04

3181 Words
Eu apenas conseguia escutar a sua respiração calma diante o silêncio daquele beco escuro. Aquilo foi... Quase hipnotizador. E... De repente, lembro-me de que ele havia me chamado pelo nome quando estávamos com os capangas. Como ele sabia? ― Você... Disse o meu nome. ― Murmurei, quebrando parte do “clima”. ― O que? ― murmurou de volta, confuso. Eu sei que, talvez, tenha sido a coisa mais aleatória ou desnecessária de se pensar naquele instante, na verdade, eu não conseguia pensar em muita coisa, porque eu estava entorpecida por conta do Kai. Eu tinha que admitir, apesar de ele ser um i****a, ele era muito atraente, e agora, entendo porque tantas garotas o desejavam. Não que eu o desejasse também, apenas, por um instante, me senti atraída, mas, eu tinha que acabar de uma vez com aquela sensação, Kai não merecia sequer a minha atração. Com um pisão em seu pé, consigo fazê-lo se afastar de mim. ― Por que fez isso? ― diz incrédulo, levantando a perna e tocando a ponta do tênis do pé machucado. ― E-Eu... Não importa! Apenas quero que me diga como sabe o meu nome. Kai olhou para mim, ainda confuso, enquanto tentava conter a dor da pisada em seu pé esquerdo. ― Você é a prima do Benjamin! ― disse como se fosse o óbvio. Ok... Aquilo fazia sentido. ― Acha que eu não procuraria saber sobre a garota com quem eu estou dividindo o apartamento? ― franziu o cenho, frustrado. Paraliso. Ele procurou? Eu não conseguia imaginá-lo procurando algo sobre mim. Mas, enfim... Não seria aquilo que faria eu mudar de ideia sobre ele. ― Ok! Você tem razão. Eu poderia ser uma criminosa. ― Criminosa eu sei que você não é. Mas, surtada, sim. ― Revirou os olhos, descendo a perna. ― Surtada?! ― digo frustrada. ― Olha a situação em que você me colocou! Por que você tinha que correr, hein? Poderia ter lidado com aquela situação pacificamente! E ainda por cima... Me trouxe junto com você! Agora, eles estão atrás não só de você, mas de mim também! ― Eu já disse que não sei quem são aqueles caras! E você deveria agradecer! Se eu não te trouxesse comigo, você poderia estar do outro lado da cidade, agora! ― Eles não iriam fazer nada comigo! ― cruzo os braços, estupefatas. Kai ri em ironia. ― E você ainda se acha esperta, não é? Mas, na verdade, você não tem nada disso. É claro que eles podiam fazer algo contra você! Ok, eu dei muita bandeira ali. Claramente, eles poderiam sim fazer algo contra mim. Mas, eu estava tão frustrada com a situação em que eu me meti por causa dele, que não pensei direito sobre as minhas palavras. ― Ok, você tem razão, mas você não me conhece o suficiente para falar desta forma comigo! ― Você também não me conhece, mas foi capaz de me envergonhar na frente de uma pessoa! ― Você ainda está nessa? ― rio em deboche. ― A culpa não é minha se você não sabe da existência de motéis! A cidade é bem grande! Tenho certeza de que não faltaria lugar para você ir. ― Responda-me isso você. Se não faltaria lugar para onde ir... ― Semicerrou o olhar e se aproximou de mim. ― Por que foi para o meu apartamento? ― Você acha mesmo que se eu soubesse que teria que dividir o apartamento com um arrogante, egocêntrico e egoísta como você, eu aceitaria? ― arqueei as sobrancelhas. ― Egoísta? ― o seu olhar se tornou indignado. ― Eu permiti que você ficasse em meu apartamento e é isso que escuto de você? Egoísta? Realmente, eu havia pegado pesado com ele. ― Isso é porque você me irrita! ― não abaixo a guarda. Mas era verdade, eu acabava pensando e dizendo coisas ruins sobre Kai, porque ele mesmo, as suas atitudes, tiravam-me do sério. E eu acabava não conseguindo me controlar. ― Talvez eu devesse sair de lá. Kai foca o seu olhar no meu, silencioso. E depois, ele lança suas rancorosas palavras. ― Talvez você devesse fazer isso mesmo. ― Diz áspero. Kai se distancia de mim e caminha para fora do beco. Solto um suspiro e encosto a cabeça na parede de tijolos, frustrada. Pelo visto, eu teria mesmo que encontrar um lugar para ficar. O mau-humor de Kai me afetava tanto quanto eu o afetava. (...) Voltei ao apartamento, apesar de não querer muito voltar, não depois daquela discussão com Kai. Mas, ao menos, aqueles caras malucos não estavam mais por perto. Olhei ao redor e o apartamento estava silencioso. Pela minha demora, provavelmente Tiffany e Kai tivessem ido embora. Eu não acreditava muito que ele iria querer ver a minha cara depois de eu tê-lo chamado daqueles nomes. Ele já não queria, e agora, que não irá querer mesmo. Sento-me no sofá e retiro o meu celular do bolso do meu moletom. Eu precisava encontrar um segundo emprego, pois o que eu tinha de garçonete em meio período, não daria para pagar um bom apartamento próximo à universidade. Aquele bairro era um assalto de caro. Algumas vagas de empregos em meio período surgiram, e de brinde, apartamentos para alugar, mas infelizmente, estes não tinham próximo à faculdade, pelo menos, os que tivessem um preço bom. Após alguns minutos de pesquisa, sinto a minha barriga roncar. d***a, eu não tive tempo para comer. Largo o celular sobre o sofá e me Levanto. Espero encontrar ao menos um pacotinho de macarrão instantâneo. Me direcionei até a cozinha e remexi nos armários de baixo, à procura de algo, mas só encontrei suplementos. Suspiro. Peguei o banco do balcão e o usei para subir e alcançar os armários de cima. E, por sorte, na primeira portinha aberta, consegui encontrar alguns pacotes de macarrão. ― Será que ele notará se eu pegar dois? ― murmuro para mim mesma. Fecho a portinha do armário e desço do banco com os dois pacotes de miojo. ― Já ouviu falar que um miojo é pouco e dois miojos são demais? Assusto-me com a voz repentina de Kai. Ele me observava com os braços cruzados, escorado no meio da entrada da cozinha. ― Eu irei repor depois. ― Asseguro. Kai mexe os ombros, sem expressar emoção alguma. ― Achei que você tivesse ido embora. ― Lançou áspero. ― E eu vou! ― afirmo. ― Assim que eu encontrar um novo apartamento. ― Hm. ― Moveu as sobrancelhas, indiferente. Os olhos de Kai correram até o pacote de miojo em minhas mãos. ― Achei que você tivesse dito que eu era egoísta. Então, por que está pegando os meus pacotes de macarrão instantâneo? ― lançou, astucioso. Naquele instante, eu sentia que Kai estava tentando me provocar, testando o limite da minha paciência. ― São apenas dois pacotes. ― Mas são meus. ― Dá ênfase. Suspiro. Eu não queria discutir com ele por causa de dois míseros pacotes de miojo... ― Você é tão chato assim? ― arqueei as sobrancelhas. ― E por que eu deveria ser legal com alguém que pensa coisas ruins sobre mim? ― franziu o cenho. ― Porque é isso que você me faz pensar! ― digo incrédula. ― Você não me mostrou nenhuma atitude boa, até agora! Só conheci o seu lado arrogante! Então, o que quer que eu pense sobre você? ― Acho o seu julgamento um pouco precipitado, Rivera. A sua voz soou intensa e rasteira. Bufo e aspiro profundamente o ar, tentando não dar corda àquela discussão que eu sabia que seria crescente. ― Ok. Esquece. ― Jogo os dois pacotes de macarrão instantâneo sobre a mesa. ― Eu me viro. Passo por Kai, corroída de indignação. Pelo visto, eu e Kai jamais nos daremos bem. Por esse motivo, preciso sair desse apartamento o quanto antes... Repentinamente, um alto barulho estrondeou pelo apartamento e logo as luzes apagaram-se. Paralisei, assustada. O estrondoso barulho havia vindo do quarto de Kai. Seja lá o que tinha acontecido, fez o apartamento por inteiro ficar no escuro. ― Kai! A voz feminina, um pouco familiar, proliferou assustada do quarto de Kai. ― Tiffany? ― indagou, preocupado. ― Eu sinto muito! Pelo que? O que ela fez? ― Fique onde está. Procurarei por velas. ― Respondeu ele. No escuro? Duvido encontrar os fósforos. Escuto uma pancada no balcão da cozinha e um gemido soar. Reviro os olhos. Por que ele não usa o flash do celular? ― Basta usar o flash do celular, Kai! ― gritei da sala, enquanto eu procurava pelo meu. ― Eu o deixei por aí! Argh! Eu não consigo enxergar! Por um instante, tive uma leve impressão de que a sua voz carregava um tom amedrontado. ― E ainda pensa em acender uma vela... Francamente. ― Suspirei. Finalmente encontro o meu celular. Ligo o flash da câmera e caminho em direção a cozinha, mas durante o caminho, o celular paralisa repentinamente, acabando por desligar o flash sozinho e tudo volta a ficar completamente escuro. ― Ah não... Logo agora você decide morrer? ― resmungo. ― No dia em que eu jogar isso na parede, eu não terei culpa! ― Onde está você, Louise? ― Kai questionou, mas o ignorei, concentrada em ligar novamente o flash da câmera. ― Por que não me responde? ― dessa vez, a sua voz soou completamente amedrontada. ― Calma! ― o respondo e logo volto a atenção para o aparelho em minhas mãos. ― Isso não presta pra nada. Argh! Eu vou te jogar pela janela... Acendeu! ― sorri ao ver o flash acender novamente. Mas, inevitavelmente, o meu sorriso logo se desfez, transformando-se em um grito de susto entrelaçado com o de Kai. O flash da câmera havia focado bem no rosto dele. ― Ai, meu coração... ― Sussurrei e apertei os meus olhos. ― Você está louco? Por que está gritando? ― Eu acho que eu vou morrer... ― Levou a mão até o seu peito. ― Você apareceu aqui do nada! ― reclamou. ― Eu vim ajudar! Mas se não quiser, eu posso desligar o flash... ― N-N-Não! A sua ajuda é bem-vinda. ― Sorriu nervoso. Tiffany saía envergonhada do quarto de Kai. ― O que aconteceu? ― perguntei ao vê-la. ― Eu fui ligar o secador de cabelo e... Ele explodiu. Acho que acabei causando um problemão. ― Tiffany respondeu, encolhida. ― E que problemão... ― Olhei para os apartamentos vizinhos pela janela, todos tinham luz, menos o nosso. ― Eu sinto muito. ― Sussurrou ela. ― Está tudo bem. ― Kai e eu respondemos em coro, o que nos fez olhar estranho um para o outro. ― O importante é que você não se machucou. ― Por Deus! Termos falado aquelas palavras juntos, desencadeou um clima completamente estranho. ― O gerador tem que ser verificado. ― Kai diz, rompendo aquele clima estranho. ― Então, vamos verificar. ― Me virei para sair da cozinha, mas Kai me puxou pelo moletom. ― Ei! Me solte! ― Podemos deixar os outros irem. ― Disse ele. ― Por que? Quem causou a queda de energia no prédio, foi a sua namorada. Os outros não tem a obrigação de ir. O dever é de vocês! E deveria, ao menos, agradecer a minha boa vontade de me disponibilizar a ir junto. ― Os outros são mais experientes no quesito geradores. ― Passou a mão entre os seus cabelos negros, aparentando estar em conflito. ― Teríamos que ir até a parte de baixo. ― Tudo bem. Nós podemos ir. ― Me direcionei para ir à saída do apartamento, mas Kai me puxou novamente pelo moletom. ― O que há? Você pode parar com isso? ― perguntei incrédula. A sua altura permitia que ele me puxasse feito um “chaveiro”. ― Mas é como se fosse o porão do prédio. ― Respondeu. ― Na verdade... É o porão do prédio. ― E o que tem? ― franzi o cenho. ― Não me diga que... ― Revirei os olhos. ― Kai. Não é como se um serial killer surgisse do além no porão e fosse nos m***r. ― Suspirei. ― Vamos logo. Eu estou com fome! Quanto antes fizermos isso, mais rápido eu poderei encontrar algo para comer. ― Eu fico aqui para avisar se a energia voltou. ― Tiffany respondeu. Concordei com a cabeça e segui para fora do apartamento. (...) ― Você pode se afastar de mim? ― arqueei as sobrancelhas ao ver Kai quase colado ao meu corpo, enquanto descíamos as escadas do porão. ― N-Não é porque eu quero! Você que é lenta de mais. ― Resmungou. ― Pode ir na frente. ― Parei de descer os degraus e dei passagem para que ele pudesse passar. ― Não. Estou bem aqui. Além do mais... Você quem tem a luz do flash. ― Pegue. ― Estendi o celular para ele. ― Isso não é um problema. ― N-Não, eu estou bem. ― Sorriu. ― Pelo amor de Deus... ― Suspirei e continuei a descer a escada. ― Ali está. ― Apontei para o gerador no final do porão. Kai murmurou algo inaudível. ― Aqui é frio e... Assustador. ― O que tem de assustador aqui? ― olhei ao redor, intrigada. ― Só é escuro. ― Dei de ombros e me virei para a grande caixa. ― Parece que a sua namorada criou um baita problema. ― Podia terminar logo com isso? Não estou me sentindo confortável aqui. ― Choramingou. ― Como se liga um gerador? ― Deve ter alguma alavanca. Algum botão, não sei. Eu avisei que os outros são mais experientes com geradores. Aperto um dos botões que tinham dentro da caixa. ― Pegue. Ligue para Tiffany. ― O entrego o celular. ― Pra quê? Assim iremos ficar sem luz! ― Qual o problema? O importante é a luz do apartamento, não acha? ― arqueio brevemente as sobrancelhas. ― Ligue. E pergunte se as luzes foram ligadas. ― Isso realmente parece o porão da casa dos horrores... ― Fez uma careta e começou a discar o número da garota em meu celular. ― Você está assistindo à muitos filmes de terror, Kai. ― Reviro os olhos. Cruzei os meus braços e respirei fundo, aguardando Kai terminar a ligação. ― E então? ― Acho que não deu muito certo. Deixe os outros virem! Eles saberão o que fazer.! Agora podemos ir? ― ligou o flash do celular novamente. ― Por que a pressa, Kai? Tem medo de escuro? ― lancei, astuciosa. Talvez, aquilo deixasse claro que todos tem algum ponto fraco, até mesmo aqueles que parecem ser “perfeitos”. ― E-Eu? Eu não tenho medo de escuro... D-de onde tirou isso? ― cruzou os braços e focou o olhar no gerador. ― Apenas estou preocupado com Tiffany. Ela está sozinha lá em cima. O observei com uma expressão perspicaz. ― O-O que? Por que está me olhando assim? ― voltou a sua atenção para mim. ― Eu? ― movi os ombros, despreocupada. ― Nada. ― Soei ardilosa. ― Pode ir na frente, Kai. Já que está com pressa. ― Deixei que minha voz soasse suave. ― Vamos logo. ― Revirou os olhos. Kai se virou para a escada, subindo-a. Pressionei o meu lábio inferior enquanto eu subia os degraus atrás dele. Um sorriso maligno tomou conta de meus lábios. Eu tinha certeza de que Kai tinha medo de escuro. Eu só queria uma provinha. Apenas uma prova. Diminuí as tocadas dos meus pés nos degraus, deixando-as mais fracas e quase inaudíveis. Levantei os meus braços lentamente, indo a caminho da cintura de Kai. ― Louise, o seu celular está quase descarregando. A luz do flash desliga com quantos porcento de bateria? ― questionou. Kai estava concentrado no celular. Minha chance perfeita! Chocando as minhas mãos em sua cintura e soltando um alto grito, Kai se assustou, até mais do que eu esperava. ― O que? ― gargalhei. ― Eu não acredito! ― encostei-me na barra de segurança da escada, rindo cada vez mais. ― Como você pôde se assustar com isso? Você sabia que eu estava atrás de você. ― Apertei os meus olhos, tentando controlar aquele pequeno surto de risos. ― Você se acha o tal, não é? Mas você não passa de um garotinho assustado. Kai se virou para mim, repentinamente. Levou suas mãos até a grade, cada uma de um lado do meu corpo, prendendo-me entre os seus braços. ― Está louca? Kai me olhou seriamente nos olhos. Mas eu não conseguia fazer outra coisa a não ser rir ainda mais. ― Acha isso engraçado? ― arqueou as sobrancelhas. ― Foi só uma brincadeira. ― Prendi o riso. ― Até parece que ter medo de escuro é um problema sério. ― Eu não tenho medo do escuro! ― contesta. ― E por que se assustou? ― O olhei irônica. ― Eu não te devo satisfações. ― m*l-humorado. Kai afastou-se de mim e assim continuamos com o nosso caminho até o andar de cima. ― Kai! ― o chamei antes de ele entrar em direção ao nosso apartamento. ― O seu segredo está bem guardado comigo. ― Pisquei e ri novamente ao ver a sua reação. (...) Após uns vinte minutos, as luzes do apartamento reacenderam. Alguma alma caridosa finalmente havia conseguido resolver o problema de falta de luz. A minha barriga volta a roncar, alertando-me de que eu precisava comer. E para isso, eu teria que sair do apartamento à procura de algum lugar que vendesse comida. O aroma de alguma coisa muito gostosa percorre pelo apartamento, fazendo a minha barriga roncar ainda mais alto. Kai estava cozinhando? Suspiro. Que maldade! Ele sabia que eu estava com fome. E eu sabia que ele não me chamaria para comer. Que maldade! O cheiro estava delicioso. Tombei a minha cabeça para trás, choramingando no sofá. Escuto passos adentrarem à sala e o cheiro de comida se tornar mais forte. ― O que está fazendo aqui? Veio esfregar na minha cara que você comerá bem? ― resmunguei. ― Não. Apenas não quero que morra de fome em meu sofá. Kai coloca uma tigela de lasanha sobre o pequeno centro próximo ao sofá e logo em seguida sai da sala, voltando para a cozinha. Olhei para aquela tigela com um suculento pedaço de lasanha, pensando minuciosamente se eu deveria comer ou não. Me aproximei do centro, inalando o delicioso aroma da comida. Parecia tão saboroso..., mas, por que ele decidiu me dar comida? Foi ele mesmo quem recusou dar os pacotes de macarrão... Será que está envenenado? ― A comida não está envenenada, Rivera. ― Disse em um ar ranzinza, indo em direção ao seu quarto. Agora, ele lia pensamentos? Eu estava com tanta fome, que não queria contestar aquela rara “boa-vontade”, entretanto, arrogante, de Kai. Levo o garfo com um pedaço de lasanha até minha boca. Estava impecável. O sabor estava exatamente saboroso como eu imaginava. Kai parecia ter um excelente dote culinário. Se eu fosse a sua amiga, poderia dizer que eu estava com muita sorte.
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