Capítulo 28 - Ataque súbito dos mercenários

1517 Words
O mercenário puxou o tornozelo de Lucian, o arrastando pela carruagem até que pudesse agarrá-lo. Lucian tentou se segurar nos assentos da carruagem, só que a força em seus braços era miserável se comparada com o aperto que praticamente o jogou para fora da carruagem. — Argh! Me solte! — Rosnava Lucian, se debatendo. O mercenário envolveu o braço no pescoço do príncipe, apertando causando um grande sufoco. No ouvido de Lucian, o mercenário deu uma risada que só aumentava o seu desespero em fugir. — Calminha, calminha. Se comporte, principezinho. Olhando sobre o ombro, o mercenário verificou se os seus companheiros estariam dando conta do Grão-duque. Magnus estava enfurecido tentando alcançar Lucian e sem conseguir por conta dos outros cinco ladrões que continuavam a cercá-lo e golpeá-lo. Mesmo que ele conseguisse usar a espada para bloquear os ataques e empurrá-los para longe, não havia uma brecha para Magnus tentar ir ao resgate do seu noivo. — Lucian! O príncipe puxava o braço do mercenário com força, tentando deixar o seu pescoço livre. Estava ficando cada vez mais difícil respirar, e para piorar, Lucian carecia de qualquer técnica de autodefesa. Tudo o que conseguia fazer era se rebater e torcer para que o seu cotovelo acertasse alguma costela daquele maldito. O que era um tanto quanto difícil. — Não adianta tentar me acertar, principezinho — Zombava o mercenário. Lucian foi arrastado para longe da carruagem, ele tentava arrastar os pés e dar coices para se soltar, mas o mercenário apertava o seu pescoço e dava um puxão forte que fazia o príncipe se engasgar. — Droga… seu filho da mãe, me solte! — Não me dê trabalho, principezinho. E se Lucian tentasse deixar o mercenário desacordado? Tudo o que precisaria seria de algo pesado… não, para isso ele precisaria estar perto demais do objeto e as chances do mercenário impedi-lo era grande demais. Até cogitou empurrar o mercenário contra alguma árvore, mas ele estava lidando com um brutamontes que conseguiu arrastá-lo com um único braço. O mercenário tirou uma pequena faca do seu cinto e usou ele para cortar o calcanhar de Lucian, que gritou de dor e perdia as forças em se manter em pé. Agora ele m*l conseguia andar, e não iria muito longe caso tentasse fugir. Assim, o mercenário conseguiu puxar o príncipe para a mata fechada ao lado da estrada, saindo do campo de visão de Magnus e os demais capangas. — Hahahaha, você é tão fraco quanto dizem. Isso é tão patético pra alguém da realeza. Lucian tentava desesperadamente dar uma cotovelada, mas o corpo daquele cara parecia de ferro! Doía o cotovelo de Lucian e o ladrão nem dava sinal de incômodo. E para piorar, m*l conseguia dizer uma única palavra de tanto que estava sendo sufocado. Aos poucos, a sua visão ficava borrada e os seus membros formigavam, a ferida em seu calcanhar doía como um inferno. Tudo o que Lucian conseguia enxergar eram as sombras das árvores e uma brisa bater em seu rosto que, infelizmente, não refrescava nada e tampouco o fazia respirar. O seu corpo era arrastado como se fosse de pano, e m*l conseguia discernir algo além daquilo graças a falta de ar. A sua mente foi se esvaindo lentamente, sem força alguma para nem mesmo chamar pelo nome do ômega. Tampouco foi necessário. Esgueirando-se pela mata sem ser notado, Magnus parecia uma serpente de olho em sua presa para pegá-lo de surpresa. Lucian já havia perdido a consciência quando o ômega fez um ataque surpresa que atingiu atrás dos joelhos do mercenário, que apenas recuou alguns passos ainda segurando Lucian. — Opa, opa! Já está aqui? — Solte ele, e te darei a morte mais rápida. — Ha! Isso se você sobreviver. Magnus precisava ser cuidadoso ao atacar o mercenário, justamente para não ferir Lucian. Por isso, a luta que aqueles dois travaram realmente não trazia nenhum vencedor. A única coisa que garantia era o cansaço para ambos. Para a frustração do Grão-duque, aquele cara se movia muito bem mesmo estando em desvantagem. O mercenário ainda guardou a faca em seu cinto e desembainhou a sua espada, fazendo Magnus rosnar baixo. — Agora pretende levar a sério, é? Que piada. Os dois voltaram a lutar, Magnus estudava as brechas que poderia usar, só que logo em seguida o mercenário dava um jeito de empurrá-lo para longe com a espada. Foi então que o Grão-duque precisou imobilizar aquele sujeito, e para isso bastou enganar o mercenário fazendo-o acreditar que errou os seus golpes, e acertar atrás dos seus joelhos e panturrilhas em um corte profundo e limpo. — Argh! O ladrão arfou ao cair de joelhos sem conseguir se levantar, porém ainda não soltou Lucian. Antes que ele pudesse se levantar, Magnus chutou as suas costas e continuou pisando nele, o impedindo de se levantar. Somente assim Lucian ficou livre. — Seu madltio… — Quem os mandou até aqui? — Ha! Acha mesmo que a cabeça de vocês nobres não valem uma grana? — Não estou perguntando o motivo, eu quero nomes — Respondia Magnus com frieza, pisando forte contra as costas do sujeito e apontando a espada em seu pescoço — Quem é o seu mandante? — Prefiro morrer. Magnus olhou friamente para o mercenário, percebendo o movimento em sua boca. — Bem, essas foram ótimas últimas palavras. E sem nenhuma misericórdia, assim como fez com os demais, a lâmina de Magnus deslizou pelo mercenário ganhando um tom avermelhado que se assemelhava aos olhos do vilão. A vida perecia perante os seus pés, e Magnus apenas assistia silenciosamente sem ser afetado pelo peso da morte. Somente quando o mercenário deixou de se mexer que Magnus foi até Lucian e largou as espadas no chão. Rapidamente segurou o príncipe e constatou seu pulso para depois verificar os seus ferimentos, e assim pode soltar um suspiro de alívio. — Haa… só está inconsciente. — Milorde! Conseguiu encontrar a Sua Alteza? Magnus virou-se para o cocheiro, que ofegava com a pequena corrida. O senhor tinha algumas feridas superficiais pelo corpo, mas nada que o deixasse em grande perigo. — Sim, e também já lidei com todos eles. Fique aqui com o príncipe, quero ver uma coisa. O cocheiro rapidamente foi até o príncipe, deitando a cabeça dele em seu colo. Magnus retirou o seu casaco e cobriu Lucian antes dele se ir até o corpo do mercenário e começar a revistá-lo em busca de alguma informação. Aquele cara não tinha nada importante além de sua arma. Magnus chegou a examinar superficialmente a lâmina da espada, notando que era idêntica à espada que ele havia pego de um dos mercenários. Magnus saiu da floresta e foi para perto da carruagem revistar os demais corpos, encontrando apenas um cartão no bolso de um deles. O cartão em si era simples, contendo apenas uma mensagem que fez Magnus franzir a testa. — Caçar o passáro? Que diabos… Suspirando, ele guardou o cartão e continuou a revistar os corpos sem encontrar grandes pistas. Até queria fazer uma investigação mais detalhada para descobrir de onde eles vieram, no entanto não podia demorar por causa de Lucian. Magnus retornou para dentro da floresta e segurou Lucian em seus braços, o carregando de volta para a estrada tendo o cocheiro em seu encalço. — A carruagem foi danificada? — Eles quebraram uma das rodas, milorde. E parece que a porta também está quebrada, não seria seguro andar nela. — Que problemático — Rosnava Magnus, baixando os olhos para o príncipe inconsciente em seus braços — Não seria seguro andar com ele neste estado. Mas não tenho muito o que fazer. Vamos. O cocheiro encarou o seu mestre com pesar, se questionando se Magnus aguentaria carregar o príncipe desmaiado por todo o caminho. — Milorde, não seria melhor esperar que alguém passe por esta estrada? — Não fazemos ideia de quando alguém passará por aqui, Don. Além disso, eu teria que procurar por madeira para fazer uma fogueira para aquecer Lucian e esperar ele acordar. — Então, me permita ir na frente buscar ajuda na entrada da cidade. — Você também está ferido — Magnus respondeu, mas o seu cocheiro o olhou parecendo desesperado para fazer algo. Por fim, o Grão-duque suspirou sem realmente conseguir contestar um empregado antigo do seu ducado — Vamos apenas diminuir um pouco a distância da entrada da cidade. Então eu esperarei por você. — Tudo bem, milorde. E assim, Magnus caminhou silenciosamente carregando Lucian e sendo seguido pelo seu cocheiro. No anoitecer, encontraram uma lareira que serviu como base. O cocheiro rapidamente recolheu alguns galhos e usou um fósforo para acender a fogueira, deixando o seu mestre cuidando do oitavo príncipe enquanto ele ia buscar por ajuda na entrada da cidade. Encarando as chamas da fogueira, Magnus mergulhava em pensamentos sobre o ocorrido. O seu dedo enroscava no cartão em seu bolso, não se esquecendo dos dizeres que leu antes. Inconscientemente os seus olhos recaíram sobre o príncipe desmaiado, que tinha hematomas em seu pescoço alvo. — Parece que você não estava mentindo quando disse que iriam atrás de você.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD