6- Emanuelly

2571 Words
Depois daquela discussão no jantar eu também me retirei e fui para o meu quarto, fiz minha higiene pessoal e me troquei, coloquei uma das minhas camisolas preferidas e ela é bem confortável além de curta e transparente, mas por mim não tem problema, eu não pretendo sair do quarto mesmo. Me deito e fico mexendo no meu celular passando algumas fotos que tem na minha galeria, e no meio delas tem muitas fotos do Roger e da Helena, não sei se vou conseguir voltar a chamá-los de pai e de mãe algum dia, eles me magoaram muito com o que fizeram comigo, a minha raiva por eles volto e por impulso eu apago todas as fotos deles que tem no meu celular, não quero nenhuma lembrança deles comigo para não ter que ficar sofrendo pelo que me fizeram. Depois de algum tempo com o telefone na mão eu me levanto para beber água mas não tem água no quarto "DROGA! Vou ter que ir lá em baixo sozinha nesse escuro!" calço o meu chinelo e saio do quarto, desço as escadas e a casa está um breu de tão escura, assim que chego na cozinha eu ascendo a luz e vou direto até a geladeira, tem tantas coisas gostosas ali que me deu até fome, mas a minha cede é bem maior que a fome então optei pela água. — Você também está sem sono? — Ouço uma voz grossa a atrás de mim e me assusto. — Meu Deus... Você quer me matar do coração? Que susto você me deu. — Ponho a mão no peito ofegante pelo susto. Ele me encara de cima abaixo então me lembro que estou com uma camisola bem indecente, automaticamente eu coro vermelha de vergonha, pego a garrafa de água e vou até a pia onde tem alguns copo limpos, encho o copo mas quando eu vou beber sinto as suas mãos segurando firme a minha cintura. — Você está maravilhosa nessa camisola. — Diz com a voz rouca em seu ouvido e o meu corpo todo se estremece, droga com certeza ele percebeu isso. — Com licença senhor... Eu vou subir... Boa noite. — Tento controlar a minha respiração mas é inútil. Eu estou ofegante com o seu toque e sua voz em meu ouvido, me solto dele como posso e saio quase correndo da cozinha, e por azar eu nem cheguei a beber água e por isso vou ter que ficar com cede, cheguei no meu quarto apressada e entrei trancando a porta, para não acordar no meio da noite e dá de cara com ele parado me olhando. Me joguei na cama e fiquei lembrando da sua voz em meu ouvido, das suas mãos apertando a minha cintura, e na reação do meu corpo quando isso aconteceu, eu não posso desejar esse homem, ele me comprou e agora me tem como uma de suas propriedades, eu não posso me interessar por um tipo de homem desse isso é totalmente errado e injusto, Anthony só quer me levar para sua cama e mais nada, talvez seja para isso que ele me comprou mas eu não vou ser mais um brinquedo para ele se divertir, não mesmo, eu vou me manter o mais afastada dele possível, não vou ceder aos seus capricho de homem, não quero ser obrigada a perder a minha virgindade com ele, eu sempre sonhei em me entregar ao homem que eu amar e assim vai ser, nem que para isso eu tenha que cortar as coisas de alguém fora "tá legal eu exagerei um pouquinho, eu jamais seria capaz de fazer uma coisa dessas com alguém, não sou tão corajosa para chegar a esse ponto" Me deito e agarro o meu travesseiro pensativa, até que finalmente eu consigo dormir. Na manhã seguinte eu acordo cedo com o meu telefone tocando e é a Kate, eu havia combinado que nos veríamos hoje mas a verdade é que eu não sei se Anthony vai me deixar sair, droga! Eu preciso falar com ele antes dele sair para trabalhar, se é que ele vai trabalhar hoje, falo pra Kate que eu ligo para ela em meia hora então desligamos, corro para o banheiro e faço a minha higiene pessoal, tomo um banho rápido e volto para o quarto entrando no closet para me trocar. Depois de pronta eu saio do meu quarto e bato na porta do quarto de Anthony, ouço um entre e assim que eu abro a porta entro mas não vejo ninguém, encosto a porta caminho até o meio do quarto e logo ele sai do closet vestindo apenas uma calça de moletom, automaticamente os meus olhos foram para os seus braços fortes e seu peito nu, seu abdômen definido chama bastante atenção, meu Deus eu estou praticamente babando por esse homem, o que está acontecendo comigo? — Gosta do que ver? Meu corpo te agrada? — Pergunta sorrindo e eu coro mais vermelha que um tomate, com certeza porque ele está rindo da minha cara de pânico por ter sido pega em flagrante. — Desculpa... Eu... Você está ocupado... Eu falo com você depois. — Tento me manter calma mas é totalmente impossível com ele assim na minha frente, me viro para sair do seu quarto mas antes de chegar na porta ele me chama. — Espera! — Pede em um tom firme e eu paro, mas continuo de costas para não ter que encará-lo. — Aconteceu alguma coisa? Você quer me dizer ou pedir algo? — Pergunta bem próximo a mim e pega o meu braço me fazendo virar para encará-lo. — Não... Não aconteceu nada... Eu só queria... É... Bom... É que eu queria encontrar uma amiga minha... Hoje... E eu queria saber se posso ir? — Gaguejo o fazendo sorrir ainda mais por eu tentar não olha para o seu corpo. — Tudo bem pode ir, mas um dos meus seguranças vai com você ok? E por favor não fique o dia todo na rua, pode ser perigoso. — Ele se aproxima ainda mais me encurralando contra a porta me fazendo engolir a seco. Minha respiração pesa ainda mais, seus olhos estão nos meus e uma de suas mãos na porta ao lado do meu rosto, a outra na minha cintura e por impulso as minhas mãos vão para o seu peito nu, eu estou ofegante e tento o afastar de mim mas não tenho forças para isso, quando tento dizer algo ele avança na minha boca pedindo passagem com a sua língua, e sem perceber eu cedi retribuindo ao seu beijo, nossa e que beijo, ele me puxa ainda mais para si esfregando a sua ereção dura em mim e isso me assusta me fazendo recobrar o juízo, o empurro para longe de mim e saio correndo do seu quarto para logo em seguida entrar no meu trancando a porta, óh meu Deus o que foi isso? Porque me beijou? E porque eu gostei do seu beijo? seu olhar forte e intenso sobre mim, seu porte de homem oponente e poderoso me fascinam, esse homem mexe comigo de uma maneira que chega a ser insuportável, eu percebi isso desde aquele dia em que quase fui atropelada por imprudência minha eu sei, ainda sinto seus lábios nos meus como se ainda estivessem aqui, meu Deus o que poderia ter acontecido se eu não saísse logo de lá? Eu não posso gostar dele, não posso ceder aos caprichos dele porque eu sei muito bem o que ele quer de mim, e sei também que um homem como ele não deve gostar de mulheres tão novas e simples como eu, e além do mas nem temos a mesma classe social, "mas que merda eu estou pensando? Porque estou me importando com ele?" Esse homem não é ninguém para mim além de um cretino, primeiro me compra para fazer de mim uma de suas propriedades e agora quer usar e abusar só porque se diz meu dono? Mas isso não vai acontecer porque eu não vou permitir. Saio dos meus pensamentos com o meu celular tocando e eu corro para pegá-lo, olho no visor e vejo o nome da Kate. — Alo! — Oi amiga, e aí vai dar para gente se ver ou não? Se você quiser eu posso ir aí na sua casa, só espero que sua mãe não me expulse de novo. — Diz em um tom triste. — Eu não moro mais com os meus pais Kate, vamos nos ver naquela praça do centro perto do shopping e eu te conto tudo está bem? — Pergunto esperando a sua confirmação. — Está bem, mais tem que ser agora porque eu estou quase morrendo de tanta curiosidade, te espero lá em vinte minutos, beijos. — Diz já se despedindo. — Ok amiga, mas não conte a ninguém que vamos nos ver está bem? Beijos! Até daqui a pouco. — Me despeço e encerro a ligação. Pego a minha bolsa e coloco o meu celular, saio do quarto e automaticamente eu olho para porta do quarto dele "meu Deus o que eu estou fazendo?" acordo para realidade e vou em direção as escadas, desço e quando estou no penúltimo degrau Anthony surge do nada, lindo de terno igual a um executivo, não vou negar que vê-lo assim na minha frente me deixa de pernas bambas, ainda mais depois daquele beijo. — Você já está de saída? Não vai tomar o seu café? Está tudo tão maravilhoso. — Diz em um tom malicioso me encarando de cima a baixo e mais uma vez eu devo ter corado, pois sinto o meu rosto quente como se pegasse fogo. — Obrigada mas eu estou com pressa, eu como alguma coisa com a Kate na rua... Com licença. — Termino de descer os degraus e passo por ele indo em direção a porta. — Espera Emanuelly! — Pede naquele seu tom firme e eu paro, me viro e ele está vindo na minha direção, tiro os meus olhos dele e foco a minha atenção na bolsa em minhas mãos. — Marcelo vai te levar e vai te trazer de volta, ele é o meu melhor segurança e vai ficar a sua disposição está bem? — Ele ergue o meu queixo com a ponta dos dedos me fazendo encará-lo. — Não precisa disso Anthony, eu não vou fugir não se preocupe, eu já aceitei a minha nova realidade. — Viro o rosto tirando a sua mão do mesmo. — Não estou preocupado que você fuja, até porque se você fizer isso você não vai muito longe, eu te encontro num piscar de olhos... Ninguém consegue fugir de mim por muito tempo criança. — Diz com aquele sorriso malicioso e eu sei bem o que ele quis dizer. Que ódio! — Isso é o que veremos Sr. Anthony. — Retruco em um tom de deboche e me viro saindo da casa. Eu não entendo o que sinto por esse homem, em um momento eu o desejo e em outro eu quero mata-lo para nunca mais olhar na sua cara, QUE ÓDIO! Mas que cretino prepotente arrogante e convencido, ele acha que vai conseguir me levar para sua cama só porque me comprou? Mas eu não vou dar esse gostinho a ele, não vou mesmo, eu quero distância desse ser desprezível. Saí da mansão em um dos carros de Anthony e Marcelo foi dirigindo, falei para ele onde iria e assim seguimos o nosso caminho, a todo momento Marcelo me encara pelo retrovisor do carro, parecia até que queria dizer alguma coisa então me lembro do que fiz com ele na saída da minha antiga casa. — Seu nome é Marcelo, certo? — Pergunto o encarando através do espelho e ele balança a cabeça confirmando. — Sim senhorita, é um enorme prazer vê-la mais calma. — Ele sorrir de lado e eu coro de vergonha. — Me desculpe pelo outro dia, eu realmente estava fora de mim depois de todas aquelas descobertas terríveis. — Digo ainda envergonhada encarando a minha bolsa no meu colo. — Não se preocupe senhorita, eu não fiquei com nenhuma sequela, o meu médico disse que eu ainda posso ter filhos. — Diz sorrindo abertamente e eu fico ainda mais vermelha. — Óh meu Deus que vergonha... Eu não sou agressiva daquele jeito, eu juro. — Cubro o rosto com as mãos e ele gargalha alto. — Por favor não me chame de senhorita ok? Me chame de Manu, eu vou me sentir mais à vontade assim. — Tento mudar de assunto e graças a Deus dá certo. O resto do caminho foi silencioso e não demora muito já estamos na praça onde vou encontrar a Kate, Marcelo desce do carro e abre a porta pra mim. — Você precisa vir comigo ou vai ficar aqui? Eu preciso de um momento a sós com a minha amiga. — O encaro esperançosa aguardando a sua resposta. — Não se preocupe eu vou esperar aqui, mas por favor não tente fugir ou eu posso perder a minha cabeça por isso, está bem? — Me alerta ainda sorrindo e eu não resisti em sorrir da maneira que ele falou. — Eu não vou fugir pode confiar, eu não tenho para ir mesmo. — Ergo uma sobrancelha e ele me dá uma piscadela concordando. Saio de perto dele e ando até onde Kate já está me esperando, ela está distraída no seu celular mas quando me vê pula no meu pescoço. — Meu Deus até que enfim você apareceu, como você está Manu? O que está acontecendo com você? Eu fiquei tão preocupada quando a sua mãe não me deixou te ver, eu sabia que algo tinha acontecido mas não sabia o quê. — Diz afoita me encarando séria. — Vamos sentar e eu te conto tudo. — Digo já com os olhos marejados e ela me puxa para me sentar ao seu lado. — Pronto, já pode começar a falar. — Diz ansiosa me fazendo sorrir. — Eu vou direto ao assunto Kate... Eu fui vendida pelo meu próprio pai e agora eu moro com o meu novo proprietário. — Deixo algumas lágrimas cair e Kate me encara espantada não acreditando no que eu acabei de falar. — Você só pode estar tirando onda com a minha cara Emanuelly, seu pai jamais seria capaz de fazer isso com você ele te ama, um pai jamais teria coragem de vender um filho que brincadeira é essa amiga? — Diz já com os olhos marejados pois lá no fundo ela sabe que eu não brincaria assim . — Acorda Kate, você sabe como o dinheiro cega as pessoas e com o meu pai não foi diferente, ele só pensou nele mesmo. — Limpo o meu rosto, não vou ficar chorando por quem não merece. — Porque ele faria isso Manu? O que aconteceu para leva-lo a fazer isso? Como o seu próprio pai teve coragem de vender você meu Deus? Isso é uma monstruosidade sem tamanho eu não consigo acreditar nisso. — Se levanta alterada andando de um lado para o outro inquieta. — Senta Kate! Eu vou te explicar tudo e você vai ver que o Roger nunca me amou como dizia que amava... Eu passei a minha vida inteira amando e chamando um monstro de pai. — Me controlo para não chorar e ela se senta ao meu lado novamente.
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