Derick narrando
Sentado naquela poltrona da sala de sala de espera,podia sentir meu coração bater de forma a acelerada em meu peito,minhas mãos soando de medo e nervosismo. Havia cerca de meia hora que estava aguardando notícias de Mari,porém nenhum sequer médico ou enfermeira surgiu para me informar o estado da minha menina.
Sabia que o motivo de estarmos ali, aguardando notícias de minha irmã, era exatamente culpa minha e de nossos pais,pois a forma que me referia a ela durante esses dias,foi friamente dolorosa arrebatadora. Marina é frágil e insegura a tudo a sua volta,cada acontecimento que a leve a pensar negativo,a faz buscar soluções em seus ferimentos ou em suas tentativas de suicídio. Uma segunda coisa que a levou pensar em tal ato,foi a forma que nossos pais nos abandona,a forma que somos posto em segunda opção. Não me admira não estarem aqui, aguardando notícias da filha mais nova.
___ Pensei que encontraria seus pais aqui com você,Derick!___ como se soubesse da forma que meus pais se referem a nós, Sebastian não esconde a sua revolta.
___Como Marina está, Sebastian?___ sem negar o quão preocupado estava,questionei.
Sebastian era o médico pessoal de nossa família,sempre está a disposição para cada acontecimento que ocorra em nossa vida,o que creio não ser surpresa para ele esses atos de Marina.
___ A sua irmã está bem,estável. Mas o que realmente me preocupa e deveria preocupar seus pais, é o motivo dessa garota ter como forma de se aliviar,esses atos suicidas. Disse a última vez que a atendi e direi novamente;sua irmã está bem fisicamente,mas o emocional está afetado por acontecimentos que a fazem se sentir fraca e lhe ferem___ tocando em meus ombros calmamente e de forma amigável, Sebastian não n**a sua forma preocupada___ sua irmã é como uma bomba relógio,a qualquer momento, essa bomba explodirá afetando tudo e todos próximos a ela.
Apenas assenti passando a mão em meus rosto em forma de tentar me tranquilizar. Saber que Mariana está nesse estado,fez e faz meu subconsciente gritar pedindo para esquecer tudo e todos focando somente na minha menina ferida por ações vindas de meus pais e também minhas.
___ Eu vou cuidar dela,nem que para isso,tenha de enfrentar meus pais___ o vendo assentir,suspiro cansado o seguindo em direção ao corredor que me levaria ao quarto de Mari.
A cada passo,era como se soubesse que havia algo a mais para acontecer, como se soubesse que as surpresas dessa noite estavam apenas começando. Porém,em meio a tudo isso,conseguia apenas manter minha mente na forma fria e sem escrúpulos com as que meus pais estavam agindo em relação a nós,seus filhos. Sei que desde que atingimos certa idade,meus pais passaram a se dedicarem 100% de suas vidas em algo material, estavam apenas cuidando de uma empresa na qual sempre destruiu nossas vidas,mas hoje,vendo a forma que eles agiram ao verem Marina naquele banheiro,soube que jamais deveriam ter tido filhos e soube que ambos nunca se preocuparam com nossas vidas,para eles, enquanto fizéssemos seus gostos,estavam tudo em perfeita ordem e que não seria nescessária suas supervisões.
Quando Mari tentou contra sua própria vida pela primeira vez,soube que nossos pais estavam envolvidos e como se não bastassem,naquela mesma noite,meu pai a castigou após dizer inúmeras palavras de grande peso e desnecessárias;na segunda vez,minha mãe agiu como se nada tivesse acontecido,assim como meu pai; na terceira,ambos trataram o caso como um assunto comum e desnecessário de uma conversa fraterna. Mas hoje,pude ver que ambos não se importavam tanto com a própria filha,pude enxergar que ambos apostavam as fichas somente em mim,o que até meses atrás,era um fato desconhecido.
Abrindo a porta daquele quarto,pude sentir um sorriso fraco e de alívio surgir em meus lábios. Tendo a visão da morena dormindo,soube que tudo poderia seguir bem,mas seria necessário muito esforço e força de vontade.
___ Qualquer coisa,e só aperta aquele botão ao lado da cama ou me chamar___ apenas assinto sem desviar o olhar de Mari.
Ouvindo a porta ser fechada atrás de mim,me aproximo da cama na qual a morena estava deitada. Sua respiração calma e tranquila indicava o quão profundo estava seu sono,ou ela estava apenas tentando esconder o que realmente estava sentindo e o quão agitada poderia estar.
___ Você me deixou muito preocupado meu anjo!___ deixando um beijo em sua testa,pude deduzir que ela dormia,pois a forma manhosa que ela despertava,era única.
Abrindo os olhos lentamente enquanto se acostumava com a claridade,Marina deixa um gemido de dor escapar por seus lábios.
___ Oi!___ chamando sua atenção até mim,pude ver seus olhos ganharem uma tonalidade avermelhada e um brilho por lágrimas que caíriam em questão de segundos.
___ O que está fazendo aqui? Por que não foi embora como estava previsto? Era para estar longe,Derick...
Sussurrando por sua voz estar fraca e baixa,Marina se senta naquela cama desviando seu olhar de mim encarando a parede branca e sem vida a sua frente.
___ Acho que quem deveria fazer as perguntas aqui,sou somente eu___a fazendo suspirar levando as mãos em seu rosto pálido,me sento ao seu lado___ quando entrei naquele banheiro,quando te vi naquela banheira com sangue,o seu sangue,senti a pior sensação do mundo. Foi diferente das primeiras vezes,sabe porque?___ pegando em suas mãos as tirando de seu rosto,a faço me encarar___ SABE,MARINA? NÃO,NÃO SABE PORQUÊ NÃO FOI VOCÊ A VER A PESSOA QUE MAIS AMA DEITADA EM SEUS BRAÇOS A PONTO DE MORRER, NÃO FOI VOCÊ QUE SENTIU O MEDO TE CONSUMIR E NÃO FOI VOCÊ A PENSAR QUE JAMAIS VERIA A PESSOA AMADA POR QUE ELA FEZ A BESTEIRA DE SE MATAR!..___ deixando a raiva e o medo falar mais alto,me altero a vendo fechar os olhos deixando as lágrimas caírem de forma silenciosa.
___ Não me arrependo!___ me fazendo ficar de pé,n**o desacreditado em sua palavras e me afasto podendo ver a forma que Marina estava.
Olhando para ela assim,soube que não haveria mais "nós",pelo menos era o que sua mente tentava a fazer acreditar. Sem ao menos pensar em lhe dar uma outra resposta,saio daquele quarto a deixando sozinha e com seus pensamentos.
(...)
Sentado naquela sala de espera, podia ver os ponteiros do relógio girarem a cada segundo que se passava,o barulho que um dia considerei irritante era o que me acalmava naquele momento,era o que me fazia pensar nas poucas palavras que disse para minha menina. Queria vê-la bem, queria poder lhe ajudar, mas se isso não fosse de seu querer, não teria muito o que fazer.
Desde que sai daquele quarto, não retornei e ao menos falei com ela,apenas me sentei nessa poltrona pensando em tudo que aconteceria ao dar exatamente onze da manhã,pois teria de fazer minha escolha; ou ficaria por mais uma semana,ou iria embora deixando Marina assim, correndo o risco de quando retornar para uma visita,ter a notícia de que o que tanto tentamos impedir, havia se tornado realidade.
___ Chamem a segurança!___ ouvindo a voz de Sebastian, direciono meu olhar em sua direção o vendo se aproximar.
___ O que houve?___ me pondo de pé a sua frente,soube que não teria uma boa notícia.
___ A sua irmã fugiu,Derick!