Capítulo 6

1954 Words
CHRISTIAN Eu trabalhava, sentia que minha vida estava melhorando, Anna continuou trabalhando comigo mesmo depois daquele episódio em meu quarto. Confesso que sinto algo por ela, mas não posso ultrapassar a barreira que ela impôs entre nós. Eu havia me acostumado com a sua presença e a de Laurinha, sentia que minha casa estava preenchida novamente. — Anna cheguei! — falo entrando e ouço os gritinhos de Laura na cozinha. — Que bom preciso terminar o jantar, pode tomar um banho e vir me ajudar com a Laura? – ela pergunta e dou um sorriso de lado confirmando. - Claro, desço logo. – dou um beijo na testa de Laura e subo para um banho. Eu estava fedendo, o serviço me pegou em cheio hoje, um animal caiu num córrego e tive que ajudá-lo a sair. Ensaboei-me inteiro e me demorei no banho, o cansaço escorreu de mim junto com a água gelada. Ao final, senti-me renovado. Visto uma roupa leve e desço, Anna mexia nas panelas enquanto Laurinha brincava com o mordedor no carrinho e começava a ficar emburrada. Peguei-a no colo e brinquei de aviãozinho com ela, vê-la em meus braços sorrindo enquanto me olhava com seus olhos brilhantes e pequenos fez meu lado paterno gritar. Como eu desejava um filho, e a chegada de Laurinha me fez reviver diante da agonia que eu vivia com a morte da minha esposa. O buraco estava sendo preenchido aos poucos com a presença de Anna e Laura, não substitui, mas ameniza o vazio e aos poucos o laço da amizade se apertava e meus instintos me aproximavam cada vez mais daquelas meninas. Anna terminou o jantar enquanto eu brincava na sala com a Laurinha com alguns carrinhos e bichinho que eu havia comprado. Como ela havia crescido, em alguns dias completava um ano. - Terminei, preciso ir. Anna entrou na sala enxugando as mãos na calça e se aproxima pegando Laurinha no colo. Aquela era a hora mais r**m do dia, o momento em que ela ia embora. Eu sentia que parte de mim ia com ela. Dei um sorriso amarelo enquanto ela enroscava a bolsa no ombro. - Posso te levar de carro – propus. - Não obrigado, tenho que passar em outro lugar antes de ir pra casa, mas obrigado. Nos vemos amanhã. Fui até a porta com ela e a vi caminhar até o portão e ir rumo ao ponto de ônibus, senti-me sozinho. Voltei para dentro, na cozinha havia apenas janta para uma pessoa, só pra mim. Olhei na mesa, um prato, um copo, um talher. Um grande vazio se instalou. O silêncio era atormentante. O cheiro do jantar me fisgou, mas sozinho a fome se foi. Mesmo assim me sentei, forcei-me a comer, estava delicioso. AUTORA Assim que amanheceu o dia Christian levantou com cuidado para não acordar as duas mulheres, e foi para o banheiro onde fez sua higiene matinal, depois como ele não ia trabalhar por ser sábado, desceu para cozinha e fez um café da manhã bem caprichado, levou para o quarto e quando entrou, vi Anna amamentando Lara que sugava o peito da mãe desesperadamente, e ele acabou lembrando da noite passada. — Bom dia flor do meu jardim — falo com um enorme sorriso no rosto. — Trouxe café da manhã, espero que goste. — Está muito bonito, já gostei — ela dá um sorriso de lado. — Que bom — sento ao lado dela. — Toma, coloca ela para arrotar por favor, vou ao banheiro — pego a menina dos seus braços e deito em meu ombro, fazendo ela arrotar logo em seguida, e vejo Anna ir rebolando para o banheiro. — Você está muito gostosa vestida nessa roupa — falo mordendo os lábios. — Nem começa Christian — ela responde de lá de dentro e escuto o barulho da água do chuveiro caindo. — Estava pensando, já tem um tempo que eu trabalho para você e ontem aconteceu aquilo, não acha que devemos conversar? — ela se senta ao meu lado e começa a tomar café. — Sim, e vamos! Que tal sairmos para jantar hoje à noite? — pego um morango com uma mão enquanto com a outra cuido da pequena. — E a Lara? — Ela pode ficar com a vizinha, ela é um amor e a gente é amigo — termino de falar isso e ela olha para mim, com uma cara nada boa, ela está enrolada na toalha pois tinha acabado de sair do banho. — É velha ou nova? — vejo que ela está com ciúmes pelo seu tom de voz. — Não precisa ficar com ciúmes, ela é uma senhora de 50 anos, tem a idade de ser minha mãe — ela dá risada. — E quem disse que eu estava com ciúmes? — Eu — dou de ombros. — Você é bem convencido isso sim — ela fala se trocando, depois se senta na cama e começamos a tomar café, e quando terminamos descemos para o jardim, onde fiquei com a filha de Anna tomando um sol, até a morena arrumar a casa e cozinhar. Quando deu seis horas, Christian pegou Lara nos braços e a bolsa que Anna tinha arrumado com as coisas da filha, e levou para a casa de Sônia, uma mulher bem simpática. — Se ela chorar ou der muito trabalho a senhora pode me ligar — ele fala gentil. — Tudo bem menino, pode curtir sua noite tranquilo, eu vou me dar muito bem com essa coisa linda aqui. — Está bom, obrigado — ele volta para sua casa e ao entrar no quarto, vê Anna já arrumada. — Nossa princesa, como você está linda — ele a abraça por trás e beija seu pescoço. — Obrigado — ela fala com um sorriso lindo no rosto, e se vira para ele — Você também está magnífico. — Fiz o que pude para você — ele pisca o olho para ela que dá uma risadinha. — Podemos ir? — ela pergunta pegando sua bolsa. — Claro, acho que você vai gostar do lugar que eu escolhi. — Tomará que sim — eles saem de casa entram no carro, e Christian dá partida para o restaurante Italiano de um amigo, alguns minutos depois ele estaciona no estacionamento e quando desce do carro, ele abre a porta para Anna que fica entusiasmada com o local. — Nossa Christian, é sério que vamos jantar aqui? Esse lugar é maravilhoso. — Sim, e ainda vamos em outro lugar, espero que goste de comida Italiana. — Eu adoro — ela entrelaça seu braço com o do moreno, e vão para dentro do restaurante, onde são levados para o terraço e Anna vê o lugar todo enfeitado, e jantam apenas os dois, ouvindo uma música romântica e suave. — Você nunca me falou de você — ela bebe um pouco do vinho. — Achei que não era o momento certo para isso — ele olha para Anna. — E agora é? — ela quis saber. — Sim, mas não me sinto confortável em falar aqui, tudo bem? — ele olha para Anna que assente com a cabeça e terminam de jantar, Christian pede a conta e saem do restaurante, quando eles entram no carro para ir embora Christian dirige até a praia. — Por que estamos indo à praia uma hora dessas? — Você queria conversar comigo hoje mais cedo e também saber sobre mim, hoje e aqui será perfeito para isso — ele terminar de falar estacionando o carro no acostamento e os dois descem do carro, e vão até uma rocha que tinha lá e se sentam olhando para lua. — Tem certeza de que quer fazer isso? — Absoluta — ele respirar fundo e começa a falar. — A quase um ano atrás eu era casado com uma mulher linda, e o nome dela era Lara — ele olha para Anna que está com os olhos arregalados. — Sim, essa foi a mesma reação que eu tive quando você me falou o nome daquele anjo — ele dá uma risadinha. — Teve um dia que Lara falou que ia fazer uma surpresa para mim, quando voltasse de viagem pois ela trabalhava em uma agência de modelo, a gente se despediu como sempre, mas nesse dia tinha algo de errado, e eu estava angustiado e com medo — ele deixa lágrimas caírem dos seus olhos. — Eu fui para o quartel e ela foi buscar uma amiga para ir para o aeroporto, e foi o momento que chegou a ocorrência de um grave acidente na rodovia, eu não sabia mais meu destino iria mudar dali para frente, chegando lá eu ajudei a tirar o resto dos corpos e só depois eu vim saber que — ele soluça alto pois isso ainda dói muito dentro dele. — Eu já entendi, não precisa continuar — ela o abraça. — Eu tenho que fazer isso, só preciso que segure a minha mão. — Claro — ela segura em sua mão forte e dá um sorriso encorajador para ele, que continua com a história. — Depois daquele momento minha vida nunca mais foi a mesma, e eu até tentei tirar a minha própria vida, mas o destino não quis assim, e te colocou no meu caminho fazendo eu acabar com o meu plano suicida — ele sorri para Anna que retribui. — Você me salvou, eu fiz o parto da Lara Sofia, te levei para o hospital e não consegui sair mais de perto de você, Anna você foi o anjo que veio para salvar a minha vida, e depois que eu te vi, tudo mudou, eu me apaixonei por você. — Christian — ela diz com os olhos cheio de lágrimas. — Isso é verdade? — Sim, eu não quero brincar com você, eu quero construir uma vida ao seu lado e cuidar da Lara com todo o meu amor, se você me aceitar em sua vida. — Mais é claro que eu aceito, eu te amo seu i****a — ele abre um lindo sorriso entre as lágrimas e ela o beija que corresponde, depois que eles se separam por falta de ar, ela diz sorrindo. — Não se preocupe Lara, ele está em boas mãos — ela fala olhando para o céu. — Boba — ele ri. — E você está apaixonado — ela sorri convencida sentando-se no colo do moreno. — Sabe o que eu acabei de pensar aqui? — ele aperta a cintura dela. — Não sei... Compartilhe comigo. — Poderíamos t*****r aqui ao som do mar — ele fala olhando para o local que estava vazio, apenas a luz da lua clareando os dois. — Você está louco, seu maluco, alguém pode nos ver — ela fala mordendo os lábios. — Estou louco para f********r com você — ele começa a beijar o pescoço da morena que se entrega as carícias do amado, e começa a rebolar no colo dele que desce a alça do vestido dela e desce os beijos pelos ombros da morena que geme baixo, depois ele tira a roupa dela e a sua, e deitando na rocha se amam ao som do mar, com o vento frio fazendo o clima ficar gostoso e a luz da lua, quando ambos chegam ao clímax juntos eles falam ofegantes. — Eu te amo. — Eu te amei primeiro. — Assim não vale — ela deixa um selinho nos lábios dele. — Temos que voltar, e obrigado por essa noite foi magnífica. — Eu que agradeço, então você quer ser minha namorada? — Sim, mil vezes sim — ela sorri beijando-o e ambos só vão embora quando o dia já estava quase amanhecendo.
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