08 - O destino fazendo o seu papel
— Você viu, Isabela? Viu como ele é lindo? Ele é a cara do Piettro! Deus ouviu minhas preces, minha amiga! — comemorava empolgada, mas seu rosto logo voltou a esboçar preocupação. — Não sei como o Piettro vai reagir a isso. – disse a ruiva encarando os olhos negros da amiga.
— Minha única preocupação é com a Antonella, Carlota. — disse Isabela olhando nos olhos azuis da amiga.
— Se aquela vagabunda ousar se aproximar do meu neto, ela vai se ver comigo! — retrucou Carlota.
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Na sede da Cosa Nostra
— Isso aqui é apenas um lembrete para vocês, seus albaneses de merda. Eu já falei que nada de sequestrar mulheres para prostituição. Convide-as, não as obrigue a fazer o que não querem. Somos mafiosos, não animais! —Pietro falava segurando o queixo do albanês que estava amarrado na cadeira com o corpo todo cortado após mais uma das famosas sessões de tortura do Portinari.
— Certo Boss. Vou repassar o recado para os caras e vamos ficar fora do seu caminho, eu… eu prometo. — disse o Albanês com a voz estremecida.
— Que fique avisado. Se eu souber que você está se metendo em Tribunale, ou passando por cima das minhas ordens de novo, eu vou cortar o seu p*u e mandar de presente para uma de suas putinhas, tá me ouvindo? — Pietro encarou o homem abatido e trêmulo, que não emitia uma palavra sequer. — Eu fui claro, p***a? — gritou o loiro puxando os cabelos do homem, forçando-o a encará-lo. O homem meneou a cabeça em concordância, com os olhos arregalados. — Luiggi! — Leve esse traste de volta para o esgoto de onde ele saiu e faça questão de deixar explícito o que foi acordado aqui. Afrin, acho que posso confiar que não me fará perder tempo outra vez, certo? Perguntou o Portinari olhando nos olhos azuis do homem.
— Si-Sim, Boss. — Pietro sorriu sarcástico.
— Agora sai daqui!
Luiggi levou Afrin com ele e o entregou ao Marco, retornando à sala de Pietro com Alessandro.
— Pietro cara, você está com os nervos à flor da pele. — disse Alessandro enfurecido. — Olha só, está coberto de sangue novamente.
Pietro foi até o banheiro que tinha na sua sala e se limpou. Subiu as mangas da camisa e limpou os braços, removendo o sangue que estava nele.
— Cara… eu estou estressado. Você sabe que eu não tolero coisas erradas, principalmente no meu território. — disse se sentando na sua cadeira após pegar uma dose de bourbon e beber de vez. — a Antonella está me infernizando, querendo um filho. Eu lá quero ter um filho? e principalmente com ela.
— Imagina você com um filho, Pietro. — disse Alessandro sentando ao lado do amigo. — O garoto teria que viver cercado de seguranças, afinal, temos muitos inimigos… seria perigoso e muito estressante para uma criança.
— Olha, porque não mudamos de assunto? — disse Luiggi, sorrindo malicioso. — Henrico vem por aqui e disse que inaugurou sua nova boate ontem. Ela fica no Campo de Fiori, Calígula, e até agora só ouvi elogios. Ele até pegou uma gatinha lá, e disse que ela tinha amigas. Não perdi tempo e marquei para sairmos hoje.
— Não contem comigo! — disse Alessandro tomando sua dose de whisky.
— Qual é, Alessandro? Leva a Aghata com a gente, p***a. Vai que ela faz amizade com as garotas..--- disse Luiggi. — .E você, chefão, vai conosco ou vai pegar a sua mulherzinha para fazer um bebê?
— Quer morrer, Lancellotti? Eu não devo satisfações da minha vida para a Antonella, não vou ter um filho com ela e nem com ninguém. Claro que irei aproveitar a oportunidade e trepar com uma gatinha nova… Mas fique esperto, que se você me chamar mais uma vez de chefão, vou te mostrar o que eu tenho aqui no meio de minhas pernas.
— Ora não vamos nos exaltar. Por mais que seja tentador demais, deixe seu p*u guardado. — Todos riram das palhaçadas de Luiggi.
— Vou em casa tomar um banho e me encontro com vocês aqui, às 22:00 horas. — disse Pietro se levantando e vestindo o seu sobretudo, deixando a sala logo em seguida.
— Cara, estou preocupado com esse casamento. — disse Alessandro preocupado. — Tenho medo que o Pietro perca a cabeça com a Antonella e as coisas saiam do controle de vez.
— Não se preocupe, Alessandro. O Pietro é cabeça quente, mas ele não tolera violência contra mulher. Ele não faria nada… mas não garanto que não mande alguém fazer. A Antonella está abusando, está usando do seu cargo para fazer as coisas no nome dele. Ela pega as garotas que saem com o Pietro e as machuca. — falou Luiggi. Alessandro arregalou os olhos. — Não sabia? Pois é, Descobri porque vi o que ela fez no rosto da Serena. Quebrou o nariz e alguns dentes. Ela não está bem da cabeça.
— Ela nunca esteve bem, Luiggi. Me preocupa saber o que ela anda fazendo. — retrucou Alessandro. — Acho que o Pietro devia conversar com o sogro. Falar da possibilidade dela receber ajuda psicológica... não sei dizer, mas sinto um clima de mudanças no ar. —continuou Luiggi: — Se serão mudanças boas ou ruins, eu não sei. Mas tenho o pressentimento de que será algo bastante problemático.
Mia e Carina estavam no apartamento de Graziella. Estavam eufóricas porque fazia tempo que não curtiam uma noitada juntas. Dançar, beber e dar uns beijinhos em caras gostosos, fazia parte da programação. Porém, Graziella estava desanimada. Queria se afundar nos lençóis e assistir alguma comédia romântica clichê da televisão, mas suas amigas insistiam para acompanhá-las.
— Vamos, Grazi, por favor! O meu gatinho vai levar dois amigos para a boate. Vai ser legal! Você precisa dar uns amassos e viver um pouco! — falou Carina animada.
— Carina, eu estou tão cansada… Amanhã tenho uma reunião com a grife e as modelos às 10:00 horas. Se eu sair hoje, vou dormir m*l e você sabe… — dizia Graziella se sentando no seu sofá fofinho. — A mamãe saiu com o Matteo e ainda não chegou. Acho que eles estão se divertindo. — disse sorrindo.
— Graziella Lombardi, eu me recuso a te deixar nesse poço de solteirice. — retrucou Carina. — Tá na hora de pensar um pouco em você, curtir, se divertir. Faz quanto tempo que você não transa?
— Uns… 7 meses. — disse Graziella corando.
Tanto Mia quanto Carina arregalaram os olhos surpresas com a revelação.
— Ah, qual é, meninas, minha vida é bem tumultuada, vocês sabem. — respondeu Graziella cruzando os braços e as olhando enraivecida.
— Pois tire essa b***a do sofá, vá tomar um banho e coloque uma roupa que diga “alguém me coma por favor”, porque você vai t*****r essa noite, é questão de honra! — falou Carina com autoridade. Mia ria das investidas da amiga.
Logo, a porta da sala foi aberta e um furacão loiro entrou correndo se jogando em cima das mulheres.
— Meu torrãozinho de açúcar. — disse Mia agarrando o loirinho. — A madrinha estava morrendo de saudade de você.
— Ei Mia, a tia Carina também quer dengo. — falou a loira fazendo um bico. Matteo apenas ria com as maluquices das tias.
— Calma, tia Carina, tem Matteo para todo mundo. — brincou o loirinho.
— Olha só para isso, Grazi, o nosso loirinho vai ser um garanhão, hein? — falou Mia acariciando os cabelos do afilhado.
— Nada disso, a mamãe não vai deixar. — disse Graziela puxando o menos para seus braços e o beijando. — Como foi o seu dia?
— Foi legal, mamãe. A vovó comprou muitas coisas para mim, tomamos sorvete…. ah, eu conheci uma vovó nova. A amiga da vovó, ela é muito bonita, legal e ficou feliz porque eu deixei ela me chamar de netinho.
— Matt, vamos tomar banho com a vovó porque a mamãe vai sair com as titias. — falou Patricia para o neto.
— Ah não, mãe, você também…
— Graziella, por favor, vá se divertir.
— É mamãe, quem sabe a senhora não encontra um papai para mim?
Todas ficaram surpresas com o que o garoto falou. . — Eu quero um papai, mamãe., para brincar comigo, me levar pra escola, o jogo de futebol. — disse com os olhinhos brilhando. O coração de Graziella se despedaçou. Não sabia que Matteo sentia tanta vontade em ter um pai, Patrícia logo pegou o neto e o levou para o quarto.Graziella olhou para as amigas e disse:
— Não sabia que ele desejava tanto um pai.
— Acho que já é hora de você ir atrás do pai dele. — disse Carina triste. — Mas não vamos tocar nesse assunto. Hoje vamos sair, beber, dançar e t*****r!