10- Segunda opção

3401 Words
Àquela altura todo mundo na Brazilian Watch sabia quem era Danilo e por que ele tinha ido dois dias seguidos com Aquiles à redação. A despeito de sua vontade de não falar de sua vida pessoal, os eventos recentes o obrigavam a responder perguntas e ouvir comentários. Poucos, já que sabiam do seu gosto por privacidade. — Muito legal você deixar ele ficar na sua casa, Aquiles... ele é tão fofo... e parece ser tão bonzinho... — disse Adriana. — É, parece, sim. — falou, mas pensou que o garoto poderia ser bonzinho em outro lugar. Ele e Kauan tinham ido de ônibus à faculdade e já conversavam sobre a vida um do outro, pois como o estagiário, Danilo era comunicativo e gay. Falou sobre o namorado, que estavam juntos há dois anos, que ele era oito anos mais velho, que morava na mesma cidade, que era professor em uma academia e lá tinham se conhecido, mas Danilo frequentou por pouco tempo, pois tinha que estudar e trabalhar. — Nossa, então tem dois gays no jornal, que legal! — disse Danilo, fazendo com que Kauan percebesse que ele já sabia sobre o Editor-chefe. — Na verdade tem três...o Eduardo também é... — E o Eduardo é o...? — O de cavanhaque que tava lá ontem, lendo um papel... — Ah... legal... — dizia Danilo, que realmente não se importava muito para a sexualidade dos outros.  Fizeram a matrícula e voltaram à sede do jornal. Nenhum tinha aula naquele dia, então Danilo esperou lá para ir embora com Aquiles. E como o prometido, ele m*l fazia se notar, apesar de ser comunicativo. Sabia a hora de se calar. Quem conversou bastante com ele além de Kauan foi Adriana, que o tinha achado realmente uma gracinha, compadecendo-se da sua situação. De ter que ficar na casa de alguém quase estranho. Aquiles pediu comida para os dois aquela noite. Comeram em silêncio, enquanto, do outro lado da cidade, Eduardo escrevia outro artigo que abalaria a política nacional.  Já tinha meio texto escrito, mas não conseguia avançar, pois algo se interpunha entre ele e o texto com insistência, impedindo-o de continuar. Ele sabia o que era e tentava em vão afastar qualquer distração. Porém, ele sabia que aquilo não era distração, entretenimento. Era consciência pesada, era desejo. E antes de resolver essas questões não conseguiria avançar. Por isso, ligou para Kauan, que estava em casa, por não ter tido aula. — Alô. — Oi. — Oi, Eduardo. Precisa de alguma coisa? — Preciso falar com você. Você está ocupado? — Não. Pode falar. — Quero falar pessoalmente. — Fala por aqui. — Janta comigo hoje? — Você não precisa mais sair comigo, já recuperou sua fonte. — Eu sei que não preciso. Janta comigo? Por favor... — Não quero. — Por favor, Kauan. — Tá bom. — Passo aí às oito, pode ser? — Pode. — Então, até lá. — Até. Kauan estranhou o telefonema e gostaria muito de ter resistido mais. Mas queria ver do que se tratava. E queria ver Eduardo. Imaginava que ele pediria para se fingirem de namorados por mais um tempo para que a fonte não desconfiasse. Ou talvez, na melhor das hipóteses, ele perceberia que foi um i****a, pediria desculpa pelo que falou e agradeceria adequadamente. Já estaria bom. Mas Kauan não acreditava nessa segunda possibilidade.  Mesmo desacreditando, foi tomar banho e se trocar, pois tinha aceitado o convite que provavelmente o faria sofrer mais uma vez. Sentia-se um i****a por não conseguir dizer não àquele homem. Entrou no carro com quinze minutos propositais de atraso, porque se ele sofreria também faria Eduardo sofrer um pouco, já que era tão pontual e Kauan ingênuo. Nem se vingar sabia. Foram a um restaurante legal, Kauan comeu e falou pouco. Eduardo comentou que já estava quase terminando o artigo. — Só parei pra te ver. — falou. — Sei... — Kauan riu, cinicamente. — Eu tô falando sério. — Para, Eduardo! Não sei pra que tá fazendo isso? — Kauan disse, irritado. — Não tô fazendo nada... tô dizendo a verdade. — ele sorria. — Uhum. — Kauan ironizava, enquanto tomava o vinho caro que tinha pedido. — Quer apostar? — Eduardo o desafiou. — Você vai perder.  — Quer ou não? — questionou rindo. — Quero... e como você vai me provar? — Me deixa te levar pra minha casa que eu te mostro. — falou com tranquilidade. — E se eu ganhar? — Kauan sorriu. — Você escolhe o que você quer, se ganhar. — Não sei o que eu quero. —falou Kauan, fazendo charme. — Eu sei o que eu quero. - Eduardo disse, assertivo. — Diz o que você quer... — Sei lá... Que você deixe seu carro comigo uma semana... com o tanque cheio! Eduardo concordou, depois de gargalhar. — E o que você quer? — Que você durma essa noite na minha casa.  — Você sabe que vai perder... tá fazendo isso porque tá se sentindo m*l por ter falado besteira. — Eu falei besteira? - perguntou Eduardo, que realmente não sabia o que tinha dito. — O que eu disse? — Se você não sabe ou finge que não sabe, não sou eu que vou te dizer. — Kauan se irritou. — Kauan, se eu falei alguma coisa que te chateou eu te peço desculpa. Eu não me lembro, não sei o que foi. — falou com sinceridade. — Tá bom. Então vamos logo que eu quero ganhar essa aposta. — disse Kauan, apressado. Eduardo pediu a conta sorrindo e os dois foram para a casa dele. — Talvez eu bata seu carro, porque eu tirei habilitação, mas não sei dirigir muito bem. — Kauan falava para assustá-lo. — Você não vai bater meu carro porque vai perder a aposta. — Eduardo se divertia. — Vou ir todos os dias pra faculdade de carro... e levar o Danilo.  — Quem é Danilo? — O garoto que tá morando na casa do Aquiles. Ele vai estudar na mesma faculdade que eu, mas vai fazer Biologia. — Kauan explicou. — Ah! Legal. Mas infelizmente você não vai levar ninguém. — disse, enquanto estacionava na garagem. Kauan tinha certeza que ia ganhar, porque Eduardo não deixaria o artigo pela metade só para jantar com ele. Mas estava com frio na barriga. Os dois riam e se provocavam no elevador, dizendo o que fariam se ganhassem a aposta. Quando entraram, Kauan pegou Pepe no colo, que já estava na porta miando. E Eduardo foi ligar o computador. Assim que abriu o documento onde estava o rascunho do artigo, chamou Kauan. — Vem cá. Senta aqui... me dá o Pepe. — pegou o gato e puxou a cadeira do escritório para ele sentar. — Agora lê. — ele sorriu, parado em pé atrás de Kauan, com Pepe no colo. Kauan lia e sorria, inconformado. Realmente era o artigo e era verdade que estava inacabado.  — Tá muito bom. — falou, olhando para cima. — Obrigado. Tá lendo de primeira mão... e perdeu a aposta. — ele riu, colocando o gato no chão. — Não perdi. — disse Kauan, que virou a cadeira para ficar de frente para Eduardo. — Aqui tem um artigo não terminado... não sei se está pela metade... e você disse que tinha parado na metade, então... você só vai ganhar quando terminar e eu tiver certeza de que essa aqui era a metade mesmo. — ele ria do próprio argumento, levantando-se da cadeira com ar de vencedor. — Ah, pelo amor de Deus! — Eduardo gargalhou. — Você sabe que "parei na metade" é força de expressão... somos de humanas, você vai querer contar palavras do artigo agora? — eles riam. — Claro que vou! Eu quero ganhar... — Você sabe que se eu quiser eu faço essa ser exatamente a metade, não sabe? — Eduardo perguntou, chegando mais perto dele. — Não sei... acho uma coisa difícil de fazer sem comprometer a qualidade do texto. — Mas se for pra você dormir aqui eu me esforço. — disse, segurando-o pela cintura e o levando para perto de si.  — Deixa eu ganhar... — ele pediu, com o rosto colado no de Kauan, que já mole, suspirou, quase aceitando a derrota. — Deixa?  — Pra quê? Pra você falar que não precisa mais de mim amanhã? Que a gente precisa ensaiar um término? — ele inquiriu, resistindo. — Não... eu sinto muito por isso. Me perdoa... eu... eu senti sua falta de verdade... nem consegui terminar o artigo, você viu... a gente não precisa fazer nada se você não quiser, mas fica aqui. Kauan sussurrou uma resposta. — Eu prometo, Kauan... Não vou ser um idiota... — Tá... — ele piscou devagar e sorriu, fazendo com que o sorriso de Eduardo se abrisse e ele o soltasse. — Mas eu não trouxe nada. — Você já ficou aqui sem nada antes. A gente dá um jeito... Vamos lá no quarto pegar uma roupa pra você dormir... você vai querer tomar banho? — Não. Tomei antes de você me pegar, não faz nem três horas. — falava sendo levado por ele, pela mão, ao quarto. — Então... acho que isso serve, né? — estendeu uma calça e uma camiseta. — Serve, sim. Vou me trocar... posso usar esse banheiro?  — Claro... fica à vontade. — saiu para deixá-lo mais confortável e quando ele reapareceu na sala, foi a vez de Eduardo ir se trocar.  Ao voltar, passou no escritório, pegou o laptop que já estava ligado e chamou Kauan para o quarto. Lá ele ligou a TV, sentou-se na cama, pôs o computador de lado e o chamou para sentar entre suas pernas, onde ele tinha colocado um travesseiro fino. Depois, Eduardo voltou a pegar o computador e o colocou na frente de Kauan, de modo que os dois podiam olhar para a tela. — Pronto. — falou Eduardo por trás dele. — Como é que você vai escrever comigo no meio? — perguntou com um riso bobo. — Vou escrever melhor que antes, pode ter certeza... aí você me ajuda... — ele falou, dando um beijo em seu pescoço, fazendo-o arrepiar. A posição era estranhamente gostosa. Sentir os braços de Eduardo vindo de trás de si, envolvendo-o, e ver seus dedos ali à sua frente, trabalhando em algo tão importante era curiosamente estimulante. Kauan sorria ao ver o processo de criação de Eduardo brotar aos seus olhos. Via-o substituir uma palavra por outra melhor, já que não existe sinônimo perfeito, e o processo de criação, de elaboração textual é tão pessoal. Mas as trocas lexicais são tão particulares, tão íntimas e ele podia ver ali na tela daquele computador, mais que em qualquer outro lugar, um Eduardo desnudo, despido. Porque ao escrever ele era mesmo ele, não um namorado falso, ou uma personagem de ficção. Não queria, mas precisou atrapalhá-lo algumas vezes. O próprio Eduardo fazia pausas para perguntar se Kauan estava desconfortável. Ele nunca estava. Aquele era o melhor lugar do mundo. A junção de dois universos sendo desvelada pouco a pouco diante de seus olhos atentos de jornalista curioso. E ainda sentia o calor do corpo dele, do corpo do homem que ele queria. Nada poderia ser melhor que aquela experiência. Teria perdido a aposta sem retrucar se soubesse que terminaria a noite ali, entre as pernas de Eduardo, com seus pés entrelaçados e seu olhos voltados para dentro dele, naquela tela. — Eduardo...  — Pode falar... — ele respondeu gentilmente. — Porque você quis que eu viesse? Você trabalha escrevendo, faz isso todo dia... por que hoje...? — ele não conseguia formular a pergunta completamente. — Porque hoje minha cabeça estava em você. Longe de você, eu não estava conseguindo escrever. — ele explicou, bem perto de seu pescoço de Kauan, sendo possível sentir o calor de sua respiração. E o som baixinho e doce de sua voz fez com que fez o rapaz sorrir e se virar para ele. — Fala a verdade... — É verdade. — ele o olhou sério, colocou o computador de lado novamente, segurou seu rosto e o beijou. Kauan se ajeitou de lado para aproveitar melhor aquele beijo. — Mas eu tô te atrapalhando, olha só... — falou quando seus lábios se afastaram. — Não tá, não. Mas se você quiser ir eu te levo. — continuava falando propositalmente arrastado. — Eu não quero. — Que bom. — Eduardo sorriu. — Mas eu não te trouxe aqui só porque eu queria que você me ajudasse a escrever o artigo. Eu queria ficar com você... dormir com você de novo... direito dessa vez. — disse sem descruzar o olhar do dele. — Aliás, acho que já escrevi bastante por hoje. — finalizou, pedindo licença para Kauan. Saiu dali para deixar o computador em algum lugar ali do quarto mesmo. Voltou rapidamente e em segundos já estavam se beijando novamente. Suas bocas se entendiam. Entenderam-se desde o primeiro encontro, o de mentira. Eduardo descobriu ali, naquele momento, que não sabia nada sobre a vida s****l de Kauan, e no meio dos beijos que esquentavam ele não queria perguntar detalhes, então, quando ele já estava sem camiseta em seus braços e seu peito já tinha sido todo explorado por sua boca, precisou interromper o momento para perguntar: — Kauan, você já...? — constrangido, não conseguiu terminar. — Já... fica tranquilo. — Kauan falou com calma, embora ofegante e delicadamente corado. — Tem certeza que quer fazer isso? — perguntou mais sensualmente em seu ouvido.  — Tenho... eu quero muito. — foi o que ele conseguiu dizer, que expressasse seu anseio por tê-lo logo dentro de si. Despindo-o por completo e debaixo das cobertas, Eduardo fez um malabarismo rápido para retirar as próprias roupas que ainda restavam. Assim, em meio a beijos em cima, toques e apertos embaixo eles iam se conhecendo num ritmo que se alternava entre o mais tranquilo e o agitado, num timbre que se confundia, naquela simbiose de desejo que eles tinham se tornado e na qual iam se confundindo. Eduardo tirou sua boca de onde quer que ela estivesse e arfando esticou o braço onde sabia que tinha o que ele precisava. De joelhos em frente a Kauan que o via ali, todo, sem que ele notasse seu olhar admirado, que percorreu do seu rosto concentrado, descendo pelo seu peito com alguns pelos que ele tinha acabado de beijar tanto que já era um terreno conhecido por sua boca, mas não pelos seus olhos que o viam pela primeira vez e desciam ao local onde eles ficariam por mais tempo, seu m****o ereto. Que ao ser tocado por Eduardo, para realizar o que tinha ido fazer, obrigou os olhos de Kauan a voltarem afoitos, mas não envergonhados, de novo para o seu rosto. Observou-o sorrindo enquanto ele o preparava para si e, ansioso, deixou já as pernas bem abertas, convidando-o. Foi preparado devidamente, enquanto, agora de perto, Eduardo o olhava no rosto. Preparou-o até bem demais, tornando a entrada lisa. Não queria machucá-lo.  Ao deixá-lo como queria, viu o rosto sério de Kauan, que há muito não tinha seu corpo penetrado. Em especial por alguém por quem estava apaixonado. Nem se lembrava, mesmo com a pouca idade, de como era fazer aquilo com paixão. Lembrou que era bom, mas doía como toda e qualquer vez.  — Quer que eu pare? — perguntou com jeito, olhando-o ofegante. — Não... — respondeu com um gemidinho.  Ele o queria. Estava duro também, a despeito da dor que ia diminuindo enquanto eles iam se beijando gostoso na boca e Kauan ia se mexendo lento lá embaixo, fazendo com que se encaixassem. Os movimentos foram acelerando com o beijo e logo Eduardo conseguia se mover nele, não agressivamente, pois ele não queria assim. Não ainda. Mas de uma forma boa para os dois. Kauan pôde se abrir mais, para recebê-lo profundo, gemendo com ele e sentindo seus movimentos mais acelerados, indo mais fundo. Mais forte. De repente, Eduardo sentou, sem sair de dentro de Kauan, que deitado, surpreendeu-se com a pausa. Tentou levantar e foi impendido, "shh... fica deitadinho...", ele obedeceu de pronto, foi bom ficar quieto, e viu que com uma das mãos, Eduardo o masturbava, sem se mover e sem sair de dentro dele, olhando em seus olhos apenas. De repente, Kauan sentiu que o apertava involuntariamente, e Eduardo, que nem se movia, fez com que ele gozasse, contorcendo-se em seu p*u, que não saiu de dentro dele. E antes que seus movimentos de prazer se acabassem, e ele sentisse aquele restinho de dor de quem goza enquanto é penetrado, Eduardo voltou à posição original, ficando por cima, pois sabia que ele também estava perto do fim, e fez poucos movimentos antes de se derramar em Kauan, beijando sua boca. Ele fechou os olhos ao sentir seus lábios ali, e tentou como pôde, porque queria muito, corresponder àquele beijo, mas seus sentidos se chocavam, já que ainda tinha espasmos de prazer, e ele m*l conseguia compreender o que acontecia, naquela sequência cadenciada que Eduardo orquestrou para eles. Eduardo saiu de cima e de dentro dele com cuidado e se deitou ao seu lado, puxando-o para perto. Ambos ofegavam e sorriam. — Nossa... Isso... foi incrível... — disse Kauan. — Foi mesmo... fica aqui pertinho de mim...— puxou-o mais, virando-se para ele e o abraçando. — Daqui a pouco eu procuro sua roupa... pra você não ficar com frio. — Eduardo falou, sem soltá-lo. — Ah... achei que ia falar pra eu ir embora. —  Kauan disse, assustado. — Claro que não! Eu disse que queria que você ficasse aqui comigo... isso que aconteceu foi um bônus... continuo querendo que fique. — ele falava calmo. — Me desculpa se te fiz pensar essas coisas... é delicioso ter você aqui... não só pelo que acabou de acontecer. Da outra vez, eu também gostei muito. Você foi... uma surpresa muito boa. — falou, olhando para ele que não se movia, m*l respirava pelo que tinha acabado de ouvir. Não entendendo a emoção  que suas palavras causaram em Kauan, ele desviou o olhar, envergonhado pela falta de resposta. Foi pegar as roupas caídas pelos cantos da cama, foi ao banheiro e voltou para a cama. — Quer ligar  a TV?  — Não... Você não precisa terminar o artigo? — perguntou, já meio recomposto.  — Eu termino amanhã... não tenho uma data definida... eu só fico meio ansioso... — Hum... mas não quer terminar? — insistiu Kauan. — Não. Eu quero ficar com você. —falou. A verdade. Ele sorriu dessa vez, apaziguando o coração de seu interlocutor. E foi o que fizeram naquela noite ligeiramente fria. Ficaram abraçados, conversando. — Você não acredita, mas eu senti mesmo a sua falta. — reiterou Eduardo, ganhando um beijo curto. — Eu fiquei triste quando sua fonte voltou... eu sei que eu não devia, mas eu fiquei... porque a gente ia ficar fingindo que era namorado e... eu estava gostando tanto... — confessou Kauan. — Eu também estava. — Eu sei... não precisa falar. Tem o cara lá... — Eu não ia falar nada, para de ser bobo... Quando eu fiquei com você naquela entrega de prêmio você me viu olhando pra ele? — Não. Mas você não podia ficar olhando pra ele. — disse, com ciúmes. — Eu fiquei te beijando, Kauan... fiquei abraçado com você. — Porque você precisava... — Porque eu queria estar com você... Não vou conseguir te convencer, né? — Não. — E hoje? Não tem ninguém aqui olhando e eu acabei de fazer amor com você e eu adorei... e eu quero dormir com você, passar a noite toda com você, abraçado com você, te beijando... porque eu adorei te beijar e senti sua falta... e fiquei triste de ter te magoado. — ele dizia, quase sem parar, deixando Kauan paralisado, sentindo fagulhas piscarem elétricas e insistentes no estômago. — Mas está comigo porque não pode estar com ele. — argumentou. — Eu quero estar com você. — Eu... — Kauan murmurou, meio sem ar, e beijou Eduardo com força, fazendo-o sentir que ele sabia, que tinha gostado de ouvir o que ele disse, ainda que retrucasse, mas ele sabia que bem lá no fundo, escondida, escamoteada naquelas sentenças lindas estava a verdade. E a verdade era que Kauan talvez não fosse mesmo a sua primeira opção.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD