Aurélio estava irritado, o seu rosto fechado e os seus olhos azuis tão gelados quanto a sua alma naquele momento. Fazia algum tempo que ele estava investigando o desaparecimento de algumas crianças na região, mas ainda não tinham conseguido chegar a pessoa responsável, o homem estava se escondendo bem, ainda mais depois da última intervenção que ele tinha feito.
Bernardo entra bem na hora que ele arremessa um copo contra a parede, seu segundo em comando o olha com olhos arregalados ao ver o ódio estampado no seu rosto.
_ O que você tem feito que não encontrou ainda aquele filho da p**a! - grita ele quando vê bernardo entrando.
_ Temos algumas pessoas investigando Don, mas como sabe queremos todos os envolvidos e não apenas algumas pessoas. - diz Bernardo tentando fazer Aurélio ver a razão.
_ Eu estou ficando louco com tudo isso Bernardo! Preciso terminar com isso logo. - diz enquanto puxava um cigarro e ascendia.
_ Eu entendo Don, talvez se o Don Xavier pudesse ajudar as coisas andariam mais rápido. - diz ele com a voz baixa já temendo o ataque do seu chefe, mas isso não aconteceu.
_ Você está certo, - diz dando uma longa tragada no seu cigarro. - Como estamos aqui?
_ Está tudo em ordem Don, o próximo carregamento chega daqui a alguns dias, e as encomendas estão sendo entregues dentro do prazo.
_ Você não fosse tão importante para mim aqui, te levaria comigo desta vez. - diz ele.
_ Sabe o que eu penso sobre isso. - diz Bernardo com a sobrancelha arqueada.
_ Você está certo, desta vez vou te ouvir. - diz Aurélio.
_ Vai ser bom ter mais alguém para dividir o trabalho, e ao menos você sabe que o Calebe jamais te trairia. - diz Bernardo mais tranquilo.
_ Eu sei, - diz ele levantando-se. - Te vejo na próxima semana.
Aurélio passa por Bernardo dando um tapinha no seu ombro, o seu mau humor esquecido agora que iria para o território da Fênix, ele estava louco para ver o novo local onde estavam.
Aurélio arruma rapidamente uma mala, ele já tinha ligado para o piloto e ele o aguardava na sua pista particular. Aquela era uma das vantagens de se ter dinheiro, ele não precisava ficar aguardando para embarcar.
Aurélio apenas se lembrava de embarcar, tinha dormido o voo todo, nos últimos dias ele tinha gastado as suas energias atrás das pessoas que estavam traficando crianças.
Não foi nenhuma surpresa para Aurélio quando ele desceu do jato ver Klaus parado na pista.
_ Tava com tantas saudades que resolveu me buscar agente. - diz ele rindo ao descer.
_ Saudades não é bem a palavra Aurélio, mas sabe que Síria sempre faz questão da sua presença, por mais irritante que ela seja. - diz ele revirando os olhos.
_ Apenas diga que me ama, eu vou entender. - diz ele colocando a sua mala no banco de trás da caminhonete de Klaus.
_ É bom vê-lo de novo Aurélio. - diz Klaus o abraçando.
_ Digo o mesmo cara.
E aquele vazio que o incomodava há dias estava a ser preenchido, era sempre assim quando ele estava com a Fênix, o seu peito era preenchido pelas pessoas a sua volta, ele se sentia em casa.
_ Como andam as coisas por aqui? - pergunta Aurélio, ele havia ficado alguns meses sem ir até ali, os seus compromissos tinham estragado a sua diversão.
_ Agitadas, principalmente agora que as crianças estão maiores. - diz ele lembrando-se do último final de semana. Agora eram quatro crianças na organização, e os pequenos agitavam bastante as coisas.
_ Imagino. - diz ele rindo enquanto entrava no carro de Klaus.
Eles seguem direto para o novo complexo da Fênix, o antigo estava sendo usado para realocar outras coisas da organização. Quando se aproximam Aurélio deixa um suspiro escapar dos seus lábios, o lugar era enorme, havia muitos saldados por perto fazendo a segurança, o carro havia sido revistado no momento de entrar e aquilo havia surpreendido Aurélio, ao que parecia Ricardo estava levando a segurança do seu pessoal a sério.
O complexo era um lugar gigantesco, Aurélio podia ver alguns barracões aos fundos e várias ruas com casas construidas, ele imaginava o quanto Ricardo não havia gastado para fazer a nova sede da Fênix, mas ao que parecia tinha valido a pena. Klaus para o carro na frente de uma mansão mais aos fundos e eles descem.
_ Aurélio! - grita Síria correndo na sua direção e jogando-se nos seus braços.
_ Também senti a sua falta baixinha. - diz ele dando um beijo na sua bochecha.
_ Vamos! O pessoal está lá nos fundos, o Charles está fazendo o churrasco. - era daquilo que Aurélio tinha sentido falta, aquele espírito familiar que sempre o enchia de alegria quando estava lá.
A área de lazer da mansão de Ricardo era enorme, e mais aos fundos ele via um parquinho projetado para as crianças, ele tinha realmente pensado em tudo.
_ A cereja do bolo chegou pessoal! - grita Aurélio jogando-se numa poltrona ao lado de Nico e Xavier.
_ Quem é vivo sempre aparece. - diz Nico trocando um aperto de mãos com ele.
_ Eu sei que sentiu a minha falta Nico, não é feio admitir. - diz piscando para ele.
_ Vai se ferrar Aurélio. - diz ele mostrando o dedo do meio.
_ Ei! Tem crianças aqui. - diz Aurélio o fazendo corar.
_ Você faz falta por aqui Aurélio. - diz Xavier com um sorriso de canto. Para ele, Aurélio era uma pessoa insubstituível da organização, o seu jeito sempre animava as coisas.
_ Onde está o chefe? - pergunta ele.
_ Está no escritório como sempre. - diz Max aproximando-se e trocando um aperto de mão com ele.
_ Pelo que vejo continua encalhado, Max. - diz rindo.
_ E você continua com a boca grande. - diz lhe entregando uma cerveja.
_ Advinha quem vai ser papai? - pergunta Nico rindo.
_ Quem? - pergunta Aurélio com os olhos brilhando.