O novo vizinho

1145 Words
Minha mãe tocou a campainha e ficamos alguns minutos esperando até um Deus Grego aparecer, ele sorriu e eu fiquei apenas o encarando. - boa tarde, viemos aqui desejar boas vindas, muito prazer, meu nome é Estella e essa é minha filha Júlia. - Minha mãe disse e ele deu a mão pra nós duas uma de cada vez, me encarou nos olhos e sorriu. - muito prazer, Thiago, obrigado pelas boas vindas. - minha mãe entregou a cesta pra ele e ele riu baixo. - nunca recebi uma cesta de frutas, muito gentil da parte de vcs. - imagine, se quiser conhecer o bairro minha filha irá apresentar, mais pra frente esta nossa Igreja, a casa de Deus, se quiser conhecer será muito bem recebido. - eu apresentar? Muito obrigada dona Estella...ele me olhou. - seria um prazer conhecer... - sorri forçado. - ótimo, vou ali em casa Júlia, pode ficsr contando a ele sobre nossas crenças. - minha mãe disse toda orgulhosa e saiu cantarolando, rolei os olhos e me virei pra ele que me encsrava com aqueles olhos verdes. - crenças? - ele perguntou. - quer dizer que é uma moça fiel da igreja?- eu ri. - eu pareço ser? - e por que nao? - minha mãe é fissurada com isso. Eu SÓ frequento por ela e pelo meu pai. Não que eu não acredite em Deus, só acho que ir a igreja não faz ninguém santo. - ele riu. - concordo. E quantos anos a mocinha tem? - 19, mocinha SÓ na idade. - eu disse sorrindo cínica e ele assentiu. - percebi. - e você? - 27 - ainda vai querer conhecer o bairro? - eu ja conheço. - mas vc disse que seria um prazer. - não quis desfazer a bondade da sua mãe. - ótimo, então ja vou indo. - espera, quer entrar? - não, obrigada. - seria um prazer. - o olhei séria. - pra mim não...tchau. - eu saí e ouvi sua risada de longe. Ele parecia ser bem debochado, odeio pessoas assim, embora eu seja uma. Mas eu posso. Entrei em casa e minha mãe me olhou sorrindo. - temos um novo irmão? - mãe, para. Ele nem é da nossa religião, e ele é um debochado, a senhora não ia gostar dele. - ele parece ser um bom rapaz. - as aparências enganam, eu vou subir ta?- ela suspirou decepcionada, adentrei meu quarto e infelizmente fiquei lembrando daqueles olhos verdes me encarando e a voz rouca falando comigo. Thiago narrando: Júlia...nome bonito para uma garota bonita. Pena que é muito novinha e parece ser bem criança, mas que ela era linda, isso era. Serve mais pro Felipe do que pra mim. Espantei esses pensamentos e coloquei a cesta de frutas sobre a mesma, voltei a me concentrar na organização do quarto pra que eu pudesse dormir hoje a noite e ir trabalhar amanhã... ...dia seguinte... (...) Cheguei no escritório e adentrei minha cabine minúscula que cabia apenas uma escrivaninha e duas cadeiras, uma de cada lado, uma delas era minha, comecei a teclar no meu computador dando início ao trabalho, o dia foi cansativo, várias pessoas passaram por lá, vários problemas eu resolvi, quando deu 17:00pm, eu fui pra casa. Meu celular começou a tocar. Ligação on: - nossa balada ta em pé irmão? - Felipe disse assim que atendi. - claro, acabei de chegar, que horas vai ser? - 22:00.. - beleza, vou dar uma dormida. - ele riu. - isso aí, vamos pegar muitas gatas hoje. - vc sabe que não sou muito afim. - as vezes acho que tu é gay. - pior que não sou. Tchau, até depois. - ele riu e eu desliguei. Ligação off... Julia narrando: ...mais tarde... Eu estava em frente ao espelho finalizando minha maquiagem para a balada, Bruno estava jogado na cama me esperando. - vai arrasar com essa roupa. - ele disse. - tem certeza? - claro, se fosse minha praia eu pegava. - eu ri. - ta, então liga pra Lúcia logo e diz pra ela vim pegar a gente. - com certeza. - ele pegou o celular e eu me olhei no espelho mais uma vez. - ela ta vindo Ju. - ele disse levantando, descemos e ficamos esperando ela em frente a casa, eu sempre evitava encontrar minha mãe depois de me arrumar pra alguma festa, ela jamais me deixava sair se eu tivesse com alguma saia curta, Lúcia chegou, Bruno entrou na frente e eu atrás. - que demora Lúcia. - Bruno disse. - foi dificil sair da garagem ta? E não reclama v***o que te deixo aqui mesmo. - sua grossa, ah e SÓ pra avisar vcs que a Sabrina quer encontrar a gente la. - que? Sua bicha, vc chamou ela?- Lúcia perguntou nervosa. - claro que não né p*****a, mas ela ta doida pra ver sua carinha depois de ela pegar seu namorado. - v***a. - Lúcia rebateu. - Lu, não da esse gostinho pra ela, vamos nos divertir e esfregar na cara dela que você ta melhor do que estava. - eu disse - concordo. - Bruno disse passando a mão pelos cabelos. - ta, vcs venceram, vamos rebolar a raba hoje até o sol amanhecer. - nós gritamos e rimos, logo chegamos na balada, estava lotada, eu conhecia o segurança e bastou apenas uma conversinha pra ele nos deixar passar na frente, entramos e Bruno ja tinha sumido no meio da multidão, Sabrina veio na nossa direção. - oooi amigas. - ela disse falsa e nós sorrimos. - oi Sa, tudo bem? - perguntei cínica. - tudo ótimo, e vc Lúcia? Fiquei sabendo que ta solteira. - pois é, to bem melhor sabe? Ainda bem que nunca fiz nada com aquele traste pq descobri hoje que ele tem AIDS. - Sabrina arregalou os olhos e eu me segurei pra não rir. - AIDS? como assim? - ficou preocupada com ele? - não, claro que não. - ela sorriu nervosa. - me dêem licença meninas - ela saiu e nós duas nos olhamos e caímos na gargalhada. Thiago narrando: Finalmente eu e Felipe conseguimos entrar na tal balada, ele ja havia se mandado pro rumo dele e eu fui até o bar, pedi uma bebiba e tomei, depois saí andando pra ver se encontrava algo interessante la e acabei me batendo com alguém. - olha por onde anda. - quando vi enxerguei Júlia, eu a olhei e ela estava muito bonita. - Julia? Que prazer vizinha. - eu disse e ela me olhou e rolou os olhos. - e olha que minha mãe disse que vc era certinho, e ta numa balada dessas. - e eu achei que vc fosse uma menina de igreja. - ela riu sarcástica. - pra vc ver que as aparências enganam. -pois é. Mas ja que estamos aqui, quer dançar?
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