Depois de voltar de Boston eu me concentrei em meu trabalho e em terminar de organizar as minhas coisas , essa coisa estranha de “estar por conta própria” estava tornado o fim da minha adolescência um inferno: enquanto uma parte de mim sentia-se orgulhosa e contente de estar sendo considerada auto suficiente e responsável, a outra parte só queria colo e alguém para resolver ao menos uma parte dos meus problemas, e esse alguém não Spencer, porque as coisas com ele baseavam-se em “o que você quer fazer sobre isso?” e aquilo me incomodava um pouco, ou melhor, bastante.
Todos estavam felizes e orgulhosos, o diretor queria me dar férias antecipadas, mas acreditei que eu deveria ir até o fim, para manter o meu impecável histórico e também porque eu queria me ocupar para não pensar nas coisas que viriam logo depois do fim das aulas... O novo me assustava muito às vezes.
Durante a tarde, no escritório, Mackenzie estava no tribunal, Viola estava de folga, e eu apenas organizei os arquivos durante todo o tempo, encarando o relógio e rezando para conseguir chegar ao fim do expediente antes de começar a minha próxima crise: essa era a parte r**m de tentar parecer forte, chega um momento, que a gente descobre que não é.
Quando finalmente o expediente chegou ao fim e eu sai do escritório, trancando as portas e encarando o ar puro e o fim de tarde ensolarado de Los Angeles, decidi procrastinar minha ida para casa, passei na Wine Store, escolhi alguns rótulos para meus presentes de agradecimento e depois, apenas dirigi aleatoriamente pela cidade, passei por Hidden Hills e pelo East Garden, chorei por um tempo, por sentir falta da vida que eu tinha levado...
Spencer e eu conversávamos cada vez menos, dia após dia: nossas ligações tornavam-se rotineiras e um pouco vazias, contávamos rapidamente o que havíamos feito, como um relatório diário e logo um de nós encerrava a conversa alegando mais algum compromisso inadiável ou cansaço acumulado, e aquilo me incomodava bastante, porque eu sentia falta de ter com quem conversar de verdade, o que me fez ter a brilhante ideia de conversar com a pessoa que disse que estaria “sempre ali para mim”: Noah Abramsem.Telefonei para ele assim que sai do banho:
- Marriah – ele disse e eu sabia que estava sorrindo – tudo bem com você?
- Noah – eu digo rapidamente – estou bem e você? Te atrapalho?
- Nem um pouco – ele diz – estou bem.
- Que bom – suspirou – olha, está ocupado?
- Não – ele responde – não tenho planos para hoje.
- Uhmm – eu digo – o que acha de sairmos para dar uma volta? Acho que eu preciso conversar com alguém.
- Tudo bem – ele diz – estou disponível, sou todo seu – ele ri.
- Certo, pego você em uns vinte minutos.
- Te espero – ele diz.
Vesti jeans, uma blusa básica e tênis. Sai com os cabelos molhados sem nem pensar muito. Parei em frente ao prédio de Noah e ele já estava na porta me esperando, assim que entrou no carro ele me encarou por alguns segundos:
- Fiquei preocupado – ele diz.
- Ah – eu digo envergonhada – sinto muito, está tudo bem, eu só queria conversar.
- Perfeito – ele diz – só queria me certificar de que não tinha chorado por horas...
- Ainda não chorei – eu respondo – mas a noite m*l começou.
- Está sendo pessimista – ele sorria – vou pensar em um jeito de te fazer rir.
Dirigi por um tempo, até resolver parar no píer, pelo menos lá poderíamos conversar em paz e sem que eu precisasse prestar atenção no trânsito.
- Desculpa te s********r – eu disse.
- Não – ele sorriu – não pede desculpas, sabe que eu quero te ver bem... O que houve?
- Não houve nada – eu respondo – acho que as coisas não estão tão bem quanto eu finjo que estão.
- Com Spencerr? – ele pergunta.
- Sim – digo envergonhada – acho, quer dizer, eu tenho certeza de que ele mentiu para mim sobre um compromisso no fim de semana de ação de graças, e bem, mesmo depois do novo pedido de namoro, quando ele soube que eu não iria para NYC as coisas esfriaram bastante, e ele parece tão indiferente...
- Indiferente? Sobre o que? – perguntou Noah.
- Sobre minha vida: minha faculdade, meu futuro apartamento – eu suspirei – eu vou perder tudo, e quando ele deixou as coisas para trás eu estava ao lado dele, e agora eu não sinto que ele esteja ao meu lado, eu apenas sinto que pouco a pouco eu o perco cada vez mais.
- Você pode estar se preocupando sem motivos – ele pegou minha mão – sei que ele ama você, mas pode serr que ele esteja inseguro com tudo o que vem pela frente.
- Eu sei disso – eu disse já chorando – mas e eu? E a minha insegurança? Quem vai lidar com ela?
- Ah, não faz assim – ele já me abraçava – você precisa encarar as coisas com um pouco mais de otimismo – ele diz.
- Otimismo? Noah... Eu não vou para onde eu queria ir...
- Você vai para Harvard – ele segurou meu rosto com as mãos – vai para lá, fazer o curso que você escolheu, viver no lugar que você escolher e ter uma vida incrível – ele sorriu – se Spencer estiver ao seu lado, que bom, mas se você acabar perdendo-o durante o processo...
- Eu não quero perder ele – eu chorava alto.
-... se perder, ainda terá tido a maravilhosa experiência de ter tido ele na sua vida, pelo tempo que era para ele estar presente na tua vida.
- Como pode ser tão desapegado? – eu chorava cada vez mais.
- Não sou desapegado – ele limpou algumas lágrimas do meu rosto com as mãos – apenas precisamos aceitar que algumas coisas, infelizmente, não cabem a nós nada mais do que aceitar – ele suspira – não estou dizendo que é o caso do Spencer, pode ser que estejam predestinados a ficarem juntos para sempre – ele riu – só quero te mostrar que caso não seja assim, ainda vai ter muita coisa boa para essa sua vida...
- Sim – eu funguei – eu me sinto uma i****a.
- Não – ele volta a me abraçar – você apenas está se sentindo insegura, Mariah, não se cobra tanto.
Conversei com Noah por muito tempo: depois do pier, fomos ao Santa Barbara's e pedimos milk shakes, porque na cabeça de Noah, precisávamos de algo divertido, café era muito sério para aquele momento, aquilo me fez rir, então acredito que fizesse algum sentido.
Deixei Noah em casa com uma sensação de estar um pouco mais leve, eu sabia que teria de contar sobre aquilo na sessão de terapia com Mark no dia seguinte, mas eu realmente acreditava que tinha feito uma coisa boa, mas quando cheguei em casa, senti uma certa culpa por ter ligado para Noah e a estranha sensação de saudades de Michael Murray, porque ele me ouvia, porque ele fazia eu me sentir bem e acolhida, e era a sensação que eu não tinha nos últimos tempos, em lugar nenhum: todos pareciam ocupados demais para preocuparem-se com o que eu sentia sobre as coisas que aconteciam.
Dormi um sono pesado, como se eu tivesse sem dormir direito há dias - o que não era de todo mentira - mas sair da cama foi um pouco difícil. Acabei desmarcando minha sessão de terapia para ir chorar no colo da minha avó um pouco, eu sentia falta de estar com ela, e os últimos meses tinham sido intensos. Quando passei pelo East Garden no fim da tarde, e mesmo que o papai e Lorena tivessem falado que não era necessário esvaziar o quarto, já me deparei com móveis por montar e latas de tinta no corredor, ao lado da porta, sabia que precisaria terminar com aquilo o quanto antes para não atrapalhar os planos do meu pai.
Sanchez havia descoberto, naquela semana mesmo, que esperava por um menino, todos ficamos surpresos e eu estava feliz por ela e pelo papai. Ela contou-me que haviam escolhido o nome de Benjamin, eu não sei porque, mas entendi que tinha alguma coisa a ver com a família da Lorena.
Mamãe voltava no final da tarde e eu fui busca-la no aeroporto, como havíamos combinado por telefone. Ela parecia verdadeiramente feliz e aquilo deixou-me feliz também. Contou-me, ainda no carro, que os negócios em Washington iam bem, e que ela estava decidida a vender a casa de praia, e que só não o faria se eu não quisesse.
- Pode vender - respondi decidida.
- Mas, querida - ela disse - sabe que não vai ter muito espaço na casa do seu pai...
- Se eu precisar ficar em Los Angeles posso procurar algo no Airnbnb - disse dando ombros.
- Eu poderia procurar um flat - ela disse - acho que sim - os olhos dela brilharam - procuro alguma coisa central, pequena e funcional - ela suspirou - também precisarei vir até aqui e voltar...
- Tem certeza? - pergunto - Porque por mim, eu só vou aparecer aqui uma ou duas vezes no ano, e sinceramente, não por muito tempo.
- Claro - ela sorriu - vou ver o que eu encontro, a casa vale bastante - ela me encarou - sabe que vai precisar trocar de carro, não?
- Pensei nisso - suspirei - não queria vender meu Impala.
- Brandon sugeriu que o mantivesse aqui em Los Angeles - ela disse - ao menos até definir o que vai fazer da sua vida depois da faculdade. O que acha?
- Acho que é uma boa opção - eu disse - mas não sei se eu teria...
- Sim - ela sorriu - vou solucionar isso.
Assim que chegamos em casa minha mãe murmurou coisas desconexas sobre fome e cansaço e optamos por pedir comida chinesa de um restaurante ali de perto. Dividimos um vinho branco e falamos sobre as questões práticas da venda da casa de praia:
- Vou deixar você terminar tudo, ir definitivamente para Boston - ela disse dando um gole em seu vinho - e somente depois disso vou anunciar.
- Certo - respondi - acho que vou precisar fazer uma mudança maior do que eu tinha planejado - respondo.
- Sim - ela revira os olhos - porque vai acabar não tendo onde deixar suas coisas por aqui - ela sorri - bem, por isso compraremos um imóvel em Boston, sua casa, suas coisas - ela disse.
Eu não pude deixar de pensar na falta das memórias afetivas de minha mãe com lugares, ela não tinha o menor apego com seus endereços, e mudava-se com frequência. Me incomodava um pouco saber que na casa do meu pai, não ficaria nada meu, a não ser fotos nas paredes e algumas lembranças perdidas, quem subisse ao sótão, não encontraria menção de minha existência, era diferente do caso da minha mãe, seu quarto na casa da minha avó estivera intacto por anos, ao menos até aquele último Natal.
Possivelmente a coisa mais estranha disso tudo era saber que quando eu desse as costas à Los Angeles, lá deixaria de ser o meu lar, o lugar onde eu vivera a minha vida toda deixaria de ser a minha casa para ser "a casa do papai" ou "o lar da vovó", seria onde eu encontraria meus amigos em raras ocasiões, pelo menos nos próximos cinco anos.
Lindsey apareceu lá em casa no domingo, ela novamente foi ajudar-me com minha mudança: publicamos coisas aleatórias para vender no Ebay e eu coloquei todos os fundos provenientes de meus negócios em uma conta, pelo menos ajudaria a pagar pelo meu carro, caso eu não conseguisse comprar sozinha.
- Acho que eu vou querer esses vestidos - ela sacudia dois vestidos de festa que eu tinha separado para vender, um verde água do noivado da mamãe e um preto que eu nem me lembrava quando tinha usado.
- Amo esse vestido - eu disse indicando o verde água - ele é lindo demais.
- Porque não fica com ele? - ela perguntou.
- Não combina mais comigo - respondo.
- Não entendi - ela diz.
- Acho que não combina mais com minha personalidade - eu ri - delicado demais, menininha demais.
- Compreensível - ela suspira - o preto parece tão curto...
- Impressão sua - eu respondo sorrindo - no corpo ele fica diferente, como não estica, parece estranho, mas veste super bem.
- Uhmm - ela levantava-se e experimentava - ficou ótimo - ela riu - negócio fechado, tenho o aniversário de uma prima do Justin semana que vem.
- Faça bom uso - eu disse com sinceridade.
Ela mexeu no celular pro alguns segundos fazendo uma transferência bancária.
- Vai vender os livros que não são de estudo? Tipo, literatura? - ela perguntou.
- Não - eu suspirei - não tenho coragem, amo eles - pode ser que eu resolva vender o computador, caso não tenha espaço para ele, mas queria levar a impressora... Queria levar tudo - afundei-me na cama.
- É estranho, né? - ela me encarava - Encaixotar as coisas todas...
- Não sei se eu estou pronta para ir embora - eu disse.
- Sabe que sempre pode voltar - ela sorriu e me abraçou - sempre vai ter um espacinho para você no meu sótão.
- Obrigada - eu disse com os olhos marejados - e você, sabe que tem um lugar pra você em Boston, né?
- Eu sei - ela sorriu - pensei sobre isso.
- Sobre o que? - perguntei.
- Sei que eu disse que queria ficar perto, mas acho que vou pedir uma transferência depois do primeiro ano, se minhas notas permitirem.
- E porque? - eu pergunto - Achei que quisesse ficar perto de casa...
- Não quero - ela suspirou - meu pai foi um i****a, e eu sei, mas não aguento minha mãe falando m*l dele, nem ele tentando justificar-se pelo que fazia, é o inferno. Meu irmão está cada dia pior, acho que ele precisa urgentemente de terapia.
- Terapia é bom - disse num suspiro - nunca pensei que diria isso, mas é realmente bom para colocar as ideias em ordem.
- Eu sei - ela disse - mas quando sugeri isso para minha mãe e meu irmão, ela surtou comigo, e disse que era besteira - ela revirou os olhos - eu quero inclusive o telefone do seu terapeuta, se eles querem ficar o resto da vida agarrados aos seus fantasmas, que fiquem, eu quero é paz.
- Concordo - abracei minha amiga e logo enviei o contato de Mark pelo celular - ele é ótimo.
- Eu acredito em você - ela sorriu - e qual o plano do dia dos namorados?
- Não pensei nisso - eu respondo e logo encaro a realidade de que o dia quatorze de fevereiro seria em dois dias - sou uma péssima namorada.
- Não - ela riu - só está ocupada demais com outras coisas.
- Acho que o Spencer não pensou em nada também - eu disse.
- Justin e eu acamparemos - ela disse sorrindo.
- Nossa - eu sorri com um pouquinho de inveja - aposto que vão se divertir.
- Sim - ela sorria sem parar.
Logo nosso assunto principal era o acampamento de Justin e Lindsey. Mia telefonou-me no fim do dia, perguntando se eu não poderia cuidar de Amélie na noite do dia quatorze, pois ela e Peter queriam fazer algo diferente, bem, eu disse que tudo bem, eu não tinha outros planos mesmo...
Na manhã de segunda feira, Mia correu para encontrar-me no corredor:
- Mariah - ela disse assim que se aproximou.
- Oi - abracei minha meia irmã - que horas pego a Amélie?
- Não vai ser preciso - ela sorriu - minha sogra vai ficar com ela, ai fica mais perto, nós só vamos jantar fora...
- Tem certeza? - insisti - para mim não é nenhum problema, você sabe.
- Claro - ela sorriu - mas ela se ofereceu, e ai o Peter e eu pensamos que poderia ser mais fácil.
- Tudo bem - eu sorri, um pouco decepcionada, eu poderia ficar com ela e ocupar minha cabeça para não pensar no quão triste eu era sem o meu namorado no dia dos namorados...
Durante o expediente da tarde, já com Viola de volta, aproveitei para resolver pequenas pendências fora do escritório, o que tomou-me bastante tempo, mas me fez lembrar de comprar um presente para Spencer, e eu acabei indo atrás de uma mochila nova em couro, ele precisava urgentemente mudar seu estilo "adolescente" para algo mais sério e adulto. Aquilo acabou fazendo com que eu passasse um pouco do horário e somente depois das seis da tarde eu finalmente cheguei em casa, cansada e sonhando com um banho quente, mas assim que eu abri a porta:
- Surpresa - gritou Spencer com um imenso buquê de rosas.
- Ah meu Deus - eu corri para encontrá-lo - o que você está fazendo aqui?
- Surpresa - ele me beijou - de dia dos namorados - ele me beijou novamente - para a melhor namorada desse mundo.
- Você é tão incrível - eu disse - eu te amo tanto...
- Eu também - ele me abraçava apertado - eu sei que eu estava esquisito nos últimos dias - ele riu - mas eu estava com medo de falar m***a e estragar a surpresa, eu sou meio i****a as vezes...
- Não seja bobo - eu o beijei novamente - e como chegou...
- Sua mãe sabia, e a Mia só confirmou que você estaria livre, ela pensou que talvez pudesse ter se comprometido em cuidar do seu afilhado ou algo assim - ele riu - pensamos em tudo.
- Nossa - eu sorri aliviada por ter ao menos, comprado um presente naquela tarde - e o que seria tudo?
- Reservei uma mesa em um lugar que você vai gostar, comprei flores, seu presente - ele riu - e temos champagne e chocolates para quando voltarmos.
- Nossa - eu disse ainda um pouco encantada - sabia que você é o melhor namorado do mundo?
- Sim - ele riu alto - eu sabia sim, mas você, para ser a melhor namorada do mundo, precisa ir para o banho, nossa reserva é para as sete e meia.
- Tudo bem - eu o beijei e corri para o meu quarto para tomar banho, e entrei nele, literalmente tropeçando nas caixas.
O fato de ainda não ser o dia dos namorados oficialmente era um mero detalhe, Spencer precisaria pegar um voo na noite do quatorze para estar em NYC em tempo hábil para o treino e um dos jogos, então, teríamos uma noite e um dia inteiro juntos, o que já era totalmente incrível.
O nosso jantar era em uma cantina italiana próxima ao Highland Hall, era um lugar bem legal, sempre falávamos de ir e nunca íamos, por isso Spencer pensou nele quando estava programando a minha surpresa:
- Então - ele ria - assim que você saiu de NYC eu pensei que precisava vir ficar com você hoje - ele disse segurando minha mão - e eu não tenho sido o melhor namorado, e sinto muito - ele sorriu - acho que eu não consigo me acostumar com a ideia de que você vai estar por conta própria em Boston.
- Nem eu consigo - eu ri nervosa - de verdade, e sinceramente, acho que sua indiferença piorou um pouco as coisas...
- Sinto muito - ele disse - eu não sabia como agir direito.
No fim do nosso jantar, parecia que as coisas estavam esclarecidas, de verdade, e eu me sentia maravilhosamente bem por estar com ele e tudo mais, fomos para casa e ainda aproveitamos mais ainda o nosso tempo juntos.
Na manhã de quarta feira, eu fiz a garotinha irresponsável: não apareci na escola. Sinceramente eu não estava nem um pouco afim de sair da minha cama quentinha e nem da companhia de Spencer para ir fazer nada por lá, eu só não tinha largado de vez porque queria manter notas e minha cabeça ocupada, um dia de falta não arriscaria nada. Claro que durante a tarde eu precisaria trabalhar, e mesmo que Spencer não estivesse feliz com isso, ele aproveitou para ficar com Mia e Amelie enquanto eu estava no escritório, mas Viola liberou-me uma hora antes, dizendo que eu aproveitasse meu namorado, já que eu tinha coberto as folgas delas na volta da minha viagem.
Isso foi crucial para que pudéssemos aproveitar mais um pouco do nosso tempo juntos e quando eu levei Spencer para o aeroporto, eu não estava triste por me separar dele, estava apenas me sentindo grata por ter tido a oportunidade de ficar com ele por aquele tempo, era um dos conselhos de Mark para evitar a tristeza das despedidas: estar agradecido pelo tempo que teve junto, e aquilo era relativamente fácil de colocar em prática.