capítulo 35

1337 Words
Marina narrando Parada em frente aquela casa que havia se tornado meu pior pesadelo,me preparava para entrar e enfrentar aquele monstro que muitos descreveriam como o famoso vilão dos contos de fadas e até mesmo de filmes. Em frente aquele lugar,sabia que meu tormento estava apenas começando e que deveria me manter forte para aguentar mais um ano sucre esse mesmo teto, embora tenha passado minha vida inteira nessa casa,as coisas eram diferentes do que se tornaram hoje; apesar de serem ausentes de tudo relacionado a mim e a meu irmão,me sentia tranquila em saber que não os teriam aqui,me sentia bem em saber que não teria de suportar as repressões do homem que um dia chamei de pai. Sentia falta de ter pais ao meu lado,sentia a necessidade de ter um homem para chamar de meu pai e uma mulher para chamar de minha mãe,porém não era especificamente essas duas pessoas que me aguardava nessa casa, não era necessariamente a mulher que defendia com unhas e dentes o homem que me agrediu brutalmente e muito menos aquele que passei a enxergar como um monstro repugnante. Com a pequena mochila em minhas costas que estavam com roupas minhas e de Derick, suspiro profundamente e abro a porta da casa dos meus pesadelos. Encontrando minha mãe e meu progenitor sentados naquela sala de estar, fecho a porta enquanto tentava não me abalar com o olhar falso sobre mim. — Pensei que passaria mais essa noite fora minha filha! — pondo sua atenção sobre mim, mamãe exclama com um sorriso nos lábios. Olhando para eles assim, diria que não somente Carlos,mas também Dani possuem a mesma doença e deveria se tratar juntos. Para uma mãe praticamente obrigar a filha a se desculpar com seu agressor por dizer a verdade e agora,bancar a mamãe amorosa que se importa com o tempo que ficaria fora desse hospício,para mim ela não passava de um doente que opta pelo marido em primeiro lugar,um estranha que abandona aqueles sangue do seu sangue para proteger o marido doente que agridiu a própria filha por dizer a verdade e demonstrar ter opinião formada. — Derick decidiu vir para casa,ele quer passar um tempo aqui antes de voltar para nova York no próximo mês...— Sorrindo falsamente, suspiro ao lembrar-me que meu irmão tinha cinco semanas junto a mim. — Como seu irmão é,pensei que ficaria grudado em você e se esqueceria dos pais dele — Carlos se pronuncia com um toque de sarcasmos nas palavras. — Vou subir para meu quarto... Ignorando a cara de Carlos,sigo em direção as escadas podendo sentir que ambos perguntariam mais alguns coisa, então apenas virei-me em suas direções e cruzei os braços sobre o peito aguardando a próxima curiosidade. — Onde seu irmão está? — mamãe pergunta olhando fixamente para mim. — Casa de algum amigo dele, mas estará aqui antes do jantar... Ao perceber que não me perguntariam mais nada,subo aquelas escadas rapidamente,pois embora soubesse que eram as mínima chances de acontecer, não gostaria de sofrer um interrogatório por minha mãe e seu marido. Entrando em meu quarto,tranco a porta atrás de mim e jogo minha mochila sobre minha cama enquanto tirava minha roupas que cobriam as marcas que Derick havia deixado em meu corpo devido os tapas, apertões e chupões. Seguindo para meu banheiro,olho para meu reflexo que de imediato me assustou,mas agora era diferente, enxergava aquelas marcas como o desejo que sei que Derick sente por mim,enxergo ambas como prova de que há muitos sentimentos envolvidos nesta nossa união. Quando tudo isso começou,quando decidimos nos enxergar como homem e mulher,imaginei a que nível era seu desejo por mim,a que nível estava sua atração,mas no fundo sempre desejei que seus sentimentos fossem recíprocos,que deixassem de ser um mero desejo carnal para que se transformasse em algo maior,em algo que pudesse ser levado para sempre em minha mente,queria que Derick me amasse como passei o amar. Sabia que havia algo diferente em nossa relação,sabia que o fato de me arrepiar sempre com seus toques,de meu coração acelerar quando ele estivesse por perto,o jeito que sorria ao olhar para ele,sabia que meus sentimentos era outros e mais intensos. Sempre tive ciúmes dele, me sentia m*l ao lhe ver conversar com uma garota, de perceber que podeira e deveria me acostumar com a ideia de que Derick se interessaria por alguém,era nova, ingênua e insistia que tudo aquilo era sentimento de irmã apegada ao irmão mais velho. Bastou ele me beijar,bastou ouvi-lo dizer que não poderia me se como irmã mas sim com mulher,bastou sentir o contato de seus lábios para saber que nunca foi sentimento de irmãos - poderiam ter sido antes de notarmos as mudanças em nossos corpos,antes de sentimos os hormônios a flor da pele - mas agora sei definir o que sinto e a que nível está. Posso sentir todas essas marcas em meu corpo inúmeras vezes, posso sentir aquelas dores chatas que incomodam minimamente,porém sempre saberei que são devido ao desejo que sei que Derick senti por mim, são amostras do sentimento intenso que existe entre mim e ele. Nos amamos além do imaginável,sabemos que somos novos e iremos experimentar coisas novas e viver fases que colocará a prova esse amor que temos,sei que terá momentos em que pensaremos se realmente fizemos certo ao escolhermos ficar juntos,mas também sei que lembraremos de tudo que passamos,de tudo que enfrentamos para chegar onde estaremos,sei que ao lembrarmos desse momento, ficaremos bem. — Mari...— ouço a voz de minha mãe chamar por mim. Apenas a ignoro entrando no box abrindo aquele registro sentido a água morna cair sobre minha pele fazendo cada músculo de meu corpo relaxarem mandando a tensão embora. Molhando meu rosto enquanto me mantinha de olhos fechados, permito-me me lembrar-me de cada toque, beijo, puxão de cabelo, lembrar-me de sua respiração desregulada,de seus apertos a cada investida,os batimentos acelerados de seu coração, lembrava-me de suas palavras pronunciadas, conseguiria sentir seu desejo por mim. Naquele banheiro e de olhos fechados,conseguia me imaginar em nosso quarto,em um momento somente nosso, conseguia me sentir como a algumas horas atrás. Era como se estivesse novamente naquele quarto. — Preciso conversar com você Mari!...— ouvido novamente a voz de minha mãe, suspiro profundamente. Terminando meu banho,me visto em um dos roupão que estava em uma das gavetas do armário da minha pia e saio do banheiro entrando novamente em meu quarto. Abrindo aquela porta encontrando minha mãe com uma feição indecifrável,soube que essa conversa que ela terá comigo não será amistosa ou tranquila. — Entra,vou me trocar para podermos conversar...— com o coração na mão,digo dando passagem para ela que assenti. — Acho que sem a presença de seu irmão e seu pai,poderemos conversar tranquilamente. Pegando um conjunto moletom na cor preta em meu closet,sigo para meu banheiro e me visto com a porta trancada, não correria o risco de deixá-la ver meu corpo nesse estado. Soltando meus cabelos para cobrir meu pescoço,volto para meu quarto encontrando minha mãe sentada em minha cama enquanto segurava um porta retrato com uma foto minha e de Derick que sempre deixava sobre meu criado mudo. Sentando-me no puff que deixava em frente ao espelho de grande extensão que cobria a porta de meu closet,olho para minha mãe esperando que ela começasse a falar. — Se lembra do dia em que seu irmão agrediu seu pai por causa do que aconteceu com você? — mamãe me lembra como a tivesse me julgando por meu irmão ter descoberto algo que não conseguiria esconder,coisa que não faria. — Onde você quer chegar com isso? E preciso te lembrar quem foi o culpado por tudo isso? — lhe respondo com uma contra resposta e esclarecendo que não havia sido culpada de nada. — Naquela noite quando você chegou de madrugada, ouvimos um barulho vindo da área da piscina e quando fui ver o que estava acontecendo, encontrei roupas suas e de seu irmão espalhadas perto da piscina. Pode me explicar o que estava acontecendo ali?
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