capítulo 22

1251 Words
Marina narrando Saindo de meu quarto enquanto me mantinha apoiando pelas paredes daquele corredor,sigo em direção as escadas podendo ouvir as vozes de meu progenitor e de minha mãe. Mas uma vez desde que Derick foi para Nova York e que meu pai me agrediu, ambos discutiam pelo mesmo motivo, ambos não concordavam com a forma de se referirem a mim. Não sabia o que havia acontecido,mais tinha a certeza de que mamãe havia descoberto algo ou pelo menos,tinha a desconfiança ao seu lado. Descendo aquelas escadas lentamente,pude encontrar meu pai sentado em uma das poltronas enquanto mamãe se mantinha de pé a sua frente com os braços cruzados e o rosto banhado por lágrimas de raiva, mágoa e dor. — Mãe! Tudo bem?— mesmo sentindo meu corpo dolorido pelo castigo que aquele homem havia me dado ontem pela tarde, aproximo-me de minha mãe tocando em seu rosto secando suas lágrimas. — Quem te autorizou a sair de seu quarto, Marina? Suba antes que...— se levantando e fazendo menção de se aproximar de mim, mamãe o empurra se pondo a minha frente. — Não ouse a tocar em minha filha! Você passou dos limites com essa sua grosseria. Olha o que você fez com sua filha,olha o rosto e o corpo dela? É isso que quer ver todos os dias? É chegar em casa e encontrar sua menina marcada pelas suas agressões?— tocando em meu rosto dolorido pelos tapas que seu marido havia me dado, fecho os olhos não conseguindo olhar para ambos. Tudo estava doendo em mim,mais nada se comparava com a dor que me corroía por dentro,nada se comparava com a mágoa de seu desprezo por mim,nada estava me doendo mais que olhar para o homem que deveria ser meu herói,e sentir nojo. A cada olhar,a cada palavra dirigida a mim,a cada toque,tudo me fazia sentir nojo de si. — Eu já mandei você subir para seu quarto, Marina!— ainda arrogante, sinto suas mãos apertarem minha pele. Permiti,pois queria aliviar pelo menos metade da dor que estava sentindo,queria poder dizer que aquelas nova marca, seria o suficiente para aliviar tudo que estava preso dentro de mim,tudo que chorava durante a noite e que me sufocava pela manhã,pois sempre escondia o que realmente estava sentindo, escondia de minha mãe o quão machuca estava. Não havia sido o bastantes,nada ali conseguiria me fazer sentir que tudo ficaria novamente. — Por que está fazendo isso comigo? Me odeia tanto a ponto de me machucar como está fazendo?— o pegando de surpresa com minhas palavras,solto-me de seu toque dando dois passos para trás. — De onde tirou isso,Marina? Seu pai não te odeia! Por mais que tentasse acreditar nas palavras da mulher a minha frente, era impossível encobrir aquilo que estava visível para quem quisesse enxergar, somente eu quis substituir uma verdade por um mentira,acho que precisava acreditar nisso para me sentir bem,para me manter de pé a cada situação imposta. — Não mãe! Ele sempre se manteve distante de mim,nunca se aproximou demonstra carinho, afeto ou até mesmo o amor que tem pelo meu irmão. Todas as vezes que se aproximava,todas as vezes que se referia a mim,era apenas para repreender, para me corrigir de algo que fiz errado. A minha vida inteira foi baseada em suas repressões,em rancor e maus tratos...— o vendo abalado com minha palavras,seco a lágrima solitária que escorre por meu rosto — você nunca chegou em mim e de deu um abraço por conta própria, nunca me deu um beijo voluntário, nunca conversou comigo como conversava com Derick, VOCÊ NUNCA ME AMOU COMO AMOU E AMA MEU IRMÃO...— alterando-me, sinto a dor em minhas costelas, devido a queda que tive ao ser empurrada por ele ontem. — Mari...— negando a seu toque, afasto-me ouvindo o soluço escapar pelos lábios de minha mãe. — Quando chorava,quando me machucava ou quando precisava de você,a pessoa que estava ao meu lado,era meu irmão,quem me consolava quem me protegia,está em outra cidade em busca de uma nova fase de vida...— suspirando cansada, sinto a dor me consumir novamente— eu queria você ao meu lado,queria te ver dizendo que tudo ficaria bem, queria seus carinhos todas as noites, queria apenas um beijo. Você não se despedia de mim em suas viagens, não se importava com a indiferença direcionada a mim,apenas procurava uma forma de alivia o seu despeito e,a pessoa que sempre sofria pelo seu rancor,era exatamente eu... Segundo meu celular vibrar em meu bolso,o pego podendo ver o nome de meu irmão brilhar na tela. Havia três dias que não atendia suas ligações, três dias que não ouvia sua voz, somente para não correr o risco de chorar e ter que mentir novamente, mas sabia que teria de lhe dar uma explicação com sua chegada amanhã pela manhã,sabia que as marcas em meu corpo e meu rosto, seria motivos de perguntas insistentes. Desligado a tela de meu aparelho,o guardo novamente em meu bolso. — Você sempre foi minha princesinha,Marina!— n**o ao ouvir suas palavras. — Mentira! Você nunca se importou se eu estava bem ou não. Que pai desprezo o filho? Que pai agride sem se importar com a magnitude? Que pai olha nos olhos do filho e mente? — Eu sei o que fiz,sei o quanto te magoei e sei que nada poderá apagar de sua mente. Sei que sou um maldito filho da p**a que te machucou,sei que nunca terei seu perdão e sei que sou um maldito doente que tenta aliviar sua mágoa agredindo a própria filha. Eu me culpo por isso,Marina! Olhar para você assim,saber que os motivos de seus hematomas sou eu,me faz sentir raiva e nojo de mim mesmo...— deixando seus olhos tomarem uma tonalidade avermelhada,o homem a minha frente se ajoelha perante a mim — me perdoa? Sei que é difícil acreditar em mim,mas peço que pense na possibilidade... Me abaixando a sua frente,fito seus olhos com intensidade demostrando tudo que estava sentindo, demonstrando cada dor e mágoa que estava me sufocando. — Eu te odeio com todas as minhas forças,odeio como nunca imaginei odiar um inimigo e nunca...— o vemos fechar os olhos com minhas palavras, seco as lágrimas em meu rosto com agressividade — nunca irei te perdoar por tudo que me fez. Para mim, não tenho pai e acho bom esquecer que tem um filha... Como em um passe de mágica,o homem a minha frente se levanta e le acerta um tapa em meu rosto fazendo com que sinta o gosto de sangues em minha boca. — Não preciso de seu perdão! — segurando em meu rosto o fazendo com que o encare,cuspo o sangue em seu rosto. — Vá para o inferno! Soltando-me de seu toque,olho para minha mãe que se mantinha incrédula a tudo que presenciou. Sem me importar com o que ambos dirigiam ou fariam,apenas abro a porta daquela sala de estar e saio de casa os deixando a sós para mais uma possível briga. Limpando o sangue no canto de minha boca,sigo em direção a casa de Piter. Mesmo sabendo que meu pai foi diagnosticado com a doença de transtorno explosivo intermitente (TEI) a dois dias atrás, não conseguia olhar para ele e não sentir raiva, não consegui sentir carinhoe por ele,ao menos,nãonovamente. Não quero sua atenção, não quero seus toques e não quero sua paternidade. Eu o odeio com cada mínima partícula do meu corpo e ser,e nada mudará isso. Eu o desprezo!
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