Sophie Cassano
As minhas compras sempre são pagas pelo fundo da Camorra! Eu nunca preciso me preocupar com mais nada, eu só tenho que dar uns cliques.
— Não precisa, junte tudo — informo com um sorriso lindo.
Loren olha para mim de um modo espantado, como se não crê-se no que estou falando, mas ela já devia estar acostumada com isso, eu sempre faço o p*******o das nossas compras.
— Sophie! Não precisa, eu posso pagar por isso, esqueceu? — ela reclama retirando seu cartão da carteira.
— Eu sei que pode prima, mas não precisa, eu quero fazer isso por você, para compensar pelo que Allan fez — eu sei que esse truque é muito mau, mas bastou tocar no nome do Allan que a minha prima concorda com absolutamente tudo o que eu quero.
— Ai sua traidora, você não pode fazer esse tipo de coisa comigo — Loren lança um lenço em minha direção e deixa que eu finalmente pague as compras dela enfim.
Nós duas recolhemos nossas compras e finalmente saímos da loja, eu não via a hora de sair do shopping, sair desse ambiente cheio de pessoas e Poxa! Eu só fiquei dando voltas e observando minha prima fazer compras, eu só comprei alguns sapatos e nada mais, a maioria das sacolas são de Loren.
— O que acha de darmos algumas voltas num restaurante e comer algo bom? — Loren parece mais animada, acho que fazer compras comigo a fez esquecer que Allan deixou ela.
Nós duas passeamos por mais algumas lojas, mas graças a Deus, nós duas não entramos ou ficamos muito tempo apreciando as coisas nelas.
— Sabe Sophie, agora que nós duas estamos aqui sem os nossos pais, eu acho que devemos nos rebelar, não acha? Somos tão boazinhas, aprontar um pouco não vai fazer m*l a ninguém — Loren tagarela sem parar.
Ela acha mesmo que os nossos pais deixariam nós duas soltas pelo mundo, sem nenhuma supervisão, que eles deixariam nós duas andando por aí em boates, como se fôssemos duas moças fora da máfia, isso é loucura da cabeça dela.
— Ai Lo, você viaja muito na maionese, acha mesmo que os nossos pais deixariam isso acontecer? Você só pode estar delirando — trato de cortar as asinhas dela na hora.
Só porque estamos há quilómetros de casa, isso não quer dizer absolutamente nada. Eu acredito que tenha um drone fazendo patrulha a volta do nosso apartamento, sem contar que nele só ficam pessoas da Camorra.
— Não é uma viajem, eu quero levar você a uma boate — Loren dá voltas ao redor de mim.
Ela está realmente louca, está tão animada em finalmente poder me levar para a má vida que não está pensando com clareza, ela acha mesmo que isso é possível? As boates de Roma estão na supervisão da Cosa Nostra, eles não têm uma boa relação com a Camorra, logo, nós não teremos como pisar sequer no portão das boates.
— Caso consiga dar uma volta nos quarteirões, sem a presença de um dos nossos urubus, me conta tá? — debocho dela só para irritar ainda mais ela.
Loren ri das minhas palavras, ela fala tantas coisas de uma vez que não consigo entender absolutamente nada. Eu tento falar algo para ela, mas alguém bate contra o meu ombro. Com o impacto entre os nossos corpos, eu vou de encontro ao chão, dou com tudo no chão e não consigo me levantar por conta própria.
Eu ergo o rosto um pouco, só para ver quem foi o ser que me colocou no chão. Eu tento formular algo para falar para ele, mas o perfume do desconhecido é tão forte e embriagante que não consigo pensar com coerência. Assim que os meus olhos finalmente entram em contacto com os do desconhecido, duas iris azuis e intensas me encaram com intensidade, como se ele estivesse despindo a minha alma, sinto que ele pode descobrir qualquer segredo meu.
O meu estômago embrulha de nervoso, as borboletas adormecidas tornam-se mariposas totalmente loucas, dançando igual a musas do samba no carnaval brasileiro.
— Oh! Peço perdão, não foi a minha intenção machucar você, não consegui desviar na hora — a voz grave e ao mesmo tempo forte, entra em contacto com a minha pele, aumentando ainda mais a minha excitação.
Eu não preciso ser próxima ou íntima dele para saber que ele não é daqui, está mais do que claro para mim que ele é Russo. Eu sou fluente em muitas línguas e esse sotaque é russo de certa.
— Ah! Está tudo bem, está tudo bem — me afasto dele com as bochechas totalmente ruborizadas, estou tão envergonhada que não sei onde enfiar a cara.
— Deixe-me ajudar você — o anjo de olhos azuis me ajuda a levantar.
Eu não sei o que aconteceu com os meus seguranças, mas os desgraçados simplesmente sumiram, nunca que eles deixariam um homem chegar a menos de um quilómetro de mim. Mas o anjo loiro de de olhos azuis, está tocando a minha pele. O contacto entre nossas peles, cria um atrito entre nós, parece até que ele está passado alguma espécie de energia entre nós.
— Ah! Obrigada — agradeço sem jeito e os desgraçados dos meus seguranças chegam e me levam dele.
O estranho fica em pé me encarando sem fazer absolutamente nada, ele me encara com tanta intensidade que sinto um frio estranho. Ele sorri para mim e pisca o olho esquerdo. A atitude dele é tão sexy e p***a! Eu nem pareço uma virgem nesse momento, as acções dele atingem uma parte do meu corpo tão intensa que p***a! A minha calcinha está molhada.
[...]
Meus dedos passam pelas estantes da biblioteca, eu não creio que finalmente estou aqui. Faz dois meses que estou estudando nessa universidade e até agora parece um sonho. Eu não sei o que fez o meu pai me deixar estudar aqui, mas seja o que for, foi algo realmente forte. Talvez a minha mãe tenha movido alguns pauzinhos, mas isso não importa, o importante é que eu estou aqui e finalmente vou estudar o que eu sempre quis, nutrição. A biblioteca está tão repleta de livros, de todos os tipos, até os que eu não posso ler, mas leio mesmo assim. Quem precisa saber que por trás da capa de Romeu e Julieta, eu estou lendo um livro hot pesadão.
Continuo andando pela biblioteca, divagando em meus pensamentos, concentrada somente no livro que estou prestes a ler, espero que ele seja bom e me deixa totalmente excitada. Se alguém da minha casa, ao menos soubesse o que leio, com toda a certeza do mundo, eu seria deserdada, eles tirariam a minha verba para livros. Continuo viajando pela biblioteca, até que trombo com alguém, meu peito embate com força contra o peito de alguém, alguém não, o muro revestido de aço. Antes que o meu corpo, vá de encontro ao chão, dois braços enormes me encaixam, me colando em seu peito. Duas safiras azuis me encaram, arrancando o meu fôlego.
É ele, o anjo da última vez, o mesmo que me deixou cair no shopping, ele está me segurando novamente. Seu perfume forte e masculino, preenche todo o ambiente, ele exala testosterona pura, ele é másculo, seu queixo quadrado e sua face angelical. Ele é tão lindo que é impossível não ficar hipnotizada com sua beleza, será possível amar alguém a primeira vista? Se fôr possível, eu estou apaixonada por ele.