Capítulo 15

1033 Words
Calebe Calebe observava como os olhos de Dandara olhavam com curiosidade cada pequeno detalhe da casa, quando ela chega cozinha, ela trava. Os olhos de Calebe percorrem com, cuidado o seu rosto em busca de algo que pudesse o ajudar a desvendar o motivo do pânico no seu rosto. _ Qual o problema? - pergunta ele aproximando-se dela. Dandara leva um susto, ela não havia percebido que ele estava tão perto dela, ela afasta-se dele dando alguns passos para trás. _ Eu... eu... - começa ela olhando para baixo. _ Já te disse Dandara, não precisa ter medo de me dizer as coisas, não vou te repreender por isso. - ele odiava a forma que ela sempre olhava para ele, como se ele pudesse a machucar à qualquer momento. _ Eu não sei cozinhar. - diz com a voz baixa. Quando estava em posso de Luciano, Dandara vivia presa no seu porão e não podia fazer nada, a sua vida consistia num banho por semana e voltar ao porão, então não tinha aprendido a lidar com a casa. _ Não se preocupe com isso, eu posso cozinhar, - ela vira-se rapidamente para olhar nos seus olhos, mas não tinha nada hostil ali, ele olhava-a de forma tranquila. - Mas se quiser aprender, posso ver com a babá se não te ensina. _ Posso mesmo? - pergunta animada um sorriso se formando nos seus lábios pequenos. Calebe trava, aquele sorriso era mais do que ele esperava receber dela e para ele tinha um gosto especial na sua boca. Aquela era a meta dele para seu casamento, a fazer feliz. _ Te disse que não vou impedir você se quiser fazer algo, desde que eu tenha conhecimento estará tudo bem. - diz virando as costas e indo em direção à sala, um envelope sobre a mesa chama a sua atenção, quando ele se aproxima encontra a nome de Dandara escrito. - É para você. _ Para mim? - pergunta ela vendo o envelope que Calebe lhe estendia. Um tanto relutante ela pega o envelope e abre, agradecia a sua mão por ter garantido que ela frequentasse a escola antes de morrer, então ela tinha aprendido a ler e escrever. Assim que ela lé o conteúdo do envelope os seus olhos arregalam-se, ela alternava entre olhar para Calebe e para o envelope nas suas mãos. _ É um certificado de propriedade. - diz ela olhando para Calebe com olhos arregalados. _ Posso ver? - pergunta ele. Dandara lhe entrega os documentos e vê quando um sorriso se forma nos lábios de Calebe. _ O chefe te deu a loja do shopping de presente. - diz ele lhe devolvendo os documentos. _ Aquela loja? - pergunta ela se referindo ao lugar que eles tinham sido destratados. _ Sim, ele agora é seu padrinho Dandara, quer que você tenha as suas coisas. - Calebe tinha muita gratidão por seu chefe e naquele momento o admirou ainda mais. Aurélio não gostava de chamar atenção para si, ele sempre agia de forma quieta, mas Calebe ainda acharia um jeito de lhe agradecer pelo que estava fazendo por eles. Após o impacto inicial Dandara sorri, aquela era a primeira vez que o seu coração se sentia acolhido, ela segura os documentos contra o seu peito sorrindo. _ Vamos ver o resto da casa. - diz Calebe apontando as escadas. Dandara sobe atras de Calebe para o segundo andar. No andar superior havia três quartos, sendo o maior o deles. Ela se encanta com o quarto era amplo com um banheiro que tinha uma banheira que fazia os seus olhos brilharem ao se imaginar dentro. Próximo à janela havia uma penteadeira com vários itens de maquilhagens e produtos para o cabelo, ela sorri pensando que devia ser obra de Simone. Dandara estava feliz com tudo o que via, mas quando o pensamento de dividir uma cama com Calebe passa por sua cabeça o seu corpo congela, ela não sabia se conseguiria dormir na mesma cama que um homem depois de tudo o que tinha passado. _ Você pode ficar com o quarto, eu durmo em outro. - diz ele já saindo do quarto. Dandara se pergunta se a suas expressões eram tão fáceis assim de se ler, era como se ele pudesse adivinhar os seus pensamentos. Ela também não entendia aquela mania de Calebe, ele sempre partia sem olhar para ela, como se não suportasse a sua presença no mesmo ambiente. Quando Dandara abre a porta do closset ela encontra várias roupas do seu tamanho, não apenas as que eles tinham comprado. Havia também sapatos e algumas bolsas penduradas, ela anima-se abrindo cada porta e gaveta, no momento que ela abre a porta ao lado ela encontra as roupas de Calebe organizadas de forma meticulosa, aquilo faz o seu coração se apertar, de certa forma ela sentia-se roubando um espaço que deveria ser dele também, mas no momento não estava pronta para dividir a cama com um homem. Tentando deixar tudo aquilo para trás Dandara escolhe algumas roupas e parte para o banheiro, ela acreditava que um bom banho era tudo o que ela precisava naquele momento, e seria a oportunidade perfeita para relaxar na banheira enorme que tinha ali, com um sorriso no rosto ela corre para o banheiro e começa a preparar o seu banho. Ela relaxa quando entra na banheira sentindo a água quente tocar a sua pele. Ela nunca tinha tido aquilo antes, um tempo para se cuidar e olhando para seu corpo cheio de marcas ela entristecia-se. Dandara era uma mulher quebrada, o que tinha de bom nela havia sido preservado pela convivência com a sua mãe. Por toda a sua vida ela havia se acostumado a ser usada, não só por seu padrasto como por todos os amigos repugnantes dele. Ela pega a bucha e começa a esfregar o corpo com força, como se pudesse remover da sua pele aqueles toques indesejados no seu corpo. Quando Dandara da por si ela estava chorando de forma copiosa enquanto esfregava o corpo, ela desejava começar uma nova vida, mas as memórias do que tinha divido estavam sempre lá a lembrando de coisas que o seu coração tentava esquecer.
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