Passamos a tarde toda deitados na cama, trocando de posição vez ou outra quando ficávamos desconfortáveis. Uma hora estávamos olhando para o teto, outra Samantha estava abraçada ao meu corpo, ou eu ao dela. Conversamos bastante sobre a viagem e sobre o que ela fez no tempo em que eu estive fora.
Basicamente ela me confidenciou que só estudou e em uma sexta foi ao shopping com o Klaus n e na outra, ao cinema com as meninas, inclusive levou a Elisha junto, mesmo Jessie e Amanda não gostando delas tanto quanto devia.
— Eu senti sua falta... - sussurrou baixinho, interrompendo o silêncio que reinava entre nós. Senti meu peito esquentar e uma sensação maravilhosa tomar conta do meu corpo. A única coisa que eu fui capaz de fazer naquele momento foi beija-lá.
Eu sentia que amava.
Iam fazer seis meses que nos conhecíamos, cinco que estávamos juntos, namorando. Era cedo, cedo até demais, mais eu a amava e eu sentia esse sentimento pulsar no fundo da minha alma. Eu estava assustado com isso.
Eu a amava.
Sentia que amava.
Aquele sentimento arrebatador que parece que vai te partir ao meio. Aquela dorzinha no peito sempre que a vejo, sempre que estamos juntos, sempre que penso nela.
É uma coisa que me destrói e me reconstrói.
Era intenso, tão intenso que me causava medo. Medo de estar me precitando. Medo de estar confundindo as coisas. Medo de não ser correspondido. Medo de ser magoado e pior ainda, medo de mágoa-lá. Isso era tudo que eu menos queria.
Ali, deitado na cama, encarando o teto branco do meu quarto pou, oiluminado, sentindo o calor do corpo da minha namorada junto ao meu, eu cheguei a duas conclusões.
Que eu a amava e que eu tinha medo desse amor, do que ele poderia causar.
— Eu chamei o pessoal pra uma resenha aqui em casa, pra comemorar sua volta. - a voz de Sam ecoou pelo quarto, me fazendo cara-la e admirar seus olhos amarelados. — Estão todos ansiosos pra ver você, Nico.
— Não quero... - disse iniciando um carinho em suas costas.
— Por que? - ela levantou rápido, sentando-se na cama e me encarando com uma cara de má.
— Eu quero passar o tempo todo com você. - assumi a vendo desacreditada. Um sorriso espontâneo.
— Mas seus amigos também sentiram sua falta. - ela disse deitando-se outra vez sobre meu peito nu, apoiando a cabeça meu ombro, assim, podíamos ver o rosto um do outro — Temos o domingo inteirinho para dormir.
— Eu gosto de ficar com você colada em mim o dia inteirinho, eu gosto muito...
— Eu também. - ela suspirou.
— Apaixonada, Samantha? - perguntei da forma mais inocente e despreocupada que consegui, tentando não pressiona-la. Eu sentia que ela não reagiria bem caso eu agisse de forma precipitada.
Samantha ergueu seu olhar para mim e senti um frio percorrer meu corpo, engoli seco. Sua expressão era neutra, nem feliz, nem brava, nem triste, nem confusa, mas seus olhos tinham um brilho intenso.
— Talvez.
— O...o quê? - saiu um fio de voz da minha garganta e eu me odiei por isso, mas não me importava mais em parecer vulnerável na sua frente, na verdade, nunca me importei.
— Talvez eu esteja apaixonada por você - sua voz saiu baixa, enquanto Sabina encarava o nada. — Gosto de você mais do que pensei que um dia gostaria.
— Eu gosto de você. - repeti o que ela disse. — Eu acho que me apaixonei por você logo na primeira vez que eu te vi - revelei — Na festa aqui em casa. Eu fiquei interessado em você logo de cara. Acho que o que me deu mais gás foi o fora que eu levei e logo em seguida te ver dançando daquele jeito no quarto, eu fiquei sem palavras...
— Acho que o que me fez aturar você depois do fiasco daquele quase beijo foram os cupcakes de framboesa, acho que eles são meus favoritos agora.
Rimos.
— Eu sempre fui curiosa a respeito de você. - ela revelou — Minha primeiro impressão foi um pouco confusa sobre você.
— Você estuda as pessoas? - perguntei surpreso.
— Eu tenho essa mania, é como uma p******o sabe. Eu analiso a pessoa e meu sexto sentido me diz se eu devo me envolver ou ficar na retaguarda.
— O que seu sexto sentido disse sobre mim? - perguntei curioso.
— Muitas coisas, mas, de cara, eu pensei que você era tão galinha e b****a quanto o Jason. - ela fez uma careta — Jason me dá nos nervos. Aliás, eu achava estranho te chamarem de príncipe. Ainda acho.
— Eu era sim galinha, mais agora, eu namoro a menina mais linda da USC, - vi o rosto de Samantha esquentar e ri, segurando seu queixo com carinho. — E eu pensei que você gostava de príncipe. - acusei falsamente indignado.
— Eu gosto...! - se defendeu rindo. - Eu só não gosto de pensar em todas as garotas do campus suspirando pelo Príncipe Encantando.
— Elas sabem que o príncipe agora tem sua princesinha, não precisa ter ciúmes.
— Nico - exclamou rindo. - Isso foi tão cafona! Aí meu Deus! - ela gargalhava alto, rindo da minha cara. — Você é terrível!
Virei o rosto, com vergonha de ter falado, mas ainda feliz, por ela agora sorri tão livremente assim pra mim.
— Nico? - chamou e eu a ignorei. — Nicolas - continuei ignorando.
Senti Samantha se sentar em mim e suas mãos subirem por minha pele exposta, até chegarem ao meu pescoço, causando calafrios me forçando a virar o rosto.
— Não seja bobo! - ela riu e avançou em minha direção, me beijando.
Uma das minhas mãos subiu para sua cintura e a outra até seu rosto, acariciando.
— Samy.... - gemi — p***a, Samantha - sussurrei entre os beijos exigentes da garota. — eu... - desci os beijos pelos seu pescoço e a ouvir arfar. p**a m***a. — Eu....
— Você o que, Nico? - murmurou impaciente, passeando suas mãos do meu braço até os ombros de forma repetitiva, me fazendo arrepiar.
Eu te amo.
— Eu quero tanto você, linda - isso não era mentira.
Samantha gemeu contra minha boca.
— Eu também.