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Tradição

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intro-logo
Blurb

Em uma cidade na qual tem uma tradição, na qual Brian King acha patética, onde, ômegas entram em um tipo de caçada para encontrarem seus parceiros. Independente do ômega desejar ser marcado ou não. Ele luta para não virar uma isca para qualquer alfa ou beta que surgir em sua frente.

Só que ele não esperava conhecer um alfa, novo na cidade chamado Jack Cooper, que acaba ficando intrigado pela rara pelagem branco neve na qual ele possui. Eles acabam se aproximando e por mera coincidência percebem que podem ter um relacionamento bom entre eles.

Claro que nem tudo são flores, Peter Ward que tem uma grande obsessão por Brian não gosta de saber que seu parceiro ideal achou outro alfa. Ele tenta de tudo para possuir o ômega, mesmo que precise machucá-lo severamente no processo.

Brian não é o único lobo sendo perseguido por uma pessoa '' doente'' . Harry Price é um beta na qual vem sendo perseguido por uma alfa, que se chama Agatha Ross, na qual tem certo prazer em ver pessoas sofrendo e sendo torturadas, ela acha belíssimo o beta e fica o perseguindo.

Um mercenário chamado Jacob Flores, na qual acaba trabalhando junto com Peter, tem uma filha na qual ele a judia e a detesta. Sem que ele saiba, sua vizinha Karen Diaz o observa e tenta de alguma forma salvar essa criança, mas ela luta com os fantasmas de sua cabeça que a impedem de tomar uma atitude.

A vida desses três acaba se interligando sem que eles percebam, fazendo com que uma série de acontecimentos desagradáveis e felizes aconteçam nesse processo.

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Floresta
Lá estava Brian King, outro ano indo naquela floresta ridícula. Preferia ficar em casa ou até mesmo dormir do que estar naquele lugar. Qual era o problema de ser solteiro? Afinal de contas, tinha apenas 17 anos, não é a idade para procurar o parceiro de toda uma vida.   Infelizmente ele não tinha muita opção, era apenas um ômega, afinal. Ainda não entendia a necessidade de ter um encontro anual com todas as classes para que pudessem arrumar um cônjuge. Não poderiam se conhecer na escola ou até mesmo no emprego? Mas sociedade sempre fora assim, ao menos era isso que ele escutara de seus pais. Aquele encontro anual na floresta era um meio de ajudar para que todos pudessem achar seus parceiros e, assim, evitar qualquer tipo de briga fora daquele lugar.   O mundo era divido em três classes: Alfas. Os reais : praticamente poderiam fazer o que quisessem que a sociedade não os olharia feio, para falar a verdade, era capaz de serem elogiados. Fortes, com uma presença capaz de intimidar as classes inferiores e, claro, acharem que podem fazer o que quiserem quando forem contrariados. Possuíam um cheiro mais cítrico e forte.   Brian não odiava todos os alfas, não, mas poderia contar nos dedos quantos alfas ele considerava serem pessoas de bem. De resto, se todos sumissem ele não se importaria. Estava cansado de ver homens agirem feito crianças. Ninguém podia dizer ''Não'', nem mesmo o parceiro, que lá estavam eles soltando aquele feromônio forte e aumentando sua presença de forma anormal.   Já não bastava terem os maiores cargos e o respeito dos mais velhos, ainda tinham que ser mimados. Eram eles que sempre escolhiam seu parceiro, e, mesmo que esse não o quisesse era obrigado a ficar junto ao alfa, caso contrário, sofreria as consequências. Como se já não fosse sofrer nas mãos do alfa quando este o marcasse.   Betas: só querem ver o circo pegar fogo, um bando de puxa saco dos alfas. Não eram tão afetados pelos feromônios e não eram a primeira opção como parceiro de um alfa, o que fazia com que eles tivessem uma vida bem mais calma. Eles não tinham nenhum cheiro o que fazia com que não atraíssem muitos parceiros.   Ao invés de se juntarem aos ômegas e lutarem contra aquela opressão ridícula, preferiam ficar do lado mais forte, rindo de situações horrendas onde os ômegas sofriam pela presença de um alfa. Entretanto, King não odiava todos os betas, ainda havia esperança no mundo e muitos eram gentis, pelo menos com ele.   Eles podiam marcar ômegas, mas para falar a verdade, as famílias preferiam que seus filhos fossem marcados por alfas fortes, e claro, ricos. Bem ricos. Muitos ômegas preferiam que betas os marcassem, afinal, eles tinham uma presença mais fraca, além de não serem tão afetados pelo cio de um ômega, logo, a convivência possuía mais harmonia; visto que as chances de serem maltratados eram baixas. O problema mesmo era o trabalho que eles conseguiam, além de não possuírem tanta força como um alfa.   Ômegas: a pior coisa que foi criada na terra, talvez um esquilo tivesse mais importância que um ômega. Submissos, fracos, não tem controle do cio sem uso de remédios, pequenos, frágeis... A quantidade de coisas negativas que Brian poderia listar era imensa. Obviamente ele tinha a sorte de ter nascido como um. E todos tinham cheiro doce, alguns chegava a ser enjoativo de tão doce que era.   Ômegas não podiam trabalhar, afinal, tinham que cuidar da casa e dos futuros filhotes. Levou séculos para que essa atrocidade mudasse, mas não acabou ajudando muito já que praticamente ninguém na sociedade queria contratar um ômega, visto que, tinham que dar mais dias de folga.   Claro que tudo bem dar o dia de folga para alfas quando estes precisassem ajudar o parceiro no cio, mas dar um dia de folga para um ômega era o cúmulo do absurdo, mesmo que ambos os eventos tivessem o mesmo propósito. Isso só fazia com que King sentisse mais raiva do local onde morava.   Apesar de ser um homem, ainda podia gerar filhotes. Aquilo era completamente bizarro, não entendia o motivo de apenas ômegas masculinos poderem gerar vida, enquanto os betas masculinos não tinham aquela sorte de gerar um filhote. Não bastava ser um homem ômega, ainda tinha que dar à luz a filhotes.   Podiam cursar faculdade, mesmo sofrendo muito dentro da instituição. O método mais rápido e eficiente de arrumar um emprego era trabalhando para os pais ou para a família do parceiro. Isso é claro se a família possuísse alguma empresa para contratar. Em outras palavras não era fácil ser um ômega.     Tinham um cio, período no qual atraiam um bando de pessoas loucas por uma noite selvagem de sexo. Tinham que tomar remédios para cortarem o efeito de seu cheiro natural, os feromônios, já que a presença de um ômega podia tirar a concentração de alguns alfas.     Contudo, no dia do encontro anual, aqueles remédios não eram usados, logo, a fragrância dos ômegas estava normal, permitindo que alfas e betas pudessem sentir o cheiro mais fácil, assim localizando seus parceiros.   A única vantagem que o rapaz via naquele encontro era poder ficar em sua forma de lobo. Sim, todos ali naquela comunidade podem se transformar em lobos. Brian era um lobo de pelos brancos como a neve; m*l havia ômegas ou outros lobos dessa cor. Tal característica fazia com que ele chamasse certa atenção dos alfas, coisa que o garoto odiava.     Sem contar seus olhos grandes azuis que lembravam joias. Brian não era de se gabar, mas amava sua versão lobo e tinha orgulho dela, herdou essa tonalidade de sua mãe, mesmo que ela ainda tivesse certas partes do corpo no tom marrom, acabou pegando só a parte branca. Seu pai tinha pelo completamente marrom, mas ele havia morrido quando tinha 5 anos e desde então sua mãe nunca havia encontrado outro parceiro.   Tinha uma leve vantagem em sua cor de pelo, estavam no meio de uma floresta, cheia de neve, tornando mais fácil se camuflar caso quisesse se esconder de alguém. Bastava se livrar, de alguma forma, de seu cheiro, o qual dispunha de toques de baunilha com Jasmim. Seu tom natural de pelo combinava até mesmo com seu aroma de uma das flores mais perfumada que existia.   O encontro da floresta se resumia a um dia inteiro naquele lugar. Havia alguns adultos que ficavam no centro da floresta para que, caso algo acontecesse, pudessem agir. Mas, no fundo, eles não faziam nada. Brian já perdera as contas de quantos ômegas já haviam sido completamente machucados daquele lugar e os responsáveis não moveram um dedo ─ ou pata ─ sequer para ajudar. Eles só impediam caso alguém tentasse marcar quem já possuísse a marca ou matar algum lobo.   Seus pais os deixavam próximo a floresta, os filhos se transformavam em lobos e carregavam consigo uma túnica preta caso precisassem ficar na forma humana. Levavam duas caso acontecesse alguma coisa com a outra peça. No fim do dia, apenas os pais dos betas e alfas iam buscá-los para conhecerem os parceiros escolhidos, enquanto os ômegas eram obrigados a voltar para casa sozinhos, mostrando que eles não haviam conseguido arrumar nenhum parceiro. Se o ômega estivesse debilitado para retornar à casa, um dos adultos o levava direto para o hospital e avisando a família do ocorrido.   A regra é: não há regras. Cada um por si, valendo tudo. Desde brigas entre alfas para pegar um ômega ou até mesmo um alfa brigar a ponto de machucar um ômega para que pudesse marcá-lo. Era algo completamente selvagem e sem necessidade de que King queria passar longe.   Sua mãe sempre lhe dizia para arrumar um bom alfa e continuar a família. Entendia o ponto de vista dela, precisava continuar a linhagem da família. Apenas sua mãe havia puxado aquele tom branco neve, ─ mesmo que houvesse o marrom, não havia outra família com um branco tão claro quanto aquele ─ até porque era filha única e teve a sorte de herdá-lo, dependia do garoto conseguir continuar esta tradição de família de que ao menos um filhote possuísse essa cor tão especial.   Mas Brian achava difícil, tentava gostar de algum alfa, mas a grande maioria eram completos idiotas consigo. Podia interagir com eles fora da floresta, só não podia ser marcado, isso tinha que ser deixado para o dia anual do encontro da floresta. Também era recomendável que evitasse contato s****l já que os alfas tendiam a ficar animados demais e podiam marcar o parceiro fora da floresta, o que gerava muita briga e até mesmo prisão. King havia até mesmo invadido o sistema para ver quem iria participar naquele ano, visto que apenas pessoas entre 15 e 18 anos podiam participar daquela festividade. Sim, o rapaz conseguiu facilmente invadir o sistema para ver todos os possíveis parceiros e não se interessou por nenhum.     O pequeno lobo rapidamente entrou na floresta, era já seu terceiro ano naquele lugar horrível, a cada ano que passava, sua mãe lhe cobrava mais por não ter arranjado um parceiro. A mesma já a havia dado a maior lição de moral de como tinha que achar um alfa logo antes que fizesse 18 anos. Pois provavelmente ele seria obrigado de alguma forma a ficar com um alfa, devido ao desejo de sua mãe pois se dependesse de si ele preferia ficar velho e um dia, quem sabe um dia, achar alguém que valesse a pena já que não era ilegal ficar com um alfa mais velho. Só que era m*l visto por todos, é claro, já que para aquela sociedade ideal ômega bom precisa estar já com um parceiro aos 18 anos.   Andou mais adentro da floresta achando então sua pedra. Ele demorou praticamente o dia todo no último encontro para achar um lugar bom para descansar e passar o tempo. Tinha uma altura boa, era confortável na medida do possível, iluminação amena, uma quantidade razoável de vegetação em volta dela e, claro, uma ótima vista fazendo com que pudesse ver alguns lobos correndo.   Pulou com graciosidade até o topo da pedra e deitou-se. Ficaria ali o dia todo se necessário e pediria a todos os deuses que não acontecesse o mesmo incidente do ano passado. Sentia até um arrepio ao se lembrar daquele dia. Preferiu então cochilar para que o tempo corresse mais rápido e aquela idiotice tivesse seu fim.   Diferente de alguns ômegas que preferiam andar juntos, principalmente entre amigos, King preferia ficar sozinho, assim chamava menos atenção. Afinal, ver um grupo de ômegas andando na floresta era o mesmo de pedir para ser notado. E tudo o que menos queria era atenção.   Porém, foi nesse momento que sentiu uma fragrância. Um aroma de rosa e laranja muito agradável, tinha que admitir. Sabia também que toda aquela presença não poderia ser de um ômega ou um beta. Estava curioso, não havia sentido um cheiro daqueles antes, provavelmente era um novato. Ótimo, um rapaz mais novo, tudo o que ele menos queria. Todo o encanto do cheiro sumiu com aquela informação.   Entretanto, quando abriu os olhos para encarar aquele lobo, se surpreendeu. Ele era muito alto para ser alguém mais novo. Mesmo que alfas fossem maiores, nenhuma pessoa de 15 anos teria aquele tamanho. Sem contar na cor do pelo, o qual não pôde deixar de notar como era bonito. Um tom preto tão denso quanto a noite, olhos em um tom de mel tão claro que podia se comparado ao dourado. Ele era lindo.   Aquilo deixou Brian um tanto animado. Odiava admitir, mas sem o efeito dos remédios, seu corpo era involuntariamente atraído para certos alfas. Nada que ele não pudesse conter ou ignorar, mas aquele a sua frente era diferente. Ficou interessado no mesmo, afinal, não havia visto foto nenhuma foto de um lobo daquela cor. Sim, nos arquivos não só mostravam a foto humana como também em forma de lobo.   Percebeu que ele lhe encarava com curiosidade e um tanto de fascínio, talvez nunca tivesse visto um lobo de branco neve. Aquilo, de alguma forma, o deixava feliz. O alfa não lhe olhava como um pedaço de carne, muito menos parecia que iria atacá-lo para logo em seguida marcá-lo. Ele apenas lhe encarava, deixando o ômega cada vez mais curioso sobre aquele estranho. Afinal quem era aquele alfa?            

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