Algo tinha que ser feito. Eu não queria que ela fosse embora, nem agora, nem nunca.
Eu não quero que ela vá.
Eu gosto de olhar para ela.
Besteira.
Esfregando os olhos, me concentrei na tarefa que tinha em mãos. Terminei o sanduíche e tentei não olhar para o relógio. Era quase impossível. Fiquei esperando que Nora entrasse e não sabia o que iria fazer ou dizer.
Finalmente, pouco depois da uma, ela entrou no escritório e ligou o computador. Ela não entrou no escritório, e eu não estava interessado em falar com ela naquele momento. O tempo passou e ela voltou para sua mesa e depois vagou em direção à seção de pesquisa. Vários colegas passaram e eu esperei, imaginando quando ela finalmente entraria em meu escritório. Ela não fez nada.
Dei uma olhada em sua mesa e encontrei uma pequena luminária onde ela estava lendo. Só quando Frank foi embora ela pareceu perceber que horas eram.Enquanto isso, fiquei em minha mesa, esperando. Eu não conseguia ouvir o que Frank estava dizendo e não estava interessado. Finalmente, eles estavam sozinhos no prédio e, segundos depois, Nora entrou.
-Ei, eu não percebi que horas eram. Vou embora.- Disse ela.
-Por que você não me disse que tinha uma entrevista hoje?-Fechei o arquivo do caso Richmond e olhei para ela.
O cabelo dela estava solto, caindo em cascata. No momento em que ela entrou no escritório naquela manhã, eu notei o cabelo dela. Ela nunca o usou assim. Olhando para ela agora, vi que ela estava vestida para impressionar. A saia que ela usava moldava cada curva que ela possuía, a blusa branca destacando seus s***s fartos e pescoço esbelto.
- Frank contou a você...-Ela disse, parecendo envergonhada.
-Sim, mas quero saber por que você contou a Frank e não me contou.-Eu disse, saindo de trás da mesa.
-Você nem mesmo respondeu à minha pergunta e provavelmente teria tornado quase impossível para mim ir a uma entrevista.-Ela respondeu, mordendo os lábios.
-Você quer sair daqui?
-Sim.-Ela respondeu, com uma pequena hesitação.
-Você está mentindo.-Eu digo, me aproximando dela.
-Não quero mais trabalhar para você e não quero trabalhar neste escritório.
-O que eu fiz de tão terrível?
-O que é que você fez? Você nem vê que i****a você é?
-Ah, então agora sou o i****a porque espero um nível de respeito...
-Respeito? Você me trata como uma maldita cachorra, e não tem respeito por ninguém além de você mesmo. Você é a pior pessoa para quem já trabalhei.
- Quer saber, tudo bem, vá para outro lugar. Me desculpe, eu não sou o tipo de chefe que beija a p***a da sua b***a.
-Eu não preciso que você beije minha b***a! Você poderia ter sido legal comigo sem toda essa porcaria. Você é mau. Você é um valentão e eu quero distância de você!- Essa foi a primeira vez que vi Nora Convignton gritar comigo. Na verdade, essa foi a primeira vez em que eu a vi gritar com qualquer pessoa.
-É isso que você quer? Você quer que eu lhe diga o quão maravilhosa você é, o quão legal você é?
-Não, eu não quero que você me diga nada, porque quer saber, eu não vou ficar por aqui. Você é um ser humano horrível e estou feliz por saber como é trabalhar para um canalha. Finalmente vi um.
Eu não sabia o que aconteceu a seguir. Num momento estavamos gritando, e no momento seguinte eu a tinha pressionada contra minha estante. Suas mãos se fecharam acima da cabeça enquanto eu batia os lábios nos dela. Ela era tão macia, tão curvilínea, e eu pressionei seu corpo contra o dela, necessitando de sua suavidade. Reivindicando seus lábios, mergulhei a língua em sua boca e ela choramingou. Ela não me afastou, nem lutou contra. Os dedos dela se fecharam em torno dos meus e me mantiveram perto. O beijo foi diferente de tudo que eu já havia sentido antes em minha vida. Ela não me atacou, nem tentou me bagunçar. Ela pegou sua língua, deslizando-a contra a minha.
Meu coração batia rapidamente, e senti meu pênis ficar duro, mais duro do que nunca. Quando me afastei, estávamos ofegantes.
Ela lambeu os lábios e olhou nos meus olhos. Pela expressão dos olhos dela, ela ficou tão chocada quanto eu com o que havia acontecido.
-Eu sabia que você tinha um gosto bom.-Eu disse, enquanto entava me recompor.
Nora
Eu não sabia o que diabos estava acontecendo. Minhas mãos estavam presas em ambos os lados da cabeça e eu não estava lutando contra o aperto dele. Pela primeira vez em minha vida, eu o queria, e ainda assim não o suportava.
-Você é um cretino.
-Então me diga para parar, Nora. Manda eu me f***r e coloque um processo de assédio s****l na minha b***a. Eu não lutaria contra isso.- Ele pressionou seu pênis contra minha barriga, me fazendo gemer.-Você sabe que eu quero você, e se sua b****a não estiver molhada, então vá em frente. Se estiver encharcada e querendo meu p*u, então não lute comigo. Você sabe que nós dois queremos isso.
Antes que eu pudesse falar, ele tomou meus lábios mais uma vez, e a vibração dentro de mim ficou ainda pior. Nunca houve essa faísca.
-Mas... eu... odeio você...- Soltei um longo gemido enquanto ele chupava meu pescoço.
-Ódio, amor, luxúria, é tudo a mesma coisa.- Ele beijou meu pescoço e soltou minhas mãos. Eu não me movi quando ele começou a desabotoar minha camisa.
Olhando para o escritório dele, pensei nas mulheres que havia encontrado e tudo desabou sobre mim. Este homem era um i****a. Ele era um cretino, e eu estava saindo da empresa por causa dele, e ainda assim ele estava a segundos de ter um de meus s***s na boca.
Com uma força que surpreendeu até a mim, eu me separei dele.
-Que p***a pensa que está fazendo?
Com mãos trêmulas que não tinham nada a ver com medo e tudo a ver com excitação, eu abotoei a camisa e me virei para ele.
-Você não quer isso?- ele perguntou.
-Não é sobre o que eu quero. Isso não pode acontecer. Não sou um alvo fácil para você f***r.
-Então você quer isso. Aposto que sua b****a está pingando para mim. Quando foi a última vez que você teve uma boa f**a?
-Você é vulgar e c***l, e isso nunca vai acontecer. Não importa o quanto eu queira.
Me movi em direção à porta e de repente ele estava lá, com o braço em volta da minha cintura, me parando. Ele colocou a mão na minha barriga e eu não conseguia me mover, nem queria.
-Diga-me, Nora. Diga-me que você não quer ser fodida pelo seu chefe.
-Eu não quero.- Até para os meus próprios ouvidos, isso parecia falso.-Eu odeio você.
-Sim, bem, há uma linha tênue entre essas duas emoções.
-Eu quero ir embora, Harry. Eu não quero trabalhar para você.
-O que Frank disse?
-Ele está disposto a me dar uma referência se eu quiser ir.-Afirmei com segurança.
Eu não queria ir. Além de Harry, eu realmente gostava daqui e estava tão chateada por tudo ter ficado tão r**m. Eu nunca fui afastada por causa de agressores.
-O que será necessário para fazer você ficar?-Ele disse.
-O que?-Perguntei surpresa.
-Eu não quero que você vá.
-Você fez tudo que podia para me fazer ir embora.-Eu tentei dizer, enquanto ele beijava meu pescoço.
-Eu sei, e agora não quero que você vá. O que será necessário para você ficar?
Ele estava confundindo meu cérebro.
-Eu tenho que ir.
-Apenas me diga o que você quer. Eu vou dar para você.
-Não há nada que você possa fazer. Eu não quero nada de você.-Eu disse, dando um passo pra trás.
-Eu não queria que você fosse minha assistente.
-Eu sei.-Eu disse, pegando minha bolsa e casaco.
-Não estou acostumado com mulheres como você.
-Não está acostumado com mulheres que abrem as pernas pra você na primeira oportunidade?
-Alguém que se importa. Você se preocupa com seu trabalho e com o que você faz. Você se orgulha disso.
-O que você está tentando fazer? Eu não entendo. Durante todo o tempo que estive aqui você me tratou como lixo e, de repente, é como se você realmente se importasse.
-Eu me importo.-Ele caminhou até mim, passando a mão pelos meus cabelos. -Eu não estou acostumado com isso, ok? Estou acostumado a conseguir o que quero sem tentar, p***a.
-Então, sinto muito te decepcionar. Não há preço para me manter, Harry. Eu só... não posso trabalhar aqui, e principalmente não agora.
-Por que não?
-Acabou de me beijar. As coisas fugiram do controle, eu não posso misturar profissional com o pessoal.Eu nunca faço isso.-Eu disse, dando um passo para trás.
-Você também sente isso, não é?
Ele continuou avançando e eu continuei me movendo para trás, tentando colocar a maior distância possível entre nós. Mas não funcionou. Ele me prendeu contra a parede mais uma vez.
-Isso não acabou, e você é uma tola em pensar que acabaria.- A mão dele se moveu ao lado da minha cabeça. -Eu terei você, e você não irá a lugar algum.Eu me certificarei disso.
Assim que ele se afastou, eu sai em direção a porta, querendo sair dali o mais rápido possível. Caminhei até o elevador, orgulhosa de mim mesma por não ter fugido dele.
Olhando para meu reflexo, notei que meus lábios estavam inchados por causa dos beijos dele. Estendendo a mão, toquei em meus lábios e balancei a cabeça. Não, eu não faria isso, nem agora, nem nunca.
Era hora de seguir em frente.
Agora mais do que nunca. Não havia nenhuma maneira de Harry Donovan me ter.
Eu o odiava.
Os opostos se atraem.
Não, havia opostos e pessoas completamente diferentes. Esse era o nosso caso. era diferente.
Isso não aconteceria.
Nunca.