A noite de Aurélio tinha sido um verdadeiro desastre, ele não tinha conseguido dormir direito e tinha rolado de um lado para o outro até amanhecer. Ele levanta-se toma um banho veste uma camiseta e uma bermuda e desce para a sala de treino dos seus homens, ele precisava gastar um pouco de energia e ali era o lugar perfeito para isso.
Aurélio tinha dado sorte, havia um grupo de soldados na área de treino quando ele tinha chegado. Ele tinha ganhado alguns hematomas pelo corpo, mas se sentia bem mais aliviado. Ele volta para a mansão e vai direto para a cozinho precisava de um café para despertar.
_ Vale -me Deus menino! - diz a velha senhora com a mão no peito ao ver o estado em que Aurélio estava.
_ Bom dia, babá. - diz ele indo dar um beijo nela, Aurélio a abraça todo suado a fazendo reclamar.
_ Devia ter tomado um banho antes de vir tomar café. - ralha ela como se ele ainda fosse um menininho.
Quando Aurélio tinha devolvido a máfia do seu pai ao seu primo, ele tinha prometido que levaria a senhora que o havia criado com ele, e assim ele fez, quando tudo estava resolvido ele tinha ido buscá-la para morar com ele e divertia-se brincando com ela.
_ E perder a chance de te irritar? Nunca! - diz ele rindo enquanto pegava um pouco de café.
_ Uma hora você vai matar essa velha do coração. - diz ela colocando um prato de comida a frente dele. O seu menino era daquele jeito, se não tomasse café com ela todos os dias na cozinha não estava bom.
_ Você é forte babá, vai ver muita coisa ainda. - diz ele piscando para ela antes de começar a comer.
_ Bom dia. - diz Bernardo entrando na cozinha, ele vai direto até a senhora e lhe dá um beijo na testa. - Como está babá?
_ Estou bem menino Bernardo, mas esse seu chefe precisa aprender boas maneiras. - diz ela servindo Bernardo. Ele apenas ri, já tinha se acostumado com as implicâncias entre Aurélio e a senhora a sua frente.
_ Também te amo babá. - diz Aurélio fazendo a senhora ri.
Passos leves alertam Aurélio para a chegada de mais alguém na cozinha ele se vira e encontra o olhar da médica e da menina que tinham resgatado.
_ Meu Deus! - diz a senhora com os olhos arregalados ao ver a situação da garota a sua frente.
_ Espero não estar atrapalhando Don. - diz a médica parada na porta.
_ Entre Simone, venham tomar café. - diz ele virando-se novamente.
_ Pelo que vejo, perdi bastante coisa enquanto estava fora. - diz Bernardo observando a médica e a menina se sentarem a mesa.
_ Te explico depois. - responde Aurélio.
_ Qual o seu nome criança? - pergunta a senhora parando a frente da garota.
A garota olha com cuidado para a senhora antes de responder, como se quisesse ter certeza que ela era confiável.
_ Dandara. - responde abaixando a cabeça.
_ Olhe só para você, está pele e osso! Precisamos dar um jeito nisso, - diz ela virando-se e começando a colocar comida no prato dela, quando estava bem cheio ela o coloca na frente de Dandara. - Quero ver esse prato limpo menina, coma!
A princípio Dandara arregala os olhos com as palavras da senhora, mas ao ver a forma que ela cuidava dos outros relaxa vendo que era apenas o jeito dela.
_ Pegue Simone, - diz Aurélio quando termina o seu café estendendo um cartão a médica. - leve ela para comprar algumas roupas e tudo que precisar.
_ Não! - diz uma voz vindo da porta. Aurélio se vira e encontra o olhar serio de Calebe. - Eu pagarei pelas coisas dela.
Ele entra pega o cartão de Aurélio da mão de Simone e o devolve, então retira o seu do bolso e entrega a médica. Simone encara o seu Don sem pegar o cartão, quando Aurélio assente ela o pega e coloca no bolso.
_ Já que quer tanto ajudar Celebe, você as leva, mas antes venha ao meu escritório. - diz Aurélio levantando-se, Calebe e Bernardo o segue em silêncio até o escritório, eles entram e fecham a porta.
_ Don eu...
_ A próxima vez que falar daquela forma comigo, dou um tiro no meio da sua testa, - diz Aurélio com um olhar sombrio sobre o soldado. - O que anda acontecendo com você? Não estou reconhecendo o meu melhor soldado.
_ Me desculpe Don, isso não vai acontecer novamente. - diz ele envergonhado.
_ Espero mesmo, - diz ele frustrado. - Agora, precisamos encontrar um lugar para essa garota, ela não pode ficar aqui.
_ Mas o que tem com ela? - pergunta Bernardo que ainda não sabia da situação.
_ O m*ldito do Luciano a mantinha presa no porão, ela passou por um inferno com ele, a resgatamos ontem. - explica Aurélio.
_ Ela pode ficar na minha casa Don. - diz Calebe deixando Aurélio surpreso.
Aurélio se vira para Calebe tentando entender o que estava acontecendo, ele sabia que o seu saldado odiava receber visitas e tinha manias que faziam ser impossível que ele morasse com qualquer um dos outros soldados.
_ Você sabe que só tem uma forma para que isso aconteça. - diz ele examinando o rosto de Calebe.
_ Eu sei Don. - responde ele sem hesitar.
_ E você está disposto a se casar com ela sem ao menos conhecê-la? - pergunta Aurélio.
_ Sim Don. - diz ele.
_ Tudo bem, vou pedir a Simone para avisar a menina, você casa final desta semana, até lá ela fica aqui na mansão. - diz Aurélio.
_ Obrigada Don. - diz ele.
_ Agora pode ir, e mande a Simone entrar. - diz Aurélio.
Calebe sai e segundos depois Simone entra na sala de Aurélio.
_ Em que posso ajudar Don? - pergunta ela.
_ Vou ser direta Simone, a menina casa final de semana com Calebe, conte a ela. - diz ele rapidamente. Os olhos da médica se arregalam ao olhar para seu chefe.
_ Me desculpe Don, mas o Calebe...
_ Eu sei Simone, mas a menina foi-me dada como p*******o por uma dívida, e sei que não tem pessoa melhor para cuidar dela do que ele. - Simone não fala mais nada, ela conhecia a história de Calebe e sabia dos fantasmas que ele carregava.
_ Sim Don, uma ordem dada é uma ordem cumprida. - diz ela antes de sair do escritório.
_ Você tem certeza disso? - pergunta Bernardo.
_ Se você tivesse visto o mesmo que eu ontem iria entender por que ele é a melhor opção para ela. - diz ele. O que Aurélio desejava era que os dois se curassem juntos.