Capítulo 1 Sofia

1144 Words
Quando o Índio alegou que Polegar gostava de mim, eu tive a necessidade de conferir pessoalmente, mas ele continuou negando sentimentos. Obvio que o Polegar nunca enfrentaria o meu irmão, nunca faria isso se fosse para desapontar ele. Mas aqui dentro está crescendo um sentimento muito grande, eu não posso permanecer em silêncio, chorando e sofrendo sozinha. Aquele homem continua pegando todas e vivendo, se ele não é homem de assumir sentimentos, eu vou fazer ele assumir. Hoje a noite, haveria um baile na favela, mas o Henrique não participaria, já que precisou viajar para um evento do CV. Eu aproveitei a situação, coloquei um shortinho curto, uma camiseta na altura do umbigo. Eu tinha um piercing no umbigo e iria sair mostrando ele para todos, meu objetivo era enlouquecer o traficante até ele para de negar sentimentos. Sair de casa empenhada em participar do bailão, passei pelos vapores da contenção e eles tentaram me impedir, o Talisca e o PP vinheram na minha direção. — O chefe não permitiu sua saída da casa — declarou PP. — Você é p*u mandado do Henrique. Eu vou para onde eu quiser e nada nem ninguém vai me impedir, se abrir a boca para contar, eu falo ao Henrique que você tentou em beijar — rosnei empurrando-o. Eu estava louca para tirar a paz do Polegar, para provar que nós dois poderíamos ficar juntos. Seguir caminhando pelo morro e assim que cheguei na quadra, todos se afastaram para eu passar, todos sabiam que eu era a irmã do dono do Alemão. Seguir até o bar, peguei uma cerveja e comecei a dançar ali mesmo, eu era muito boa nisso. Rebolava, descia e subia ao som da música movimento da sinfonia da Anitta. Estava distraída quando um cara chegou perto, com toda certeza, não sabia de quem eu era irmã, ele me segurou tão forte que fiquei sedenta, sempre sonhei em ter meu primeiro beijo com o Polegar, mas se ele não queria isso, não dava para ficar esperando, não poderia perder tempo. — c*****o, você ta me deixando maluco, morena — disse e eu dei uma risada. — Você é daqui? — indaguei. — Não, eu sou do asfalto, mas fico vidrado em morenas gostosas do morro — disse me surpreendendo, O homem estava se preparando para me beijar, quando Pedro apareceu, vir o fogo nos seus olhos, ele empurrou o cara para longe de mim o peitando ali. — Qual é? Você perdeu a noção do perigo? — ele perguntou segurando o homem pelo pescoço. — Calma, mano! — suplicou se tremendo. — Você tem noção de quem é essa mulher que ta procurando graça? Você é um homem morto, pois ela é a irmã do chefe — gritou me jogando um balde de água. Toda aquela confusão criada não era por ciúmes, mas sim pelo fato dele ta cuidando das coisas do Henrique. Isso me deixou com raiva, tanta raiva que tomei a frente da guerra. — Quem você pensa que é para atrapalhar a minha vida? Eu to querendo, sou maior de idade e nem você, nem o Henrique tem o direito de se envolver na minha vida. — rosnei. — Você tem permissão para está aqui nessa p***a? Vamos, vou te levar para casa agora — disse me puxando pelo braço. — Me solta, você não tem o direito de tocar em mim desse jeito, vou fazer o que eu quiser, se eu quiser ficar nessa p***a, vou ficar mesmo — rebati e ele me surpreendeu ao jogar-me nas costas feito um saco de batata. — Você vem agora — grunhiu. — Me solta, você não pode fazer isso, me solte agora — pedi nervosa. Ele continuou criando uma cena horrível, Aquele homem era um ogro forte. — Me solta, Polegar! Me coloca no chão que eu sei andar muito bem — rosnei enquanto ele caminhava pelas vielas comigo nas costas. — Para com isso, eu não vou te deixar naquela p***a de baile, com essa p***a de roupa, com aqueles filhos da p**a tentando te pegar, isso nunca vai acontecer — falou me colocando no chão. — Incrível, você é um babaca que faz todas as vontades do meu irmão, eu falei que to na sua e você mesmo assim ta se mantendo longe, o Indio me disse que você estava na minha, mas agora você não ta mais? Acha que vou ficar esperando se resolver, acha que não vou namorar? Não tenho medo do meu irmão, ou você assume que me quer agora ou eu vou ficar com outro, alguém que tenha coragem de enfrentar o Henrique — gritei. — Você ficou maluca, Sofia? Isso não tem juízo? O Índio ta procurando palhaçada contigo e você caiu na graça dele, só isso — falou resistindo, mas eu não estava para brincadeira. Caminhei me aproximando dele, mordi os lábios de forma sexy, em seguida passei a língua neles, olhei para ele, vir o safado fechar os olhos, ele estava lutando contra o desejo e eu estava doida para grudar nossos lábios. Encostei ele na parede, segurei seu rosto, vir que ele não iria resistir a mim, aquele homem dizia que não, mas ele me queria sim. Aquele homem estava me querendo. — Tem certeza que não senti nada por mim, pois o seu corpo está entregue, eu sei que se eu te beijar agora, você não consegue resistir — disse grudando nossos lábios. No inicio, ele tento recuar, mas estava entregue, mesmo ressentido, ele segurou minha cintura com força, colocou a língua na minha boca e arrancou o meu folego. Eu não queria parar, queria continuar beijando, mas a falta de ar nos impediu, eu percebi que ele estava entregue, rendido a mim. Aproveitei a situação e grudei nossos lábios novamente. — Matei a minha vontade — disse grudando novamente nossos lábios. — Você gosta de mim, tem medo de assumir, mas eu não posso ficar te esperando Pedro, estou aqui e quero ficar contigo, a demora é sua — afirmei mordendo seus lábios. — Isso vai dar merda! Nós dois não podemos ficar juntos, não faça isso — disse e eu dei uma gargalhada. — E você vai deixar eu ficar com outro? Se não me quiser, tem quem queira, Polegar! Abre o olho — sussurrei depositando um selinho nele. Abrir um sorriso, sair rebolando, deixei ele parado na viela, meu desejo era esse, dar um beijo, sentir que ele sentia o mesmo por mim, mas seria difícil fazer ele entender que não é nada demais, que poderíamos sim ficar juntos, o Henrique não vai poder me atrapalhar. Seguir andando pela favela e ele veio correndo atrás de mim. — Espera! Você não vai sozinha. Eu vou te acompanhar — ele disse mansinho. Dei uma risada de canto, estava boba, ele tinha pegada e eu queria muito ficar com ele.
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