— Ana. - Me chamou Zé, enquanto caminhava vindo até o quarto, Francisca pediu licença e saiu, já ele fechou a porta e me olhava bastante sério.
— O-oi meu marido. - Já comecei a tremer, ele estava sério, nem parecia o mesmo homem gentil de minutos atrás, embora eu também imaginasse em como seria se ele me agarrasse naquele momento. Engoli saliva ele parecia tenso.
— Me promete uma coisa? - ele perguntou bastante sério, se aproximando de mim segurando em minha mão.
— Se meu irmão... Se meu irmão vier aqui quando eu não estiver, não abra a porta para ele entrar, e me avise quando eu chegar, está me ouvindo bem?
— Sim, mas porque num pode? - Ele suspirou assim voltou a me olhar já um pouco mais calmo.
— Porque ele pode querer se deitar com você. - Senti meu peito bater forte, era estranho. Eu estava curiosa sobre como seria o p*u dele, eu até conseguia imaginar como seria eu e ele na cama. Mas, não era a mesma coisa que eu sentia por meu Zé, pelo meu querido Zé eu sentia paz no meu coração, borboletas no estômago. Eu sentia amor puro.
— Veja eu não menti quando disse que te amava, depois que nos conhecemos na fazenda do seu pai... Eu realmente, eu realmente me coloquei de coração nessa relação, eu parei de sair com mulheres na capital, parei de ir a bares. Meu pensamento era em você. - Ele dizia a verdade, lembro que a mãe dele disse algo assim quando me ajudou a vestir o vestido. "uma menina fez meu filho parar de ir em bordéis... Tomara que valha a pena".
—,Oxe eu nunca que me deitei com nenhum outro homi além de você, e foi agorinha! Eu gosto muito de tu, gosto.mesmo e olhe, num se sinta assim por conta do seu irmão. -, Eu sorri para ele, já começando a me despir novamente, dessa vez fiquei inteiramente nua apenas com meias longas que eram pretas e meus cabelos soltos.
— E olhe, sou todinha sua, venha meu amor, meu cuscuz com leite. - Eu estava com um desejo novamente mais forte e intenso, e só.meu amado poderia saciar, mas na verdade nem na primeira vez conseguiu, eu esperava que ele agora na segunda vez conseguisse, ele até conseguiu esquecer que seu irmão ainda estava em casa, e já veio me agarrando, me pondo contra a parede. Daquela forma selvagem, eu me sentia dominada e gostava, o ajudava a abrir sua calça, até que a maldita porta foi aberta.
Ian entrou no quarto e nos flagrou, quase me viu nua, despida, porém meu Zé estava no meio o que ajudou a impedir de obter tal visão, Zé foi rápido e pegou lençóis me cobrindo toda, eu me enrolei igual a uma tapioca, tapioca de aninha. Mas o comentário a seguir me fez perder a paciência.
— Olha me perdoe a intromissão mas eu acredito que não é do porte de uma dama ficar nua durante o dia com visitas em casa, se portando como uma verdadeira...como dizem por aqui, Quenga.- Zé se irritou e eu também, peguei um tamburete que tinha ao quarto e lancei contra a porta, o homem desviou assustado e eu fui para cima dele o batendo com a canhota, enquanto com a outra mão segurava o lenço.
— OXE! Sou quenga não tu me respeite e cale sua boca que tu ta muito errado! - Ele segurou meu braço, e foi uma segurada forte, dolorosa, pior que a do meu pai. Me jogou contra a parede e me deu um tapa em minha face, e eu gargalhei, em seguida segurei em seu braço o virando para o lado quase o quebrando, ah sim eu tinha força para isso.
— Solte agora meu braço Ana Lúcia! - Indagou o rapaz sentindo dor, mas mirando a mão para meu rosto enquanto me olhava.
— Eu quebro me chame ou toque em mim denovo que eu quebro esse teu braço igual a pescoço de galinha! - Ze se aproximou após d estudo onde socou a cara do irmão. Os.dois trocaram insultos, e eu fiquei assustada, soltei o braço do homem e corri para o quarto, com meus cabelos assanhados. Meu rosto doia bastante, após tudo, após ele finalmente ir embora, eu entendi um pouco o que a família dele pensava de mim, e comecei a chorar. Não só de dor, de tristeza e angústia, talvez o que me fizesse bem naquele instante seria me tocar.
Diferente de hoje em dia, que se ouvissem um grito, uma mulher chorando iriam chamar a polícia para prender o infrator, naquela época não havia lei para proteger as mulheres no Brasil, na verdade elas serviam mais para as condenar.
Se eu fosse reclamar, ele diria "olha ela estava nua" e eu seria chamada de vulgar, certamente colocada em um bordel ou meu marido teria direito de me espancar.
José Ricardo não era assim, para minha sorte ele era gentil, ser médico também me ajudou. Ele me consolou depois de tantas lágrimas, que eu soltei. A tarde eu estava um tanto triste e deprimida, sentia vontade de me tocar, Mas não tive chances, tive que me conter bastante e fui para cada de meus pais.
Papai não estava em casa, então mamãe me recebeu alegre, cabelos curtos e roupas mais simples. Ela me serviu um copo de café com leite, eu tinha uma leve mancha no rosto e minha mãe nem se importou, já imaginou que eu teria feito merda.
— Mainha, porque nunca me disse como era me deitar? A noite de núpcias. Oxe eu quase que morro curiosa. - Minha mãe suspirou, me olhou e já que sabia que estávamos sozinhas resolveu falar.
— Eu tenho uma coisa pra te contar, uma coisa que só teu pai sabe, então minha filha, eu espero que me perdoe pelo que vou lhe dizer. - Ela bebeu um pouco de café, parecia apreensiva e já eu curiosa.
— Ande logo mainha fale, que eu quero saber!
— Eu era quenga. - Ela falou diretamente, fiquei em choque e então não soube bem como reagir eu não tinha um preconceito formado, eu a olhei tentando entender.
— Como assim mainha? Oxe a senhora é mulher direita eu sempre ouvi falarem bem isso.
— Eu não nasci aqui, eu sou de perto da capital. - Ela respirou profundamente —Quando eu era moça, eu me tocava igual a você, eu... Gostava, comecei cedo bem nova com dez anos, quando noivei eu me entreguei a meu noivo, e ele me difamou.eu tinha algo dentro de mim que precisava ser saciado, nunca consegui saciar isso, eu me deitava mais por querer o ato, fiz coisas sujas. Já me deitei até mesmo dentro de uma igreja. Por pouco eu não fui morta.
— Mainha... - Eu estava em choque, os olhos arregalados tentando entender cada palavra que ela dizia - falando nem parece a senhora. Mas se fez tudo isso, como hoje é uma mulher respeitável?
— Seu pai, foi um de meus amantes no bordel que eu trabalhava, ele gostava muito de mim. - Ela sorriu me olhando - E acredite ele gosta até hoje, até hoje ele se deita comigo. Na época quando eu o conheci, ele estava atrás de uma esposa igual ao José Ricardo, ele não gostava de nenhuma das moças, só de mim. Então, ele me tirou de la, disse que ia me ajudar a me acalmar. A acalmar o quão agonizante é esse desejo que eu tenho, ele não conseguiu, ninguém consegue. Mas ele cuida de mim, As vezes ele me bate, é uma forma que eu encontrei de tentar não agonizar ou voltar para um cabaré. - Ela estava se emocionando, segurou minha mão e apertou firme.
— Você me perguntou porque eu não falei, porque eu tinha medo que você fosse igual a mim, eu não queria isso. Pois minha filha, quando você nasceu, eu agarrei e fiz um juramento com todas as minhas forças que você seria pura, que eu ia te proteger de não virar o que eu tinha me tornado. Por isso quando eu vi você naquele dia... Eu fiz um promessa a uma santa, de lhe casar pura. Olhe, eu vi eu tava no andar de cima, eu vi cê levando a mão de José Ricardo pra de baixo da saia. Eu fiquei muito contente quando ele falou que num foi tu, é sinal que ele gosta de ti de verdade. - Minha mãe se levantou, fiquei por minutos imaginando as coisas que ela viveu. Até que eu me levantei e fui ate ela e a abracei forte.
— Mainha já passou, a senhora agora tem papai tem a mim, e eu vou ser uma mulher direita sim, se preocupe não viu?
— Ôwm meu nenemzin lindo - Ela me abraçou forte enquanto acariciava o cabelo, elogiou o corte e disse que eu estava linda. Depois me elogiou bastante . Passamos a tarde conversando. Contei a ela sobre meu desejo, sobre o que eu sentia, e de como me deitei, ela me aconselhou a não querer mais assim, pois podia ficar pior...
— Mas mainha... Eu senti vontade no irmão dele, antes dele me bater, mas o pior que ainda sinto. O que faço pra isso parar? Eu amo Zé, mas ele... Mas é um negócio diferente, só quero me deitar e mais nada. - Ela me deu um rosário branco,me ensinou a rezar aves Maria para tirar o pensamento de impureza de minha cabeça e foi o que eu fiz.
Chegando em casa, houve o jantar, comida diferente, eu sabia usar os talheres mas preferia usar colher, comi pouco pois sabia que ele iria querer se deitar comigo novamente e eu ansiava por isso. Após terminar, fui ao nosso quarto começando a rezar da forma que me fui orientada.
— Você tá rezando? - Ele perguntou ao me ver de joelhos a frente uma vela acesa. Movi a cabeça concordandk e ele disparou a pergunta — Pra que isso agora?
— Eu tô... Oxe num me atrapalhe! Venha rezar também ande! - Ele não veio, mas ficou esperando terminar. Vendo que já fazia muito tempo ele me deixou um copo de água, quando terminei eu a bebi. E ele já estava tirando a camisa.
— A única Santa que quero rezar é você.
— Oxe tá tirando a roupa porque? - Tentei bancar a mulher direita, mas era difícil.
— Pra.. você sabe, eu me desmancho por você igual a cuscuz no leite.
— Pois se vista, porque num vou mais tirar roupa não, vamos fazer o de acordo.
— O de acordo?- Eu estava usando a mesma camisola da noite anterior e ele não estava entendendo. Me deitei na cama e abri as pernas, me mantendo em silêncio por alguns segundos, mas como ele não entendia tive de explicar.
— Sim, sem toque sem gemido sem nada. Se tu quer, tô pronta. - Ele cruzou os braços e se segurou para não rir.
— Tá, mas... Você quer que eu faça a minha vontade e saia, e a sua ?
— Oxe sua vontade é que importa, faça a sua e saia logo aliás nem minha vontade importa. - Mentira, eu queria que ele me agarrasse, que ele me beijasse e me acariciasse.
— Não fique com raiva de mim. - José Ricardo era um jogador, ele não gostava disso, jogou o meu jogo e fez o que eu pedi. Ele veio entre minhas pernas, eu o senti, estávamos ligados novamente, e eu gostei. Segurei para não emitir nenhum som, ele achou desconfortável, pois afinal eu parecia um cadáver ou pior como hoje em dia uma boneca inflável. Apenas três movimentos, três estocadas e então ele tirou, e fechou a calça de seu pijama, foi para cama e se deitou.
— Boa noite. - Ele disse e eu me sentei, o olhei com raiva.
— Oxe só isso? - Ele se ergueu para me responde.
— Sim, só isso. Não era o que você queria ? - Ele questionou me olhando.
— Oxe mas foi ligeiro por de mais
— É assim que as mulheres "decentes" fazem.