Capítulo Treze ( Felícia Santos)

1467 Words
 Tento rir mais uma vez, mas minhas costelas me impedem de aumentar de nível a minha risada para gargalhada. Sandra é a primeira que consegue, se desvencilhar do emaranhado de pessoas pernas. - Amiga! Amiga! Você está bem? minha Riry - Sandy corre até bem perto da minha cama e tatea o meu rosto, ela procura por outros aranhões em mim. Eu continuo deitada sem nenhuma reacção, o que derei a elas? Se nem mesmo eu sei o que está acontecendo. Debby e Vanessa se juntam a Sandra na inspeção em meu rosto, estou me sentindo muito m*l por deixar minhas amigas preocupadas. - Uhm! Eu estou melhor graças a Deus, talvez amanhã mesmo volte para casa - retruco com dificuldade, colocando minha mão na garganta para tentar aliviar a dor, mas pelos vistos ficarei a semana inteira sem conseguir falar tranquilamente. - Ai, eu fiquei assustada quase desmaiei de preocupação quando fomos informadas do seu estado de saúde - Sandra fala enquanto olha para mim como uma inspectora, ela está com uma expressão de estagiária de enfermagem. As meninas me contam o que aconteceu na escola, que tem um novo aluno na building genius, Dylan Neith, primo russo do chato do Khensane. As meninas falaram que ele é muito gato. É alto, olhos verdes claros iguais aos do Khensane, altura igual a de um poste. Para falar a verdade, eu estou ansiosa para conhecer o tal primo gato do Khensa. - Ele me acertou com a bola de Basket Ball, eu fui ao chão na hora - Sandra conta como foi o acidente que ela sofreu na quadra da nossa escola logo no primeiro dia de aulas, tem que ser muito azarada para sofrer uma coisa dessas. As meninas estão sentadas cada uma na beira da cama e pelo pequeno tamanho da cama, estamos entulhadas na mesma. Enquanto Sandy conta como foi o acidente dele, as meninas seguram o riso e para falar a verdade também faço o mesmo. Estou imaginando a cena. - Depois disso, eu não me recordo de mais nada, só acordei na enfermaria da escola com um grupo de pessoas a minha espera como se eu fosse importante - Sandra finaliza e se joga no sofá como se estivesse muito exausta. Ela faz um gesto com as mãos, um que imita um leque, como se o quarto estivesse muito quente sendo que no mesmo tem um ar-condicionado. - Por que está com calor? O ar-condicionado está ligado - explico sem entender o porquê do drama dela, como se as meninas soubessem do que se trata, põem-se a rir. Como se estivesse em sincronia, as três se abanam como se só eu fosse e não sentisse o calor do quarto. - Amiga, esse calor é por causa das informações que te dei, o primo do Khensane, é um verdadeiro pedaço de m*l caminho, só de me recordar de aqueles lábios, já sinto um fogo na minha calcinha - Sandy fala como se não se aguentasse por muito tempo ficar com as informações. As meninas conseguem me fazer esquecer por um instante do meu rosto que está uma m***a, eu até sorri das piadas sem graça da Déby. Por um instante eu me esqueci que não vi Vasco e não sei qual será a reacção dele, quando eu tentar terminar com ele, eu sinto medo que ele termine o que começou na noite passada. Quando as meninas vão embora, eu aproveito para cochilar por alguns minutos, já já, terei que tomar banho e jantar, acho que amanhã terei alta e finalmente poderei voltar para minha casa. - Shiuuu! Não fala nada, você vai me escutar e ficar quietinha - sou desperta com uma mão em meus lábios e um Vasco com o rosto transtornado. Eu tento lutar com ele, para que ele tire a mão da minha boca, mas ele é mais forte e mantém a mão no mesmo lugar, ela não se move um centímetro sequer. - Eu vou tirar a minha mão, mas não se atreva a gritar, se você gritar eu acabo com você - Vasco sussurra ainda com a mão em meus lábios. Ele está com o rosto transformado, como se estivesse possuído por um demônio. Sem emitir nenhum som concordo com a cabeça, eu estou assustada, aterrorizada com a possibilidade de ele voltar a me fazer m*l. Como alguém que diz me amar, pode me ferir tão profundamente, ele não feriu o meu corpo, mas a minha alma também. - Muito bem, boa menina - ele fala passando a mão em minha cabeça, como se fosse o meu pai e eu tivesse feito algo que o agradou muito. Eu estou deitada na cama da clínica, eu estou estática, meu coração por outro lado parece um pula pula de tanto que bate em meu peito, estou com tanto medo que parece que a qualquer momento ele vai me sufocar. - É o seguinte meu amor - ele começa a falar, mas a simples menção da palavra amor, me causa um asco tão grande que não consigo me segurar quieta. - Não me chame de meu amor, você não sabe o que é o amor - berro irritada, a raiva é tanta em mim que me esqueço por um instante que estou falando com o causador da minha dor. - Fica quieta! - Vasco grita e soca a cama em que estou deitada - Todos acreditam que, nós dois fomos assaltados e eu como bom namorado, salvei você, você manterá essa história e continuaremos com o nosso namoro, como se nada tivesse acontecido, você me entendeu? - Vasco explicou seu plano, como em algum momento eu fosse acatar as suas ordens. Ele deve estar louco, só pode. - Você está maluco né? Acha mesmo que farei isso? Você tem sorte que não foi levado pela polícia daqui! - berro irritada e indignada por ouvir tamanhos absurdos de uma só vez. Quem ele pensa que é? Como se atreve a cogitar sequer a probabilidade de existir uma possível volta para nós dois, ainda mais depois de tudo o que ele fez comigo, nem se Sandra calculasse a soma das probabilidades do nosso relacionamento, ela não encontraria um resultado favorável para a nossa situação, não existe mais volta para nós dois, nem que eu fosse forçada para tal. - Bom! Não me interessa se você quer ou não voltar para mim, se alguém souber o que aconteceu, você e seu irmão pagarão por isso, fui claro? - ele berra olhando directamente para mim com uma postura animalesca, ele está com as mãos entre o meu pescoço e faz pressão aumentando a minha dor. Eu tento tirar as mãos dele do meu pescoço, mas ele continua apertando o meu pescoço. - Me... Deixa Vasco, eu já entendi - eu tento sussurrar, mas as mãos estão apertando ainda mais o meu pescoço. - Está avisada v***a, se alguém souber disso, seu irmão sofrerá o dobro do que você sofreu - fala me apontando, depois disso, Vasco sai do meu quarto. Assim que ele finalmente saiu, as lágrimas que estavam acumuladas em meus olhos saíram de uma vez como duas grandes cascatas, meu coração está quente e parece que está me sufocando, eu quero gritar mas não posso, se eu gritar alguém pode desconfiar de tudo e Kevin estará em perigo. Com a pouca força que me resta, tento silenciar o meu choro, mas eu não consigo fazer isso. - O que aconteceu Fefé, está com dores? - Alguém invade o meu quarto preocupado. Ele é alto, loiro de olhos verdes claros, lábios rosados e um queixo simples. Ele não é magro, mas também não é musculoso, ele tem tudo nos conformes, ele é muito fofo, parece um príncipe de tão fofo que é. Pelas informações que as meninas deram ele deve ser o primo misterioso de Khensane. - Ah! Sim, estou só com um pouco de dores - retruco limpando minhas lágrimas com pressa, estou envergonhada por ele estar vendo assim. Ele tem um ramo de flores com ele, ele deixa o ramo no pequeno que tem no quarto e se aproxima de mim, ele estuda o meu rosto com atenção, como se quisesse descobrir o que realmente aconteceu comigo. Ele chega próximo de mim e seu perfume fresco preenche as minhas narinas, o perfume dele tem um aroma de campos frescos e me faz lembrar da primavera, mesmo que eu nunca tenha presenciado a mesma. - Você não pode ficar muito preocupada, isso vai aumentar a sua pressão e isso pode te fazer m*l - Dylan sussurra. Com um lenço humidecido, ele limpa minhas lágrimas secas, organiza os lençóis da minha cama e faz carinho em minha bochecha, assim que seus dedos encostam a minha bochecha, eu automaticamente fecho os olhos e ofego.
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