Calebe corre até em casa para avisar Dandara da sua viagem, ele sabia que seria algo rápido, mas não queria a deixar preocupada. Assim que entra ele encontra-a na cozinha mexendo em algumas coisas na geladeira.
_ Dandara. - chama ele com a voz mais suave. Ele vê ela arrumando-se rapidamente a mão no seu peito enquanto os seus olhos se arregalavam. - Está tudo bem?
_ Apenas me assustei. - diz ele recompondo-se.
_ Passei para avisá-la que estou saindo para uma viagem com o Don. - diz ele enquanto pegava uma pequena caixa e estendia a ela. - É um celular, já tem o meu número agendado caso precise, assim como o da doutora e do Don.
_ Por que? - pergunta já preocupada.
_ É apenas por segurança, se precisar de alguma coisa basta ligar. - diz ele colocando na sua mão quando ela não pega.
_ Não sei como usar. - diz olhando a caixa.
_ Peça ajuda a doutora, sei que ela não vai se importar em lhe ensinar, - diz ele. - Conversei com o Don, ele permitiu que você aprenda com a babá, basta ir lá falar com ela.
Aquilo faz um largo sorriso se abrir nos lábios de Dandara, aquela primeira semana tinha sido difícil para ela, mesmo com Calebe se esforçando para ajudá-la tinha muitas coisas que ela ainda não entendia.
_ Preciso ir, me ligue se precisar de algo. - diz ele se aproximando e dando um beijo na sua testa antes de sair.
O gesto dele havia sido tão despreocupado que havia deixado Dandara chocada, mas ela sabia que não havia malícia no que ele tinha feito, e tão rápido como ele tinha chegado ele partiu, deixando Dandara com um novo sentimento no seu peito.
O voo até o local onde Emílio morava não foi longo, mas a paciência de Aurélio estava zero para lidar com aquilo, apenas pensar na dor de cabeça que teria ele já trincava os dentes. O relacionamento de Emílio com Aurélio tinha melhorado bastante, mas ele ainda era considerado um inimigo da Fênix, Ricardo se recusava a deixar passar o fato dele ter entregado Síria para seus inimigos ainda gravida dos gêmeos.
Aurélio tinha nomeado um ótimo braço direito para seu primo, Dario, um soldado leal a família e que acompanhava Aurélio assim como Calebe fazia, então ele imaginava que o seu primo não teria muitas dificuldades, mas estava errado. Assim que pousam Aurélio vê Dario os esperando na pista de pouso.
_ Bem vindo Don. - diz ele quando Aurélio se aproxima.
_ Seria uma viagem feliz se eu não tivesse que resolver as merdas do Emílio. - diz ele entrando no carro. Dario apenas sorri, ao que parecia o seu antigo Don não havia mudado nada.
_ É bom vê-lo Dario. - diz Calebe o cumprimentando, as vezes ele sentia falta do seu amigo.
_ Digo o mesmo, você faz falta por aqui. - diz ele.
_ Vamos logo! Eu pretendo enforcar o Emílio ainda hoje! - diz Aurélio m*l humorado.
Dario não se envolvia na disputa deles, ele sabia como sempre terminava. Então apenas entra no carro e acelera em direção à sede da máfia.
Assim que chegam Aurélio sai do carro e entra as presas na casa, um vinco se formando na sua testa tamanha era a carranca que ele tinha. Ao entrar na mansão encontra Emílio o esperando na sala e pela forma que ele movia as mãos, não devia ser algo bom.
_ Eu juro que dessa vez eu te mato. - diz parando na frente dele com olhos mortais.
_ Desculpe te incomodar primo mas...
_ Mas é o c*****o Emílio! Para de me incomodar, não sou sua babá! - Aurélio precisava colocar Emílio no seu lugar, ele precisava entender que tinha que resolver os seus problemas sozinho e não ficar o chamando sempre que as coisas ficavam feias.
_ Eu não sabia o que fazer. - diz ele justificando-se e aquilo deixava Aurélio ainda mais chateado.
_ Para de se explicar, um Don exige explicação, e não fica se explicando!
Dario tinha a mão na boca para conter o riso, ele entendia bem a frustração de Aurélio naquele momento.
_ Me desculpe. - diz ele.
_ QUE p***a EMILIO! Para de se desculpar! - esbraveja ele passando a mão nos cabelos frustrado.
Vendo que Aurélio estava muito nervoso Emílio fica em silêncio e espera que ele se acalmasse um pouco.
_ Me diga por que me chamou aqui? - pergunta Aurélio indo até uma mesa e pegando uma bebida, ele precisava de álcool no seu sistema para lidar com o seu primo.
_ O conselho, eles querem firmar uma parceria com alguém que faz parte daquela lista que me passou. - diz ele.
_ É simples, basta recusar, você é o Don.- diz ele dando de ombros.
_ Esse é o problema, segundo eles nós temos um acordo antigo com aquelas pessoas e ameaçaram entrar em uma guerra conosco se recusarmos. - Aurélio olha sem entender o problema.
_ Apenas isso?
_ Não podemos entrar em guerra com outras organizações Aurélio, ainda não estamos tão forte assim. - diz Emílio deixando-se cair no sofá.
_ Me diz a real Emílio, - diz Aurélio se virando para ele. - O que tem vontade de fazer?
_ Queria poder por fogo em cada armazém deles por ao menos ousar fazer uma proposta dessas. - diz ele com olhos sombrios.
_ Ai é que está! Esse é o espírito. - diz Aurélio dando um tapa no seu ombro. - Você vai fazer exatamente isso.
Emílio congela no lugar, sem acreditar que o seu primo tinha proposto aquilo mesmo.
_ Não posso, tem muitas pessoas...
_ Esquece os outros, Emílio, hoje você vai deixar bem claro que manda nessa máfia. Quero que coloque uma bala na cabeça do primeiro conselheiro que questionar o que você está fazendo. - Emílio entendia o que o seu primo queria dizer, mas não sabia se conseguiria fazer aquilo.
_ Não sei se consigo. - diz ele.
_ Se não fizer isso agora, vai ser um covarde para o resto da sua vida. - dia Aurélio olhando fixamente no seu rosto.