Ataque

1751 Words
Cooper rosnava e se aproximava cada vez mais do outro alfa, seus olhos estavam brilhando em uma vontade imensa de matar o lobo a sua frente. Sentiu sua marca doer e viu, do outro lado da sala, King deitado com uma enorme ferida no ombro, fazendo com que houvesse muito sangue no chão.   Ele rosnou mais alto por ver aquilo e, sem pensar duas vezes, pulou sobre o lobo cinzento mordendo sua jugular. O alfa não conseguia se defender muito bem, sua pata havia sido muito machucada e Jack estava lutando com toda sua força e fúria por ver seu ômega machucado.   Dava para ouvir o barulho dos dentes afundarem na carne, e, como se não fosse o suficiente, usava suas patas para pisar na pata machucada do outro, fazendo com que ele sentisse mais dor. Estava cego pelo ódio, não se importaria de matar o lobo a sua frente.   ─ Não o mate ─ disse baixo, deitado no chão. ─ Se o fizer pode sujar sua imagem, largue ele aí e chame a polícia.   Jack escutou a voz fraca e machucada de seu amado fazendo com que voltasse à realidade. Ignorou por completo o lobo abaixo de si que praticamente ofegava tentando respirar, visto que seu pescoço estava completamente machucado e, em sua perna, havia um osso saindo para fora. Se aproximou do ômega vendo o machucado em seu pescoço, passando a cabeça e dando uma lambida no rosto do parceiro que lhe encarou cansado. Precisava chamar uma ambulância para buscar Brian, ele já havia perdido muito sangue.   Voltou a sua forma humana ficando completamente nu e pegou o telefone. Chamou a polícia e aproveitou para pedir a ambulância. Explicou toda a situação enquanto ficava ao lado do cônjuge, lhe fazendo carinho na cabeça. Seu coração se apertava ao sentir as dores dele, a marca passava todas as emoções e dor de seu ômega para si, o que o deixava com mais vontade de matar aquele desgraçado.   Jack foi correndo pegar alguma roupa em seu quarto, não poderia acompanhar seu ômega estando nu. Notou que o cômodo estava um pouco arrumado, deu um sorriso triste ao imaginar que havia sido o parceiro a realizar essa gentileza. Colocou a primeira roupa que encontrou e rapidamente voltou para baixo vendo que a polícia e ambulância haviam chegado.   A ambulância foi a primeira a estacionar e os paramédicos correram em direção ao lobo esverdeado que ofegava. Colocaram-no em cima de uma maca e o tiraram de lá. Logo outro grupo entrou, eram os policiais analisando o estado do lobo cinzento e observaram o alfa da casa, que mantinha uma expressão fechada e irritada.   Quando estava na agência, por sorte, havia sido o primeiro a ser atendido. Lhe explicaram que, caso um alfa tentasse retirar a marca de um ômega já marcado, consequências severas seriam tomadas. Além disso, avisaram-lhe que o alfa do ômega não poderia matar o responsável, a justiça teria que ser feita pela lei. Sabia que, provavelmente, aquele alfa passaria o resto de sua vida numa cadeia, contudo preferia que ele tivesse sido morto pelos seus dentes.   Ignorou a existência do alfa e foi para fora, para ir junto ao ômega. Viu seus pais chegarem correndo, não entendendo a situação. Ele não explicou muito, apenas pediu para que lhe entregassem os documentos do parceiro, pois Brian iria para o hospital e, se possível, entrarem em contato com a família do ômega.   [...] Jack se lembrou que havia sido atendido rápido, assim, logo havia terminado de fazer as coisas na agência. Acabou por encontrar seus pais saindo também da ala especial, onde eles precisavam resolver seus assuntos. Como Brian havia lhes dito, por serem novos na cidade, tinham certos privilégios, sendo um deles furar a fila que estava completamente gigantesca. Foi nesse momento que sentiu todas as emoções e dores do parceiro. Não pensou duas vezes e entregou todos os documentos para seus pais indo rapidamente em direção à saída. Se transformou em lobo e foi, literalmente, correndo para casa. Em sua forma animal era bem mais rápido que o carro, além de que poderia cortar caminho e não precisaria seguir os limites de velocidade. Ignorou todos os olhares sobre si, só precisava chegar em casa e ver o amado. [...]   Na ambulância ele segurava a pata do ômega com um sorriso triste, se amaldiçoava por não ter chegado a tempo para que impedir que aquela ferida fosse feita. Era tudo culpa sua, não deveria ter deixando-o sozinho. Sentia que algo podia acontecer com ele, devia ter seguido seus instintos e ficado com o ômega.   Quando chegaram no hospital, pediram que o alfa ficasse na recepção e fizesse a ficha do parceiro, enquanto Brian era levado para uma outra ala para ser examinado e curado. Depois de fazer a ficha, ficou esperando na recepção impaciente, pois ninguém aparecia para lhe informar nada. Depois de um tempo, seus pais chegaram acompanhados pela família de seu ômega.   Um jeito péssimo de conhecer a família de seu amado. Ele explicou toda a situação e viu a mãe do parceiro chorar desesperada. Havia percebido que ela tinha uma fragrância de pêssego, mas ela estava tão triste e nervosa que o cheiro da fruta podre.   Já o alfa que a acompanhava, provavelmente devia ser o namorado. Um rapaz alto de cabelo longo e liso que ia até um pouco abaixo do ombro. Percebeu que ele tinha olhos castanhos e uma cicatriz que cortava sua sobrancelha até abaixo do olho, mas aparentemente ele não era cego daquele olho. Bastante musculoso, com uma presença forte e poderosa, mas ele possuía um rosto gentil e carinhoso ele achou engraçado já que a postura e toda a presença daquele homem faziam com que ele tivesse tudo pra ser um: metido, alfa que se acha o rei, ignorante. Ele fazia de tudo para tentar acalmar a namorada ao seu lado que chorava desesperadamente, junto a sua mãe. Sim, sua mãe estava chorando junto a ômega, pois achava que era culpa sua.   Logo um médico apareceu, para a alegria de todos. Por sorte a mordida não havia chegado aos ossos, então não demoraria para sarar. Entretanto, foi necessário dar 5 pontos na região. Aquilo deixou King ainda mais irritado, agora seu ômega havia duas marcas feita por aquele alfa. Sua vontade era de sair daquele lugar e terminar seu serviço inacabado.   O médico informou que Brian poderia voltar para casa após passar a noite no hospital. Ele  já se encontrava acordado e era aconselhado que, Jack ficasse a todo o momento ao lado do ômega, para que esse conseguisse se recuperar mais rápido, além de se sentir mais protegido e confortável, visto que estava um tanto assustado.   Seus pais resolveram voltar para casa e arrumar tudo, assim, quando voltassem, a casa já estaria toda arrumada. Os pais ─ Cooper já considerava o alfa, na qual descobriu que se chamava Yukito Mashiro, seu sogro ─ agradeceram por ter sido ele a marcá-lo, pois tinham medo que ele acabasse sendo marcado por Peter, o qual havia lhe machucado muito na floresta. Fora um alívio gigantesco para o casal ver que um alfa bom o havia escolhido.   Jack não se achou digno das palavras dos pais de seu amado, afinal, havia falhado. Seu ômega estava machucado por sua culpa, como poderia receber os elogios de seus sogros sendo que se sentia tão inútil? Aquele não era o melhor local para continuarem a conversa. Sophia, a mãe de seu parceiro, já mais calma por saber que seu filho voltaria para casa logo, pediu para que voltassem a conversar depois. Queria conhecer mais sobre o alfa de seu filho, ela estava feliz em ver que esse se preocupava com seu filhote tanto quanto ela.   Ele se despediu de todos e foi até o quarto do parceiro, vendo-o abrir um sorriso ao vê-lo entrar pela porta. Jack foi correndo e abraçou o cônjuge, tomando cuidado para não tocar em seu ombro já dolorido. Ele sentiu os braços pequenos lhe apertarem e um soluço vindo do ômega, que já estava chorando.   ─ Eu nunca mais vou te deixar sozinho, nunca mais ─ se afastando e encarando o olhar choroso do parceiro. ─ Eu senti o maior medo de toda minha vida ao pensar que poderia perder você, nunca mais quero sentir isso ─ dando pequenos beijos no rosto do amado enquanto passava as mãos para limpar as lágrimas do pequeno.   ─ Eu senti tanto medo ─ ainda soluçando.   ─Eu não vou falhar de novo, se qualquer alfa tentar se aproximar de você ─ rosnando. ─ Não vou me importar de fazer justiça com minhas próprias mãos.   ─ Não precisa se culpar ─ passando a mão no rosto do parceiro, conseguia sentir toda culpa e angústia que ele estava sentindo. O grande sentimento de culpa por tê-lo deixado sozinho na casa.  ─ Não foi culpa sua, se não fosse por você, eu já teria tido meu fim naquela floresta. Não se culpe, Brian ─ abriu um sorriso carinhoso.   ─ Me desculpe, prometo que isso não voltará a se repetir, lhe protegerei com minha vida.   ─ Eu sei que vai, por isso eu te escolhi ─ dando um selinho de leve nos lábios do alfa.  ─ Eu te amo muito, como nunca achei que amaria alguém, nunca achei que poderia amar alguém tão rápido, mas a cada minuto perto de você, meu coração parece querer sair para fora.   ─ Não sabe como essas palavras me deixam feliz ─ segurando com as duas mãos o rosto do ômega. ─ Nunca fui de acreditar em amor à primeira vista até o momento que lhe encontrei. Já não consigo imaginar minha vida sem você ao meu lado, não sabe o quanto eu te amo e te desejo.   ─ Estamos no hospital! ─ batendo de leve no peito de Jack que ria. Ele estava soltando seus hormônios, os quais já estavam, de certa, forma afetando Brian que havia ficado envergonhado -Pelo menos espere que eu receba alta.   ─ Não tem ideia de como fico feliz em ouvir isso ─ com um sorriso malicioso vendo o ômega ficar mais envergonhado embaixo de si.   Aproximou seu rosto do menor e início um beijo lento, sentindo o ômega segurar em seu peito para corresponder aquele beijo calmo e com tantos sentimentos. Era tudo novo para ambos, nunca acharam que encontrariam o parceiro ideal tão rápido, muito menos que um amor tão grande nascesse tão rapidamente, mas tinham certeza de que sempre estariam juntos e nada mais iria lhes separar.            
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