_ Para babá! Já está bom. - diz ele enquanto a velha senhora tentava arrumar os seus cabelos, a cerimónia de casamento de Calebe começaria em alguns instantes e ele a entregaria ao noivo.
_ Você tem que estar apresentável menino. - responde à senhora passando a escova por seus cabelos negros tentando arrumar a desordem que era. - Pronto! Agora não se bagunce que vou ver se a menina está pronta.
Aurélio sorri ao ver que a velha senhora o tratava da mesma forma de quando ele era criança. Assim que ela sai do quarto ele passa a mão nos cabelos desmanchando o que ela tinha feito, ao imaginar a cara brava que ela faria ao ver aquilo ele um sorriso curva os seus lábios.
_ Vamos! - diz ele entrando novamente no quarto, ao ver o cabelo de Aurélio bagunçado sua boca se fecha numa linha reta, ela estava chateada.
_ Juro que foi o vento babá. - diz ele na maior cara de p*u.
_ Não acha que está muito velho para estar mentindo? - pergunta ela cruzando os braços. Aurélio solta uma longa gargalhada e a abraça apertado dando beijos no seu rosto.
_ É por isso que te amo babá, nada passa por você. - diz ele pegando na mão dela e saindo do quarto.
Juntos eles chegam até o jardim da mansão, o padre os aguardava com Bernardo, Simone e Calebe.
Ao olhar para um canto ele observa Dandara encolhida segurando com força a lateral do seu vestido. Aurélio vai até ela e estende a sua mão um tanto relutante ela aceita e o acompanha até os outros.
Eles param de frente para o padre com Kallebe ao lado direito.
_ Vamos fazer primeiro o batizado da senhorita Dandara, - diz o padre. - Quem será os padrinhos?
Aurélio havia decidido aquilo de última hora, queria que a menina tivesse alguém em quem se apoiar, ele não a deixaria a própria sorte.
_ Sou eu. - diz ele fazendo o padre se encolher diante do seu olhar.
_ E a madrinha? - pergunta o padre.
_ Está bem aqui padre, - diz Aurélio mostrando uma pistola presa a um coldre no seu peito. O padre se encolher, ele ainda se lembrava bem do que tinha acontecido ao último que tinha irritado o Don. - Quer conhecê-la melhor?
_ Não será necessário Don. - diz rapidamente.
Vendo como Aurélio estava sem paciência o padre faz um breve discurso apresentando Dandara, e explicando o compromisso que Aurélio estava assumindo diante de todos.
_Agora podemos iniciar o casamento. - diz o padre enxugando o suor do rosto com um lenço.
Aurélio pega a mão de Dandara e coloca sobre a de Calebe.
_ Capo você se não cuidar bem dela. - diz ele o olhando fixamente.
_ Vou cuidar Don. - diz ele.
O padre não se estende na cerimônia, apenas deixa claro os deveres de ambos no casamento os advertindo para o cuidado e carinho que deviam ter um com o outro.
_ Senhorita Dandara... - o padre olha para Aurélio em busca do sobrenome dela, mas é Calebe quem responde.
_ Ela vai usar o meu. - responde fazendo o pobre do padre se encolher ainda mais.
_ Senhorita Dandara De Luca, aceita o senhor Calebe De Luca como seu legítimo marido?
_ Sim. - responde com os olhos baixos, ela não conseguia encarar Calebe naquele momento.
_ Senhor Calebe De Luca, aceita a senhorita Dandara De Luca como sua legítima esposa?
_ Sim. - responde ele sem nenhuma emoção na voz. Eles trocam rapidamente as alianças.
_ Eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva. - diz o padre encerrando o casamento.
Os olhos de Dandara se arregalaram com as palavras do padre, ao olhar para Calebe e a forma que ele se aproximava dela seu corpo tremia de medo.
Diferente do que Dandara pensava Calebe se aproxima dela e segura seu rosto entre as mãos e da um beijo rápido na sua testa a soltando. Ela olhava para ele com surpresa, mas também se lembrava das palavras dele de que nunca iria forçar qualquer i********e com ela a menos que ela o deseja-se.
_ Muito bem padre, - diz Aurélio colocando a mão no ombro do pobre homem. - Como fez um bom trabalho, vou pedir para transferirem um bom dinheiro para ajudar a sua paróquia.
_ Obrigada por sua generosidade Don. - diz o padre pegando a mão de Aurélio e beijando o anel no seu dedo.
_ Agora o meu presente. - diz Aurélio sorrindo para os recém casados. - Venham comigo.
Juntos eles deixam o lugar e acompanham Aurélio até o lado de fora. Alí era uma pequena vila afastada da cidade, então apenas o pessoal de Aurélio morava no lugar.
Eles caminham até uma casa que ficava próxima a mansão de Aurélio, ele para e se vira para eles.
_ Este é meu presente para vocês dois, tentem deixar as paredes inteiras. - diz ele jogando a chave para Calebe e saindo de lá.
Calebe olhava com gratidão para seu chefe. Aurélio apesar de seu lado frio e sádico tinha um bom coração. Ele sempre estava ajudando os seus de forma discreta.
Calebe pega a chave e caminha até a porta a abrindo. Era uma casa bonita com dois andares e cômodos espaçosos.
_ É linda. - diz Dandara ao seu lado. Calebe a olha com surpresa, naqueles dias que antecederam ao casamento ela não havia trocado uma única palavra com ele.
_ Fique a vontade para organizar as coisas do seu jeito. - diz ele.
Tudo que Calebe desejava, era poder viver em paz com a sua mulher, ele queria poder a conhecer melhor, saber como ela realmente era longe daquela fachada assustada que levava.
Ele podia ver a forma que os olhos de Dandara brilhavam ao examinar a casa, e ele desejava mais daquilo, desejava que todos os dias dela fossem tão brilhantes como os seus olhos naquele momento.