Capítulo 10
GUERREIRO NARRANDO
Frajola - Ela é casada. - O Alex fala assim que eu entro na boca.
Guerreiro - Do que você está falando? - Pergunto me sentando no sofá.
Frajola - A cigana, ela é casada. - Ele fala me fazendo olhar ele sem entender da onde ele tirou essa porrä, não faz sentido, só se ela traia o marido já que o Roni falou que ela tinha se envolvido com gente errada.
Guerreiro- Como você sabe? Ela falou pra você? Eu já falei pra você ficar longe dela. - Falo olhando para ele irritado.
Frajola - Eu ouvi ela falando com um cara no celular, ele está vindo pra cá, parece que eles vão morar juntos na casa da Simone. - O Alex fala triste.
Estranho, o Roni falou que eles precisaram sair do lugar que eles moravam antes porque ela se envolveu com alguém, tô entendendo nada. Será que ele está mentindo, esse filho da putä nunca foi confiável.
Guerreiro - Se ela acha que vai trazer algum macho pra morar aqui sem pedir primeiramente pra mim, ela está totalmente enganada, aqui só entra quem eu quero e com a minha autorização, nessa p***a eu que mando! - Falo já sem paciência e nervoso.
Eu só deixei o Roni ficar porque ele é família, mesmo sendo todo errado ele é família.
Frajola - Vamos ver se ela vai vir até você. - Ele fala olhando para mim.
Guerreiro - Mesmo ela vindo, primeiro eu tenho que ver quem é esse cara, primeiro vou investigar ele, vai que ele é um alemão ou um polícia. - Falo pensando na cigana.
Eu não gostei nada de saber que ela é casada. Me vem à mente o que aconteceu na casa da minha tia, quando ela olhou para mim . Eu não sei o que aconteceu, quando os nossos olhos se encontraram, parecia que eu estava em transe, eu me perdi no olhar dela . Que loucura foi essa, que aconteceu, eu percebi que ela também sentiu . Eu quero saber que porrä está acontecendo comigo, desde que essa cigana chegou aqui que eu não consigo dormir direito .
Frajola - Mudando de assunto, o Roni veio aqui na boca no meu turno e pegou uns negócios na minha mão . - O Alex fala me fazendo olhar para ele.
Guerreiro - Mais um motivo para ficarmos de olho nele . - Falo pensativo.
Frajola - Outra coisa, precisamos fazer uma visita no morro do Turano, estamos devendo uma visita para o Lobão . - O Alex fala olhando para mim , mas totalmente distante .
Só de lembrar do morro do Turano, me vem a mente uma mina que fiquei lá, ela é até prima do Lobão e sobrinha da fofoqueira da dona Rosa, porém ela mora lá com os pais, a mina é muito gostosa, tem um corpão da porrä, eu queria ficar novamente com ela, mas a menina gamou em mim, só ficava no meu pé e toda mulher que encostava em mim, ela vinha causar . Ela queria até morar aqui com a tia por minha causa, mas a dona Rosa não deixou, porque na época ela era casada e traiu o marido comigo. Mas essa porrä não falou que era casada. E eu lá ia adivinhar que ela era casada, eu estava no baile, dando uma força para o meu parceiro e ela chegou do nada, pra mim ela tava solteira, mas depois eu fiquei sabendo que ela era casada e que o marido dela colocou ela pra fora de casa depois que soube o que ela fez. Dessa vez eu não tive culpa, se ela era casada, então ela que tinha que se dar o respeito.
Guerreiro - Eu chamei ele para o baile que vai ter esse final de semana, ele falou que ia vir, vou ficar no aguardo dele.
Frajola - A Kelly provavelmente vem com ele. - O Alex fala rindo.
Guerreiro - Eu quero distância daquela garota, gostosa pra cäralho ! Queria sim föder ela de novo, mas aquela porrä, é problema puro!
Frajola - Eu soube um negócio aí, não sei se é verdade.
Guerreiro - Fala logo, você sabe que eu não gosto de enrolação.
Frajola - Eu soube que ela está grávida. Acho que você vai ser papai Guerreiro. - Ela fala debochando da minha cara.
Guerreiro - Tá louco caralhö, você acha que foi só comigo que ela ficou? Deve ser do cornö do marido dela.
Frajola - Eu não sei, vai que você tenha sido o sortudo, foi ficar loucão e föder sem camisinhä bem com aquela louca.
Guerreiro - Mete o pé daqui Alex, vai procurar o que fazer, filho da putä!
Frajola - Vou fazer o corre, tenho mercadoria pra entregar para aqueles playba. - Ele fala se levantando.
Guerreiro - Deixa que outra pessoa leva, eu não quero que você saia do morro com mercadoria, você pode ser pego.
Frajola - Eu já falei pra você que eu não sou criança Guerreiro, eu não preciso que você me proteja. - Ele fala pegando o capacete e a mercadoria.
O Alex é cabeça dura, ele não entende que eu faço isso para o bem dele. Ele sai com a moto e eu vou atrás dele, sempre que ele sai sozinho, eu o sigo, ele não sabe disso, mas eu já o livrei por diversas vezes de ser pego pela polícia.
( ... )
O Alex para a moto em frente a faculdade, e um playboy pega a mercadoria com ele e entrega o dinheiro. Eu percebi que tem um carro preto vedado seguindo ele, desde que ele saiu do morro. Após entregar a mercadoria, o Alex sobe na moto e pega a pista novamente, e o carro volta a seguir ele. Acelero a minha moto e passo na frente do carro, e os vapores que vem na minha segurança também, continuo acelerando então o Alex olha para trás e me vê.
Guerreiro - Continua! Não para, tem alguém seguindo você. - Falo quando ele olha para mim.
O Alex acelera a moto, olho pelo retrovisor da moto, para ver se o carro ainda está atrás de nós, vejo um homem na janela com uma metralhadora na mão. Pego a arma na minha cintura e atiro antes do mesmo atirar e os meus vapores também .O Alex olha para trás.
Guerreiro - Vai para o morro com os vapores na sua contenção, eu vou dar um jeito neles.
Frajola - Não vou te deixar sozinho!
Guerreiro - FAZ O QUE EU TÔ MANDANDO PORRÄ! - Falo saindo da pista.
Percebo que o carro está me seguindo, entro em uma rua deserta e começo atirar no carro. Eles retribuem, sinto uma dor na costela, o filho de uma put me atingiu. Saio da rua e entro em outra, agora é estreita e não dá para o carro passar, aproveito a oportunidade e dou fuga. Coloco a mão no local que eu fui atingido, e a minha mão vem toda suja de sangue.
( ... )
Chego na entrada do morro, quando eu ia subir o mesmo sinto as minhas vistas escurecerem, perco o controle da moto e caio no chão, mas antes de tudo apagar de vez, vejo aqueles olhos verdes olhando para mim.
JADE NARRANDO
Após toda aquela conversa, de gostar de alguém à primeira vista, eu tomo banho e coloco um dos meus vestidos favoritos, ele é verde, tem algumas pedras e alguns detalhes dourados. Assim que terminei de me vestir, do nada sinto uma dor horrível na costela, foi tão forte que eu dei um grito e a minha mãe veio correndo ver o que estava acontecendo.
Rubi - O que aconteceu Jade? Porque você está assim? - A minha mãe pergunta vendo eu me contorcer de dor.
Jade - Tá doendo muito. - Falo com lágrimas nos olhos.
A minha mãe me ajuda a sentar na cama, ela fica sem saber o que fazer, fico por alguns minutos sentindo essa dor na costela, mas depois aos poucos vai diminuindo.
Rubi - Você está melhor Jade? - Ela pergunta olhando para mim.
Jade - Ainda dói, mas estou melhor. - Falo tentando entender o que aconteceu, eu nunca senti essa dor antes, parecia que a minha pele estava sendo perfurada.
A minha mãe fica comigo no quarto, e depois que eu me sinto melhor, eu pego uma caixa com alguns acessórios que eu faço.
Jade - Mãe, a senhora acha que se eu colocar esses acessórios para vender na entrada do morro alguém vai se interessar? - Pergunto pra minha mãe que está me olhando estranho.
Rubi - Acho que sim querida, porque são lindos esses colares e pulseiras que você faz, fora os brincos. - Ela fala um pouco seria.
Jade - Então eu vou colocar lá na entrada do morro, eu posso também vender nas escolas, tem adolescentes que gostam. -Falo um pouco animada.
Rubi - Jade, como foi essa dor que você sentiu? - A minha mãe pergunta me fazendo olhar para ela.
Jade - Eu não sei explicar mãe, eu nunca tinha sentido algo parecido antes, eu senti como se a minha pele estivesse sendo rasgada, perfurada, não sei explicar mãe. - Falo colocando a mão no local que ainda dói.
Rubi - Minha filha, você gosta de alguém, já sentiu algo diferente ao olhar para algum rapaz? - Ela pergunta olhando pra mim.
Jade - Não mãe, eu não gosto de ninguém e nem quero, porque a senhora está perguntando isso? - Pergunto sem entender olhando pra ela.
Rubi - Me responde mais uma coisa, algum rapaz já se perdeu no seu olhar e você no dele, e tudo ao redor sumiu? - Eu não estou entendendo onde a minha mãe quer chegar com essa conversa assim do nada. Ela nunca perguntou essas coisas, fora que ela está bem séria.
Jade - Eu não estou entendendo essa conversa mãe . - Falo então me vem à mente algo.
Quando eu vi o Guerreiro pela primeira vez, nos perdemos um no olhar do outro e eu acho que consegui sentir a sua dor, uma dor que ele carrega com ele a muito tempo, não sei dizer ao certo. E aconteceu de novo, algo semelhante na casa da mãe da Manu, quando nos olhamos, eu senti algo estanho, nos perdemos um no olhar do outro.
Rubi - Só responde a minha pergunta Jade. - Ela fala séria.
Jade - Aconteceu algo semelhante quando o Guerreiro olhou pra mim, mas isso tem o que mãe? Me explica. - Peço agoniada.
Rubi - Não é nada Jade, mas tenha cuidado com ele. - Ela fala e sai.
Acabo não me importando com o que ela falou e decidi não questionar mais, não deve ser nada demais. Eu decido colocar as minhas coisas para vender em algum lugar perto da entrada do morro, tem que ser um lugar que chama atenção. Saio de casa com os meus acessórios e um tapete, quando eu ia arrumar as coisas, vejo uma moto vindo na minha direção. Percebo que é o Guerreiro, ele está estranho, a moto acelera do nada e ele perde o controle que acaba batendo em uma parede de uma casa. Largo tudo o que eu estou na mão e vou na direção dele correndo. Me aproximo dele, e ele está com os olhos abertos, ele olha pra mim e depois os seus olhos se fecham.