Capítulo 05

1030 Words
• Kyle • — Você pode sair? — Holly perguntando, encarando o meu irmão. Eu sei que eles não se dão bem, mas as vezes, me incomoda a maneira como ele e Holly estão sempre na defensiva um com o outro. Impressionantemente, ele se deu bem com Catherine, que é o completo oposto daquilo que gosto e amo. — Eu sou tão dono desse lugar quanto o seu namoradinho. — Kaio resmungou, dando um sorriso de canto. Ela bufa e eu me afasto do seu corpo, tirando meus dedos dos seus cabelos. — Chegou cedo. — Comentei. — Sim, Catherine não estava mais lá, não tinha mais graça sem minha cunhada. — Alfinetou. — Bem, você já sabe... não temos mais nada. Não tenho motivos para esconder. — Resmungo. Kaio me encara, enquanto dá um gole generoso no seu copo. Eu só nao queria que ele e minha noiva criassem um caso, mas isso parceria muito difícil e muito impossível para a minha família desfuncional. Holly parecia um pouco irritada, mas não disse nada. Ela tinha dessas. Ela não externava aquilo que sentia. — Como se isso me importasse. — Ele dá de ombros. — Como meu avô disse, Kyle... só existe uma mulher à altura da família. Holly piscou para ele, suas bochechas vermelhas. Ele estava certo, por um lado. Meu avô achava mesmo aquilo. — Acho melhor eu ir embora. — Ela pegou a sua bolsa. — Não precisa. — Murmuro. — Preciso sim, Kyle. Eu acho melhor. Nós nos falamos depois? — Ela questiona, indo até a porta. — Sim. — Limpo a minha garganta. — Podemos jantar amanhã, que acha? — Claro. — Holly abriu um enorme sorriso em minha direção e saiu, me deixando sozinho com o meu irmão. Eu suspiro pesadamente, limpando a minha garganta. — O que você quer? — Pergunto, assim que fecho a porta. — Nada, porque? — Perguntei. — Pode parar de implicar com a Holly, pelo amor de Deus? — Eu digo, chamando a sua atenção. — Nao estou implicando, Kyle. — Ele dá de ombros. — Só que a verdade dói. — Ela vai ser minha esposa! Não quero que tenha um clima r**m entre vocês dois. — Murmuro. Kaio apoia o copo na mesinha e dá um suspiro alto e audível. Ele pisca em minha direção algumas vezes, como quem pensa no que dizer. — Kyle... — Ele faz uma pausa, enquanto se senta no sofá. — Pense bem. Você pode prejudicar toda a família com isso, com esses seus caprichos. Pode manchar nosso nome. Pense em nós. — Do que você está falando? — Questionei. — Por mais que o seu casamento tenha durado apenas uma hora, a verdade é que você precisa agradecer por Catherine não ter feito um drama enorme. — Ele explica. — Ela podia fazer um escândalo para aparecer em todas as mídias como a esposa traída e renegada. Podia difamar a todos nós por causa de um capricho seu. Eu paro algum tempo, pensando nas palavras que ele dizia para mim. — Ela podia transformar isso em uma manchete em uma revista famosa. Ou, até bem pior. — Suspira. — Ela nunca faria isso. — Digo, impaciente. — Nunca. — Você é quem pensa. — Revira os olhos. — O seu m*l é não escutar ninguém que quer apenas o seu bem. Kaio enfia a mão no bolso de dentro do Blazer e puxa uma foto. Era um recorte de jornal. Era simples. Um homem de costas, vestindo um terno caro. O rosto, que era revelado apenas pela metade, estava de lado. Ele estava com uma mulher na foto. Era eu na foto. Que tipo de foto era essa? Onde tinha sido tirada? — De onde é essa foto? — Pergunto. — Não me lembro de ter tirado essa foto. — Os paparazzis, irmão. — Kyle é sério. — Eles querem criar um caso, uma mentira contra você durante a sua lua de mel, veja... — ele apontou para a foto. — Eu acabei pagando uma fortuna por essa foto, não quero que você se prejudique. Eu pisco em sua direção, com a testa franzida e retiro meu talao de cheques do bolso, entregando-o assinado e em branco para o meu irmão. Ele apenas o pega, dobrando-o e enfiando no bolso. Observo sua expressão impassível e pressiono ainda mais meus olhos em direção a foto. No entanto, era impossível reconhecer o rosto da mulher estampado na foto. A foto estava tão escura. • — • Algumas horas depois, eu ainda estava acordado, encarando o teto do meu quarto. Eu suspiro, enquanto me levanto lentamente da cama. Preciso dar uma volta. Pegar um ar. Qualquer coisa. Preciso de tempo. Saio do meu quarto rapidamente, com a mesma roupa do meu corpo e desço para a garagem, onde pego um dos meus carros e saio. Amo estar em contato com o ar puro. É uma das maneiras que me encontro e penso. Mesmo que eu não tenha lugares para ir — ou, somente não queira ir. Sei que Holly me receberia de braços abertos. Dirijo sem rumo pelas ruas, os pneus do meu carro deslizavam em direção ao nada. No entanto, quando chego a porta da casa de Catherine, me pego sem jeito, encarando o nada. As luzes do segundo andar ainda estavam acesas. Isso apontava que ela estava acordada. Pego meu celular do suporte e dígito o seu número rapidamente. — Alô... — A voz feminina do outro lado murmura. Porque eu estou ligando para ela? — Kyle? — Ela pergunta, mais uma vez. Limpo a minha garganta, piscando com força. — Catherine, oi! — Digo. Fico em transe por algum tempo, sem saber o que dizer. As palavras fogem da minha boca, me deixando completamente sem jeito. — Kyle, eu vou devolver o acordo logo. Eu prometo! — Ela diz, me arrancando do meu transe. — Nós temos um acordo, não temos? Eu prometi e vou cumprir, não precisa me cobrar. — Ainda bem que você tem consciência disso, Catherine. — Desligo o telefone. Porque eu liguei? E, porque eu estou com raiva por ela me lembrar do nosso divórcio?
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