02 - A chama permanece acessa em ambos corações

1499 Words
Se passaram 5 anos e muitas coisas mudaram na vida dos dois. Graziella, depois daquele dia, nunca mais viu Piettro, o loiro misterioso que perturbava a sua mente e o seu coração. Terminou a faculdade de moda, e recebeu em seguida uma boa proposta para abrir a sua empresa no Japão, ao lado da sua amiga Carina Rossi. Se tornou bastante respeitada e prestigiada por todo Japão. A sua mãe e a sua irmã estavam orgulhosas pelos seus feitos. O seu pai também se alegrava pelo seu sucesso, mesmo que de maneira silenciosa. Lorenzo, nunca mais procurou a filha, por mais que desejasse, dentro de si, tinha certeza que ela nunca o perdoaria Graziella estava no auge da sua vida, aos 23 anos. Sempre foi linda, mas sua beleza foi ainda mais realçada com o passar dos anos. O seu rosto angelical único e o seu corpo cheio de curvas tirava a sanidade de muitos homens. Naturalmente, recebeu diversas cantadas, inclusive pedidos de casamento. Mas Graziella corria de relacionamentos. Estava focada apenas no seu crescimento profissional. Teve alguns namoros, mas nada que atrapalhasse os seus objetivos. Nunca iria admitir, mas nenhum outro homem olhou para ela como Piettro a olhou naquela noite. Não conseguia se libertar daquele olhar predador, que exprimia desejo… luxúria… carinho… amor. Se alguém a ouvisse falar assim, de um homem que ela m*l conhecia, com certeza, a internaram num sanatório. As únicas pessoas que sabiam disso eram Mia e Carina, suas melhores amigas. Essa parte do seu passado estava adormecida, mas um acontecimento iria trazer à tona tudo novamente. Era o destino brincando com duas almas que ansiavam em se reencontrar. Piettro Portinari era um homem frio e impiedoso. Como esperado, aos 22 anos, assumiu os negócios da família e casou-se com a atual modelo e socialite Antonella Macaretta. Assumiu a Cosa Nostra como esperado. Desde aquele dia, nunca conseguiu tirar a morena misteriosa dos seus pensamentos. Era inegável que ele nutria uma atração incontrolável por ela. A garçonete era a dona dos seus pensamentos mais impuros. Sonhava com aqueles olhos, ansiava por aquele corpo e queria ouvir a sua voz doce proferindo as palavras mais sujas e sedutoras enquanto ele a possuía. Antonella odiava a mulher com todas as suas forças, e às vezes até duvidava da sua existência. Eles já estavam casados há 5 anos, e Antonella, nunca havia engravidado. Piettro, hoje com os seus 27 anos, sempre foi um homem desejado. A sua seriedade e frieza só se intensificaram ainda mais quando assumiu a máfia. O seu casamento estava longe de ser um mar de rosas. Todos sabiam das suas relações extraconjugais, e por mais que a sua esposa tentasse salvar a relação, era praticamente impossível. As suas brigas sempre terminavam na cama, com um sexo selvagem e sem sentimentos, e isso destruía a loira por completo, porque o que mais ela ansiava era ser verdadeiramente amada por ele. Piettro estava no seu escritório e tinha acabado de ter uma reunião com um dos sócios e descoberto um possível traidor. Luiggi Lancelloti e Alessandro Ferrari, os seus melhores amigos e parceiros de negócios, estavam ao seu lado e tentavam controlar a fúria do seu chefe. — c*****o Luiggi, como não pude perceber que aquele i****a era um informante da polícia? --- esbravejava enquanto bebericava a sua dose de whisky. — Calma, Pietro. Não tínhamos como descobrir, o canalha soube se infiltrar direitinho. Se não fosse o Alessandro, nunca teríamos descoberto. — Alessandro, reveja os nossos aliados e o nosso serviço de espionagem, temos que garantir que não haja mais traidores. Quero a cabeça de todos esses ratos desprezíveis. Quero vê-los rastejar no próprio sangue implorando por piedade. — Ainda bem que eu sou seu amigo, não queria estar na pele do Franchesco. — disse Luiggi sorrindo. — Vamos agir de forma inteligente. Mataremos Franchesco, fazendo parecer que foi uma retaliação de gangues rivais. Mas ele pagará pelo que fez comigo! —Mudando de assunto… Vocês sabem que na próxima sexta é o baile de máscaras não é? Alessandro pronunciou-se pela primeira vez, se sentando na frente dos amigos. Tanto Piettro quanto Luiggi, confirmaram com a cabeça. — Todos os grandes empresários, políticos, mafiosos e figuras importantes estarão presentes. — disse Alessandro. — Não podemos deixar de ir. Piettro, a sua presença é essencial para garantir a nossa discrição e reafirmar o nosso poder de influência. Além disso, O Vincenzo estará lá e ele precisa lembrar quem é o líder da Cosa Nostra. — Vincenzo está louco para morrer, estou perdendo a minha paciência com ele. Ele não recebe a p***a da propina todos os meses? A sua função é apenas deixar a polícia distraída. Por que caralhos tenho tido dor de cabeça com os tiras por aqui? Eu já disse que não quero eles se envolvendo nos meus negócios! — Ele estará no baile de máscaras, e solicitou uma reunião com você. Parece que o Victor Hugo anda desconfiado das suas transações. — falou Luiggi. — Então p***a, que ele meta logo uma bala no meio da testa desse filho de uma p**a. Você sabe que não tenho muita paciência e se for para eu resolver da minha maneira, não vai prestar! — Calma Piettro, você não pode agir por impulso, e sair atirando em todo mundo. É o nosso líder e a suas ações estão sendo observadas pelos nossos inimigos. Não aja como um garoto inconsequente! — disse Alessandro. — Eu preciso t*****r! — retrucou. Tokyo, OmotesandoGraziela Lombards Fashion — Graziella, ligaram para você da Itália querendo a sua assessoria no próximo desfile que vai acontecer no outono. O representante da Dior exigiu que as peças fossem desenhadas por você e mais ninguém. Disse Carina. — Diga ao Pierre que aceito a proposta e que entregarei o meu melhor na coleção. Só me confirme o tema e o número de peças que ele vai querer. — A Mia ligou e disse que mais tarde queria um encontro de amigas. Disse que tem um babado para nos contar, com certeza tem homem no meio. — falou Carina sorrindo ladino. — E por falar em homem… Graziella revirou os olhos — Nem adianta me olhar com essa cara. Quero saber quando é que você vai colocar esse corpão no jogo de novo, menina? Você só pensa em trabalho! Uma sentada ocasionalmente é bom para saúde, sabia? — Ah Carina, eu sei. Mas não aparece ninguém interessante. — Como assim amiga? E aquele gato do Richard? Grazi, minha amiga, eu teria sérios problemas em sair de cima daquele homem. Aqueles olhos azuis penetrantes e…. — Não tão intensos quantos os dele. — Não acredito que você ainda pensa naquele loiro da lanchonete? Graziela corou. — Amiga, já se passaram 5 anos e vocês nem trocaram uma única palavra. — Eu só não sei o que aconteceu naquele dia. Não tenho culpa se fiquei presa a uma memória e a um desejo incontrolável. A minha terapeuta diz que eu tenho que desligar mas… — Mas….? — Eu não quero! Bufou — Nenhum homem me fez sentir daquele jeito na vida. Conheci muitas pessoas depois disso, mas nenhum me olhou daquela maneira. Vamos trabalhar e a Mia nos espera. Depois que saiu da sede da Cosa Nostra, Piettro chegou em casa e encontrou a sua esposa Antonella lhe esperando. Usava uma camisola provocante e o encarava com luxúria. — Toda essa produção é para mim? Falou já puxando o seu corpo. — Você sabe que sim. Antonella teve o corpo agarrado com volúpia. Os lábios foram devorados de maneira faminta. Piettro arrancou a camisola e sem cerimónia abocanhou os s***s da mulher. Nunca a amou, mais o sexo entre eles era selvagem e intenso. Sem carícias, sem palavras, sem sentimentos… apenas atos. Não que Piettro fosse um homem que pensasse apenas nele, muito pelo contrário, sempre proporcionava a sua esposa orgasmos intensos. A sua esposa sempre implorava pelos seus toques, pelos seus beijos, pela sua boca. Fazia a mulher gozar insaciavelmente. Para só depois, se entregar ao prazer. Mas Antonella queria mais. Queria sentimento, carinho, cuidado…queria sentir-se amada. Mas sabia que amor, vindo de Piettro, era um sentimento que com certeza nunca receberia. E esse pensamento a entristecia. Depois do sexo, Piettro tomava um banho, trocava de roupa, ia para o escritório. Era sempre assim. Nunca conversavam sobre o seu dia, ou faziam coisas comuns a casais. Antonella suspirou fundo. Sentiu um aperto no peito. Pensar em Piettro lhe provocava emoções sufocantes e não sabia lidar com isso. A loira sentia como se estivesse se afogando e não havia ninguém que pudesse ajudá-la. Pietro era sua jangada. Ela precisava dele tanto quanto precisava de ar para respirar. E ela o teria, custe o que custar. Mas o que Antonella não sabia, era que o seu pior pesadelo estaria por vir. A mulher que até então só vivia nas fantasias do marido, se tornará real e a sua presença será ainda mais ameaçadora do que imaginava.
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