Era manhã, Lian deslizou a mão pelos olhos, virou-se para o lado, sentiu sua cabeça latejar e esbravejou.
— que dor de cabeça.
— se quiser peço que lhe preparem um chá — disse Clarissa o fazendo se assustar.
— o que faz aqui ?— ela estava bem a sua frente sentada em uma cadeira, ele ao perceber que estava completamente pelado se cobriu com o lençol.
— Liz a moça que coordena o harém me avisou que você estava completamente bêbado e precisava de ajuda, eu como sua serva estava na obrigação de lhe ajudar, então o trouxe para o quarto, lhe dei um banho e ajudei a deitar.
— não lembro de nada, passastes a noite inteira nesta cadeira?
— sim, não posso deitar em sua cama sem tua permissão, como te sentes?
— m*l, meu corpo está dolorido, meus olhos estão a arder, minha boca está seca e minha cabeça dói horrores — ela levantou-se da cadeira em que estava, foi até uma pequena mesa que havia ali, pegou uma jarra com água, encheu um copo e o entregou, ele sem demora tomou.
— um banho quente vai fazer com que se sinta melhor, vou preparar.
O banho estava pronto, ele entrou na banheira e ela agachou ao lado dele e começou a massagear seus ombros o fazendo suspirar.
— eu não concordo com isso.
— com o que? — ela questionou.
— que sejam designadas para satisfazer os homens.
— então você não quer?
— não, mulheres não deviam ser obrigadas a tais coisas.
— então por que não recusou quando o rei me designou para você?
— não quis o contrariar, mas não pretendo tocar em você — dizia ele, mas seu m****o dizia e pedia outra coisa.
Ela continuou a massagear os ombros dele, estava tão relaxado que estava a ponto de dormir, então ela parou.
— vou pedir que lhe preparem um chá — ela sussurrou para não incomodá-lo, ele assentiu com a cabeça em seguida saiu. Quando enfim voltou ao quarto trazendo uma bandeja com café da manhã ele já havia saído do banho e se vestido.
— trouxe café da manhã e um chá.
— obrigado, deixe sob a cama e pode ir descansar esteve a noite inteira aqui.
— tenho que está aqui caso necessite.
— lhe asseguro que não será necessário, vá, tenho uma reunião com meu pai.
— mas...
— vá, é uma ordem.
— como queira meu príncipe.
— e obrigado pelo café da manhã.
— apenas fazendo meu trabalho — ele assentiu com a cabeça então ela saiu o deixando sozinho no quarto.
Na sala do trono o rei o esperava, ele entrou e se surpreendeu ao ver ali também seu primo Agustín.
— bom dia.
— bom dia primo.
— pai se é sobre nossa saída ontem...
— fiquei sabendo, mas não é sobre isso, e não vi nada demais, apenas foram festejar.
— então qual o motivo da reunião? — questionou Lian.
— um casamento.
— casamento de quem? — Lian questionou.
— do Agustín.
— me...meu? — ele perguntou gaguejando.
— sim, com a Valentina.
— me perdoe a forma de falar, mas, está falando sério tio?
— sim, meu sobrinho, conheço sua índole, é um bom homem, não existe alguém melhor para que eu entregue minha amada filha e também não posso me dar ao luxo de que um qualquer entre para nossa família, se tiverem um filho homem ele será o segundo na linha de sucessão e caso Lian venha a não ter filhos ou caso não tenha um filho homem o seu será o primeiro na linha de sucessão.
— entendo sua preocupação tio, tenho um carinho muito grande pela Valentina, mas a questão é, ela já está a par disso e o que ela acha?
— ela não tem que achar nada, estou fazendo o melhor para nosso reino e me encarregando de que o trono esteja sempre em nossa família, ela sempre disse que tinha muito a fazer pelo reino, estou dando a oportunidade.
— o senhor sabe que não era bem assim que ela queria ajudar o reino — disse Lian.
— eu sei, mas existem regras em nosso reino.
— claro, regras que favorecem ridiculamente os homens — disse Lian alterando a voz.
— baixe o tom de voz, sou o rei e acima disso seu pai, me deves respeito — disse ele e Lian apenas baixou a cabeça.
— eu sei como e por que faço as coisas.
— mandou me chamar papai? — disse Valentina entrando.
— sim, para que conheça seu noivo.
— noivo?
— sim, Agustin, seu noivo.
— só pode estar louco — disse ela.
— mais um para me desrespeitar, por que não pode seguir o exemplo do seu primo e aceitar a ideia sem reclamação? — disse ele já irritado.
— aceitar claro, não tenho opção, mas pedir que eu não reclame ou fique feliz com isso é pedir demais — disse ela que rapidamente saiu os deixando na sala então seu pai balançou a cabeça em negação.
— vá atrás dela Agustín, preciso conversar com o Lian — Agustín rapidamente foi.
— isso não é justo pai.
— eu sei que não, mas o justo nem sempre é o melhor, você sabe bem o por que de tudo isso, já lhe expliquei mais de uma vez.
— eu sei, eu sei, é o melhor para nossa família — ele disse se rendendo.
No jardim estava Valentina, algumas lágrimas escorriam por seu rosto, Agustín se aproximou então lhe chamou por seu nome.
— Valentina.
— não fala comigo Agustín.
— eu não sabia de nada disso, pra mim também foi uma surpresa.
— deveria ter recusado.
— assim como você, eu não tenho escolha, não quero pagar pra ver o que vai acontecer caso eu me recuse a casar com você, seu pai está buscando o melhor para nossa família, nosso filho primogênito estará na linha de sucessão e caso o Lian não tenha filhos, será o primeiro.
— não acredito que meu futuro será casar com alguém que não amo e ter uma penca de filhos que eu sequer queria.
— Valentina...para o nosso casamento até o momento não vejo solução, mas sabes do grande respeito e carinho que tenho por ti e sem tua permissão jamais te tocarei.
— obrigada Agustín — ele se aproximou dela, secou uma lágrima em seu rosto em seguida a deu um abraço reconfortante.