Aurélio
Aurélio examinava alguns documentos quando o seu telefone tinha tocado, ele odiava ser interrompido quando estava trabalhando com burocracia, então quando a voz de Calebe enche a linha ele fica surpreso, tinha apenas uma hora que o seu soldado tinha saído, para ele estar ligando algo grave devia ter acontecido.
Assim que ele explica o que aconteceu o sangue de Aurélio ferve, o seu soldado podia ser muitas coisas, mas abusador não era uma delas. Ele levanta-se praguejando ao sair do escritório.
_ Bernardo! - grita indo em direção à sala. - Onde está você p***a!
Um Bernardo muito surpreso entra correndo na sala, assim que encontra os olhos sombrios de Aurélio ele para deixando cair a maça que tinha na mão. Ele apenas lamentava por quem tinha irritado seu chefe aquela hora da manhã.
_ Estou aqui Don. - diz ele rapidamente.
_ Reúna alguns homens e vamos. - diz já virando as costas e indo em direção à porta.
Bernardo pega o rádio que carregava e dá algumas ordens rapidamente e corre atrás do seu chefe. Assim que sai ele vê a correria dos soldados entrando nos carros.
_ Para onde Don? - pergunta ele ocupando o seu lugar no banco do passageiro.
_ Para o shopping da cidade, você tem vinte minutos para chegar lá. - diz ele de forma ríspida.
Aquilo era quase impossível, mas ninguém ousou desafiar o Don.
_ Sim Don. - diz ele dando sinal para o soldado partir.
Os carros cortavam a estrada como se o mundo tivesse pegando fogo, Aurélio sorria no banco de trás, ele gostava de colocar medo em quem o desafiava e naquele momento a sua vontade era incendiar o shopping inteiro.
A medida que eles se aproximavam do shopping Aurélio pensava na forma que Calebe tinha conversado com ele, se fosse outra pessoa não teria notado, mas ele conhecia bem o seu soldado, assim como tinha reconhecido aquela pontada de dor que havia na sua voz ao falar com ele.
Calebe não era alguém que pedia ajuda, e naquele momento Aurélio mostraria as pessoas que o tinham acusado com quem estavam realmente mexendo. Minutos depois os carros param no shopping da cidade, os soldados descem formando uma escolta a volta de Aurélio enquanto ele entrava com Bernardo ao seu lado.
Ele observava com prazer os olhos apavorados das pessoas que saiam da sua frente como se visem o próprio d***o, o que de certa forma não estava tão errado assim, ele gostava de ser visto daquela forma. De longe ele avista a loja em que Calebe estava, assim como a grande quantidade de pessoas que haviam lá.
Ele se aproxima enquanto os seus soldados abrem espaço entre as pessoas para que ele entrasse.
_ Hoje eu levo a alma de um, e garanto que não vai ser um dos meus. - diz ele se aproximando. Os policiais olham surpresos para Aurélio, eles sabiam bem quem ele era.
_ Aurélio, o que está fazendo aqui? - diz um dos policiais se aproximando dele.
Um som alto de estalo enche a loja e um pesado silêncio cai sobre o lugar quando eles percebem que Aurélio tinha dado um tapa no rosto do homem.
_ Tirem todas essas pessoas daqui. - diz Aurélio para seus soldados, seus olhos fixos no policial que acariciava o rosto em choque.
Rapidamente a loja é esvazia e eles fecham a porta abaixando as persianas, eles não precisavam de um show para o que iria acontecer ali dentro.
_ Imagina a minha surpresa, quando eu recebo uma ligação do meu soldado de confiança, me informando que ele estava sendo acusado de algo que não tinha feito, - diz Aurélio dando um paço e agarrando o policial pelo pescoço. - O meu dia não está bom e a minha paciência é zero!
_ Nos desculpe Don, - diz o outro policial apavorado. - Não sabíamos que era um dos seus.
_ Eu quero o nome de quem teve a audácia de denunciar o meu homem! - esbraveja ele ainda apertando o pescoço do policial.
_ Foi ela Don, - diz Simone num canto, Aurélio observava a forma que a garota estava agarrada a médica e aquilo só o deixa mais furioso. - Tentei explicar a situação, mas essa senhora não quis nos ouvir.
Aurélio solta o policial que cai no chão respirando desesperadamente. Ele caminha até a mulher observando com prazer os seus olhos assustados.
_ Agora diga-me quem é você para se meter nos negócios alheios. - diz Aurélio parando a frente da mulher.
_ Eu apenas pensei senhor...
_ Esse é seu problema, pensar de mais. - diz ele segurando com força o maxilar da mulher, ele podia ver as lágrimas descendo por seu rosto, mas não se importava, ela precisava aprender o seu lugar. - Sabe o que vai acontecer com você se "Pensar" de novo?
A mulher estava em completo desespero o seu corpo tremia de forma descontrolada enquanto encarava os olhos azuis sombrios a sua frente.
_ Vou fazer questão que encontrem o seu corpo numa cova rasa se mexer com um dos meus novamente. - diz ele soltando-a. A mulher desmorona a sua frente chorando aos seus pés.
_ Calebe! - chama Aurélio.
_ Sim Don. - diz ele aproximando-se. Aurélio entrega-lhe um cartão preto, os olhos dele se arregalam ao ver. - Don...
_ Leve elas para fazer compras, os meus homens irão acompanhá-los para garantir que eu não precise matar ninguém hoje. - diz ele com os olhos na mulher ainda.
Calebe sai rapidamente junto com alguns Soldados que escoltavam Simone e Dandara. Assim que a porta se fecha Aurélio se volta novamente para as pessoas dentro da loja.
_ Eu peço desculpas pelo que aconteceu Don, não sabia desse incidente até alguns minutos atrás. - diz um homem bem vestido se aproximando deles.
_ Quem é você? - pergunta Aurélio com indiferença.
_ Sou o dono deste estabelecimento, se tiver algo que possa fazer para compensá-lo por essa situação. - diz o homem pegando um lanço e secando a testa.
Um sorriso curva os lábios de Aurélio com a ideia que lhe vem a mente.
_ Na verdade tem algo que você pode fazer sim. - responde ele sorrindo. Aurélio passa uma lista de coisas para o homem e se senta numa poltrona esperando que tudo fosse preparado, o seu dia estava prestes a ficar mais animado.