Os olhos do homem arregalam-se ao ver a expressão de Yuri, ele podia parecer controlado, mas estava fervendo por dentro.
_ Acho que você percebe a cagada que fez rapaz. - diz ele dando uma tratada no seu cigarro.
_ Seu desgraçado! - diz Malvin se jogando sobre o homem e desferindo vários socos no seu rosto. Ele quase tinha sido morto por causa dele, se não tivessem descoberto o que realmente tinha acontecido a essa hora Don Yuri estaria se divertindo com ele.
_ Quase acontece uma tragédia por sua causa. - o homem estava caído no chão com o rosto coberto de sangue enquanto Malvin continuava a bater nele.
_ Não se preocupe Malvin, vamos cuidar bem dele. - diz Yuri parando ao lado dele.
_ Me perdoe Don, faço questão de ressarcir até o último sentado que esse desgraçado desvio do senhor. - diz ele dando um chute nas costelas do homem.
_ Eu sei Malvin, sempre foi honesto com os seus negócios.
_ Se me permitir Don, gostaria de ver o fim desse miserável. - diz ele com o maxilar trincado de raiva.
_ Claro, não ligo para plateia. - diz ele dando de ombros.
Rapidamente ordens são dadas e várias coisas são organizadas. Yuri estava sentado numa cadeira com Aurélio ao seu lado.
Calebe separava com paciência as notas falsas do meio das verdadeiras, ele podia sentir o olhar dos outros sobre ele, mas não se importava.
_ O rapaz é bom, preciso arrumar alguém assim para estar ao meu lado. - diz Malvin observando Calebe trabalhar.
_ Você precisa de alguém que seja leal Malvin, e que não vai te trair na primeira oferta que receber, - diz Yuri com um pequeno sorriso de canto. - Se alguém fizer uma proposta dessa a esse rapaz ele traria provavelmente a língua da pessoa ao seu Don.
Os olhos de Malvin brilhavam com aquilo, ele sabia o quão difícil era encontrar alguém leal no seu mundo, as pessoas viviam de traição sem se preocupar com os outros.
_ Tira esses olhos que ele é meu. - do Aurélio apontando uma faca para Malvin.
_ Me desculpe Don Aurélio, estava apenas admirando a lealdade do rapaz, no nosso meio isso é difícil.
_ Pronto Don, essas notas são todas falsas. - diz Calebe apontando uma pilha de notas na mesa.
_ Ele é todo seu, Dimitri. - diz Yuri de forma tranquila.
_ Claro Don. - responde com um sorriso de canto se virando para o homem. - Já que gosta tanto de dinheiro, vou fazer você engolir essas notas.
O homem encara Dimitri com pavor, ele sabia que não tinha como se livrar daquilo, tinha cavado a sua própria cova ao tentar enganar Malvin.
_ Por favor, eu prometo que nunca mais vou fazer isso. - diz ele em desespero.
_ Vai por mim, eu tenho certeza que não vai fazer isso. - o sorriso de Dimitri fazia o homem tremer de medo, ele não gostava daquilo.
Aurélio assistia com um largo sorriso no rosto Dimitri fazer o homem comer cada cédula falsa que ele tinha colocado com as verdadeiras, algumas vezes ele tinha se engasgado e Dimitri tinha lhe dado uma pequena ajuda, ou era o que ele pensava antes de perceber que a bebida que tinha no copo que lhe ofereceram era, na verdade molho de pimenta.
Mas o homem estava satisfeito ao pagar se fosse apenas aquilo, doce engano o dele, Dimitri tinha feito questão de fazer a suas próprias notas de dinheiro, diretamente nele e usando a sua pele como papel.
Para muitos a cena à frente deles seria macabra, mas para eles era apenas a vingança por alguém ousar tentar trapacear o seu chefe. Os soldados de Malvin assistiam aquilo com olhos arregalados, muitos deles não haviam visto alguém retirar lascas de pele de outra pessoa, e a cada grito do homem eles se encolhiam.
Para Dimitri a brincadeira acabou quando ele tinha visto que os soldados tinham entendido o que acontecia com traidores, ele coloca com cuidado as peles sobre a mesa, as pessoas o olham surpreso com aquilo, mas ele tinha um uso para elas.
_ Mande fazer uma cobertura para seu cobre com as peles Malvin, assim o próximo saberá o que vai acontecer com ele sempre que pensar em trapacear. - diz Dimitri com um sorriso de canto.
_ Essa é uma boa ideia. - diz Malvin aprovando. Dimitri rapidamente passa a sua faca na garganta do homem o matando rapidamente.
_ Agora que tudo está resolvido podemos ir. - diz Yuri se levantando.
_ Vou contabilizar os seus prejuízos e mandarei um dos meus levar o seu dinheiro Don Yuri. - diz Malvin.
_ Eu sei Malvin, - diz Yuri colocando a mão no seu ombro. - Afinal, você não vai querer perder a sua pele.
Com um tapa nas costas de Malvin, Yuri e os outros deixam o armazém.
_ Vamos beber uma para começar o dia? - pergunta Aurélio sorrindo.
_ Ainda é sedo Aurélio. - responde Yuri.
_ Sedo foi quando eu levantei, já passa das onze. - diz ele conferindo o seu relógio. Yuri olha para ele e apenas da de ombros, sabia quando a luta estava perdida e aquela parecia uma das vezes em que isso aconteceria.
_ Tudo bem, mas nada de exagero.
_ Isso! Preciso de uma cerveja gelada. - diz se recostando no seu assento.
_ E desde quando você bebe a essas horas Don Aurélio? - pergunta Dimitri com as sobrancelhas arqueadas.
_ Não tenho horário para beber Dimitri, bateu a vontade eu apenas obedeço. - diz ele dando de ombros.
Yuri ri com aquilo, pois sabia que Aurélio nunca saia de um bar antes de estar completamente embriagado, mas ali ele era visita e ele teria que o acompanhar como um bom anfitrião, e pensando bem, talvez uma bebida gelado fosse bom para ele, e por mais que temesse a confusão que provavelmente aconteceria no bar ele iria.