Cap 5

1069 Words
Lê e Pezão Lê – Ah não, não tô acreditando que você me acordou as sete horas da manhã, num dia lindo desses onde eu não estou escutando nem um pio sequer das crianças. Eu vou te matar sabia Pezão – Relaxa aí que o Killer me disse que tu pediu pra Hira morar aqui na tua casa não tem nem motivo pra dar chilique, é só chamar a guria se as crianças acordarem Ele estava certo mesmo, a Hira tinha sido um achado pra mim aqui no morro, então eu não podia perder a oportunidade de agarrar ela para ser a baba dos meus filhos Não me levem a m*l, meus filhos foram a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, agora, eles são a razão do meu viver, por eles eu vivo e morro, só que eu também nem sei como olhar pra aqueles olhinhos castanhos, lindos, e dizer que, apesar se eles serem o meu milagre, eu nunca, jamais, quero experimentar essa sensação de novo, pra mim, eles mais do que me bastam Pezão – O Killer tá tendo que resolver uma parada nervosa lá com o Dante e me pediu pra vir aqui ficar com você. Ele sabe bem que se tu não encontrar ele do teu ladinho na cama quando vocês acordam, a briga é certa O certo é certo, se eu me descabelo com as minhas lindeza, o Killer tem que fazer o mesmo, não faz a mínima diferença se ele é o sub fodão lá fora Enquanto o Pezão foi entrando, direto pra cozinha, lógico, porque aquele ali tem uma anaconda do tamanho do Brasil, nada satisfaz ele, eu escutei um soluços baixos, que foram aumentando e se transformando em choro. Não, não foi só isso, porque miséria pouca é bobagem, aquilo foi só o começo, e pelo barulhinho, era a minha menina que começou a sinfonia, depois veio o meu garoto e aquilo virou um p**a coral Lê – Eu vou te matar Pezão – Mas eu não fiz nada c*****o, tô falando até baixo Eu escutei a Hira tentando acalmar os dois e naquilo, me tranquilizou, como eu disse, aquela menina foi um achado, a minha salvação Comecei a preparar o café da manhã e no mesmo, tempo, conversando com o Pezão. Depois de meia hora, a Hira desceu, com a Raquel encaixada no seu pescoço e o Thomas andando o mais rápido que conseguia na frente dela, fazendo a Hira segurar a sua mãozinha com uma determinada força Larguei tudo e fui no encontro deles Lê – Cadê os bebezinhos da mamãe? Aqueles sorrisos me lembravam que tudo tinha válido a pena, que nada, absolutamente nenhuma cagada na nuca, nenhum gorfo quando eu já estava pronta pra sair, nenhum noite m*l dormida por causa das cólicas perfeitamente sincronizada dos dois, me faziam me arrepender de ter tido eles, eu só não queria mais um A Raquel levantou a cabecinha e fez um gesto com a mão, me chamando ainda de longe, já o Thomas conseguiu se soltar e ficou como o meu chicletinho, grudado nas minhas pernas Hira – Pode ficar tranquila dona Lê, eu só vou dar o café da manhã e levo eles para brincar Lê – Não precisa, deixa eles aqui Me virei para o Pezão e perguntei o que tinha acontecido pra que ele tivesse que sair sem nem me avisar. Com aquele jeito debochado dele, sem preocupação, ele soltou que uma menina tinha saído “da casa do c*****o”, nas palavra deles, mais do que traumatizada e falando várias coisas Não deu pra ele ficar lá até escutar o desfecho de tudo já que o Killer mandou ele vir no meu encontro, mas o Pezão conseguiu ver o estado da menina, o quanto ela se tremia, disse até que pareceu que a dor que ela tinha na mente é no coração era muito maior que a de ter perdido o olho, já que ela nem se preocupou em dizer que estava com dor ali Essa parte me assustou, quem tira o olho de uma menina que nunca deu trabalho na comunidade, pelo menos foi o que eu ouvi falar, só pra dar recado pro Dante Pezão – Foi isso mesmo que você escutou, parece que tem gente grande envolvida, ela não soube falar muito bem, mas disse que uma gangue pegou ela junto com uma irmã e uma amiga, fodeu com o psicológico dela matando as duas a sua frente e depois, mandou ela voltar pro CDD, só pra avisar pro Dante que a vingança dele tava começando Mas vingança do que gente? Está certo que o CDD vive na base da troca de tiro, mandando gente Mérida a esperta, de f***r porque acha que pode vir na nossa casa e fazer o que bem entende, mas vingança tem motivação né, o que será que aconteceu que eu ainda não estou sabendo Pezão – Parece que o cara que fez isso tá vingando a morte do filho, agora, vai saber quem é esse filho. Tu sabe bem que o Dante não fica matando geral não, isso dá mó trabalho carai Lê – E no caso, nem precisa né, ninguém fica peitando o Dante pra saber se ele pode ou não matar. Eu só te digo uma coisa, se o Dante fez isso mesmo, foi com motivo Hira – Só que pai não entende isso né dona Lê. Filho, por mais que para os outros, eles são uns demônios, para os pais não. Eu entendo ele sabe, por mais que a menina tenha ficado sem olho, pode ser que ele esteja desesperado e . . . Lê – E que culpa a menina tem? Se ele fosse mesmo uma pé de honra, iria atrás do Dante e não de uma pessoa que não tem nada a ver e outra, quem te deu autorização pra dar palpite em assunto que não lhe diz respeito? Ela nunca tinha sequer, aberto a boca naquela facilidade, nem na minha frente e nem fora dela, eu não entendi o motivo da Hira ter se intrometido na minha conversa e sinceramente, não gostei e percebi, pelo seu olhar que ela também não gostou da repreensão, mas não me disse mais nada De resto, tive que ficar na curiosidade sobre o desfecho da história já que o Pezão não tinha me trazido a fofoca completa, mas eu ia descobrir
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