Esperei até que todos se distraíssem, inclusive meu noivo que não parou de me encarar e vim para o jardim. Preciso de um ar puro. Eu sou muito sensível, sempre fui assim, então qualquer coisa sinto vontade de chorar, não queria chorar na frente daquele homem. Sinto como se ele fosse me esmagar a qualquer momento somente com seu olhar. Que Deus me proteja de todo m*l.
— Escondida querida noiva? — Tomo um susto ao ouvir essa voz e meu corpo inteiro se arrepia.
— Porque eu me esconderia? — Mantenho minha voz o mais firme que consigo.
— Eu que devo te fazer essa pergunta, porque você se esconderia? — Ele continua com aquele sorriso debochado no rosto.
— Não estou me escondendo, Senhor Renzo, apenas vim tomar um ar fresco. — O que não é nenhuma mentira.
— O que você tem com o soldado que faz sua segurança? Não me recordo o nome dele. — Meus olhos se arregalaram mediante a pergunta dele.
— O que? Com o Giovanni? Nada, ele apenas faz minha segurança como você mesmo disse. — Não digo nenhuma mentira. Claro que oculto a parte em que eu gosto dele, mas de fato eu e ele não temos nada.
— Não se faça de sonsa garota — Fala parecendo nervoso e se aproxima de mim, fico assustada — Você acha que pode mentir para mim? Eu reparei como vocês olhavam um para o outro — Ele segura firme em meus braços e me olha como se pudesse ler minha alma.
— O senhor está me machucando, peço por favor que me solte — Seus olhos continuam me encarando e eu faço o mesmo, neste momento demonstrar todo o medo que estou sentindo seria uma burrice — Eu já disse que não tenho nada com ele, ele faz minha guarda desde nova, conheço ele há muito tempo, apenas isso. — Explico com uma falsa calma.
— Se você quer continuar mentindo, tudo bem, mas saiba que eu sei que é mentira, se vocês não tem nada é porque ainda não tiveram oportunidade — Garoto esperto, pelo menos sei que burro ele não é — Te aconselho a disfarçar mais quando olhar para ele.
— Senhor Renzo, o senhor está me machucando — Sinto ele afrouxar o aperto — Já falei que está vendo coisas onde não tem! — Idiot*. Minha vontade é falar isso, mas deixo pra lá, melhor evitar, né?
— Se eu descobrir que você tem alguma coisa com ele, eu vou matar vocês dois, você entendeu? — Fico em silêncio — Eu perguntei se você entendeu, Melanie — Ouvir meu nome saindo da sua boca me causa uma sensação estranha, ele me sacode e eu balanço a cabeça confirmando — Ótimo, agora entre! — Fala com uma voz autoritária e solta meus braços.
Saio correndo para dentro de casa, não quero ficar perto desse homem nem mais um minuto. Entro em casa e dou de cara com Luara.
— Que cara de assustada é essa Mel? — Tá tão visível assim gente?
— Não é nada — Respondo nervosa e vejo Renzo entrando.
— O que ele fez? — Ela sabe que a motivo do meu medo é ele.
— Nada, apenas conversamos.
Ele se aproxima de nós duas e pergunta para Luara onde está o marido dela. Ela informa que ele está com meu pai no escritório e ele vai até lá, nos deixando sozinha. Agradeço mentalmente por isso.
— Tem certeza que vocês só conversaram?
—Sim. Você se casou com quantos anos? — Mudo o rumo da conversa.
— Dezoito.
— Ah. — Digo desanimada, então minha vez está chegando, que tristeza.
— Você tem dezessete, né?
— Sim, faço dezoito daqui quatro meses. Terei que me casar quando fizer dezoito ou só quando meu pai se for? — Meu peito se aperta quando penso nessa possibilidade.
—Eu não sei qual foi o acordo feito por eles, mas acho que só quando seu pai partir, posso perguntar a Rocco depois.
— Eu agradeceria muito.
Ficamos conversando mais um pouco.