Cap 4

942 Words
Killer Já me perguntaram qual era parte difícil de ficar na linha de frente, junto com o meu irmão e eu não soube responder, acho que na hora eu não consegui pensar direito, mas aquilo, aquele desespero inocente, era uma daquelas partes O Dante não era o meu irmão de sangue, mas se precisasse, eu dava o meu sangue por ele, o cara sempre me foi muito mais que um irmão Enquanto a mina chorava, se acabava em desespero, ele ficou lá, do jeitinho que eu conheço, de boca fechada, analisando tudo, tentando achar alguma ponta solta na história, mas os seus olhos queimavam, pareciam que tavam com o poder de morte. Ele nunca precisou abrir a boca pra ter esse poder Fui pra perto da mina, e cada passo que eu dava na sua direção, ela se arrastava no chão, pra longe de mim. A gente conhece a mentira quando ela tá ali, na nossa frente, não digo a toda hora e a todo momento, mas no rosto daquela mina, não só tinha verdade, dava pra ver Ela se arrastou até que suas costas encontraram a parede e aí, não tinha mais jeito. O Dante também se encostou, mas na parede oposta, e colocou um pé encostado nela e o outro no chão, ficou no silêncio, só fitando a situação Me agachei pra conversar com a minha Killer – Felícia né? Eu te conheço, tu é filha da Madona, aquela coroa lá da rua 3 Ela balançou a cabeça fazendo um “sim”, mas mano, a impressão que eu tive foi que ela queria arrancar a cabeça na base do balanço, o medo dela era tanto que ela tava sem controle, mas eu também não podia dar mole Killer – Relaxa ae que eu quero saber da prosa toda. Vai, conta bem devagarinho o que foi que aconteceu A parte do “devagarinho” ficou só no meu conceito mesmo, a mina descambou a falar, numa rapidez só Felícia – Ele disse que o Dante matou o filho dele dentro de um barco e que, por causa disso, ele ia matar o Dante. Disse que o dono da comunidade mudou o curso das coisas e que na terra dele, o certo é o pai morrer antes do filho. Ele . . . ele . . . E olha o choro lá de novo, a mina não conseguia dizer uma palavra sem que ela viesse acompanhada de lagrima Felícia – Ele matou a minha irmã, disse que ela não ia fazer falta, que já tava usada e que ninguém quer ficar usando mulher que dá pra geral e matou a Angel também a minha amiga, só que ela . . . meu Deus Eu tive que ter muita paciência com a mina, deixar ela ter o tempo dela de sofrência, senão, a coisa não ia sair da boca dela. Aquele negócio de que alguém tava mandando recado sombrio pro Dante, querendo f***r com a p***a toda, acabar com a vida dele e deixar a comunidade de luto, tava na minha mente Sabe o que é mais estranho, parecia até que eu tava com um sentimento de medo. Depois que meus bacuris nasceram, parece que esse sentimento é frequente, como se eu sofresse até pelas coisas que não acontecem com ele, só com a possibilidade. Eu precisava saber os pormenores Killer – Bora carai, com calma Felícia – Ele machucou tanto a Angel, tanto. Fez vários homens baterem nela, chutaram, eles rasgaram a sua carne na faca, ela gritou tanto, tanto, mas eles não pararam. O senhor, acho que o seu nome é Hakan, ele tem muita raiva de você – ela olhou pro Dante – disse que vai te matar como você matou o filho dele Pra ela, o Dante não tava fazendo absolutamente nada, mas pra mim, ele viu, na escuridão da sua mente, quem era o desgraçado. Talvez não o pai, mas o filho, com certeza, o Dante se lembra de cada detalhe da sua vida Com um único sinal da cabeça, ordenou que o menor que tinha trazido a mina, levasse ela pro postinho e não saísse de lá, até a mina se recuperar, e assim ele fez • * * killer – Tu sabe do que a mina tá falando? Dante – E tu não? Pelo o que ela disse, o jeito que ele o cara fez, a importância de seguir a linha reta da vida e o c*****o a quatro, é alguém lá do leilão. Se fosse pra chutar, eu falaria do cara que quase me matou dentro daquele Iate killer – E o que a gente faz agora? Dante – A gente descobre quem é esse filha da p**a e manda ele pra mesma viagem do cuzão do seu filho. Ele que á vingar morte de comprador de gente lá na p**a que pariu A guerra já tinha começado e veio sei lá da onde, esse era o nosso ponto fraco. O inimigo conhecia o Dante, eu e a comunidade, mas a gente . . . Dante – Se eu não me engano, os caras lá tavam levando a minha Sol pra Turquia. Aquela mi a lá, a baba dos teus filhos, ela não é de lá? Killer – Acho que sim Dante – Traz ela aqui, eu quero fazer umas perguntinhas pra ela Óla o Dante querendo acabar com o sossego da Lê, quero só ver a cara que ela vai fazer quando ficar sabendo que o dono da comunidade vai roubar a sua babá um tiquinho, ela não aguenta os nossos filhos furacão, não sem a ajuda da Hira. Quero nem ver
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