Eles estavam camuflados na mata, o dia estava indo embora e começava a escurecer. Aurélio tinha um sorriso no rosto, ele tinha combinado tudo, iriam tirar primeiro as crianças de la antes que pudessem se divertir um pouco com os canalhas que ousaram tocar nos pequenos.
_ Espero que saiba usar uma arma. - diz Síria entregando uma pistola a Guilherme.
_ Sei um pouco. - responde ele segurando a arma com cuidado.
Síria e Guilherme chegam até o lugar onde as crianças estavam, haviam apenas quatro pessoas guardando o local e Síria foi rápida em os eliminar. Guilherme assistia a tudo com os olhos brilhando, ele não imaginava que a pequena mulher a sua frente fosse tão impressionante em ação.
Assim que entram, Síria encara as crianças encolhidas em um canto, a princípio elas se assustam e se encolhem ainda mais, mas quando reconhecem Guilherme com ela, eles o circulam rapidamente.
_ Precisam ficar quietos para sairmos daqui. - diz ele se abaixando na altura deles e fazendo sinal com o dedo na boca.
_ Saia que passo elas para você. - diz Síria. Guilherme assente.
_ Quero que segurem uns nas mãos dos outros enquanto saímos entenderam. - diz eles olhando para os pequenos.
_ Sim, tio Guilherme. - diz um menino que tinha uns sete anos, era o maiorzinho do grupo.
_ Ótimo Oliver, preciso que sejam rápidos. - Guilherme segura a mão de duas crianças e com a cobertura que Síria lhe dá ele sai do velho barraco com cuidado.
Guilherme não perdeu tempo, e rapidamente ele levou as crianças.
_ Pronto, podemos ir. - diz ele enquanto segurava a mão da última criança.
_ Pode ir, e seja rápido. - diz ela passando para ele alguma munição.
_ Mas e você? - pergunta com olhos preocupados.
_ Ta brincando! Eu jamais perderia essa festa. - diz ele engatilhando sua arma sorrindo.
Guilherme a olhava confuso, não tinha compreendido o que ela queria dizer, e apesar de perceber que ela era mais perigosa que parecia, ele estava preocupado com seu bem estar.
_ Se cuida. - diz ele.
_ Você também, e não pare até chegar no lugar que combinamos. - diz ela, ele apenas assente e parte.
Síria espera alguns minutos para ter certeza que Guilherme tinha partido com as crianças, ela não queria que eles vissem o que iria acontecer.
Após mais quinze minutos ela ouve a primeira explosão, um sorriso curva seus lábios ao pensar que Aurelio tinha perdido a paciência.
Rapidamente o lugar vira uma bagunça, escondida em seu lugar Síria abatia aqueles que ainda não tinham percebido o que estava acontecendo. Uma das coisas que elas sempre cuidava era garantir que seus amigos não seriam pegos de surpresa, gostava de saber que eles estavam bem cobertos.
Outras explosões se seguem e Síria podia ouvir a risada de Aurélio acima do barulho que a cercava. Aquele era seu amigo, um filho do caos, que adorava ver seus inimigos tremerem diante de seus olhos. Quando ela se aproxima de onde eles estavam, ela vê do que Aurélio estava rindo.
_ Mas o que você fez desta vez? - pergunta Síria.
_ Ele colocou uma granada na b***a do líder deles. - diz Nico sem conseguir esconder o sorriso.
O homem estava sem as calças e Síria via uma pequena linha que ia até a mão de Aurelio. O homem estava em pé sobre as brasas de uma fogueira e se corresse o pino da granada seria removido e ele morreria explodido.
_ O que acha Síria? Minha ideia foi muito boa. - diz ele com olhos sombrios. Apesar do sorriso todos podiam ver a sombra em seus olhos.
_ O que ouve? - pergunta ela sabendo que devia ter mais naquela história para ele estar daquele jeito.
_ Quando chegamos ele estava tentando abusar de uma das crianças. - diz Klaus com olhos sombrios.
_ Onde...
_ O Bernardo a tirou daqui para que não visse nada. - diz Max, ele tinha o mesmo olhar sombrio dos outros. Os homens que estavam ali tinham nojo de pessoas que tocavam em crianças, e aquele homem não fugiria de suas mãos.
_ Deviam ter feito ele engolir o próprio p*u. - diz Síria com o maxilar trincado.
_ Não se preocupe Sí, ele vai pintar esse chão para compensar isso. - responde Aurélio. Com um puxão de sua mão ele arranca o pino da granada, o homem grita em desespero tentando remover a granada, mas ela explode antes que ele pudesse fazer algo, Aurélio ria da cena a sua frente como um louco, respingos de sangue do homem os cobrindo.
_ Foi uma morte melhor do que ele merecia. - diz Yuri bufando.
Com tudo pronto eles retornam para a vila, assim que chegam encontram todos reunidos na praça, eles podiam ouvir o choro de alívio dos pais das crianças.
_ Cumpriu com o que nos prometeu senhor. - diz Eloy estendendo a mão para Aurélio.
_ Espero que também cumpram com sua parte. - responde ele.
_ Estamos a seus serviços senhor, provou que podemos confiar em você. - responde ele.
_ Isso mesmo, - diz Bill. - Vamos honrar nosso compromisso.
_ Sim, vamos. - responde outra pessoa.
Rapidamente a praça se enche com as vozes das pessoas os agradecendo e garantindo que cumpririam o acordo entre eles.
_ Vou mandar alguns homens para ajudá-los a organizar este lugar, e para ensiná-los o que precisam saber para começar a trabalhar. - diz Aurélio.
Todos sabiam bem do que ele estava falando e apenas assentem. Antes de partirem, Aurélio podia ver que tinha conseguido o respeito daquelas pessoas, seu plano tinha saído melhor do que ele imaginava.
_ Venham comigo, tem espaço em minha casa, podem dormir lá. - diz Eloy.
_ Não precisa, estamos voltando. - responde Aurélio.
_ Mas está tarde, senhor. - diz ele.
_ Não para nós, - responde ele pegando um telefone por satélite e entregando a ele. - Se algo acontecer basta ligar que resolvemos.
_ Obrigado. - responde ele transbordando de gratidão.
Eloy assistia em silêncio o grupo partir. Eles tinham chegado até aquele lugar buscando algo, e na visão de Eloy estavam retornando sem levar nada, mas tinham deixado no coração daquelas pessoas a esperança de que suas vidas mudariam a partir daquele momento.