Capítulo 6 - Melanie

663 Words
Quando eles estão se despedindo para ir embora, ouvimos barulho de vários disparos. Me desespero. Eles nos mandam para um esconderijo secreto que nem eu conhecia dentro da minha própria casa. — Pai, você vai entrar, né? O senhor não pode se arriscar, está fragilizado — Fico desesperada com a possibilidade de acontecer alguma coisa com meu pai. — Eu tenho que ir, estão invadindo a minha casa filha, mas você ficará bem, Giovanni ficará cuidando de vocês aqui dentro — Vejo Renzo fazer uma cara de bravo e resmungar alguma coisa que não consigo entender. — Pai, você promete que volta? — Sim. — Abraço ele apertado e ele vai, me deixando aqui com o coração apertado. Depois de um tempo de angústia e desespero, Giovanni nos avisa que podemos sair. Caminhamos até os rapazes e graças a Deus estão todos bem. Eles conversam a respeito de um noivado, não sei de quem eles estão falando, mas percebi que é do rapaz que se chama Enzo com alguém, mas não ouvi quem é. Um homem aparece atirando e acerta Enzo, Rocco se joga em cima de Luara e Giovanni faz o mesmo comigo. Renzo saca sua arma e começa a atirar. Estou com medo, meu corpo inteiro treme, nunca passei por uma situação parecida. — Pode levantar Mel, já acabou, fica calma tá? — Giovanni me tranquiliza e vai lá fora verificar se está tudo limpo. Vejo Rocco acalmando Luara e os dois são tão lindos, ele é tão apaixonado por ela, acredito que só não tenha percebido isso ainda, o que é uma pena. Enzo reclama do tiro que acertou seu ombro. — Já verifiquei lá fora, está limpo, dá para todo mundo sair — Giovanni volta avisando — O senhor e a Mel terão que sair também, não é seguro aqui — Ele avisa meu pai. — O nome dela é Senhorita Melanie. Giovanni, não a chame pelo apelido novamente — Renzo fala com uma voz nada amigável, é um i****a mesmo. — Tudo bem, peço desculpas senhor — Tadinho do Giovanni. — Pai, o senhor está bem? — Passo as mãos em seu rosto e ele confirma me abraçando forte. — Eu também estou bem, tá? — Enzo fala e eu rio da cara dele. — Era melhor se tivesse morrido — Renzo simpático como sempre responde. — Vamos embora logo — Rocco fala sem paciência. Nesse momento eu vejo tudo acontecer em câmera lenta. Um dos caras que estava alvejado no chão levanta sua arma e atira na cabeça do meu pai, sangue se espalha por todo meu rosto e meu pai cai em meus braços. Grito desesperada. — SOCORRO, ALGUÉM ME AJUDA, PAI, PAI, PAI FALA COMIGO — Grito desesperada — VOCÊ ME PROMETEU QUE IA VOLTAR, PAI. Sinto alguém me puxando, é Renzo, ele me pega no colo e eu fico me debatendo. — NÃO, ME SOLTA, MEU PAI, MEU PAI — Ele me tira de dentro da casa e me coloca no carro. Não paro de me debater e gritar. Ele senta comigo no carro, continuo em seu colo, ele me aperta forte e aos poucos eu vou parando de me debater. — Meu pai, meu pai morreu — Sinto uma dor que rasga meu peito. — Vai ficar tudo bem ragazza — Renzo me abraça forte e alisa meu cabelo. — Eu vi meu pai morrer, meu pai morreu — Eu não sei dizer o que estou sentindo nesse momento, mas a dor é imensa, não consigo mensurar. — Shiu — Ele continua alisando meu cabelo e coloca minha cabeça deitada em seu ombro — Vai ficar tudo bem. Por mais estranho que possa parecer, ele está conseguindo me acalmar. Dói muito só de imaginar que não vou ver mais meu pai. O homem da minha vida morreu na minha frente e eu não pude fazer nada para impedir. Agora estou sozinha nesse mundo, não tenho ninguém. Esse pensamento me faz entrar em desespero. 
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