A raiva ardia no peito de Oksana; a sua vontade era destruir tudo à sua frente. Os olhos ardiam com lágrimas não derramadas, e ela recusava-se a chorar, pois isso significava fraqueza, algo que ela não aceitava ser.
O carro rasgava a estrada a alta velocidade, mas ela não se importava. Só queria aliviar a dor que lhe queimava no peito. Sentia-se traída pela única pessoa em quem confiava: o seu irmão.
As suas mãos apertavam o volante com tanta força que os seus dedos estavam brancos. Com um sorriso no rosto Oksana resolve dar o troco no seu irmão, ela vira o carro em direção aonde ficava um dos galpões dele. Assim que chega os soldados se afastam ao ver a expressão no seu rosto, ela entra pega uma caixa com algumas granadas e volta para o carro.
Oksana joga as granadas dentro do carro de Yuri com um largo sorriso no rosto, pegando uma ela remove o pino e joga se afastando, instantes depois o som da explosão se ouve chamando a atenção de todos os soldados, ao vê-la parada perto de onde o carro estava eles entendem o que tinha acontecido.
Sem dizer nada ela vai até a garagem que tinha ali e pega uma das motos, ninguém a para, sabiam que ela não estava para brincadeira e que a melhor forma de manterem os dentes na boca seriam sair do seu caminho. Ela parte em direção ao lugar que mais gostava, era seu lugar de descanso quando a sua cabeça estava muito bagunçada.
Algumas horas depois ela chega a sua pequena casa numa vila afastada da cidade, ela gostava daquele lugar lhe trazia paz, algo que já tinha bastante tampo que não sentia. Oksana para sua moto numa pequena lanchonete que tinha ali.
_ Até que em fim a nossa loirinha apareceu. - diz uma senhora com um largo sorriso no seu rosto.
_ Oi Dulce. - diz Oksana entrando e indo lhe dar um beijo no rosto.
_ Me deixe adivinhar, - diz ela sentando-se ao lado de Oksana. - Problemas de novo.
_ Sempre. - diz suspirando.
_ Vou trazer algo para comer e podemos falar sobre isso. - diz ela dando um tapinha na mão de Oksana e levantando-se.
Oksana amava aquela senhora, ela não era invasiva e apesar de saber que o trabalho dela era diferente nunca havia perguntado do que se tratava. Minutos depois ela volta com uma bandeja com suco e uma refeição quente.
_ Então, me diga o que a deixou chateada desta vez? - pergunta ela
_ O meu irmão quer que eu case. - diz antes de cortar um pedaço do bife no seu prato e levar a boca.
_ Ora querida, isso não pode ser tão ru*m. - responde ela.
_ Acredite em mim, é. - diz voltando a comer.
_ Sabe, o meu casamento também foi arranjado. - diz ela chamando a atenção de Oksana.
_ E como foi? - pergunta curiosa.
_ No começo eu o odiava, me lembro bem de um dia que joguei uma panela na cabeça dele. - diz ela rindo.
_ Não sabia que era agressiva Dulce. - responde Oksana.
_ Nem eu, mas ele era um homem teimoso, e quanto mais eu lutava para ele desistir daquele casamento mais ele insistia, - diz ela com olhos sonhadores. - Então resolvi dar uma chance a ele, e foi a melhor coisa que fiz na minha vida.
Oksana podia ver no rosto de Dulce que a sua mente viajava por lembranças do seu passado, ela se perguntava se alguém dia também teria histórias como aquela para contar.
_ O nosso casamento foi feliz menina, e nunca me arrependi por ter dado uma chance a ele. Vai saber quando for a pessoa certa.
_ Como? - pergunta ela.
_ Por que ele vai ser aquele que te deixara sem chão, essa vai ser a pessoa certa para você. - diz ela levantando-se.
Oksana termina de comer pensando em tudo o que a senhora tinha lhe dado, a sua raiva já não queimava como antes o que a deixava mais aliviada. Ela deixa algumas notas sobre a mesa e sai indo para sua casa. Ela toma um banho rápido veste o seu pijama e se deixa cair sobre a cama, tudo que o seu corpo e mente desejavam era esquecer o que tinha acontecido mais cedo.
Oksana sente quando uma mão toca o seu rosto, rapidamente ela puxa uma adaga debaixo do travesseiro apontando para o intruso. Os seus olhos encontram os do seu irmão, ela podia ver a preocupação estampado nos seus olhos azuis e aquilo não a agradava.
_ O que você quer? - pergunta ela abaixando a adaga.
_ Só queria ficar um pouco com a minha irmãzinha. - diz ele a puxando para si.
Oksana não sabia o que dizer, ela sentia os braços de Yuri se fecharem a sua volta e relaxa. Yuri tinha cheiro de casa, ele era o seu lugar seguro para onde ela sempre retornava. Eles tinham uma conexão muito profunda um com o outro e naquele momento ele sabia que ela só queria um pouco de paz.
_ Confesso que queria arrancar a sua cabeça quando soube que explodiu o meu carro. - diz ele enquanto acariciava as costas dela. - Mas eu mereci, devia ter cuidado melhor de você.
Aquele era seu irmão, ali com ela ele não usava a sua máscara de Don, ele era apenas o seu irmão querido que moveria o mundo inteiro para vê-la feliz.
_ Você é tudo para mim Oksana, eu realmente queria poder mudar as coisas, mas você sabe que eu não posso. - diz ele afastando-se para olhar nos seus olhos.
_ Eu sei. - diz ele simplesmente.
Yuri retira os seus sapatos e se deita ao lado dela a puxando para si. A sua vontade era esconder a sua irmã dos olhos de todos aqueles que a desejavam apenas como um meio de conseguir poder.
_ Você é boa demais para qualquer um deles. - diz ele dando um beijo na sua testa. Ela não responde apenas se aconchega no seu peito e se permite descansar, Yuri não era seu inimigo, ele era sua família e ela honrava a família.