A voz rouca e sensual fez com que Graziella se arrepiasse por inteiro. Então, sem suportar mais de desejo, puxou o sobretudo do loiro colando o seu corpo no dele como uma resposta muda de que ela também o desejava. Piettro, então, segurou na sua cintura e levantou o corpo da mulher o colocando sobre a pia do banheiro, e ficando no meio das suas pernas. Encostou a sua ereção sobre a minúscula calcinha vermelha dela, já molhada de excitação, e ambos gemeram. Com os olhos fechados e a respiração descompassada Graziella sussurrou:
—Me faça sua, por favor.— Piettro atendeu de imediato o seu pedido.
Afastou a calcinha para o lado e já com o seu m****o exposto, a penetrou de forma lenta, a encarando a todo momento, a fim de memorizar cada expressão da morena. Graziella fechou os olhos com força e jogou a cabeça para trás, mordendo o lábio inferior. Ele parou por um momento, esperando que ela o permitisse continuar. Quando despertou do transe, puxou a sua nuca para mais um beijo, consentindo que continuasse. Iniciou os movimentos lentos e prazerosos. Ambos se encontravam num frenesi nunca antes sentido. Piettro a penetrava com cuidado e desejo jamais visto. Queria sentir cada pedaço dela… queria olhar cada mudança na sua expressão de dor… de prazer…
Graziella enlaçou as duas pernas ao redor da cintura do homem, para que ele pudesse ir mais fundo nas estocadas e sentiu todo o seu corpo se contorcendo de prazer. Era como se ela reconhecesse aquele homem que a estava possuindo. E veio nesse momento, a confirmação que Graziella temia: só os toques dele, eram capazes de fazer o seu corpo ferver daquela maneira. O seu desejo tinha nome, sobrenome e um belo par de olhos azuis. Depois de mais algumas investidas, ambos atingiram o ápice ao mesmo tempo, e se beijaram com ternura. Permaneceram por um tempo, conectados, ainda dentro um do outro, imersos num silêncio acolhedor. Piettro acariciava as costas de Graziella e com o rosto no seu pescoço, sentiu a fragrância floral invadir as suas narinas. Aquele era o cheiro dela, e ele faria de tudo para não esquecê-lo.
Mas o encanto foi quebrado quando escutaram vozes de alguém discutindo do lado de fora do banheiro. Graziella, que estava alerta, afastou o loiro de si rapidamente, deixando-o confuso. Ela desceu da pia e o encarou com medo. A porta foi aberta e por ela entrou uma loira raivosa que encarou os dois com desprezo. Piettro ainda estava com as calças aberta, Antonella quando percebeu isso, olhou imediatamente para Graziella e disse:
— Sua vagabunda!
Graziella, então, sentiu o chão sumir dos seus pés. Aquela mulher deveria ser a sua esposa. Angustiada e envergonhada pela situação, disse olhando para a mulher com os olhos marejados:
—Desculpe… eu…
Saiu correndo, deixando Piettro para trás. Quando o loiro percebeu o que tinha acabado de acontecer, encarou a mulher irritado e proferiu:
— Por que fez isso?
—- Como assim Pietro? Você é o meu marido e está transando com uma mulher no banheiro e quer que eu fique numa boa? O loiro a olhou com ódio e se aproximou dela dizendo:
— Você sabe que a p***a desse casamento não deveria ter acontecido, Antonella. Você sabe quem eu sou e como sou, e mesmo assim quis se casar comigo. Não reclame, mas esse é o marido que eu posso ser para você. Não espere nada mais vindo de mim. Você nunca terá o que você quer, eu não sou capaz de amar ninguém.
Saiu irritado do banheiro deixando para trás uma mulher traída e com ódio. Isso não iria ficar assim. Ela fez uma promessa muda para si mesma.
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Graziella passa por Luiggi como um furacão. Que olhou para a morena e surpreendeu-se ao reconhecer aqueles olhos azuis, quase perolados. Viu o amigo saindo logo em seguida. Parecia perdido, atordoado.
— Para onde ela foi, Luiggi?
— Calma, Pietro. Você precisa se acalmar.
— Eu a encontrei, Luiggi! Eu a fiz minha e a quero mais que tudo! Não me atrapalhe, c*****o! — Falou irritado com o amigo que apenas apontou para o local por onde ela tinha ido e foi atrás dela.
Graziella já estava do lado de fora do local e tentava a todo custo pegar um táxi, não conseguia falar com Mia nem com Carina, ambas estavam com o telefone no silencioso, mas sua atenção foi roubada quando sentiu uma fragrância madeirada atrás de si. O seu coração bateu acelerado dentro do peito. Ela sabia de quem era aquele perfume. Fechou os olhos e levou a mão até o peito. Sentiu o corpo estremecer quando ouviu a voz rouca do amado:
— Não vá… por favor.. — Graziella sentiu uma vontade insana de chorar, mas se conteve. Ainda de costas para ele, ouvia apenas o que ele tinha a dizer. — Passei cinco anos te procurando. Não me deixe.
Graziella virou para ele e suspirou fundo, respondendo em seguida:
— Não podemos, é errado. Isso não devia ter acontecido.
— Por quê? — Perguntou já se aproximando dela, fazendo-a engolir em seco — Diga-me por quê. Me fale olhando nos meus olhos que não me quer, assim como eu te quero. Se for do seu desejo, eu irei embora e garanto que nunca mais vai me ver. Mas eu preciso saber. — Graziella olhou no fundo daqueles olhos azuis que tanto ansiou rever novamente e percebeu dor. Assim como ela, ele sofria. Sentiu o seu corpo formigar, ansiando pelos toques dele. Queria beijá-lo novamente. Mas lembrou do olhar da mulher que encontrou no banheiro, na dor que ela deveria estar sentindo. Ser a causa de um divórcio era demais para ela. Então, a morena tomou uma decisão que a faria se arrepender pelo resto da sua vida, mas era o certo a ser feito.
Ela o negou.
Negou o seu amor e negou o seu coração. E saiu de lá, com uma dor que sufocava o seu peito, deixando para trás um homem ferido. Piettro enterrou, naquele momento, todas as suas esperanças no amor e travou uma guerra contra o próprio destino. Naquele momento, ele entendeu que era um homem amaldiçoado. E a partir daquele momento, a parte humana que ele possuía iria morrer. Não existiria mais Piettro Portinarri. Ele seria apenas o Boss da Cosa Nostra, e nada mais.