Prólogo Polegar
Estou na caminhada desde os 16 anos, com meus amigos de guerra, o Barão, Caveira e o Indio. Nós quatro carregamos nas costas um legado, quando o pai do Barão morreu, ele deixou o Alemão ficou para ele e nós como coligados, nunca o deixaríamos sozinhos.
Na verdade, nascemos para o crime, eu sempre fui um homem sozinho, meu pai me abandonou sozinho com a minha coroa e foi barra, quando ela se foi me senti sozinho para c*****o e isso me deixou m*l para c*****o, só não foi pior, pois os meus amigos estavam lá para me apoiar.
Na verdade, desde moleque, eu sou apaixonado por uma princesa, mas não posso falar desse amor, não posso sentir, não dar para ter nada com ela. A garota não é para mim e estou bem ciente dessa p***a. Ficar com Sofia era algo impossível, ela tinha que ser feito homem para mim, pois era a irmã do meu melhor amigo.
Mas como resisti aquela mina, ela tinha a p***a de um cabelão, usava roupas curtas de mais, seu rostinho de boneca era como um feitiço para mim e sabia do pecado que iria acabar cometendo.
Mas quando ela se aproximava, eu perdia a graça, não conseguia nem falar direito, a qualquer momento o Barão iria perceber esse encanto, por mais que eu tentasse disfarçar com todas as minhas forças.
Estava distraído com o Indio, nós estávamos na praça prestes a fumar um baseado, quando ela passou, o tempo parecia parar, Sofia tinha um sorriso do c*****o.
Babei nas pernas grossas da mina, não dava para disfarçar que eu estava comendo ela com os olhos. Indio meteu uma tapa na minha cabeça e deu uma gargalhada.
— Você não ta conseguindo disfarçar mais, ta paradão na irmã do Barão — sussurrou.
— Ficou maluco? Eu nem tava olhando para Sofia, ela para mim é homem — menti descaradamente.
— Eu vir como ela é homem para você. Você fica todo bobão quando ela passa, a mina é bonita mesmo, eu te entendo, pois assim como você, eu fico fitando uma mina, mas não tenho coragem de me aproximar dela — ele alegou.
— Ta viajando nessa história, fique falando merda, eu vou puxar meu carro — disse saindo de perto dele.
Eu não queria que ninguém percebesse essa p***a, mas a cada dia que passava, eu ficava pior e sei que um dia iria ficar difícil disfarçar essa p***a de sentimento.
Seguir caminhando pelas vielas, queria verificar as biqueiras, mas para minha surpresa ela apareceu, Sofia me olhou nos olhos, em seguida deu aquele sorriso lindo que me desmonta.
— Meu irmão mandou você me seguir, Pedro? — perguntou. — Você não pode me impedi de viver, eu marquei com um gatinho, me cubra para ele — pediu e aquilo me enlouqueceu.
— Nem fudendo! Eu não vou te cobrir e você vai voltar para casa agora, entendeu? — perguntei sério.
— O que? Por que eu devo voltar para casa? Eu sou maior de idade. Você acha justo que seja desse jeito as coisas, eu odeio viver essa vida, presa na torre mais alta do castelo do Barão, meu maior desejo é que aquele lá se apaixone, só desse jeito vou conseguir viver um grande amor — disse olhando nos meus olhos.
— Acha que vai viver um grande amor desse jeito? Um homem de verdade, não iria marcar contigo em um beco, você merece muito mais do que isso — confessei morrendo de ciúmes dela.
— O que eu mereço, Pedro? — indagou sorrindo.
— Merece ser tratada como uma princesa. Você é uma mulher e tanto, se valorize e procure alguém que faça suas vontades, não alguém que quer te dar uns amassos no beco — disse firme.
— Qual tipo de pessoa? Me diga quem iria me querer se o meu irmão e os amigos babacas dele afastam todos de mim — falou fazendo bico.
— Sofia, eu vou te acompanhar até a sua casa — disse e ela abriu a boca, mas hesitou e desistiu de continuar.
Ela me deu as costas dela e seguiu em silêncio de volta para casa, eu seguir com ela, no caminho, Sofia me olhou e de um jeito atentado começou a questionar.
— Pedro, você já se apaixonou por alguém?
— Que pergunta é essa, Sofia? — perguntei sem jeito.
— O que acha de mim? Você me acha atraente? — indagou me pegando de surpresa.
— Que pergunta é essa? Você é como uma irmã para mim, ta querendo me complicar? — indaguei sem jeito.
— O que eu pensei, você não tem coragem de enfrentar o meu irmão, mas o Indio me confirmou que você ta parado na minha, do mesmo jeito que eu estou parada na sua, mas parece que você lerdo, então eu decidi falar — disse me pegando de surpresa.
— O Indio é um grande mentiroso, eu não estou parado na sua, você é como uma irmã para mim. A minha irmã mais nova e… — ela me cortou.
— Já entendi, não continua repetindo que sou sua irmã, isso é completamente frustrante — disse sem jeito.
— Você ta brincando comigo? Quer que o seu irmão me mate? — indaguei sem jeito.
— Droga! Que vergonha, eu não deveria acreditar no Indio — falou para si mesma com lagrimas nos olhos.
— Isa, você realmente gosta de mim — indaguei com meu coração acelerado.
— Eu estou indo — falou correndo para longe de mim.
Aquela p***a me mexeu, mas o que eu poderia fazer, o irmão dela nunca iria aceitar essa p***a, eu conheço muito bem o Henrique e tinha certeza de que ele seria capaz de me matar.
Mesmo com tudo dizendo que eu deveria seguir até ela, eu decidi esquecer o que ouvir. Fui para a boca e encontrei o Henrique, ele estava sentado fumando um beck, a Vivi estava no seu colo, ela se achava a dona da favela.
— Vaza — ele rosnou para ela, assim que me viu.
Eu me sentei na frente dele, estava sem jeito, olhando para ele e lembrando da declaração da Sofia, dizendo que pensou que eu a amava. O Indio não tinha direito de falar isso para ela.
— Ta em Nárnia, Polegar? Solta a p***a da fita que eu quero entender essa sua cara — falou.
— Nada, não. Deve ser a falta de b****a, to precisando comer umas. Ainda bem que hoje a noite tem bailão, vou beber para c*****o — disse sorrindo.
— Eu to doidinho para comer umas bocetas também. Bailão é o melhor para gente conhecer as carnes novas — brincou.
O Barão era o pior de nós quatro, ele era frio, não tinha sentimentos por anda nessa vida, aliais, o seu ponto fraco era a Sofia, somente ela tinha poder sobre ele e isso me deixava ainda mais com medo, Já que aquela menina tinha um grande poder.