Capítulo 7

1462 Words
Fiquei apreensiva, o encarando, esperando que ele dissesse alguma coisa. Ele respirou fundo e olhou para cima. -É Harry, não é? -São... muitas coisas, senhor. Eu, acho que é hora de seguir em frente. Você sabe, nós dissemos que isso seria apenas um teste e não está funcionando. Realmente não está funcionando para mim, e Harry é um ótimo advogado. -Mas ele é um cara péssimo e um chefe de merda.- Disse Frank, suspirando. -Eu amo esta empresa, Frank, realmente amo. Adorei trabalhar para você e adoro a lei, mas preciso seguir em frente e não quero que você pense que sou ingrata. Eu não sou. Eu realmente sou muito grata. -Se você ainda estivesse trabalhando para mim, teria pensado em sair? -Não me sinto confortável aqui.-Eu disse, com os olhos cheios de lágrimas. -Eu tenho minha resposta, querida. Não posso te obrigar a ficar. Mas, você realmente quer fazer isso? -Sim, é.-Eu assenti. -Então você tem que fazer isso. Eu não vou te segurar. Saiba que farei qualquer coisa para mantê-la aqui. Tudo que peço é que em sua entrevista você mantenha nossa prática estritamente confidencial. -Eu não direi nada a eles, senhor. Eu prometo. -Eu sei que você não vai dizer.- Ele suspirou novamente e se levantou. -Espero que você não vá embora, espero mesmo. Faça a entrevista amanhã. Depois que decidir realmente o quer fazer, nós conversaremos, ok? -Está ótimo! obrigada, Frank, de verdade. Ele saiu de trás da mesa e caminhou em minha direção, e, de repente, me abraçou. -Espero que você não ache isso inapropriado. Lídia quer saber quando você vem jantar. Lidia e Frank não puderam ter filhos e o trabalho dele ocupava todo o seu tempo livre. Eu sabia que os dois me consideravam mais uma filha do que uma amiga. Eles eram pessoas maravilhosas e eu amava os dois. - Está bem. Você é quem me encontrou e me deu essa chance. Não sei se irei embora, a menos que você me demita, mas, eu preciso fazer essas entrevista. -Eu sei. Certo, pra oned vai agora?- Ele perguntou. -Estou indo para casa. Harry disse que eu poderia terminar meu trabalho e sair, então vou fazer isso. -Vá a entevista amanhã. Não mencione nada ao Harry. Eu vou lidar com ele. Use o cabelo solto e mantenha a calma. Você sabe tudo o que precisa saber. Você trabalha duro e o que não sabe, pode aprender no trabalho. -Eu farei isso. Hum, há um problema. Se eu decidir ir, Harry não foi exatamente sincero se me daria uma boa referência. Você sabe, ele acha que eu o mandei para os lugares errados de propósito. Frank ergueu a mão, me silenciando. -Querida, você vai conseguir uma referência fantástica de mim. Você tolerou Harry e, por isso, conquistou o direito a uma referência muito boa. Além disso, você me mostrou o que deu errado durante um colapso total, lembra? Além disso, você foi pessoalmente até Larry Peterson e defendeu o caso de Harry, e deu-lhe todas as razões possíveis pelas quais ele deveria tomar Harry como líder em seu caso. Você cometeu um erro, mas corrigiu. -Obrigado, Frank. Você tem sido incrível.- Eu o abracei de volta. Meus sentimentos por Frank eram os de um mentor e, no fundo da minha mente, uma espécie de avô. Eu adoraria tê-lo como avô. Ele era sábio além de sua idade, gentil e ainda assim letal quando precisava ser. Me afastei, saindo do escritório dele. Meu coração estava doendo porque essa era realmente minha casa por tanto tempo. As pessoas aqui me apreciavam, mesmo que meu chefe direto não o fizesse. Na saída do prédio, Carl me encurralou, pedindo a minha ajuda. Ele estava passando por uma fase tão difícil ultimamente que eu não poderia ignorar seu pedido de ajuda. Sair mais cedo não era uma opção, principalmente quando eu podia apoiar alguém. Entrando em seu escritório, sentei, e logo comecei a trabalhar com ele. Harry Terminei a ligação e olhei para o sanduíche em minha mesa. Nora o colocou ali cinco minutos antes e ele eu a convidei para se juntar a mim. Que p***a estava acontecendo? O que tornou tudo ainda pior foi que ela me disse que tinha outros planos. Planos que não incluíam ficar no escritório, e agora, eu estava chateado. Eu estava parecendo um i****a e, mais uma vez, não sabia por quê. Nora não era a garota mais bonita do mundo. Ontem à noite, eu não conseguia parar de pensar nela e fui para casa batendo uma, pensando em todas as coisas sujas que queria fazer com ela. O sanduíche era o de sempre, frango picante com cream cheese em uma cama de alface. Eu sempre adorei esse sanduíche, e o único outro que amei foi a manteiga de amendoim, um de meus amores infantis. Nunca superei. Ouvi uma batida na porta, olhei para cima, Frank estava parado ali. -Oi.-Ele disse. -Posso entrar? -Sim, claro. Sente-se. Eu pediria a Nora que trouxesse um café para você, mas ela não está aqui. Ela saiu para almoçar. Não sei onde ou com quem, e isso me irrita. Ela não deveria ter compromissos além do trabalho. -Eu sei onde Nora está. A questão é, e você?- Frank fechou a porta e sentou-se na minha frente. -Ela disse que tinha um almoço que não poderia cancelar. -Ela perguntou a você sobre alguma referência recentemente? -Sim, e eu disse a ela que ela não precisava se preocupar. Ela adora trabalhar aqui. -Na verdade, ela adorava trabalhar aqui. Pretérito. Ontem tive uma conversa muito interessante com a doce Nora. Posso garantir que ela está atualmente em uma entrevista com uma empresa rival. Agora, se fosse qualquer outra pessoa, eu ficaria preocupado, mas sei que Nora é tão leal quanto trabalhadora. Ela nunca contaria nada sobre nós, e eu confio nela. Além disso, eu disse a ela que ela nunca precisaria se preocupar com uma referência, mas quero saber de você, por que alguém da p***a da nossa equipe quer ir embora quando ela estava tão feliz. Eu estava em choque. Eu havia entrado em contato com ela ontem e não disse nada de r**m. -Como você pode oferecer a ela uma referência? Ela me mandou para os lugares errados de propósito! -Se você tirar a cabeça da b***a e parar de acreditar no pior das pessoas, vai ver que, ela cometeu um erro e, como eu disse antes, ela se certificou de que nada acontecesse com seu erro. Você conseguiu se encontrar com O Peterson. Agora me responda. Por que ela quer ir embora quando estava feliz? Acabei me lembrando da tentativa de Nora de desculpar pelo seu comportamento. Ela ergueu aquele maldito caderno que eu a fiz usar. Sem mencionar o fato de que um novo computador foi entregue a ela, e todos lhe disseram que ela havia ligado para verificar todos os outros compromissos. Eu não queria ouvir nada disso. Ainda assim, eu poderia estar errado. Talvez. Eu não sabia. -Não sei qual é o problema. Eu realmente não entendo. Ela estava bem ontem. -Um dia sendo gentil com ela contra todos os outros, e você pensa por um segundo que ela não gostaria de ir embora? Você a trata como merda, punindo-a quando está realmente chateado comigo. Eu não disse nada. Não adiantava muita coisa. Todos que já estiveram com Frank no tribunal sabem que, quando ele começa a falar, não tem muito como detê-lo. -Você queria continuar a brincar com mulheres estúpidas que não eram melhores que prostitutas. Elas estavam aqui para f***r, não para trabalhar. Agora, Nora, ela não é o tipo de mulher com quem você está acostumado, hein?- Frank nem sequer levantou a voz enquanto falava. -Nora é o tipo de mulher a quem você é leal. Ela é o tipo de mulher que você se sente culpado se t*****r com outra mulher quando ela é sua. Eu já havia descoberto isso. Nora era o tipo de mulher com quem você se relacionava. Ela era a mulher em quem você pensava sobre o futuro, filhos e tudo mais. Para mim, ela sempre representou tudo o que eu mais odiei. -Ela está indo embora?-Eu perguntei, desconfortável com o incômodo que estava sentindo com a idéia. -Não sei. Acho que isso depende inteiramente de você, não é?-Frank se levantou. -Sabe, eu sempre gostei de você. Você é um merdinha malvado e me rendeu muito dinheiro. Também nunca pensei que lamentaria ver Nora partir. Meu maior erro foi entregá-la para você. Observei enquanto Frank saia do meu escritório.Colocando as mãos sobre a mesa, eu não sabia o que fazer ou pensar.Nada mais fazia sentido e, ainda assim, fazia todo o sentido. É claro que Nora iria embora. Ele tinha sido o bastardo mais c***l do mundo.
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