James Scott
Atravesso o hall da empresa com um péssimo humor. Não paro de pensar naquela loira. Há algo nela que me atrai de maneira quase insuportável.
Sai com várias mulheres, muito lindas diga-se de passagem. Mas Abby possui uma beleza única. Grandes olhos verdes, uma boca atraente, pele macia e seu cheiro é o melhor. Doce, envolvente, como ela.
— Bom dia senhor, Scott. — Lilian, minha secretária cumprimenta.
— Bom dia, Lilian — Respondo com um leve aceno. — E minha agenda?
Ela sorri cordialmente.
— Às dez, o senhor terá uma videoconferência.
Ah, a nova publicitária começa hoje.
Reviro os olhos.
Não entendo porque meu irmão a contratou, se temos uma equipe ótima. Espero não ter problemas com ela, não tenho tempo a perder com funcionários incompetentes.
Olho no relógio e vejo que a tal funcionária está vinte minutos, atrasada. Começando bem.
Começo a estudar alguns relatórios quando uma leve batida na porta chama minha atenção.
Entre! — Digo sem desviar o olhar do contrato em minhas mãos.
— Com licença, senhor Scott, desculpe o atraso. O trânsito estava infernal e não consegui chegar a tempo.
Respiro profundamente. Típico. Por que não estou surpreso com essa estúpida justificativa?
Balanço a cabeça.
— Da próxima vez, venha a pé. Aqui é uma empresa, não uma casa de caridade. Somos profissionais— Murmuro, escutando ela respirar fundo.
— Olha, aqui, eu não me atrasei porque eu quis, ok? Não precisa ser rude.
Ela dá um passo à frente e sinto um aroma inconfundível.
Ergo meus olhos encontrando duas grandes esmeraldas.
Vejo a cor drenando do seu rosto lentamente.
Ela abre e fecha a boca sem conseguir pronunciar nenhuma palavra.
Resolvo jogar com essa pequena atrevida.
Cruzo os braços, arqueando uma sobrancelha.
— A senhorita, dizia?
Ela balança a cabeça negando.
— Desculpe, senhor Scott. Isso não irá se repetir.
Concordo olhando seu currículo em cima da minha mesa.
— Abigail Heart. Bom, Abigail, suponho que não preciso explicar como funciona a empresa, onde fica sua sala, não é mesmo? — A encaro e a vejo engolir em seco.
Aproveito seu nervosismo para checá-la.
Com um vestido azul royal, colado em seu belo corpo. Decote canoa, deixando uma leve polegada do topo dos seus s***s à mostra. Passo a língua sobre os lábios me lembrando da sensação de como é tocá-la.
Abigail parece desconfortável com o meu olhar e isso me satisfaz. Sinal que tenho algum efeito sobre ela.
— Não, senhor. O senhor Theodoro já me colocou a par de tudo. — Responde sem me encarar.
Recosto-me em minha cadeira a olhando dos pés à cabeça.
— Bom, então pode começar a trabalhar.
Seus olhos me fitam por alguns segundos antes dela se pronunciar.
— Sim, senhor Scott.
Assente, caminhando em direção a porta.
Quando alcança a maçaneta a interrompo.
— Seja bem-vinda, senhorita Heart.
Ela se vira com uma expressão indecifrável.
— Obrigada, senhor Scott.
Observo Abigail sair, com um sorriso vitorioso nos lábios.
Que mundo pequeno.
Estive pensando nela o tempo todo, e o destino a serve de bandeja para mim.
— Viu passarinho verde, irmão? — Théo pergunta entrando em minha sala.
Cruzo os braços, observando ele se sentar e desabotoar os três primeiros botões do seu terno preto.
Balanço a cabeça negando.
— Porque acha isso?
Ele semicerra seus olhos em minha direção, como se me analisasse.
— Pelo simples fato de vê-lo sorrir, não faz isso com frequência.
— Para tudo tem uma primeira vez. — Respondo, pensando que meu humor mudará nos próximos meses.
Abigail Heart. Isso será interessante.
— Então, — Empertigo-me em minha cadeira, com uma certa curiosidade.
— A nova funcionária… De onde surgiu? Vocês se conhecem?
Observo um sorriso de canto aparecer na face do meu irmão, o que desperta em mim uma certa irritação.
— Digamos que foi o destino que a trouxe para mim.
Ergo uma sobrancelha, o encarando.
— Vocês…
— Não! — Responde rápido.
— Abby é uma mulher linda, eu me sentiria lisonjeado se ela olhasse para mim dessa forma. — Murmura alheio.
Aperto minhas mãos em punho.
Não sei porque ouvir meu irmão falar assim, está me afetando.
— E, porque pensaria isso?que ela não olharia? — Indago, querendo checar a fundo essa questão.
— Eu não sei… apenas sinto.
— Hum… — Assinto.
— Conheceu ela?
Concordo com um leve aceno.
— E?
Ergo os braços, impaciente.
— James, não a tratou m*l, não é?
— Théo, só aviso que não passarei a mão na cabeça de ninguém. Não se esqueça que ela é uma funcionária como outra qualquer.
Ele revira os olhos.
— Sei disso, só não quero que seja e******o com ela.
— Ok! — Espalmo as mãos sobre a mesa.
— Algo mais? — Pergunto, sarcástico.
Ele se levanta abotoando os botões do seu terno com um meio sorriso.
— Sempre simpático. — Zomba, me atirando algumas canetas.
Théo sai me deixando atordoado com alguns pensamentos.
Será que ele está interessado pela Abby?
Balanço a cabeça.
Não posso participar de uma disputa com meu irmão, odiaria fazê-lo sofrer.
Pois, Abigail Heart se tornou minha obsessão e não a maneira que eu desista de tê-la em meus braços.
A hora do almoço chega e me apresso na esperança de ver uma certa loira.
Abro um sorriso quando a vejo saindo da sua sala.
— Senhorita Heart, vai a algum lugar?
Ela se aproxima com certa hesitação.
— Hum… Sim, estou indo almoçar com a Lilian — Aponta para a minha secretária à sua espera.
Toco levemente seu pulso com um sorriso de canto.
— Posso me juntar a vocês?
Abigail arregala os olhos ficando em silêncio.
— Abby, acabei de me lembrar que não posso ir almoçar agora. Pode ir com o senhor Scott.
Ela lança um olhar para Lilian, corando em seguida.
— Então, vamos senhorita Heart. — Coloco minha mão esquerda na base da sua coluna a guiando para o elevador.
Aperto alguns números no painel e o elevador começa a descer, ficamos em um silêncio ensurdecedor até Abigail se pronunciar.
— É impressão minha ou você está ignorando o fato que nós nos conhecemos naquela noite?
Respira fundo, me encarando com as mãos na cintura.
Me aproximo dela lentamente a encurralando, com uma mão de cada lado do seu corpo no elevador.
Me inclino o suficiente para sentir o aroma adocicado da sua pele.
— Não Abigail. Esquecer uma mulher como você é impossível — Sussurro, vendo-a estremecer.
— Só estava tentando ser profissional. Afinal, lembrar de como nos conectamos naquela noite, nos colocaria em sérios problemas, não acha?
Ainda sinto o gosto dos seus lábios nos meus.
Ela ofega, passando a língua sobre os lábios. Esse simples movimento envia uma descarga de excitação para meu p*u que endurece instantaneamente.
Agarro sua nuca, fazendo com que nossos olhares se encontrem.
— Você não sabe a vontade que estou de terminar o que começamos Abby. Basta dizer sim.
Ela solta um suspiro e me aproximo ainda mais.
Quando avanço para a sua boca deliciosa o elevador para, nos tirando do nosso transe.
Praguejo mentalmente por essa interrupção.
Estava tão perto de provar dos seus lábios novamente.
Serei paciente. Abigail Heart ainda se renderá a mim, James Scott.