Capítulo 9

1802 Words
Capítulo 9 JADE NARRANDO Frajola - Você é casada? Olho pra ele sem entender o motivo dele ter perguntado isso. Mas logo mudo minha atenção para uma moto que para ao lado dele, e vejo que é o Guerreiro, ele está com a cara fechada. Guerreiro - A minha tia está aí, Manu? - Ele pergunta sem cumprimentar ninguém presente, nem mesmo o irmão. Parece que eles estão brigados. Frajola - Tô indo. - O Frajola fala ligando a sua moto e metendo o pé. Eu nem tive tempo de responder a sua pergunta. Manu - MÃE, O GUERREIRO QUER FALAR COM VOCÊ! - A Manu grita do lado de fora. Então ela mora aqui, eu nem sabia, pensei que ela morava um pouco mais embaixo. Dora - Fala meu filho. Uma senhora que aparenta ter uns 40 anos fala saindo para o lado de fora da casa. Manu - Vamos Jade, a Simone me deu a chave da casa, acho que você vai gostar. - Ela fala segurando no meu braço. Dora - Espera aí Manu, essa é a cigana que você falou? Você já almoçou filha e você meu filho? - Ela pergunta para mim e para o sobrinho. Guerreiro - Não, tia, eu só vim trazer isso aqui para a senhora, mas eu já estou indo. - Ele fala entregando um envelope dobrado para a tia. Dora - Nada disso, vamos entrar vocês dois, eu fiz bastante comida. - Ela fala então a Manu olha pra mim. Manu - Vamos Jade, é bom que eu também almoço. - Ela fala me puxando para dentro da casa. A casa por dentro é bem arrumada, tem uma televisão grandona, uma mesa de seis cadeiras, um sofá retrátil. Tudo muito lindo. Dora - Pode ficar à vontade, eu vou colocar a comida na mesa. - Ela fala provavelmente indo para a cozinha. Manu - Senta aí Guerreiro . - A Manu fala apontando para a cadeira. Eu me sento do seu lado e fico olhando para o nada, para não olhar para o Guerreiro. Manu - Você já conhece a Jade Guerreiro? Ela não é linda? - A Manu fala me deixando envergonhada. Ele não responde a pergunta da Manu, fico aliviada com isso, porque eu ainda estou envergonhada pelo que aconteceu na boca e por tudo o que o meu pai falou sobre mim. Ele olha para a Manu e depois olha para mim, mais uma vez os nossos olhos se cruzam. Sinto algo diferente no seu olhar, não sei explicar o que é, aquela tristeza foi substituída por algo que eu não sei explicar e nem consigo entender . Manu - Oiê, alguém me escuta? - A Manu fala chamando a nossa atenção . Olho para ela que nos encarando, eu não sei explicar o que acabou de acontecer, nós nos perdemos um no olhar do outro . Jade - Acho melhor eu ir embora, vemos a casa depois . - Falo me levantando da cadeira . Manu - Nada disso, você vai almoçar primeiro . Dora - JÁ ESTOU INDO COM O ALMOÇO . - A mãe da Manu grita da cozinha . Manu - Você está bem, Jade? Você ficou estranha do nada . - A Manu fala olhando para mim . Jade - Eu Preciso ir mesmo. - Falo me levantando da cadeira . Vou em direção a porta e quando eu estava com a mão na maçaneta, alguém segura o meu braço. Sinto um choque com o seu toque, me viro para ter a certeza que é o Guerreiro . Guerreiro - Não precisa ir por minha causa, eu já estou indo cigana . - Ele fala olhando para mim . Jade - Eu já falei pra você que o meu nome não é cigana e sim Jade, porque você insiste em me chamar assim? - Pergunto o encarando . Guerreiro - Porque eu gosto e isso já é motivo suficiente, eu chamo do jeito que eu quiser nessa porrä! - Ele fala soltando a meu braço e abrindo a porta . O Guerreiro sai e fecha a porta, fico sem entender o motivo dele ter feito isso . Manu - O que está acontecendo entre você e o Guerreiro? - A Manu pergunta vindo até a mim . Eu ainda estou em pé na porta, tentando entender o que acabou de acontecer . Jade - Não está acontecendo nada. - Falo olhando para ela. Manu - Está sim, eu vi a forma que vocês estavam se olhando, foi estranho, parecia que um estava perdido no olhar do outro, eu chamei vocês dois e vocês não me ouviam. - Ela fala estreitando os olhos. Jade - Não está acontecendo nada, sério mesmo Manu, eu ia embora e ele pensou que era por causa dele, então ele decidiu ir. - Falo dando de ombro. Manu - Vou fingir que acredito. Ela fala voltando para a sala, então eu acompanho a mesma. Quando voltamos para a sala, encontro uma garota parecida com a Manu, a única diferença é que o cabelo dela é grande. Ema - Você deve ser a cigana que o morro todo está comentando. - Ela fala olhando para mim. Manu - Cala a boca, Ema, não liga pra ela Jade. Jade - Eu não imaginava que você tinha uma irmã gêmea. Manu - Eu esqueci de falar. - Ela fala dando de ombro. Dora - Onde está o primo de vocês? - A mãe das meninas pergunta com uma panela na mão. Manu - Ele já foi. Dora - Filho de uma mãe, nem para, ficar para almoçar com a gente. - Ela fala colocando a panela em cima da mesa. Ela vai na cozinha novamente e em seguida volta com alguns pratos e talheres na mão. Quando a mãe da Manu abre a panela, sobe um cheiro muito bom, ela coloca feijoada no meu prato. Jade - A comida da senhora é muito boa. - Falo olhando para o meu prato. Dora - Você ainda nem comeu. - Ela fala olhando para mim. Manu - Já comeu sim, mãe, a comida que o Alex pediu para a senhora fazer foi para ela . - A Manu fala então a irmã dela olha para mim. Dora - Porque o Alex fez isso? - Ela pergunta ainda me olhando. Jade - Chegamos tarde e não tinha lugar nenhum aberto, devido ao horário, e eu tenho um irmão pequeno, acho que foi por isso que ele pediu pra senhora fazer a comida, peço desculpa pelo incômodo. - Falo olhando para ela. Dora - Tudo bem querida, o meu Alex tem um bom coração. - Ela fala com um sorriso nos lábios. Jade - E o Guerreiro? - Pergunto então elas olham pra mim. Dora - O Alessandro é um bom rapaz, ele só não teve sorte na vida, ele sofreu muito, desde criança e isso fez o coração dele se fechar, mas eu sei que ele também tem um bom coração, ele só precisa encontrar alguém qua mostre pra ele, que ele é amado, que ele merece ser amado. - Ela fala com os pensamentos distantes. Alessandro, então esse é o nome dele, misterioso igual a ele, eu nunca imaginaria qua esse seria o seu nome. Eu não o conheço, mas pelo seu olhar, eu sinto que o mesmo já sofreu muito nessa vida e que ele carrega uma ferida do passado que não cicatrizou ainda. ( ... ) Almoçamos, e depois do almoço, a Manu foi comigo na casa que fica bem perto da dela, eu gostei, a casa é pequena, mas arrumando ela, da para morar. Jade - Eu vou esperar o retorno do meu irmão, qualquer coisa eu falo com e você fala com a dona da casa. - Falo animada. Manu - O seu irmão vai alugar essa casa para você? - Ela pergunta olhando para mim. Jade - Vai ... mas ele vai morar aqui comigo. - Falo feliz. Manu - Sério, agora eu quero conhecer o seu irmão, você e a sua mãe são lindas, imagina o seu irmão, ele tem namorada? - Ela pergunta empolgada. Jade - Acho que não, o meu irmão não é de namorar, então eu não quero que você se iluda com ele. Falo olhando para ela. Manu - Pode ficar tranquila que eu também não quero namorar, só quero saber como é a pegada de um cigano. - Ela fala rindo. Jade - Acho que eu não conseguiria ser assim. Manu - Como? Tipo se relacionar com mais de um homem? - Ela pergunta olhando pra mim. Jade - Sim, eu estou me guardando para o meu marido, e ele será o único homem na minha vida. Manu - Eu acho isso legal em você, você tem uma certa pureza, inocência admirável, acho que é por isso que você chamou a atenção do meu primo, aliás dos meus dois primos na verdade . - A Manu fala me fazendo olhar para ela. Jade - Isso não é verdade, eu não chamei a atenção de ninguém. - É estranho ouvir ela falar isso, eu sempre me mantive distante dos rapazes, nunca namorei e nem beijei, eu sei que quando isso acontecer, será mágico. Manu - O Frajola não ia levar comida atoa para você, e você já viu a forma que o Guerreiro olha pra você? Acho que você enfeitiçou os dois irmãos. - Ela fala olhando para mim. Isso não é verdade, não tem nem uma semana que eu estou aqui para eles estarem dessa forma, a Manu está enganada. Jade - É impressão sua Manu, o seu primo Guerreiro não me suporta e o Alex, como a sua mãe falou, ele tem um bom coração. - Falo tentando convencê-la. Manu - Isso é porque você não viu como ele ficou quando você estava falando com o seu irmão, ele pensou que você era casada. - A Manu fala do Alex, não estou gostando muito do rumo que está indo essa conversa, então eu me despeço dela e vou para casa. ( ... ) Chego em casa e encontro a minha mãe com o Ravi. Rubi - Onde você estava Jade? - A minha mãe pergunta quando me ver. Jade - Eu estava na casa da Manu, a garota que conhecemos no mercado, a mãe dela me chamou para almoçar. - Falo me jogando no sofá. Rubi - Porque você está com essa cara? Jade - Tem como uma pessoa gostar da outra à primeira vista? - Pergunto pensando no que a Manu falou. Rubi - Com o seu pai foi dessa forma, eu me apaixonei à primeira vista. - Ela fala pensativa. Jade - Eu que não quero que isso aconteça comigo, Deus me livre me apaixonar por alguém igual ao meu pai!
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