Aurélio arrumava a sua mala para partir, já tinha uma semana que havia acontecido o seu encontro com a mulher misteriosa e o seu humor estava péssimo por ainda não ter notícias dela. Aquele final de semana seria o aniversário dos seus afilhados e ele estava feliz por Síria ter aceitado a ideia dele, então ele tinha realmente alugado um parque de diversões por um dia inteiro para que as crianças da Fênix se divertissem.
No seu pescoço uma corrente estava pendurada, aquela era aprova de que ele não estava ficando louco, e que tudo que tinha acontecido era realmente real. Ele tinha mandado fazer uma corrente de prata com a bala como pingente, na ponta da bala havia uma safira tão azul quanto os olhos daquela que lhe tirava o sono todas as noites.
Naquela viagem Aurélio estava levando Dandara e Calebe, ele achava que seria uma boa oportunidade para que a menina conhecesse outras pessoas e se distraísse um pouco. Já tinha um tempo que Dandara estava fazendo tratamento com uma psicóloga da organização e ele estava ficando muito feliz com as melhoras que ela apresentava.
Aurélio desce e encontra os dois o esperando do lado de fora, ele sorri ao ver o olhar que Calebe lançava para os soldados a sua volta. Dandara estava mudando, já não parecia mais aquela menina desnutrida de quando tinham a encontrado e o seu corpo estava ganhando algumas curvas, e as pessoas a sua volta estavam reparando isso, principalmente aquelas que não deviam.
_ Oi padrinho. - diz ela em voz baixa assim que Aurélio se aproxima deles.
_ Oi menina. - diz ele dando um beijo na sua testa. - Vamos que o caminho vai ser longo.
Calebe não se preocupava com o carinho que Aurélio demonstrava a Dandara, ele sabia que o seu chefe só tinha pensamentos para sua mulher misteriosa. Ele estava feliz ao ver que a sua esposa estava começando a confiar mais neles, ela já não se encolhia mais quando ele ou Aurélio chegava perto dela, o que não acontecia quando era outros homens.
Ele se lembrava de um dia em que um soldado tinha ido até a sua casa lhe dar um recado e Dandara tinha aberto a porta, quando ele a encontrou ela estava parada com olhos arregalados enquanto lágrimas desciam por sua bochecha, o soldado estava em desespero tentando entender o que tinha feito de errado. Calebe apenas tinha se aproximado ea puxado para si enquanto conversava com ela, depois disso nenhum homem vinha até a sua casa, sempre que tinham algum recado eles ligavam ou mandavam a babá.
Fazia apenas algumas horas que Alicia tinha mandado uma mensagem a Aurélio, ela tinha encontrado uma pista da sua mulher misteriosa e aproveitaria a presença dele para verificar se era ela mesma. Os nervos de Aurélio estavam em frangalhos, ele precisava encontrá-la, mesmo que tivesse que revirar o mundo para que isso acontecesse.
O voo tinha sido longo e cansativo, quando eles chegaram ao território da Fênix já era tarde da noite. Assim que descem do jato eles veem algumas pessoas os esperando na pista.
_ Você sabe dar trabalho Aurélio. - diz Nico vindo até ele e lhe dando um abraço.
_ Esse é meu charme. - diz rindo. - Espero que não se importem que tenha trazido companhia.
_ Não mesmo, - diz Nico olhando para Dandara e Calebe.
_ Esse é Calebe, e ela é Dandara minha afilhada e esposa dele. - diz Aurélio. Ele vê Nico o olhar curioso, mas não diz nada.
_ Sejam bem vindos. - responde Nico apertando a mão de Calebe e dando um aceno a Dandara.
Nico os ajuda a guardar as malas no carro e eles partem para a vila da Fênix, um complexo enorme e moderno que Ricardo tinha mandado projetar especialmente para sua organização.
Quando eles entram encontram Ricardo e Estela com a pequena Antonela na sala, a pequena de Ricardo estaria em breve completando um aninho e era o brilho dos seus olhos.
_ Cadê o amorzinho do tio! - grita Aurélio assim que entra na casa, de longe ele ouve o gritinho animado de Antonela.
_ Pare de tentar conquistá-la Aurélio. - diz Ricardo se aproximando dele com a pequena nos seus braços. Quando ela vê Aurélio se joga nos seus braços, ele a pega e começa a brincar com ela a fazendo rir.
_ Desista Ricardo, ela gosta de um cafajeste. - diz Estela rindo.
_ Estela! - diz Ricardo carrancudo.
_ Ela está cada dia mais parecida com você Ricardo. - diz ele a devolvendo para o pai.
_ Infelizmente, ela puxou o m*l humor dele e do meu pai. - diz Estela, então se volta para as pessoas atrás de Aurélio. - Finalmente trouxe alguém com você.
_ Me desculpe, me empolguei com ela. - diz Aurélio. - Esse é Calebe meu melhor soldado e amigo, e essa pequena é minha afilhada e esposa dele.
Estela olhava surpresa para as pessoas atrás de Aurélio, ela podia ver a forma que a menina se encolhia agarrada a camisa do homem e assim que ela se afasta um pouco Estela nota a enorme cicatriz no seu rosto.
_ Sejam bem vindos. - diz ela indo até a menina e a puxando para um abraço apertado. - Venha, não fiquem aí em pé.
Dandara olha com olhos arregalados para Aurélio, mas ele apenas assente para ela e Estela termina de arraste-la até o sofá.
_ Você fez uma boa escolha desta vez Aurélio, o pessoal está bem animado em ir para o parque amanhã. - diz Ricardo indo se sentar ao lado de Estela.
_ Síria arrancaria o meu coro se fizesse o que tinha em mente. - diz ele rindo.
_ Com toda a certeza, mas ainda podemos fazer uma aposta. - diz ele sorrindo. As apostas na Fênix eram lendárias e sempre muito divertidas.
_ Ricardo! - lhe adverte Estela com a sobrancelha arqueada.
_ Não se preocupe amor, vamos nos comportar desta vez. - diz ele dando um beijo na sua testa.
Dandara olhava surpresa a interação entre eles, ela não imaginava que alguém de uma organização perigosa quanto a Fênix poderia demonstrar tanto amor por sua família quanto o homem a sua frente. Automaticamente os olhos dela se voltam para Calebe e ela podia ver que nos seus olhos se passavam as mesmas perguntas que nos dela. Será que poderia haver amor em meio ao caos?