Toque quente e enlouquecedor

3860 Words
— Tudo bem, Theo. Mas não chegue muito tarde, viu? Qualquer coisa liga, que o Pete irá te buscar. — Tá certo, mãe. Beijos. Desligando o celular e o guardando no bolso da calça, Theodore voltava a cruzar os braços enquanto vigiava os três briguentos a limparem o banheiro do primeiro andar. Deveria imaginar que o treinador fosse lhe pedir esse favor logo depois de terem discutido sobre os planos de treino. Professor Marcos estaria desconfiado que dali surgiria mais uma briga que ferraria por completo a dinâmica do time. O loiro, por sua vez, acreditava que a briga deixara claro que os dois amigos de Sadie perderam seus orgulhos ao apanharem na frente da escola toda. Ou seja, não teriam coragem em erguer os punhos. Cruzando os braços soltando um suspiro cansado, o loiro assistia ao silêncio deles. Vez ou outra os escutavam reclamar da sujeira, mas não ousavam falar entre eles. E, é claro, evitavam Nicolas. A cabeça do ômega começava a latejar. Que dia cansativo! Nicolas com certeza tivera um retorno explosivo. O que seriam dos dias seguintes? Sentindo um cheiro gostoso, Theodore virou-se para trás vendo Gabriel escondido atrás de uma parede, o chamando com a mão. Rapidamente o ômega verificou a distração dos três castigados antes de sair de fininho até o corredor em que o alfa se escondia. Com a escuridão dos corredores, Theodore sufocara o grito quando fora repentinamente puxado e encostado contra a parede. — Finalmente posso te tocar. — O que está fazendo? Pensei que já tivesse ido embora. — Shhh, fala baixo ou seremos pegos — Sorria Gabriel ao olhar em volta e averiguar que ninguém teria os escutado — Eu até iria embora, mas ultimamente a gente não tem ficado junto. As bochechas de Theodore ganharam um tom rosado, e ele agradecia a parcial escuridão do corredor por impedir Gabriel de ver, já que nada comentara. Repousando as mãos nos ombros do moreno, o ômega o olhara intensamente sem desfazer o sorriso bobo dos lábios. — Temos amigos problemáticos demais. Estou me sentindo as três espiãs demais nessa história toda. Gabriel soltara um riso nasalado e abraçara a cintura de Theodore o encostando ao seu corpo. Um arrepio excitara o ômega no imediato instante que o calor do corpo de Gabriel lhe envolvera. Podia sentir o coração bater acelerado contra o seu, ambos em um só ritmo. Enroscando os dedos nos cabelos de Gabriel, sentira a maciez dos mesmos. Pelos céus, como pudera sobreviver os últimos dias sem tocar o seu ficante? — Nossos amigos são problemáticos, mas também está ficando popular agora. Preciso pegar senha e frequentar uma fila pra falar contigo. Fora a vez de Theodore em soltar um riso. — Eu te disse que essa história iria render. — E eu te disse que tudo bem. Não estou reclamando, juro! — Por um momento Gabriel erguera as mãos em rendição, mas logo voltava a abraçar a cintura do ômega. — Só que... Caramba grudaram em mim de um jeito que é sufocante. — É a Sadie, não é? — Sim. Já falei tantas vezes que não to afim dela, mas parece que não entra na cabeça dela. Gabriel estava cansado, era nítido. Não havia um sorriso cavaleiro em seu rosto, muito menos aquele brilho tão intenso em seus olhos castanhos. Ainda assim suas mãos estavam quentes e não desgrudavam de Theodore. O ômega dedilhara o pescoço do alfa, até repousá-los em seus ombros. Agora que ele tocara no assunto, seria pertinente contar da sua conversa com Sadie. Theodore não queria agir como aquelas garotas dos romances que não conversam e tentam bancar as heroínas sozinhas. Ele não tinha força alguma para aguentar aquilo sozinho. — Ela veio conversar comigo esses dias. — Começara Theodore, sentindo os ombros de Gabriel enrijecerem nas pontas dos seus dedos — Disse pra eu ficar longe porque vocês dois estavam ficando, e logo iriam falar pra escola toda que estão namorando. — O quê? Que merda é essa? Você não acreditou nisso, não é Theo? Theodore negou com a cabeça. — Não acreditei, mas eu a desafiei. — Percebendo a confusão em Gabriel, o loiro logo continuara — Disse que se era verdade, que fizesse logo então. — Por quê? Já imaginou se ela realmente fala alguma coisa? — Você precisaria se posicionar. — Dissera Theodore calmamente. — A desmentiria, certo? — Bem, é claro que sim. Mas... Theodore notara o desconforto de Gabriel. Mordendo o lábio inferior ele assentiu e se encostou na parede novamente, criando uma distância entre eles. — Não precisa falar que está comigo. Além disso, é só uma hipótese. Não acho que ela vá ter coragem de anunciar alguma coisa na frente da escola, sendo que você sabe não ser verdade. — É por isso que ela tem me cercado ultimamente. Me chamando pra sair e essas bobagens todas. Deveria ter imaginado que ela foi mexer contigo. Era muito bom saber que Gabriel se importava consigo, mas estava tão nítido que havia outra coisa o preocupando. Theodore não sabia dizer exatamente o quê era, contudo estava ali formando uma sombra em seus olhos. Independente do que fosse, era algo que deixava Gabriel exitante. — Já fiz a minha parte, o resto fica com você. — O que você quer dizer com isso? — Questionou Gabriel parecendo amedrontado, aproximando de Theodore novamente. — Quando Sadie pedir pra ficar com você, ou te namorar, será o momento de você decidir, Gabriel. — Theodore segurara as mãos do alfa, e sorria. — Eu realmente gosto de você, Gabriel. Não seria loucura alguma dizer que estou apaixonado por você, e é um sentimento que cresce desde o dia em que dividimos um livro. Sustentando seus olhos, Theodore tinha a certeza de cada palavra dita. Não era um cenário muito romântico para se declarar, afinal estavam na escola escondidos em algum canto escuro. Se fossem pegos, com certeza daria uma grande confusão. Só que aqueles sentimentos precisavam sair do seu peito. Foram meses guardando-os, engolindo com a intenção de jamais serem notados por Gabriel. Aguentaria e se contentaria com a amizade do alfa, desde que pudesse estar ao seu lado. Talvez a vida fosse gentil consigo em lhe apresentar a pessoa certa no futuro, permitindo se despedir dos sentimentos juvenis guardando-os como uma doce lembrança. E assim seguiria em frente. No entanto, por algum motivo Gabriel quis ficar com ele. Quis beijá-lo, quis protegê-lo e dividir seus dias com ele. Theodore não poderia não se apaixonar ainda mais. Queria muito mais. O amor o fazia desejar monopolizar Gabriel inteiramente para si. — Eu te disse uma vez que eu estou bem resolvido com a minha orientação s****l. Não quero te apressar e nem nada do tipo, só quero que entenda, há duas pessoas brigando por você nesse momento. Não sei dizer o quão profundo são os sentimentos de Sadie, e até que ponto ela pretende chegar. Só posso dizer por mim. E se realmente acabar segurando a minha mão, as coisas poderão mudar na sua vida. Será assustador, mas farei o meu melhor para o seu girassol que o guiará para o sol ao invés da escuridão. Gabriel estava paralisado na sua frente, o encarando com os olhos marejados. Erguendo os braços para abraçar Theodore bem apertado, o ômega pudera sentir um coração bater desenfreadamente. Quando retribuíra ao toque, espalmando as mãos em suas largas costas, percebia que suas palavras haviam tocado Gabriel. — Eu juro que não te mereço. Sou o mais covarde diante da tua força, Theo. — Sussurrava Gabriel em seu ouvido — Mas eu sou o mais egoísta de nós dois. Disso não tenho dúvidas. Fora a vez de Theodore em permanecer quieto para ouvir e receber os sentimentos do alfa. Só que ele se limitou aquelas poucas palavras. Os dedos se enroscavam aos cabelos de Theodore, os acariciando suavemente. Virando o rosto para poder olhar Gabriel, percebia que ele sorria como um completo bestalhão. Um sorriso diferente do que via geralmente, parecendo aliviado. Isso... Aliviado. — Por que você seria o mais egoísta? — Não vou contar, é um lado meu que nasceu aqui e pretendo esconder de você. — Theodore arqueara a sobrancelha em completa confusão, fazendo o alfa rir e se afastar o suficiente para acariciar seu rosto — Só tenha isso em mente, Theo. Nunca fiz algo parecido com outras pessoas. Tudo com você será a primeira vez. Assentindo silencioso, Theodore voltara a envolver os braços em volta do pescoço de Gabriel e tomara a iniciativa de selar os seus lábios. Tendo sua cintura abraçada encostando ambos os corpos, o alfa deixara claro que o ômega não lhe escaparia tão cedo. Tampouco Theodore desejava fugir daqueles lábios tão maravilhosos, que lhe beijavam delicadamente em um crescente desejo. Ou então se libertar daquelas mãos grandes e quentes que lhe apertavam com força. De maneira alguma Theodore queria fugir. Muito pelo contrário. Queria ficar ali para sempre. Principalmente quando a língua quente pedira passagem entre seus lábios, e se encontrara com a semelhante naquela boca úmida. A respiração de Gabriel batia em seu rosto junto ao estalo do beijo que ecoava em seus ouvidos. A sincronia era precisa e excitante, criando uma chama que subia da ponta dos dedos dos pés indo até o coração em segundos. Uma sensação que deixava Theodore com as pernas bambas, mas sedento para ter mais. Gabriel sugara a sua língua sem pudor algum, e Theodore gemera o deixando tímido. Seu corpo se afastara instintivamente, como pronto para fugir por ter deixado Gabriel ouvir sua voz sair daquela maneira. Um pedido sôfrego para fizesse mais. Era tão vergonhoso. No entanto, o alfa apertava o seu abraço e encostava o ômega contra a parede o impedindo de sair. Não libertara seus lábios, e repetira o ato para ouvir mais daquele gemido. Theodore sentira aquilo, e adorara. Só que não entregaria os seus gemidos tão facilmente daquela vez. As mãos de Gabriel desceram por suas costas, passando da cintura onde mais gostavam de repousar. Os dedos curiosos foram até a barra do moletom que fora erguida rapidamente, junto com a camisa social por baixo. E então, finalmente Gabriel tocara a pele quente de Theodore. Ele se arrepiara por completo ao sentir, pela primeira vez, os dedos de Gabriel lhe tocando daquela maneira. Diretamente na pele. O gemido escapara novamente de seus lábios, dessa vez acompanhados de uma voz rouca e sussurrada. — Ah, Gabriel. Theodore sentia todo o seu corpo se incendiar em instantes quando Gabriel usurpava de sua boca tão abruptamente. Não conseguia reagir a tempo, m*l saberia o que fazer para retribuir aquele fogo que crescia dentro de si. Só sentia o sangue pulsar e se concentrar em um único ponto. Suas costas eram acariciadas suavemente pelas pontas dos dedos de Gabriel. Até que a curiosidade das mesmas fossem trazidas para o seu abdômen que fora dedilhado. Os arrepios percorriam todo o corpo de Theodore, e tudo o que pudera fazer fora se escorar na parede, completamente entregue ao prazer que Gabriel proporcionava. Sem fôlego, o alfa abandonara seus lábios, descendo-os para sua orelha onde ele mordiscara e brincara com o brinco com a língua. Theodore cobrira a própria boca para abafar os gemidos, escondendo seu rosto no ombro de Gabriel sem coragem de olhá-lo, apenas de senti-lo. A brincadeira se tornara ainda mais perigosa, pois Gabriel estava adorando as reações de Theodore. Quando os dedos se encontraram com um mamilo enrijecido, a ruína do ômega fora declarada. O seu cheiro ficara forte, e o loiro apenas se entregava ao mar das sensações se permitindo ficar vulnerável na frente daquele alfa. A ponta da língua trilhava um caminho de trás da orelha até o pescoço, mordiscando suavemente a sua pele para causar mais arrepios. Como Gabriel poderia ousar dizer ser inexperiente, quando parecia saber muito bem o que fazer? Theodore estava indo a loucura naquela brincadeira perigosa. Seus dedos se agarraram a blusa do alfa quando os estímulos em seu mamilo começaram a lhe torturar. Gabriel esfregara a palma da mão quente contra o bico enrijecido, e mais uma vez Theodore gemia o nome do alfa. O seu pequeno segredo fora revelado quando Gabriel usara os joelhos para afastar as pernas de Theodore. A ereção fora sentida, e o ômega queria se esconder. Mas Gabriel não lhe permitiria a fuga. Jamais. — Olhe para mim, Theo. A voz de Gabriel era música aos seus ouvidos. Rouca, grossa e carregada de desejo. Quando erguera os olhos em sua direção, percebia que suas bochechas também estavam quentes assim como sua respiração. Os olhos refletiam a excitação e sua boca estava úmida dos selares distribuídos. — Me diga o que fazer. O que ele deve fazer? A cabeça de Theodore estava completamente em branco graças aos toques ousados de Gabriel. Não tinha forças para se manter em pé sozinho, e muito menos para se soltar do alfa. O seu cheiro estava forte, e poderiam ser descobertos por sua culpa. Apesar disso tudo, Theodore não estava preparado para terminar tudo ali mesmo. — Me toque, Gabriel. O pedido tímido fora acatado. Os lábios de Theodore foram capturados pelos de Gabriel em um beijo ardente, enquanto os joelhos do alfa brincavam com a ereção ainda coberta. Ele engolia seus gemidos, e então usara a outra mão para desfivelar o cinto da calça e abri-la com calma. Sua calma em chegar até onde o ômega queria não fora um castigo para Theodore. Não quando seu mamilo era tão estimulado com as pontas dos dedos, e quando sua boca recebia aquela língua quente. Apreciava tudo aquilo prazerosamente. Fora um susto, inclusive, quando a mão quente de Gabriel fora direto para o m****o rijo. O corpo todo de Theodore tremera e ele perdera as forças por completo. Prestes a perder o fôlego, o beijo fora encerrado para a frustração do loiro. Mas ela durara pouco quando repentinamente Gabriel o virara de costas para si, o abraçando tão apertado ainda o tocando por debaixo das roupas. Pelos céus estava indo à loucura. A respiração de Gabriel batia em sua nuca, e sentia o peito dele encostar-se por completo às suas costas. Sua nuca era mordiscada, seu mamilo era apertado entre os dedos e o seu m****o masturbado com aquela mão grande e quente. Theodore m*l acreditava que aquilo estaria, de fato, acontecendo. Jogando a cabeça para trás, o ômega simplesmente ofegava. Apoiava-se na parede com as últimas forças que tinha, fechando os olhos só para sentir cada vez mais. Que sensações esplêndidas! Nunca fora tocado daquela maneira, com mãos curiosas só para arrancar as mais diversas reações. Talvez tudo se tornasse mais intenso por conta de estarem ainda na escola escondidos. Um segredo que somente aqueles dois guardariam. Um sorriso surgia nos lábios de Theodore, e a mão de Gabriel surgia por baixo da gola de sua camisa para segurar seu rosto e virá-lo para trás, onde uma boca sedenta o procurava. E fora ali que Theodore atingira o seu ápice do prazer. Com a respiração ofegante e o coração quase saindo pela boca. Com seus lábios inchados de serem castigados por um alfa que ansiava em dominá-lo. Quando sentira a mão de Gabriel sair de sua calça, era como se o vazio lhe tomasse conta. Theodore mau conseguira ficar em pé. Escorou-se na parede e se sentou ao chão encarando Gabriel agachar-se na sua frente tão desarrumado quanto ele, fitando a própria mão. O líquido branco escorria por entre seus dedos, o alfa os lambera para a surpresa de Theodore. Pelos céus, aquilo fora insano. Abrindo um sorriso, Gabriel levara a própria mão melada até os lábios de Theodore. Ofegante, o ômega recebera aqueles dedos dentro de sua boca, os sugando sentindo o gosto do próprio g**o. Seus olhos claros sem desviar dos castanhos, compartilhando o segredo daquela noite. E então, Gabriel finalmente lhe dissera algo. — Com isso já me tornarei viciado em você, Theodore. 「 • • • 」 Ele realmente tinha feito aquilo? Na escola? Não fora um sonho, certo? Era rotineiro ter alguns sonhos intensos com Gabriel, principalmente em certos períodos. Tocando os próprios lábios, sentia com nitidez os beijos intenso trocados outrora. Descendo por seu peito, recordava-se dos estímulos que recebera o excitando tanto. E quando seus olhos desceram para o baixo ventre... Era como se a mão de Gabriel ainda estivesse ali presente. Só de lembrar, o seu corpo começava a aquecer. Seus braços tremiam só de se recordar. Nunca imaginaria que Gabriel fizesse algo daquele nível. Ele sempre parecera comportado demais, ou ao menos não demonstrava os seus gostos como os demais garotos da idade. Fora uma surpresa excitante descobrir aquele lado e daquela forma. Justamente logo após ter se declarado para ele. Theodore cobria o rosto com as duas mãos. Como tivera coragem para se declarar? Só faltou dizer que o amava... Pelos céus. Naquela semana estava descobrindo tantas coisas sobre si mesmo, mais precisamente de forças que detinha e nunca explorara em sua vida. Baixando as mãos e as deixando em seu colo, o garoto ômega apenas conseguia admitir que adorara a sua pequena aventura. De onde tirara a cara de p*u quando retornara para o banheiro, fingindo que nada acontecera, só para acompanhar Nicolas até em casa garantindo que nenhuma briga aconteceria? Deveria ser um excelente ator. O bipe vindo do computador chamara a atenção de Theodore. Ajeitando-se na cadeira, vira a janela do MSN brilhar alaranjado o chat de Lilian. Imediatamente o abrira. “Lilian diz: Querubim! Viu os capítulos que saíram ontem? Nossa autora está ansiosa pra saber o que você achou. Theodore diz: Li sim, ficaram muito bons. Mas o que ela pretende escrever agora? Lilian diz: Vai depender do que acontecerá nesse sábado. Aliás, vai precisar de ajuda com alguma coisa? O.O Theodore diz: Vou pegar os uniformes amanhã pra lavar, e ainda tenho que comprar uma joelheira nova pro líbero... É vou precisar de ajuda. Está disposta a vir me ajudar de novo? Lilian diz: Mas é claro! Eu e minha adorável equipe podemos ir na sua casa no sábado de manhã pra te ajudar. Me passa a lista de compras que eu já distribuo as tarefas. Theodore diz: Pode deixar as compras comigo! Não precisa gastar seu dinheiro... Lilian diz: Confie na sua fada madrinha ;) Só manda, que eu mando um bibidibobidi boo por aqui.” Theodore soltara um riso continuando a sua conversa com Lilian. Com o ocorrido na casa de Nicolas, m*l encontrara a sua nova amiga na escola. Na verdade ela era cuidadosa para não levantar suspeitas sobre sua classe ser a responsável da história. O ômega a alertara que o grupo dos Mckenzie poderiam estar os procurando. Além de planejarem o pequeno encontro no sábado de manhã, Theodore ainda confidenciara a conversa com Sadie à Lilian. Estava curioso para saber a opinião dela, que provavelmente envolveria algum plano seu. “Lilian diz: Não creio que ela foi te procurar em pessoa! Ò.Ó E você soube lidar com ela? Theodore diz: Não fiz muito, mas fiquei bastante nervoso. Se eu fosse tão forte quanto o Nico, provavelmente ela não tentaria essas conversas comigo. Lilian diz: Querubim, você é forte do seu jeito. Está tudo bem não saber brigar e nem xingar as pessoas, esse é você. Apenas não se deixe rebaixar pelas palavras dela.” Ah, Theodore tinha amigos incríveis. Quando visse Lilian, lhe pagaria um chocolate quente com certeza. Sempre com seus conselhos sábios que o deixavam pensativo, mesmo sendo um ano mais velho que Lilian. Permanecera conversando com a garota por mais um bom tempo, até que ela saísse do chat. Sem mais ninguém para conversar, Theodore fora visitar as comunidades das histórias que gostava de acompanhar. Estava ansioso agora que pensava. A última partida de vôlei rendera em confusões a semana toda. Nicolas mordera Milles e eles pareciam estar ficando... Apesar de seus orgulhos desmentirem tal fato. Gabriel pedira pra ficar com ele, e mais cedo se declarara... E fizeram aquilo. Será que Gabriel agiria normalmente no dia seguinte? Ou o evitaria por se sentir envergonhado? Afinal, fora a primeira vez que ele masturbara um outro garoto, não é? Aliás... Se seria a primeira vez, como Gabriel sabia exatamente o que fazer? Olhando o título de uma das histórias que gostava de acompanhar, Theodore lembrara de ter passado o seu link para Gabriel ler. E um estalo se fizera em sua cabeça. Abrindo o tópico para ler a história, Theodore rolara as páginas até encontrar uma cena em específica. Era um romance gay com cenas picantes, o que a tornava bastante popular naquela comunidade. Chegado na cena em que os personagens principais tinham a primeira noite juntos, Theodore rira alto. Muito alto. — Você fez o seu dever de casa, não é Gabriel? E você ainda me disse que ficou com vergonha de ler essas cenas... Sei. Balançando a cabeça, sua mente só podia imaginar Gabriel lendo aquela história completamente concentrado para saber o que fazer. Provavelmente não fazia ideia de como acontecia o sexo entre dois homens, e por isso a curiosidade o venceria. No entanto, Theodore jamais imaginara que o alfa usaria as histórias que mais gostava contra ele mesmo. Brilhante. Desligando o computador sem ter ninguém com quem conversar, o ômega se sentara na cama ainda rindo de sua mais recente descoberta. Sentia-se realizado que Gabriel fizesse aquilo para o agradar. Ora, naquele momento nem cogitara a questão de seu ficante saber ou não como a coisa funcionava. Afinal, Gabriel o tocara tão intensamente que nenhum pensamento conseguia ter sua atenção naquela hora. Não tinha como, existiam outras coisas para se atentar. Coisas mais importantes. Não comentaria nada a respeito de sua descoberta. Ficaria em silêncio apreciando a evolução de Gabriel. — Irmãozão, vamos assisti filme? Theodore acordara do próprio devaneio ao ouvir a doce voz vinda da porta do seu quarto. Os olhos claros e os cabelos loiros arrumados em uma maria chiquinha davam graça à pequena garota, que bisbilhotava o quarto do irmão mais velho. Abrindo um sorriso e se ajeitando na cama, o garoto inclinara sutilmente a cabeça para o lado. — E qual filme Lisa quer assistir? Vimos High School Musical outro dia. Deixando de se esconder atrás da porta, a pequenina formava um bico manhoso e envergonhado ao mexer na barra da camisola que usava. Theodore reprimira a vontade de apertar aquelas gordinhas bochechas, ou de sorrir ainda mais diante da fofura de sua irmã caçula. — Mas vai passar de novo, e Lisa quer ver. — Mamãe deixou? — Deixou, deixou! — Pulava a garota em círculos, arrancando risos do mais velho. Lisa fora até a cama ficando nas pontas dos pés, esticando os bracinhos em direção do mais velho o chamando com os dedinhos. Theodore ficara em pé no colchão para atravessar a cama e pegar a irmã no colo para sair do quarto. Que sua pequena irmã o perdoasse aquela noite. Apesar de assistir ao seu filme predileto, Theodore não conseguia esquecer o que fizera naquela noite com um certo alfa em algum canto escondido de sua escola.
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