Ansiedade de Theodore

3271 Words
Quando um ômega fica nervoso, seu corpo exala feromônios. O mesmo acontece com as demais outras emoções com diferentes hormônios sendo liberados ao mundo, como uma mensagem secreta. Todos sentiriam o seu cheiro e compreenderiam que algo está passando na mente do ômega, além de atrair alfas para si. Sendo assim, um ômega tinha que tomar muito cuidado quando ia estudar ou trabalhar. Ficar em lugares cheio de pessoas, independente de suas classes, poderia causar um verdadeiro inferno quando os feromônios fossem liberados. É indicado que a pessoa tome medicamentos supressores a fim de controlar tais hormônios. Garotas ômegas sofriam, e muito, por conta disso. Desde os abusos até o preconceito com sua vulnerabilidade. Garotos ômegas então sofriam o dobro. Theodore engolia o segundo comprimido para controlar os feromônios, pois não conseguia se acalmar de maneira alguma. Para piorar era um misto de emoções que até reviravam o seu estômago. Estava confuso com o pedido repentino de Gabriel. Também se encontrava ansioso para que chegasse o fim do dia. Havia medo de que algo desse errado e a amizade fosse perdida, mas também havia a euforia de finalmente beijar o cara que amava. Nunca ficara em um estado tão catastrófico assim em sua vida, nem mesmo quando tivera a primeira relação com Jake. A calma simplesmente era inviável, sua mente trabalhava mil por hora sem descanso. A cereja do bolo era se preocupar com o próprio cheiro sendo exalado em uma sala de aula fechada. Para evitar riscos desnecessários, optara por tomar a segunda dose do medicamento naquele dia. Não conseguira olhar para Gabriel pelo restante da manhã. O coração batia tão acelerado e incontrolavelmente, que fora necessário recorrer à distração para ir ao mundo da lua. Sorrateiramente pegara seu Ipod e os fones de ouvidos, colocando na soundtrack de High School Musical. Enquanto ouvia as primeiras notas, continuara a copiar matéria do quadro esquecendo-se por completo do que acontecia em sua volta. Ou melhor, esquecendo da presença ao seu lado até o intervalo. — Por que estamos comendo aqui fora? Nicolas virou-se para o amigo e suspirou pesadamente enquanto mordia o salgado comprado. — Não tô afim de ficar no mesmo teto daquele i*****l. Arqueando a sobrancelha, o ômega sentou-se no gramado abaixo da tabebuia esticando as pernas, fuzilando seu melhor amigo com o olhar. Desde o ocorrido na quadra Nicolas não abrira a boca para comentar. Theodore nem tivera coragem de questioná-lo. — Tá sabendo que vai ver Milles no treino de tarde, não é? — Como poderia quando acaba de me lembrar? Virando o sanduíche natural embalado em sua mão, Theodore suspirava em não sentir apetite naquela manhã. Estava nervoso demais para comer alguma coisa. Percebendo estar prestes a pensar no pós treino, o loiro pigarreara tentando mudar seus pensamentos. Mas sua boca liberara palavras que também deveriam permanecer presas em sua cabeça. — Por que fez aquilo? Não tem medo que alguém descubra, ou que Milles saiba... — Então eu deveria deixar aquele abutre te beijar? — Retalhara Nicolas com frieza — Desculpe por me intrometer, nesse caso. — Não foi isso o que eu quis dizer, sabe disso. Além disso, Gabriel também estava lá. — O que te faz pensar que o abutre júnior te ajudaria? Oh, foi por ele ter coberto sua boca? — Nicolas espreitara os olhos cansados para o amigo, percebendo as pontas de suas orelhas ficarem vermelhas. Revirando os olhos, Nicolas tornara a comer — Está fazendo papel de trouxa. — Por quê? — Você gosta tanto dele, que se aquele cara pedir uma borracha emprestada você vai querer entregar uma caixa inteira. Vai ficar todo contente só por ele te dar atenção, brincando com seus sentimentos. Theodore engolira em seco com tamanha acusação, que não fugiria da realidade. Cada ação de Gabriel era motivo para um suspiro apaixonado do ômega, isso já era rotina. Só que as coisas não eram bem assim. Nicolas não saberia que o alfa estava curioso sobre beijar outros garotos. Bem, se soubesse então seria um motivo à mais para chamar Theodore de trouxa. — A diferença entre eu e você é justamente por eu gostar de alguém, enquanto você beijou alguém por sei lá qual motivo. — Raiva, impaciência, instinto assassino, salvando meu melhor amigo, chame do que preferir. Afagando o ombro de Nicolas, o ômega obrigara seu melhor amigo a encará-lo para que pudesse lhe dar um sorriso amigável. — Não se arrisque por minha causa. Diferente de mim, você é mais discreto e eu prefiro que continue assim. Se Milles descobrir, eu darei um jeito de calar a boca dele. — Deixe que descubra, não estou escondendo por medo das bostas que saem da boca dele. Faço apenas pra permanecer no time. Mas... Valeu. Alargando o sorriso, Theodore se sentira aliviado em ver um pequeno sorriso preguiçoso no rosto de seu amigo. Logo após comerem seus lanches, Nicolas deitara a cabeça no colo do ômega e então tirara um breve cochilo aproveitando a brisa suave do início de outono. Encostando a cabeça na tabebuia florida, Theodore tornara a colocar seus fones de ouvido para escutar música e aproveitar aquele momento sereno. O quanto conseguisse se manter calmo seria melhor. Mas graças ao medicamento que tomara à mais, o sono lhe abraçara forçando seus olhos a se fecharem de cansaço. Fechando os olhos e tendo sua cabeça tombando para o lado, o ômega caíra no sono imediatamente. Não sonhara com nada, ao menos que se recordasse, mas sentia seu corpo todo vibrar como se a alma saísse enquanto dormia. Um descanso bem proveitoso que fora interrompido por um Nicolas desesperado para acordá-lo, já que teriam perdido uma aula inteira depois do intervalo. Retornando para a sala de aula sob os olhares curiosos de seus colegas, Theodore até se esquecia do motivo de seu nervosismo. Ainda sentia muito sono e aproveitara as últimas aulas do dia para dormir. Depois copiaria a matéria de alguém, seus olhos estavam cansados demais pra ficarem abertos. E as fórmulas de química não ajudavam a mantê-lo desperto. Cruzando os braços pra deitar a cabeça, o ômega adormecera pela segunda vez. O sinal findando as aulas matutinas geravam burburinhos entre os estudantes que deixavam a sala. Theodore acordara com a bagunça de seus colegas, bocejando preguiçosamente ao perceber que somente ele e Nicolas, que também dormira, restavam. Levantando-se de sua carteira para ir até o outro lado da sala, chutara sem muita força a cadeira onde Nicolas dormia. — Nico, acorda. Vamos... — Recebendo apenas resmungos como resposta, Theodore passara a chacoalhar os braços do amigo com força até ver seus olhos cansados se abrirem. — Nico o treino, você está atrasado. Imediatamente os olhos escuros se arregalaram de susto, checando a hora no relógio de pulso. — p**a merda, dormi demais. — Rapidamente o baixinho pegara a mochila jogando seu material dentro dele, fechando o zíper — Vou indo na frente, se não o técnico me mata. — Te vejo depois... Theodore assistia o amigo sair em disparada pelo corredor como se sua vida dependesse da velocidade dos seus pés. Com as mãos no bolso da calça social preta, o ômega abria um ligeiro sorriso ao se lembrar que também deveria se apressar para ir ao ginásio. E então um estalo fizera em sua cabeça. Depois do treino deveria ir para atrás da escola esperar por Gabriel. Pois eles iriam ficar. Tanto esforço que tivera para se esquecer daquele pequeno detalhe jogados ao lixo, o coração do ômega loiro voltara a bater acelerado. Ainda não havia guardado seu material, e entre as folhas do caderno encontrara um dos bilhetes que havia trocado com Gabriel. — Será que não foi um sonho? Levando a mão ao peito, sentia o músculo cardíaco trabalhar intensamente. Suas pernas pareciam se transformar em papel sendo incapaz de mantê-lo em pé quando recordara o pedido inusitado de mais cedo. Pelos céus, Gabriel queria ficar com Theodore. Espera, não ficar seriamente. Iria ajudar o seu novo amigo a sanar uma curiosidade sobre como era beijar outro garoto. O alfa ficara confuso por causa de Nicolas. Não é? Independente do motivo de Gabriel ter feito o pedido, nada mudava o fato de que Theodore aceitara. Iriam ficar. Como deveria proceder? Um selinho seria o suficiente? Não poderia ser ousado e beijá-lo com a língua... Oh céus, que calor era aquele? Cobrindo a boca com o dorso da mão, Theodore andava de um lado para outro sem tirar da cabeça a lembrança do dia em que quase se beijaram. Naquela mesma sala de aula, em um dia chuvoso e uma melodia romântica soando pelo fone de ouvido compartilhado. Não seria a mesma coisa. Definitivamente não. Diferente daquele dia, os dois garotos estariam bem conscientes do que iria acontecer. Queriam que acontecesse. Pelos céus, deveria manter suas mãos longe de Gabriel e apenas dar um selinho? Seria o mais seguro, não é mesmo? Bagunçando os cabelos, Theodore resmungava se sentando na carteira vazia e apoiando os pés na cadeira. O desejo crescia cada vez mais em seu peito tornando-se incontrolável. Se tocasse qualquer parte do corpo de Gabriel, o ômega sabia que seria incapaz de controlar seus impulsos. Queria aquele alfa para si. Queria beijá-lo até ser capaz de sentir seu gosto. Queria sentir as mãos quentes de Gabriel tocando seu corpo. — Se acalme... Se acalme... Tentando respirar fundo o ômega sentia o próprio cheiro se espalhar intensamente pela sala de aula. Arregalando os olhos claros em desespero, abraçou os próprios braços tentando, inutilmente, acalmar o próprio corpo. Deveria ir para a quadra para cumprir seus deveres como assistente. Mas ir naquela condição era impossível. Havia tomado dois comprimidos e mesmo assim seu cheiro escapava, isso geraria uma bagunça na quadra. Precisava se acalmar. Escolhendo ficar na sala de aula, o ômega erguera a cabeça para a janela ansiando por uma brisa que pudesse aliviar o cheiro intenso e adocicado. E ali permanecera imóvel até que o celular começasse a apitar com a chegada de mensagens. Não lera nenhuma delas, apenas atentava-se com as horas. Para ajudar o tempo a passar, retirou da bolsa o livro “Eclipse” da saga dos vampiros para ler. Abriu na página marcada e se permitiu entrar no mundo da fantasia literária. Depois de um bom tempo Theodore estava mais calmo, conseguindo descer da carteira para guardar seu material e deixar a sala de aula. Arrastara seus pés pelos corredores tomando todo o cuidado em não ser visto. Porém a escola parecia deserta para o seu alívio. Quando deixara o prédio principal, dera a volta pelo muro da escola estando no jardim mais isolado. Longe da entrada da escola, ali era o lugar dos casais. Sempre que dois alunos queriam ficar, era ali o ponto de encontro. Escondendo-se dos olhos curiosos, das figuras de autoridade da escola, e dando uma apimentada no primeiro beijo. Theodore já ouvira muitas garotas parecerem ansiosas quando marcavam um encontro ali, porém ele mesmo nunca tivera a sorte de ter a sua vez. Até o momento. Quando ali chegara, Theodore apertava a alça da mochila prendendo a respiração ao ver uma figura conhecida o esperando. O coração acelerara no mesmo instante em notar Gabriel encostado na parede usando o uniforme de educação física. Tão bonito quanto um príncipe encantado dos contos de fadas. Maldita fossem as camisas regatas que destacavam os músculos dos braços. Os cabelos repicados e escuros balançavam com o vento, contrastando a tez pálida. Gabriel era simplesmente a pessoa mais bonita no mundo de Theodore. Permanecera ali parado sem ter forças para dar passos a diante. Engolira em seco diversas vezes, sentindo seus lábios ficarem secos incessantemente. Queria ir embora. Era loucura o que estava fazendo. O que estava pensando quando concordara com aquilo? Se não haviam forças para ir até Gabriel, muito menos existiriam forças para levá-lo para longe. Uma brisa chegara por trás de Theodore, indo até o alfa carregando o cheiro adocicado fazendo Gabriel erguer a cabeça e olhá-lo em sua direção. O moreno abrira seu costumeiro sorriso gentil, desencostado da parede para acenar. — Você veio! Já estava imaginando que levaria um bolo. Agora que sua presença fora notada, Theodore não tivera outra escolha a não ser aproximar. Arrastando os pés tentando contar carneirinhos pra manter a calma, o ômega fingia calma inexistente. — Como foi o treino? — Anunciaram as chaves das partidas e me deram o novo uniforme do time. Então... Estou nervoso. Levemente surpreso, Theodore soltara um riso baixo. — Agora está nervoso? Uau, pensei que nunca ficaria desse jeito. — Falar de competir é uma coisa, mas ter uma data definida torna tudo muito real. — Ria Gabriel coçando a nuca, dando um passo para perto de Theodore — Mas por que não veio à quadra hoje? Tá tudo bem? Sem uma reação pronta, Theodore permanecera encarando Gabriel emudecido. Nem que morresse naquele mesmo instante iria admitir que deixara seus deveres de assistente de lado porque estava ansioso demais pra ficar com Gabriel. Nem ferrando. — Bem dormi demais. — Está bem mesmo? Difícil te ver dormindo na sala. — Eu sobrevivo. Os dois garotos ficaram em silêncio sem se encararem. Theodore travava uma batalha interior para manter o controle de seus instintos e desejos, sendo bastante difícil quando tinha o cheiro de Gabriel tão perto de si prestes a lhe envolver. — Obrigado por vir. Eu sei que pedi algo... Estranho. Mas é importante pra mim. Mirando as pérolas azuladas para o alfa, percebia um leve rubor no rosto de Gabriel. Não era nem um pouco justo que ele dissesse aquelas coisas, poderia interpretá-las erroneamente. Assim como fizera com tantas outras falas do alfa. Sem confiar na própria voz, já que todo seu esforço era voltado para conter seu cheiro, o ômega apenas concordara com a cabeça. O som de um celular apitando chamara a atenção dos dois garotos. Gabriel virou-se para a própria mochila jogada contra a parede, se afastando do ômega para verificar o aparelho. Aproveitando a distância criada, Theodore respirava fundo olhando o céu. Tome coragem. Acabe com isso logo. Se fugisse, Gabriel poderia entender errado. Ou pior, pensar que Theodore realmente ficara nervoso por gostar dele. Não era mentira, mas havia dito que engoliria seus sentimentos e desejos para que o alfa não descobrisse. Então precisava parecer indiferente. Observando o alfa responder alguma mensagem, Theodore cerrara os dedos em punho. Acabe com isso. Apenas um beijo simples. Nada profundo. Enchendo seus pulmões de ar, Theodore fora até um Gabriel agachado. Umedecendo os lábios com a ponta da língua, agachou-se na sua frente aproveitando sua distração no celular para segurar a nuca do alfa e puxá-lo para si. Sem se importar com absolutamente nada naquela pequena gota de coragem, Theodore unira seus lábios aos de Gabriel em um selar forte e demorado. Esforçou-se o máximo para não se demorar na maciez dos cabelos escuros emaranhados em seus dedos. Nem no calor da respiração batendo em seu rosto. Muito menos na maravilhosa sensação que os lábios finos do alfa sobre os seus. Lentamente afastou-se do alfa, olhando-o nos olhos ouvindo a corda que mantinha sua sanidade contida se arrebentando. Antes que seus desejos fossem percebidos por Gabriel, Theodore dera um ponto final. — Espero que seja o suficiente pra te ajudar. Levantando-se arrumou a mochila sobre o ombro sem nenhuma força em suas pernas. Queria ir para casa o mais depressa o possível, seu cheiro começava a escapar. Porém justamente por querer que tudo acabasse o mais depressa, fora impedido por Gabriel segurando-lhe o pulso. — Espera, Theodore. Virando-se para o alfa tentara transmitir a indiferença que planejara antes, notando a proximidade de Gabriel sem soltar seu pulso. Engolira em seco forçando sua voz a sair. — O que foi? — Questionava o ômega com a voz rouca. Somente tendo Gabriel com o rosto tão próximo ao seu é que o ômega pudera notar as pupilas levemente dilatas. O cheiro do alfa começava a lhe rondar sedutoramente, enfraquecendo cada m****o de seu corpo. Apertando o pulso do loiro, os dedos compridos de Gabriel puxara Theodore o suficiente para que sua destra repousasse na bochecha pálida. Quebrando a distância, fora Gabriel quem colara seus lábios aos do loiro em um toque completamente diferente do anterior. Ali não haveriam pressa e nem força, mas uma doçura impecável. Os lábios úmidos do alfa abraçavam os de Theodore com ternura se movendo delicadamente. Ah, que merda. Tentara tanto conter seus desejos, seus sentimentos... Desde que a possibilidade de eles se beijarem nascera, Theodore havia sonhado com o beijo. Como seria? Como se sentiria? Certamente diferente do que acontecia naquele instante. Como poderia lidar com aquele beijo? Quando o alfa o dominava lentamente tornando-o refém da própria armadilha. Theodore não era capaz de controlar absolutamente mais nada quando permitira que Gabriel lhe guiasse naquele beijo. Sua mão era tão quente, sentia o polegar acariciar sua bochecha em uma carícia sutil. Alguns dedos de Gabriel se enroscavam nos cabelos loiros desgrenhados. O pulso do ômega fora solto para que a outra mão segurasse a cintura de Theodore o mantendo preso de outra forma. A mochila caíra no chão com o puxão súbito e forte, da qual surpreendia Theodore. O movimento dos lábios se intensificaram quando Theodore não resistira em retribuir. Apesar de ter se entregado para o momento, não ousara tocar em Gabriel. Sabia que se o fizesse seria um caminho sem volta. Seus desejos eram intensos demais para sanar só com um beijo. Principalmente quando Gabriel pedira passagem para aprofundar o ósculo. Suas línguas se enroscavam delicadamente como dois amantes que há anos não se viam, as bocas se encaixavam perfeitamente uma na outra. O alfa mantinha Theodore preso em seus braços, tendo aqueles dois garotos prestes a perderem a sanidade de seus desejos. Se não fosse um toque de celular. Como uma corda para salvar alguém preso no fundo do poço, Theodore se segurou naquele toque para recuperar a sanidade e afastar-se de Gabriel encerrando o delicioso beijo bruscamente. Com os lábios avermelhados e inchados, e sua respiração ofegante, o ômega pegava o celular do bolso. Piscara algumas vezes tentando enxergar quem estaria ligando, mas seus dedos foram mais rápidos em apertar o botão esverdeado. — Alô? — Theo, é a mamãe. Queria te pedir um favor, está livre? Já chegou em casa? Erguendo os olhos claros para Gabriel que o fitava com as pupilas ainda dilatas, o loiro dera alguns passos para trás aumentando a distância entre eles. — Ainda estou na escola, precisa de alguma coisa? — Estava prestes a sair do trabalho quando fui chamada pra cobrir um plantão no hospital. Preciso que vá correndo buscar sua irmã na escola, já está ficando tarde. Virando a cabeça para olhar o céu, deparou-se com o tom alaranjado do pôr-do-sol. Estava ficando tarde para uma pequena garota esperar sozinha na escola. Theodore inclinou-se para pegar a mochila pela segunda vez e jogá-la sobre o ombro, sob a vigilância de Gabriel. — Mas é claro que eu posso, só avise a Lisa que estou indo. — Ligarei pra escola avisando, então. Ah, e aproveite pra adiantar a janta, se não ela vai comer tarde. — Tudo bem, deixa comigo, eu cuido da princesa. Desligando o celular, Theodore erguera os olhos para Gabriel encontrando a desculpa perfeita para fugir. Dando alguns passos para trás, pigarreou para lhe chamar atenção. — Foi m*l, Gabriel, preciso ir agora. Até amanhã! Deixando um alfa para trás, Theodore corria saindo da escola. Com um belo sorriso no rosto, pois o cara pelo qual estava apaixonado tomara a iniciativa em beijá-lo uma segunda vez.
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