Mikhail Petrov
Faz uma semana que cheguei na Itália, eu não acredito que alinhei as loucuras do meu irmão, ele realmente me convenceu a fazer isso. Eu tive que me matricular na mesma universidade que Sophie, ela está no curso de Nutrição, mas eu não me inscrevi no mesmo curso que ela, eu fui na administração só para não parecer óbvio demais, sem contar que eu nem sequer sei cozinhar ou sei algo sobre alimentos, eu só como. Essa faculdade está cheia de jovens iludidas, elas acham mesmo que podem chamar a minha atenção. Eu estou totalmente irritado com elas, o cheiro deles é forte demais, igual a bosta, não creio que estou sendo forçado a ficar no mesmo ambiente que eles. Sophie Cassano é uma verdadeira princesinha da máfia, eu tento seguir ela, conhecer os horários dela, mas o batalhão de soldados sempre me impede de chegar muito próximo dela. A única coisa que eu sei, é que hoje ela estará no shopping, mesmo não conseguindo chegar até ela, ninguém impede os meus drones de chegarem até o prédio dela para colocar uma escuta.
— Mikhail, seu irmão está ligando para você, por quê não atende? — Ivan vem até o meu escritório trazendo o celular.
Não sei em que momento Aleksander ligou para mim, mas se ele ligou para Ivan é porque ele tentou várias vezes e eu não atendi, conhecendo meu irmão como eu conheço, provavelmente esteja totalmente puto e com raiva de mim.
— Eu não ouvi o celular tocar — retruco procurando pela lata velha do meu celular.
Eu sou alguém antiquado, pode se assim dizer, não gosto muito de tecnologias, só uso quando preciso realmente delas, quando elas são realmente necessárias. Como o facto de ter usado o drone para enviar uma escuta até a casa de Sophie, caso não, eu não o teria usado. O meu celular sempre fica no silencioso.
— Você nunca escuta seu celular tocar, seu irmão está puto, parece que as coisas não estão bem lá do outro lado — Ivan fala com uma cara nada boa.
Pela cara dele, as coisas não estão bem de verdade, até Aleksander ligar para mim é porque as coisas estão caóticas de verdade..
— De para mim o celular — estendo a mão para que ele me dê o celular.
Ivan dá o celular na minha mão com um sorriso debochado nos lábios, ele adora me ferrar..
— Mikhail Petrov falando — debocho da cara dele só para encher a paciência dele.
— Mikhail! Como estão as coisas desse lado? Já encontrou-se com Sophie Cassano? — as voz dele do outro lado parece ofegante e desesperada.
Aleksander não é pessoa de ligar para perguntar como andam as coisas, se ele está ligando é porque ele quer saber alguma coisa sobre o plano dele, eu conheço o meu irmão, isso é só uma forma de me pressionar a fazer logo o meu trabalho.
— Se quer saber sobre o meu trabalho de conquistar a princesinha da Camorra, posso dizer que isso não aconteceu e não vai acontecer tão já — Falo logo de cara.
Sophie Cassano é uma virgem que nunca viu um homem antes, não posso chegar logo de cara querendo levar ela logo para a má vida, tenho que chegar aos poucos, conquistar a confiança dela, fazer ela se apaixonar por mim, só depois disso é que vou poder avançar. Não posso logo chegar aos finalmente, ela não é qualquer uma e pelo que percebi, ela vai tomar muito da minha paciência.
— Se apresse, as coisas vão de m*l a pior na Bratva, Ygor está mais ousado que nunca e nós precisamos logo dessa aliança — A voz de Aleksander parece cansada..
Ele está cansado, apesar das coisas com Isabella estarem bem, os ataques têm tirado o sono dele, ele realmente precisa de um tempo de descanso. Sem contar que Isabella está grávida, uma guerra agora, seria o mesmo que declarar o fim da Bratva.
— Não se preocupe, eu vou fazer o meu trabalho — eu realmente quero ajudar o meu irmão.
Eu entrei na Bratva com um e único objectivo, mas parece que agora tudo mudou. Aleksander se mostrou alguém justo, muito o contrário do que as pessoas falam dele, ele tem a fama de d***o com razão, mas ele é o d***o mais justo que eu alguma vez vi na vida.
— Obrigada, boa sorte e irmão, tome cuidado, caso veja que as coisas não estão bem, por favor volte para casa — ele fala essas coisas e desliga o celular.
Se alguém alguma vez me dissesse que eu teria um irmão mais velho, ainda mais o Pakhan da Bratva e que o mesmo se preocuparia com o meu bem estar, eu diria que essa pessoa está louca ou pelo menos doente. Eu nunca tive alguém que se preocupasse comigo, Aleksander está exercendo muito bem seu papel de irmão mais velho.
— Então! O que ele queria? — Ivan indaga curioso..
Agora ele tem voz, no momento em que ele me entregou o celular rindo da minha cara ele não pensou nisso.
— Agora você tem voz né? Traidor de merda — retruco devolvendo o celular dele de volta.
Ivan se senta na cadeira a minha frente e ri da minha cara, como se estivesse diante de um palhaço ou algo parecido.
— Ah! Você sabe, seu irmão me assusta — ele realmente tem medo do meu irmão.
Aleksander não é flor que se cheire, se ele tem o apelido de d***o é por alguma razão óbvia, ele pode até ser bom comigo, mas com os outros soldados ele é um verdadeiro d***o.
— Ele assusta a todos, mas ele não queria nada demais, além de me lembrar do meu trabalho — explico.
Apesar de eu não ter amigos e afastar a todos que tentam se aproximar de mim, Ivan é o único louco que insiste em ficar do meu lado, mesmo que eu atente contra a vida dele sempre, ele é tão louco quanto eu.
— E aí? O que você vai fazer, aquela menina é mais protegida que um monarca inglês, é praticamente impossível chegar até ela — Ivan parece preocupado comigo. Ele muda a postura a todo o momento na cadeira.
Ele tem razão, Sophie é realmente muito protegida, mas nenhum sistema de segurança é cem por cento seguro, por exemplo, se ela fosse realmente tão protegida como todos pensam, eu não conseguiria colocar as escutas na casa dela e não descobriria que hoje, ela estará no shopping, só com a sua prima maluca. Eu também descobri que o segurança e motorista está de folga, o que é óptimo para mim. O motorista dela é alguém perigoso para mim, ele é um ex fuzileiro altamente treinado, qualquer passo em falso perto dele e é o meu fim.
— Nenhum sistema de segurança é cem por cento seguro — retruco me levantando.
Está na hora de fazer com que Sophie sinta a minha presença. O meu plano é simples, fazer com que ela se acostume com a minha presença, que fique curiosa sobre a minha identidade e só depois de isso tudo, é que eu vou me aproximar dela.
— Onde vai? — Ivan se levanta de sua cadeira e tenta me acompanhar.
— Dar início ao meu plano, eu ouvi que o meu raio de sol estará no shopping, sem o batalhão de seguranças e só com a prima dela — falo com um sorriso nos lábios, pela cara que ele faz ao escutar o apelido carinhoso que eu criei para ela.