os ajudasse a ter sucesso na missão.
Após uma hora de caminhada eles avistam algumas pequenas cabanas dentro da mata, tinham uma quantidade considerável de soldados.
_ Vamos nos separar, nos encontramos aqui em meia hora. - diz Aurélio.
Eles se separam e circulam o acampamento, tomando cuidado com cada passo para que não fossem vistos, eles analisam tudo a sua volta e localizam onde as crianças estavam sendo mantidas presas. Meia hora depois eles se encontram no mesmo lugar de antes.
_ Conseguiram observar tudo com atenção? - pergunta Aurélio.
_ Sim, acredito que temos tudo o que precisamos. - diz Yuri.
Em silêncio eles voltam até a vila, desta vez apenas algumas pessoas os aguardavam no velho bar.
_ Venham comigo. - diz Bill.
Eles seguem o velho até os fundos do bar, ele arranca um pedaço do assoalho e começa a retirar as armas que faziam parte do carregamento de Aurélio.
_ Você está se livrando de uma enrascada, velho. - diz Aurélio com um sorriso de canto.
_ Por que diz isso senhor? - pergunta o velho com olhos arregalados.
_ Eu pretendia sentar o ladrão em uma mina armada. - diz ele rindo, mas o velho apenas se encolheu em um canto, o riso de Aurélio lhe dava arrepios.
_ Isso não vai acontecer mais senhor. - diz ele suando frio.
_ Pode ficar tranquilo Bill, elas são de vocês agora. - diz ele dando um tapinha nas costas do velho.
Rapidamente eles retiram tudo o que tinha no subsolo, eles pegam tudo de que precisam rapidamente.
_ Precisamos de um veículo grande para trazermos as crianças. - diz Síria se voltando para o velho.
_ Podem usar a caminhonete do meu filho. - diz o velho entregando uma chave a eles.
_ Eu faço isso Bill, conheço o caminho e sei dirigir. - diz Guilherme rapidamente.
_ Eu não sei. - diz o velho coçando a cabeça, ele gostava do rapaz e não queria que ele se ferisse.
_ Pode vir, vou deixar a Síria com você para ajudá-lo. - responde Aurélio.
Guilherme se vira para olhar Síria e um arrepio sobe por sua coluna, ele não sabia dizer o que era, mas ela tinha algo que o fazia querer se afastar.
_ Quer perder os olhos? - pergunta Klaus dando um passo a frente se colocando atrás de Síria.
Os olhos de Guilherme se arregalam, ao ver o rosto sombrio de Klaus, quando uma mão pouso em seu ombro ele dá um pulo se assustando.
_ Primeira regra rapaz, se quer permanecer vivo, pare de olhar as mulheres de outros homens. - diz Bernardo rindo da cara do rapaz.
_ Me desculpe, não quis ser desrespeitoso. - diz ele desviando o olhar rapidamente.
_ Ele é só uma criança grandão. - diz Síria sorrindo.
_ Não me importa, o que ele tem no meio das pernas faz o mesmo estrago de um homem adulto. - diz ele a abraçando por trás e dando um beijo em seu pescoço.
_ Cara! Ela é minhã irmã, não preciso ver isso. - diz Nico fazendo uma careta.
_ Então é só desviar os olhos. - diz Klaus com um sorriso de canto.
Guilherme e Bill olhavam para eles com olhos arregalados, a forma que eles agiam não era nada do que eles esperavam e aquilo ascendia em seus p****s a esperança de que tudo realmente pudesse mudar.