CHRISTIAN
Eu trabalhava, sentia que minha vida estava melhorando, Anna continuou trabalhando comigo mesmo depois daquele episódio em meu quarto. Confesso que sinto algo por ela, mas não posso ultrapassar a barreira que ela impôs entre nós. Eu havia me acostumado com a sua presença e a de Laurinha, sentia que minha casa estava preenchida novamente.
— Anna cheguei! — falo entrando e ouço os gritinhos de Laura na cozinha.
— Que bom preciso terminar o jantar, pode tomar um banho e vir me ajudar com a Laura? – ela pergunta e dou um sorriso de lado confirmando.
- Claro, desço logo. – dou um beijo na testa de Laura e subo para um banho. Eu estava fedendo, o serviço me pegou em cheio hoje, um animal caiu num córrego e tive que ajudá-lo a sair. Ensaboei-me inteiro e me demorei no banho, o cansaço escorreu de mim junto com a água gelada. Ao final, senti-me renovado.
Visto uma roupa leve e desço, Anna mexia nas panelas enquanto Laurinha brincava com o mordedor no carrinho e começava a ficar emburrada. Peguei-a no colo e brinquei de aviãozinho com ela, vê-la em meus braços sorrindo enquanto me olhava com seus olhos brilhantes e pequenos fez meu lado paterno gritar. Como eu desejava um filho, e a chegada de Laurinha me fez reviver diante da agonia que eu vivia com a morte da minha esposa.
O buraco estava sendo preenchido aos poucos com a presença de Anna e Laura, não substitui, mas ameniza o vazio e aos poucos o laço da amizade se apertava e meus instintos me aproximavam cada vez mais daquelas meninas.
Anna terminou o jantar enquanto eu brincava na sala com a Laurinha com alguns carrinhos e bichinho que eu havia comprado. Como ela havia crescido, em alguns dias completava um ano.
- Terminei, preciso ir.
Anna entrou na sala enxugando as mãos na calça e se aproxima pegando Laurinha no colo. Aquela era a hora mais r**m do dia, o momento em que ela ia embora. Eu sentia que parte de mim ia com ela. Dei um sorriso amarelo enquanto ela enroscava a bolsa no ombro.
- Posso te levar de carro – propus.
- Não obrigado, tenho que passar em outro lugar antes de ir pra casa, mas obrigado. Nos vemos amanhã.
Fui até a porta com ela e a vi caminhar até o portão e ir rumo ao ponto de ônibus, senti-me sozinho. Voltei para dentro, na cozinha havia apenas janta para uma pessoa, só pra mim. Olhei na mesa, um prato, um copo, um talher. Um grande vazio se instalou. O silêncio era atormentante. O cheiro do jantar me fisgou, mas sozinho a fome se foi. Mesmo assim me sentei, forcei-me a comer, estava delicioso.
AUTORA
Assim que amanheceu o dia Christian levantou com cuidado para não acordar as duas mulheres, e foi para o banheiro onde fez sua higiene matinal, depois como ele não ia trabalhar por ser sábado, desceu para cozinha e fez um café da manhã bem caprichado, levou para o quarto e quando entrou, vi Anna amamentando Lara que sugava o peito da mãe desesperadamente, e ele acabou lembrando da noite passada.
— Bom dia flor do meu jardim — falo com um enorme sorriso no rosto.
— Trouxe café da manhã, espero que goste.
— Está muito bonito, já gostei — ela dá um sorriso de lado.
— Que bom — sento ao lado dela.
— Toma, coloca ela para arrotar por favor, vou ao banheiro — pego a menina dos seus braços e deito em meu ombro, fazendo ela arrotar logo em seguida, e vejo Anna ir rebolando para o banheiro.
— Você está muito gostosa vestida nessa roupa — falo mordendo os lábios.
— Nem começa Christian — ela responde de lá de dentro e escuto o barulho da água do chuveiro caindo.
— Estava pensando, já tem um tempo que eu trabalho para você e ontem aconteceu aquilo, não acha que devemos conversar? — ela se senta ao meu lado e começa a tomar café.
— Sim, e vamos! Que tal sairmos para jantar hoje à noite? — pego um morango com uma mão enquanto com a outra cuido da pequena.
— E a Lara?
— Ela pode ficar com a vizinha, ela é um amor e a gente é amigo — termino de falar isso e ela olha para mim, com uma cara nada boa, ela está enrolada na toalha pois tinha acabado de sair do banho.
— É velha ou nova? — vejo que ela está com ciúmes pelo seu tom de voz.
— Não precisa ficar com ciúmes, ela é uma senhora de 50 anos, tem a idade de ser minha mãe — ela dá risada.
— E quem disse que eu estava com ciúmes?
— Eu — dou de ombros.
— Você é bem convencido isso sim — ela fala se trocando, depois se senta na cama e começamos a tomar café, e quando terminamos descemos para o jardim, onde fiquei com a filha de Anna tomando um sol, até a morena arrumar a casa e cozinhar.
Quando deu seis horas, Christian pegou Lara nos braços e a bolsa que Anna tinha arrumado com as coisas da filha, e levou para a casa de Sônia, uma mulher bem simpática.
— Se ela chorar ou der muito trabalho a senhora pode me ligar — ele fala gentil.
— Tudo bem menino, pode curtir sua noite tranquilo, eu vou me dar muito bem com essa coisa linda aqui.
— Está bom, obrigado — ele volta para sua casa e ao entrar no quarto, vê Anna já arrumada.
— Nossa princesa, como você está linda — ele a abraça por trás e beija seu pescoço.
— Obrigado — ela fala com um sorriso lindo no rosto, e se vira para ele — Você também está magnífico.
— Fiz o que pude para você — ele pisca o olho para ela que dá uma risadinha.
— Podemos ir? — ela pergunta pegando sua bolsa.
— Claro, acho que você vai gostar do lugar que eu escolhi.
— Tomará que sim — eles saem de casa entram no carro, e Christian dá partida para o restaurante Italiano de um amigo, alguns minutos depois ele estaciona no estacionamento e quando desce do carro, ele abre a porta para Anna que fica entusiasmada com o local.
— Nossa Christian, é sério que vamos jantar aqui? Esse lugar é maravilhoso.
— Sim, e ainda vamos em outro lugar, espero que goste de comida Italiana.
— Eu adoro — ela entrelaça seu braço com o do moreno, e vão para dentro do restaurante, onde são levados para o terraço e Anna vê o lugar todo enfeitado, e jantam apenas os dois, ouvindo uma música romântica e suave.
— Você nunca me falou de você — ela bebe um pouco do vinho.
— Achei que não era o momento certo para isso — ele olha para Anna.
— E agora é? — ela quis saber.
— Sim, mas não me sinto confortável em falar aqui, tudo bem? — ele olha para Anna que assente com a cabeça e terminam de jantar, Christian pede a conta e saem do restaurante, quando eles entram no carro para ir embora Christian dirige até a praia.
— Por que estamos indo à praia uma hora dessas?
— Você queria conversar comigo hoje mais cedo e também saber sobre mim, hoje e aqui será perfeito para isso — ele terminar de falar estacionando o carro no acostamento e os dois descem do carro, e vão até uma rocha que tinha lá e se sentam olhando para lua.
— Tem certeza de que quer fazer isso?
— Absoluta — ele respirar fundo e começa a falar.
— A quase um ano atrás eu era casado com uma mulher linda, e o nome dela era Lara — ele olha para Anna que está com os olhos arregalados.
— Sim, essa foi a mesma reação que eu tive quando você me falou o nome daquele anjo — ele dá uma risadinha.
— Teve um dia que Lara falou que ia fazer uma surpresa para mim, quando voltasse de viagem pois ela trabalhava em uma agência de modelo, a gente se despediu como sempre, mas nesse dia tinha algo de errado, e eu estava angustiado e com medo — ele deixa lágrimas caírem dos seus olhos.
— Eu fui para o quartel e ela foi buscar uma amiga para ir para o aeroporto, e foi o momento que chegou a ocorrência de um grave acidente na rodovia, eu não sabia mais meu destino iria mudar dali para frente, chegando lá eu ajudei a tirar o resto dos corpos e só depois eu vim saber que — ele soluça alto pois isso ainda dói muito dentro dele.
— Eu já entendi, não precisa continuar — ela o abraça.
— Eu tenho que fazer isso, só preciso que segure a minha mão.
— Claro — ela segura em sua mão forte e dá um sorriso encorajador para ele, que continua com a história.
— Depois daquele momento minha vida nunca mais foi a mesma, e eu até tentei tirar a minha própria vida, mas o destino não quis assim, e te colocou no meu caminho fazendo eu acabar com o meu plano suicida — ele sorri para Anna que retribui.
— Você me salvou, eu fiz o parto da Lara Sofia, te levei para o hospital e não consegui sair mais de perto de você, Anna você foi o anjo que veio para salvar a minha vida, e depois que eu te vi, tudo mudou, eu me apaixonei por você.
— Christian — ela diz com os olhos cheio de lágrimas.
— Isso é verdade?
— Sim, eu não quero brincar com você, eu quero construir uma vida ao seu lado e cuidar da Lara com todo o meu amor, se você me aceitar em sua vida.
— Mais é claro que eu aceito, eu te amo seu i****a — ele abre um lindo sorriso entre as lágrimas e ela o beija que corresponde, depois que eles se separam por falta de ar, ela diz sorrindo.
— Não se preocupe Lara, ele está em boas mãos — ela fala olhando para o céu.
— Boba — ele ri.
— E você está apaixonado — ela sorri convencida sentando-se no colo do moreno.
— Sabe o que eu acabei de pensar aqui? — ele aperta a cintura dela.
— Não sei... Compartilhe comigo.
— Poderíamos t*****r aqui ao som do mar — ele fala olhando para o local que estava vazio, apenas a luz da lua clareando os dois.
— Você está louco, seu maluco, alguém pode nos ver — ela fala mordendo os lábios.
— Estou louco para f********r com você — ele começa a beijar o pescoço da morena que se entrega as carícias do amado, e começa a rebolar no colo dele que desce a alça do vestido dela e desce os beijos pelos ombros da morena que geme baixo, depois ele tira a roupa dela e a sua, e deitando na rocha se amam ao som do mar, com o vento frio fazendo o clima ficar gostoso e a luz da lua, quando ambos chegam ao clímax juntos eles falam ofegantes.
— Eu te amo.
— Eu te amei primeiro.
— Assim não vale — ela deixa um selinho nos lábios dele.
— Temos que voltar, e obrigado por essa noite foi magnífica.
— Eu que agradeço, então você quer ser minha namorada?
— Sim, mil vezes sim — ela sorri beijando-o e ambos só vão embora quando o dia já estava quase amanhecendo.