Capítulo 4 - Melanie

621 Words
Quando começo a descer as escadas, várias pessoas me olham, meu pai nunca foi de me mostrar para ninguém, fiquei o mais escondida possível de toda essa merda, estudei em casa para que eu não ficasse visível a outras pessoas. Quando chego ao final da escada meu pai vem me receber, sei que tem várias pessoas me olhando, mas uma em especial me olha diferente, esses olhos me encaram, não desvia o olhar nem por um segundo, sinto meu corpo em chamas e acho que esse é o meu noivo. Me surpreendo ao ver que ele não é tão velho quanto eu imaginei que fosse, muito pelo contrário, ele é bem bonito. Meu pai vem falar comigo e eu peço desculpas por minha relutância. Apesar de tudo, eu o amo muito e ele é tudo que tenho nessa vida. Meu pai está muito doente, não quero ficar brigando com ele. Sei que nos desentendemos muito ao longo desses dias, mas eu sei que no fundo ele entende o meu lado. Não quero mais ficar brigando com ele, não vai resolver, está feito, não tem volta mais. Preciso me conformar com isso. — Jamais te decepcionaria papai. —Digo o abraçando e ele retribui meu abraço com afeto. Ele me apresenta para o Dom e a sua esposa que eu já conheço, Luara é doce, me parece uma boa pessoa. Simpatizei muito com ela. O Dom me cumprimenta amigavelmente e por incrível que possa ser, ele não me parece uma pessoa tão r**m. Por isso que dizem que as aparências enganam, né? Aparentemente ele causa medo, apesar de estar sendo gentil, eu já ouvi coisas de arrepiar sobre ele. O homem ao lado dele com toda certeza faz meu corpo todo se arrepiar, a forma como ele me olha me causa medo, muito medo. Ele tem uma expressão muito séria e não para de olhar para mim, sinto seus olhos me queimando. Olho em seus olhos e sustento o olhar, sem desviar em momento algum. Ele é bonito, mas muito assustador. Suas tatuagens causam um efeito sombrio sobre sua pele. — Vamos logo adiantar isso, tenho que ir embora — Fala com uma voz rouca e autoritária e desvia os olhos dos meus. Então esse é o meu noivo. — Vamos — O Dom fala e segura a mão de Luara. Ela pisca para mim e caminhamos todos juntos para a sala de jantar. Quando estamos todos na sala de jantar a celebração começa, um ritual que a máfia faz para todos os noivados. Rocco fala algumas palavras e pega a lâmina para cortar a palma das nossas mãos, isso é feito em todos os noivados, uma vez que isso é feito, não pode mais voltar atrás. Quando Rocco cortar nossas mãos e unir nossos sangues, não terá mais volta, estaremos ligados para sempre. Renzo estende a mão para que Rocco faça o corte, respiro fundo, criando coragem para fazer o mesmo, estendo minha mão para ele. Sinto a lâmina queimar a palma da minha mão e o sangue escorrer, nesse momento uma lágrima i****a insiste em cair do meu rosto. Meu noivo me olha com um sorriso de lado assustador. Se vocês estão pensando que eu estou chorando pela dor física que foi causada em minha mão, vocês estão muito enganados, nada se comparada a dor que sinto dentro do meu peito. — ... Pelo sangue e pela honra — Ele fala as palavras finais, encerrando a celebração com muitos aplausos desses idiotas que são coniventes com toda essa merda. O que me dói mais é olhar para o homem que eu amo, nesse momento ele está aplaudindo também. Meu coração está esmagado. Não tem mais volta. Fui entregue à morte.
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